T.p.m. escrita por luuh


Capítulo 1
Capítulo 1




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                Natsu estava sentando conversando civilizadamente com Erza, Gray e Lisanna. Papeavam sobre coisas aleatórias, quase sem sentindo. Todos focavam em cada detalhe da conversa para não se perder no assunto, menos Natsu.

O dono dos rebeldes cabelos rosa olhava a porta de relance, esperando ansiosamente a entrada de uma querida companheira, aquela que faltava para dar graça à conversa.

                – Natsu! – chamou Lisanna, percebendo a desatenção do rapaz ­– Por que está tão destra-... Ah! Que bonitinho! – Os olhos da menina começaram a brilhar ao seguir a direção do olhar do rapaz.

Natsu sentiu um choque correr-lhe a espinha, como se tivesse sido pego cometendo um crime ou coisa parecida.

                – N-N-Não é nada disse que você está pensado. – defendeu-se se mexendo desconfortavelmente no banco, ignorando os olhares confusos dos parceiros de equipe.

                – É mesmo? – Lisanna ria inocente, quase cantarolando qualquer musica infantil para perturbar o já perturbado amigo.

                Natsu não respondeu, somente virou a cara e puxou qualquer assunto com Gray e Erza, que, excluídos do assunto anterior, ficaram felizes ao serem novamente colocados na conversa.

Horas vem, horas vão e nada da porta se mexer e trazer uma loira para se juntar a eles e isso deixava Natsu agoniado. Lisanna percebeu a preocupação nos olhos do rapaz e, na tentativa de ajudar, perguntou sobre o paradeiro de Lucy para os colegas.

                – Eu não sei de nada. – Disse Erza reparando na ausência da loira – Que estranho, a Lucy sempre aparece.

                – Ela não comentou nada comigo. E você, Natsu? Sabe de algo?

                –Eu vou procura-la. – Disse levantando-se e caminhando em direção à porta, sem nem reparar no sorriso bobo de Lisanna.

                Quando a porta se fechou, Lisanna suspirou e soltou um “finalmente”. Gray e Erza a questionaram e ela, com uma simples resposta esclareceu tudo:

                – Deixem que Natsu resolva as coisas, quem sabe amanhã não temos uma surpresa.

Caminhando para a casa da loira, Natsu pensava nos possíveis motivos que a fizera deixar de ir a seu local favorito. “Ela pode estar doente, ou com preguiça” tentava não pensar no pior, mas o pior é sempre tão atrativo e cheio de variedade que é impossível esquecer-se dele.

                Ao chegar à frente da casa de Lucy, Natsu escalou e preferiu entrar como sempre: pela janela. Deu uma espiada no local e viu que a loira estava bem de baixo de seu nariz – literalmente falando.

                Ela estava deitada na cama, enrolada e olhava solitária para o vazio do apartamento. Com seu jeito muito delicado, ele inventou de pular a loira e tentar assusta-la com seu aparecimento repentino, mas, como imaginado, não deu certo.

                Acabou que na sua tentativa ele pisou sem querer na perna de Lucy, que gritou e o chutou, fazendo-o cair de cara no chão.

                Natsu gemeu de dor, enquanto Lucy escondia o corpo com a coberta, encarando o invasor, aterrorizada; mas, ao perceber que era Natsu suspirou e voltou a se deitar.

                – Não fiz compra hoje, sinto muito. – Disse friamente e virou-se para encarar a parede da janela, evitando olhar para o mago.

                Ao perceber a estranha atitude da loira, ele puxou a cadeira da escrivaninha e sentou-se ali, encarando as costas da maga.

                – O que aconteceu? – Perguntou serio, que era estranho vindo de Natsu.

Lucy hesitou a principio, mas, quando Natsu refez a pergunta ela se levantou revelando um pijama de flanela rosa e pantufas de coelho. Ela deu uma volta e ficou encarando seu reflexo no espelho.

                – Olhe para mim. – lamentou a moça, olhando desgostosa para o que via no espelho.

                Realmente, aquele dia não era um dos mais glamourosos de Lucy. Seus cabelos loiros estavam desgrenhados e deixava visível os seus nós e pontas duplas; seus olhos estavam inchados e vermelhos, parecendo que havia chorado o dia e a noite toda; nem mesmo sua pele  que era quase sempre invejável aparentavam estar tão sedosas como de costume.

                Até a aura alegre de Lucy sumira.

                – Não vejo nada demais. – disse Natsu, dando ombros.

Lucy tinha um “quê” que atraia o mago manipulador de fogo, e de fato não era os cabelos, nem a pele nem nada físico. Ele amava o jeito de Lucy, o jeito de ela sorrir, as perolas que soltava e até mesmo os seus socos e chutes.

                Natsu não amava os peitos de Lucy, amava pensar na possibilidade de se aconchegar neles.

                Não amava o corpo de Lucy, amava-a pelo que a loira era, e essa era sua maior beleza.

                O que Lucy escutou desmoronou-a por completo.  Ela olhou para baixo e depois para Natsu e depois de volta para o espelho.

                – É esse o problema. – disse infeliz – Não há nada demais em mim. A única coisa que tenho que dá para se reparar são esses seios enormes.

                E esquecendo-se da presença de Natsu, começou a aperta-los, tentando fazê-los caber em suas mãos.

                – Droga de seios grandes! – gritava para eles, na tentativa de fazê-los ficarem com medo e se colocarem em tamanhos proporcionais.

                – Ahn.. Lucy? – Natsu disse acanhado, com medo do que viria a seguir.

                Foi então que a loira se deu conta do que estava fazendo, e, sem graça, largou os seios e se desculpou.

                – Eu nem ao menos sou bonita. – disse, retornando a sua depressão – Eu queria ser igual à Lisanna...

                Natsu começou a prestar mais atenção nos lamentos da loira quando ela citou o nome da amiga de infância.

                – Ela é tão bonita e simpática. –Lucy voltou a olhar para o vazio com seu olhar vago e solitário, mas um pequeno detalhe prendeu a atenção do mago: seus olhos cintilavam – E mais do que isso, ela te conquistou Natsu.

                Percebendo que havia finalmente se declarado, a loira avançou para a cama e se atirou lá aos prantos. Natsu aproximou-se e sentou na beirada da cama, perto do travesseiro onde a loira depositava suas lagrimas.

                De jeito sutil, afagou os cabelos dela e permaneceu em silencio quando ela decidiu depositar seus lamentos no colo dele.

                 – Natsu, eu amo você. – chorou ainda mais, enterrando sua cabeça na bermuda do rapaz que continuava sem pronunciar uma palavra.

                Foi então que Lucy percebeu a ausência do carinho e buscou, desolada, os olhos quentes do rapaz. Viu-o desenrolar o cachecol de Dragneel e deposita-lo em seu pescoço, sem soltar as pontas, e, para sua surpresa, sentiu que ele a puxava para perto.

                A culpa lhe subia a cada vez que ela se entregava aos puxões, ou se perdia no brilho dos olhos da fera.

                – Natsu. – fraquejou em dizer o nome do rapaz enquanto virava o rosto para não cair na tentação – Lisanna não ficará feliz com isso. Lisanna é sua...

                – Amiga. –completou Natsu, encarnado a loira com seu olhar sereno – Lisanna é minha amiga.

                Lucy o olhou surpresa, mas se encolheu ao lembrar-se do que escutara no dia anterior.

                – Eu ouvi pessoas na guilda comentando... – engoliu um soluço antes de continuar – de como vocês eram lindos juntos. E ultimamente você tem passado tanto tempo com ela que... Eu não sabia o que pensar. E eles têm razão Natsu! Eu não devo interferir. Desculpa!

                Natsu abriu um largo sorriso ao ver como a loira se preocupava com ele. Largou o cachecol e o deixou cair como um enfeite no pijama da loira.

                – Você fica uma graça preocupada com a minha felicidade. – e começou a rir, irritando por completo a loira.

                – Não é para você rir de mim!– disse vermelha, ameaçando socar o rapaz.

                Ele continuava rir e a loira partiu para cima dele com as mãos cerradas, pronta para lhe acertar um belo soco no nariz quando ele segurou sua mão e a beijou.

No inicio era apenas um roçar de lábios inocente, mas foi Lucy fechar os olhos para os movimentos da língua de ambos se tornarem uma dança.

Uma troca de sentimentos ocultos pela insegurança, revelados por ciúme agourento e iniciado de modo peculiar.

Mas quem disse que os dois eram normais? Logo, o inicio de história para os dois não podia se basear em algo clichê e comum.

O beijo foi interrompido por causa de um sorriso bobo e feliz de Natsu, que, por acidente, mordeu a língua da loira.

– Minha língua! – gemeu colocando-a para fora e massageando-a.

– Desculpe! – pediu Natsu, indo verificar se havia machucado seriamente a loira.

Ao perceberem que estavam extremamente preocupados com uma língua, não puderam deixar de rir.

Lucy aninhou-se no peito do rapaz depois das risadas e ali encontrou o conforto que esperou o dia todo, que imaginou estar com outra garota.

– Hey, Natsu. – chamou Lucy, se aconchegando ainda mais no abraço do mago.

– Hn?– perguntou o rapaz afagando novamente os cabelos loiros da menina.

– Eu te amo.

Ele não pode deixar de sorrir.

– Eu também te amo.


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Notas finais do capítulo

comentário? :3