Os Olhos Verdes escrita por MahDants


Capítulo 1
Capítulo 1: Verdes Como o Mar


Notas iniciais do capítulo

Ai meus deuses do Egito. É uma fic Finnie e shortfic... Extremamente nervosa e preocupada com a opinião de vocês. Não me deixem no escuro, comentem, pfvr?
Esse capítulo é uma espécie de prólogo, só para vocês conhecerem nossa adorável Annie e mostrar como é sua vida. Além, é claro, da entrada do Finn na fic.
Enjoy it!



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Meu nome é Annie Cresta.

Tenho 16 anos, cabelos castanhos e olhos verdes. Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha sete anos e como não tenho parentes vivos, hoje moro com Drew, meu irmão mais novo, em um orfanato. Trabalho como caixa da McDonald’s e guardo todo o dinheiro para comprar uma casa para mim ao sair daqui, ou ao menos pagar o aluguel de um pequeno quarto. Aguentarei esse inferno por mais dois anos. Depois disso, tenho minha liberdade e poderei adotar meu irmão.

Qualquer um pensaria que sou uma adolescente rebelde por viver em um orfanato e ter os pais mortos. Não sou assim. Agradeço por ir a uma escola, ter comida todo dia e uma cama pra descansar, por mais que apanhe das garotas e seja humilhada pelos garotos daqui. As pessoas costumam dizer que tenho um bom coração. O mesmo se aplica ao meu irmão de 10 anos.

Até hoje ninguém nunca cogitou a ideia de me adotar, nem adotar meu irmão. Ao fazer 15 anos, automaticamente você não pode ser mais adotada, então isso aqui é mais como um abrigo para mim. O lugar não é tão ruim. Se não fossem as pessoas más e os colchoes duros, eu até que chamaria esse lugar de lar.

Tinha uma amiga. Luana. Ou, Luna, como todos a chamavam. Foi encontrada na porta do orfanato quando ainda era um bebê, porém, faz seis anos que ela foi adotada. Tinha olhos cinzentos e longos cabelos loiros e cacheados. Pele pálida e um sorriso meigo. Era uma boa amiga, enfim. Hoje, minha única amiga é a assistente social, Lauren, mas ultimamente eu mal a vejo. Tenho o Tyler, que trabalha comigo e o meu irmão.

Drew. Mesmo sendo seis anos mais novo, ele é meu companheiro. A vida o fez amadurecer. O mostrou que precisamos aprender a nos virar e que o mundo não é só conto de fadas. Que pessoas podem sim, ser cruéis. Hoje, aos dez anos, às vezes o confundo com meu irmão mais velho. Ele quem cuida de mim, ele é o responsável. E quando eu peço para que ele relaxe um pouco, ele apenas sorri e diz para eu continuar na inocência.

E talvez eu realmente seja inocente. Acredito em contos de fada e acredito que um dia o mundo viverá em paz. Acredito no amor, acima de tudo, e acredito no meu final feliz. Um dia, eu irei conhecer alguém, meu príncipe encantado, que me faça feliz. Ele chegará em minha vida, assim, sem mais nem menos e bagunçará tudo. Eu o odiarei por isso, mas será tarde demais, já estarei apaixonada. Então vamos namorar, terminar, e namorar de novo. Vamos noivar e nos casar. Teremos filhos e depois de tanto tempo, tenho certeza que ele ainda me amará.

Sim, eu sou iludida.

– O ônibus da escola chegou, Annie – Drew entra no quarto já com sua mochila no ombro, cabelos negros rebeldes de sempre e olhos verdes, assim como os meus.

– Já estou indo. Pode pegar meu caderno rosa na gaveta da minha cama?

– Posso.

Termino de amarrar o tênis e dou uma olhada no espelho. É... Sou baixinha e não tenho o corpo perfeito. Minha farda verde e prata não cai bem em meu corpo. Pelo menos é o que eu acho. A blusa é colada e a saia curta demais. Meus cabelos são longos e ondulados, porém hoje estão presos em um coque.

Drew está me esperando na porta do quarto que divido com mais três meninas: Joanne, Leticia e Carly. É... São elas que mais batem em mim. Talvez eu devesse contar tudo isso à Lauren, mas acho melhor deixar quieto. Nunca precisei ir até o hospital por causa dos socos e nunca nenhuma parte visível do meu corpo ficou roxa.

Ao entrar no ônibus, sento no primeiro banco disponível que vejo e encosto a cabeça na janela, com meu irmãozinho ao meu lado. Sinto-o encostar-se ao meu ombro bem na hora que ônibus começa a partir. Vejo a paisagem ficar borrada à medida que o veículo pega velocidade. As gotas de chuvas grossas batendo na janela.

Todos os meus dias são sempre os mesmos, com exceção do sábado e domingo. Acordo de seis horas da manhã, tomo café com o Drew no quarto dele e depois cada um vai tomar seu banho. Ele sempre fica pronto minutos antes da hora certa e eu sempre sou a última no orfanato a ficar pronta. Depois disso vamos para a escola. Ele fica no térreo enquanto eu fico no segundo andar, sala 13.

Sento-me sempre na primeira cadeira da primeira fila, encostada na parede. A situação na escola não é muito diferente do orfanato. Não tenho amigos. Não apanho também, é verdade, mas isso não me deixa menos triste. Algumas meninas até vieram falar comigo alguns dias e, assim como muitas pessoas, falam estar encantadas com meu jeito meigo e de uma hora pra outra viram minhas melhores amigas. Não me importo se dois dias depois elas se esquecem de mim, é bom conversar com alguém diferente às vezes, só pra variar.

A professora chega, mandando que todos calem a boca. Eu presto atenção nas aulas, sempre atenta e fazendo minhas próprias anotações. No orfanato, não tenho paz pra estudar, então, pra tirar notas boas, minha única alternativa é não piscar o olho enquanto a Senhora Gaisford fala. Talvez o único momento em que eu não a escuto, é na aula de inglês. Não adianta, eu nunca irei entender. E são nesses momentos que começo a pensar no mar.

Duas vezes por mês, nos sábados, peço permissão da supervisora do orfanato para levar o Drew à praia. Assim que chegamos, ele corre atrás dos pombos e eu lembro que ele é ainda uma criança. Uma criança madura demais e talvez seja por isso que, assim como eu, não tem amigos. Uma criança que gosta de se divertir e brincar, assim como qualquer outra. Mas tudo bem... Depois de ver que todos os pombos voaram para longe, ele tira a blusa e entra no mar, enquanto eu sento na areia apenas sentindo o vento batendo em meu rosto e observo as ondas indo e vindo.

É lá, observando as ondas, que eu consigo relaxar e tomar forças pra continuar vivendo. As ondas são fortes, assim como eu tenho que ser. A cada recuo, elas dão inicio a uma nova partida. Mesmo quebrando em obstáculos, encontram forças para um novo começo.

O sino toca indicando que a aula de inglês acabou e eu volto para a realidade. Passo os recreios encostada em uma árvore afastada do jardim com um livro na mão, já que o recreio do Drew é em um horário diferente, e no final de todas as aulas, sempre saio por último da sala, para evitar que seja atropelada pelos outros adolescentes que sempre querem se livrar da aprendizagem. Ao sair da sala, Drew me espera sentado em um banco na frente da minha sala. Eu passo a mão em seu ombro e juntos caminhamos até a McDonald’s.

Almoçamos, eu sempre comendo um McFish e ele sempre comendo um Cheeseburger com milk-shake de flocos, e fazemos nossas tarefas até dar duas horas, que é quando começa meu horário de trabalho. Ele vai para o parque do estabelecimento, sobe na torre mais alta do brinquedo e começa a desenhar no seu caderno, enquanto eu troco de roupa no banheiro sujo dos funcionários.

Com cabelo preso em um rabo de cavalo, maquiagem azul e batom vermelho, atendo os clientes cada vez mais famintos. Às três horas Tyler chega e começa a atender no caixa ao lado. A tarde passa assim e às dez horas, quando o expediente acaba, eu, Tyler e Drew, nos sentamos em uma mesa e tomamos sorvetes de baunilha, as casquinhas sempre com o mesmo gosto de papelão.

Tyler nos dá carona até o orfanato e com um aceno com a mão vejo meu único amigo ir embora. Entro no orfanato e as luzes já estão apagadas, com exceção da cozinha que sempre tem um faminto fazendo um lanchinho noturno. Eu e Drew tomamos banho, fazemos pipocas e juntos assistimos um filme qualquer de comédia na sala. Ele nunca termina de ver o filme, sempre dorme antes da metade. Então o pego no colo e percebo como meu irmãozinho cresceu. O coloco na cama e dou um beijo de boa noite em sua testa suada.

Quando vou ao meu quarto, as três meninas ainda estão acordadas me esperando. Bom, nem todos os dias estão, mas a maioria das vezes ficam sentadas no chão conversando sobre coisas banais. Ao escutarem a porta bater... Bom, acho que você já sabe o que acontece comigo.

Depois de apanhar um pouco, eu consigo correr até o banheiro do quarto e me trancar lá. Elas batem na porta por mais ou menos vinte minutos e depois vão dormir. Chorando, saio do banheiro e deito na cama, sempre com alguma parte do corpo dolorida. Então me lembro de Drew, que tenho que ser forte por ele... Paro de chorar e entro na inconsciência.

Essa é minha rotina.


Porém ultimamente ando percebendo que os adultos do orfanato andam cada vez mais preocupados e agitados. Minhas suspeitas se confirmam quando no sábado, a supervisora não deixa que eu saia com meu irmão e quando no domingo, Lauren chama um por um, cada adolescente que já tem mais de quinze anos.


Sou uma das primeiras a entrar. Lauren sentada em sua poltrona preta pede para que eu me sente à sua frente, logo ao lado do enorme vaso de planta. Sua expressão parece cansada e então percebo que realmente faz tempo que não sento pra conversar com ela. Há olheiras embaixo dos seus olhos cor de mel e há rugas em sua pele morena.

– O que houve, Lauren? – pergunto.

– Ah, Annie... – ela suspira cansada. – A ultima pessoa no mundo que eu queria conversar sobre isso era você. Mas vamos lá... O orfanato irá fechar.

– O que? – pergunto sem acreditar no que ouvir.

– Estamos sem dinheiro, querida. Minha função é avisar a todos vocês que tem acima de quinze anos e ajuda-los a escolher seu futuro.

– E os que tem menos de quinze anos? E o Drew?

– Então... A sua situação é diferente. Pra onde você for, o Drew não poderá acompanhá-la. Ele vai ser transferido para outro orfanato, coisa que não pode acontecer com você. A menos que até o fim do próximo mês alguém queira adotá-lo e esse alguém seja bondoso o suficiente para te abrigar... Tenho medo que você tenha que se separar do seu irmão.

– O que? Eu não posso, Lauren! Meu irmão... – sinto lágrimas em meus olhos. – Meu irmão é o único motivo por qual eu luto.

– Annie, meu bem, escute...

– Eu não quero escutar! – falo com a mão nos ouvidos e balançando a cabeça. – Ninguém me separa do Drew. Ninguém. Nem que para isso eu tenha que fugir!

– Você não...

– Eu vou pra praia, Lauren – interrompo-a. Sei que isso a irrita ao extremo, mas não quero nem saber. – Pode deixar que de noite eu volto. E é melhor que ninguém tente me impedir.

Saio correndo dali, batendo a porta com raiva. Drew tenta me parar, dizer que estou com cabeça quente e que preciso me acalmar. Mas ele não entende. Ando até a praia e em um canto afastado encontro uma grande rocha oca. Uma caverna. Vou até lá e me sento na água rasa, que bate em minha cintura agora. Dane-se minha roupa. Quem liga se ela vai ficar molhada ou não?

Penso em Tyler. Poderia pedir pros pais dele adotarem a mim e ao meu irmão. Não, não poderia fazer isso. Essa situação não tem saída. Não tenho dinheiro o suficiente para alugar um quarto, pagar minha escola e a de Drew. Bom... Poderíamos estudar em escola pública, mas com minha rotina, qual seria a chance de passar em uma faculdade depois?

Talvez seja melhor pro meu irmãozinho ser transferido. Ele poderia fazer amigos e até ser adotado. Estou sendo egoísta querendo que ele não vá. Afinal, eu preciso dele. Não ele de mim.

Escuto barulho da água em movimento e sei que alguém se aproxima. Na entrada da caverna um rapaz forte e de cabelos cor de bronze está parado. Não consigo ver muito bem sem rosto, pois minha visão está embaçada devido as lágrimas.

– Q-quem é você? – pergunto soluçando e com a voz chorosa.

– Finnick. E você?

– Eu não deveria falar meu nome para um estranho – falo e ele ergue as sobrancelhas. - O que faz aqui?

– Explorando. E você?

– Refletindo – respondo.

– Ou fugindo do mundo... – ele fala. – Algum problema?

– Não. E mesmo se tivesse eu não falaria pra você! Nem te conheço... – adeus Annie simpatia.

– Deixe-me ver se entendi... – diz ele sentando ao meu lado. – Você costuma vir aqui longe de todo mundo pra refletir e de tanto refletir acaba chorando... Sua vida é tão ruim assim?

– Pior do que você imagina – respondo recomeçando a chorar. – Me desculpe. Meu nome é Annie Cresta.

Enxugo as lágrimas e tento sorrir. Ao olhar para o rapaz quase tenho um treco do coração. Ele parece um deus grego e está perigosamente próximo de mim. Mais próximo do que qualquer outro menino ficou, até o Tyler que é meu amigo há anos. Ele é musculoso, percebo. E seus olhos são tão verdes quanto os meus. Ou mais. Talvez, tão verdes como o mar. Sim, onde eu moro a água não é aquele azul cristalino perfeito que aparecem nos filmes, a água é aquele verde misterioso que só minha cidade pode oferecer. O verde perfeito. Assim como seus olhos.

– Que bonitinho... Você está corada! – ele diz rindo pelo nariz. – Então Annie, quer dividir?

– São problemas demais pra dizer em apenas uma tarde – respondo. – Mas obrigada por se preocupar.

– Se não quer falar, pare de chorar pelo menos – ele fala. - Quer nadar um pouco?

– Eu... Meio que não sei nadar – falo corando novamente.

– Venha. Vamos resolver esse problema – ele estende a mão.

Sinto-me desconfortável, é verdade. Pegar na mão dele assim, mas... Não sei, algo em mim diz que não tem problema. Então, deixo ele me guiar. Primeiro, ele me deixa flutuando sobre a água calma. Depois, mergulha comigo e me ensina a prender a respiração. Logo a noite cai e eu aprendo a nadar.

Ao sair do mar toda a minha tristeza volta. O orfanato, Drew... Terei que enfrentar isso. E quando meu irmãozinho perguntar o que aconteceu, o que direi a ele?

Sinto a areia grudando em meu pé molhado e o frio da noite me atinge em cheio. Ao chegar na calçada encontro um menino de aproximadamente dez anos sentado no banco. Um menino de cabelos negros e rebeldes que está usando a mesma roupa que meu irmão usava de tarde. O menino corre em minha direção e me abraça apertado.

– Annie, onde você estava? – ele pergunta soluçando e então percebo que não deveria ter fugido assim. Tarde demais.

– Drew... – passo a mão em seu rosto. – Desculpa, desculpa, desculpa.

– Eu fiquei preocupado!

– Tem certeza que você que é o irmão mais novo? – pergunto sorrindo e ele sorri de volta.

Ao meu lado, Finnick observa a cena talvez se perguntando o que está acontecendo aqui. Drew nota sua presença e me vejo obrigada a apresentar um ao outro. Caminhamos até um quiosque na beira-mar e Finnick pede um suco pra nós três.

– Porque você fugiu, Annie? – Drew pergunta.

– Lauren... – hesito. – O orfanato faliu, Drew. Você vai ser transferido para outro orfanato e eu... Bom, vou continuar trabalhando na McDonald’s, quem sabe.

– Vocês... – começa Finnick.

– Somos órfãos? Sim. Drew tinha um ano quando papai e mamãe morreram em um acidente – falo. – Drew? Você está bem?

– Eu não quero ficar longe de você, Ann – ele responde começando a chorar.

– E você não vai. Vamos dar um jeito – respondo enxugando suas lágrimas. - A gente pode fugir e com o dinheiro da mamãe e do papai que estava guardado para nossas faculdades, a gente pode alugar um apartamento por um tempo. Eu não vou te deixar, pequeno.

– Eu queria poder ajudar – fala Finnick.

– Tudo bem, Finnick. Não se preocupe, não é sua obrigação e nós acabamos de nos conhecer – sorrio e Drew concorda com a cabeça.

– Sabe... Eu nunca conheci alguém como vocês. Você são tão... – ele fala e parece tentar buscar a palavra certa. – Vocês têm um coração enorme, sabiam?

– Mas não fizemos nada para você, cara! – Drew diz olhando-o desconfiado. – Por acaso tá elogiando a gente porque quer “pegar” minha irmã?

– Drew! – reclamo com ele.

– Bom, não vou mentir que quero sim beijar sua irmã – ele diz e eu arregalo os olhos, corando. – É brincadeira, Annie.

– Acho bom – Drew fala bancando o irmão ciumento e agradeço-o mentalmente por ter respondido, eu não saberia o que responder. – Acho melhor irmos, Annie. Está tarde.

– Tem certeza que ele é o irmão mais novo? – Finnick pergunta.

– Faço essa pergunta todos os dias.

Agradecemos Finnick pelo suco e antes de ir embora, o deus grego (Ops!) insiste para nos acompanhar até o nosso orfanato. Caminhamos em silêncio, cada um perdido em seu pensamento e logo, eu e Drew estamos sentados no sofá da sala, assistindo mais um filme de comédia e comendo pipoca.

– Então... Bonito o Finnick, hein? – Drew fala e eu coro.

– Nem percebi...

– Ora Annie Cresta, eu posso ter dez anos, mas não sou burro.

– Ok, senhor espertão, vamos voltar ao filme...

Não deu nem dez minutos e meu irmão já dormiu em meu colo enquanto eu bagunçava delicadamente seus cabelos. O pego no colo, como todas as noites faço e o coloco na cama, me despedindo com um beijo na testa. Não quero dormir no meu quarto hoje, não quero deixar meu irmão.

Sem perceber, me encaixo debaixo das cobertas do meu irmãozinho e durmo abraçada com meu pequeno.


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Notas finais do capítulo

Ficou muito ruim? Comentem, pfvr *----*
Beijos!