Amy.

Também resolvi dar uma volta.

A cidade ficava linda de dia: As folhas e a grama ganhavam mais brilho e o lago parecia mais azul.

Olhei meu reflexo na água e apertei meu colar entre os dedos. Lembrei de quando tinha 6 anos e eu e minhas amigas brincávamos de deusa grega: nos vestíamos como deusas e podíamos fazer tudo o que quiséssemos, desde que não quebrássemos nada. Nós nunca respeitávamos essa regra.

Sorri ao lembrar de quando nós escolhíamos quem queríamos ser. Eu era sempre Atena. Ela era minha deusa favorita ( depois da morte de meu pai passei a odiá-la). Mas eu não estava tão parecida com ela agora. Eu estava parecendo a deusa que eu mais odiava no universo. A que eu jamais ia querer me parecer.

Eu não sou ela.,pensei, Nunca serei ela.

Desfiz minha trança rapidamente.

Rápido demais.

Meu colar, que estava na minha mão, caiu dentro do lago e foi para o fundo.

_Não!- falei, e mergulhei na água.

O lago era escuro, mas alguns feixes de luz do sol iluminavam um pouco.

Nadei até o fundo e percebi algo brilhante em meio ás algas.

Uma mão agarrou meu pulso antes que eu pegasse meu colar. Uma naiáde de longos cabelos ruivos me olhava assustada. Ela moveu os lábios em uma palavra sem som: Vá.

Depois soltou meu pulso e voltou para o meio das algas. Fiquei confusa por um momento mas logo depois me recuperei.

Resgatei meu colar e nadei para a superfície, pena que fui devagar demais.

Senti uma incrível dor na minha panturrilha direita e fui puxada pra o fundo do lago.

Olhei para baixo e vi que a causa de minha dor eram os dentes de uma enorme serpente marinha que me puxava pra mais e mais no fundo.

Chutei a cabeça do bicho várias vezes, mas ele não soltava.

Meu pulmão começava a arder. A serpente me levava para uma fenda no fundo do lago.

Tudo aconteceu muito rápido: Nico apareceu do nada com sua espada de ferro estígio e enterrou-a na serpente. O bicho largou minha perna e sacudiu a cauda, me fazendo ser jogada para um apoio do pier.

De repente, tudo escureceu.