Ainda A Única escrita por woozifer


Capítulo 10
Visita inesperada


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se houver erros.



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- Hum... Oi?

- Amigo? Que amigo é esse? É um amigo do sexo masculino? Eu apenas entendi errado? É aquele lá que acabou de gritar ali fora de sua Land Rover gigante? Qual o nome dele? O nome dos pais? Eu conheço os pais dele? Quantos anos eles tem? Ele tem moradia fixa e é autonomo? El... – minha mãe o interrompeu.

- Todd! – gritou ela e meu pai se calou, mas ainda me olhava sério, como se eu tivesse cometido um enorme crime, me encolhi diante daquele olhar – Deixa a menina falar! Então filha, era um amigo mesmo? Homem?

- Sim mãe – suspirei e tirei minha mochila das costas.

- Tudo bem, leve sua mochila lá pra cima, tome um banho, o jantar já está quase pronto, conversamos durante o jantar.

Assenti e baixei a cabeça enquanto subia as escadas de dois em dois degraus pra sumir da vista dos meus pais.

Tomei um banho lento, depois de me secar coloquei uma roupa qualquer, que não combinava nada com nada, calcei chinelos, desembaracei meus cabelos e os prendi num coque desarrumado, então desci.

Meus pais ainda usavam roupas comuns, e estavam apenas me esperando para começarmos a jantar.

Me sentei à mesa e fiquei calada, ocupando minha boca todo o tempo com comida e mais comida.

- Então Amélia, seu pai não te pegou na escola hoje mesmo, porquê? – disse minha mãe calmamente enquanto cutucava seu pedaço de lasanha com o garfo.

Segurei um suspiro e engoli um pedaço de lasanha, então falei:

- Porque um amigo meu me levou para tomar sorvete.

- Sorvete? Sorvete? Tá vendo Lilian! Ele já está levando ela pra tomar sorvete! O que vai ser depois!  - dizia meu pai todo desesperado.

- Fica calmo Todd! – disse minha mãe, mas ela parecia toda empolgada com a situação – Então Amélia, como é o nome do seu amigo?

- Chace.

- Ele tem quantos anos? – interrompeu meu pai.

- Ele está na minha turma de Química, pai.

- Então tem sua idade?

Eu não sabia a resposta, realmente não sabia quantos anos ele tinha, então só dei de ombros e meus pais consideraram aquilo como quiseram.

- E depois do sorvete, o que vocês fizeram? – perguntou minha mãe, largando completamente a lasanha e me olhando na expectativa.

- Ele me trouxe pra casa.

- Você usou o cinto de segurança? – disse meu pai sério.

- É claro, pai.

- Bom, bom, e ele, usou o cinto?

- Não reparei, mas acho que sim.

- Porque não reparou? Não estava prestando atenção nele pra isso? Estava olhando pra outro lugar, por acaso? – ele me olhava de forma acusadora.

- Sim – falei e ele ficou boquiaberto – pra frente.

Continuei a comer e eu já tinha terminado meu gigante pedaço de lasanha quando ouvi meu pai decretar:

- Você precisa de um celular.

- Preciso?

- Claro, você não deve ficar pedindo o celular dos rapazes emprestado, vou te dar um celular.

- Mas se ela tiver um celular, ela pode ter o número de outros rapazes e conversar com eles – disse minha mãe, meu pai desistiu da idéia na mesma hora, me segurei para não revirar os olhos e me levantei, levei meu prato e copo para a pia, minha mãe disse que ia me ajudar com a louça, já que meu pai tinha feito o jantar.

Meu pai se retirou e minha mãe me abraçou pelos ombros.

- Seu primeiro namorado! – disse ela só sorrisos, revirei os olhos.

- Ele não é meu namorado, mãe – falei enquanto ensaboava os pratos.

- Não? É o que então?

- Meu amigo oras.

- Amigos não levam amigas pra casa.

- Levam sim.

- Tá, levam, mas eles não as levam pra tomar sorvete.

- É claro que levam!

- Mas não a sós! Quando levam é um grupo inteiro que vai, e não só o amigo e a amiga.

- A senhora está me confundindo.

- Ok, tudo o que você precisa fazer é me contar tudo nos mínimos detalhes, vamos lá, ele é bonito?

Enquanto lavávamos a louça eu tive que descrever completamente Chace para a minha mãe, nos mínimos detalhes, tive que contar tudo pra ela da nossa ida a sorveteria, sem lhe esconder nada, a única coisa que encobri foi o fim da nossa ida a sorveteria, quando ele me deixou em casa e insistiu em me ver no dia seguinte.

Depois daquilo assistimos a tevê todos juntos e meu pai deixou de lado o assunto “amigo da Amélia”.

Mais tarde subi para o meu quarto e li na rede da varanda até sentir meus olhos pesarem, então fui pra cama e deixei a inconsciência me tomar.

Acordei na manhã seguinte com claridade nos olhos, me levantei, calcei os chinelos, coloquei de volta o sutiã e fui para o banheiro, depois de ter feito minhas necessidade, escovado os dentes, lavado o rosto, amarrado de novo os cabelos despenteados num coque e tal, desci ainda de pijama e chinelos, fui para a cozinha e olhei no relógio de parede, eram oito e meia.

Gemi irritada por ter acordado tão cedo, fui para a geladeira e vi um bilhete pregado à porta, o bilhete dizia que meus pais tiveram que sair muito cedo por emergências em seus trabalhos e que só voltariam a noite, revirei os olhos, peguei a caixa de leite, um copo, uma tigela, peguei a caixa de cereais no armário, e estava enchendo a tigela de cereais quando a campainha tocou.

Suspirei, larguei o que estava fazendo e fui para a porta, a abri com um puxão e quando vi quem estava do lado de fora me escondi atrás da porta.

- Bom dia Amélia! – disse Chace todo sorridente.

- Hm, oi o que está fazendo aqui? – resmunguei tentando esconder cada vez mais meu pijama constrangedor.

- Vim te ver, eu disse que viria.

- Eu não levei a sério.

- Enfim, posso entrar.

- Não! – falei rapidamente, ele ergueu as sobrancelhas – Estou de pijamas ainda Chace, volte a tarde.

- Você vai ter aula de francês a tarde –retrucou ele – eu não me importo se você está de pijamas.

- Chace, não.

Ele me ignorou e passou seu corpo esguio e musculoso pelo vão da porta, então sorriu para mim.

- Eu gosto de quadrinhos – declarou ao me ver com minha legging surrada e desgastada com onomatopéias.

- Hum, eu também.

- Então, seus pais estão em casa?

- Não, saíram – falei e fui me dirigindo para a cozinha, ele me seguiu- já tomou café da manhã?

- Já.

- Não vai querer me acompanhar no meu maravilhoso café da manhã de cereal então?

- É, eu te acompanho – falou e eu lhe indiquei uma cadeira, ele se sentou e senti seus olhos em mim enquanto eu andava pela cozinha pegando outra tigela e copo.

Coloquei cereal para nós dois e o leite, então peguei as colheres e lhe entreguei uma, depois que eu tinha dado umas duas colheradas, e Chace já estava no meio da sua tigela, eu perguntei:

- Você visita sempre suas amigas no sábado de manhã?

- Não tenho amigas, só você.

- Sei, então você visita, sei lá, seus amigos de manhã no sábado?

- Não – admitiu e eu ergui as sobrancelhas pra ele, ele olhou de relance pra mim e então fingiu estar muito concentrado no seu cereal enquanto suas bochechas coravam levemente.

- Fui a felizarda que você escolheu pra ver descabelada e de pijama então, legal isso – falei e ele revirou  os olhos.

Continuei a comer o mais silenciosamente possível, depois que terminou Chace ficou me observando, tentei não pensar muito naquilo e ignorar sua reação, quando terminei levei às tigelas a pia e enchi os copos com leite, apostamos corrida para ver quem terminaria o leite primeiro e ele ganhou.

- Eu deveria cobrar um prêmio por ter ganhado – disse Chace, me levantei e ele também.

- E o que seria? – perguntei curiosa.

- Não sei... Um beijo?

- É. Mas não apostamos. – falei seguindo para o hall de entrada com ele em meu encalço – Quer conhecer a casa?

- Safada, quer me levar pro seu quarto que eu sei – disse ele e eu bufei, então baixei o olhar quando senti minhas bochechas começarem a corar.

- Idiota – murmurei.

- Enfim, quero conhecer sua casa sim.

- Ok, vamos lá – enquanto eu lhe guiava pela casa ia falando dos respectivos cômodos – sala, a cozinha você já viu, aqui tem o quintal, - subimos as escadas- quarto dos meus pais, banheiro, meu quarto.

Quando abri a porta do meu quarto ele entrou – sem ser convidado- e começou a explorar as coisas ali, deixei que o curioso observasse meu guarda-roupa e minha escrivaninha, então ele foi para a varanda e se jogou na rede.

- Gostei desse lugar – disse ele.

- Eu gosto da rede – murmurei e seu sorriso se iluminou.

- Poderia... Esquece – ele mudou de idéia rapidamente e se levantou indo de volta para o quarto, quando passava por mim eu o parei me enfiando em sua frente.

- Poderia...? – indaguei.

- Esquece Amélia.

- Fala.

- Não, não quero levar mais um fora.

Deixei o assunto de lado e permiti que ele voltasse para o meu quarto.

- Então, pode almoçar comigo? – pediu Chace, me encolhi diante daquele pedido, eu não queria recusá-lo mais uma vez. Quando viu minha expressão ele suspirou e passou a mão pelos cabelos – Logan também vai vir.

Relaxei a postura ao saber que iria mais alguém e não só nós.

- Onde vocês vão almoçar? – perguntei enquanto me dirigia ao meu guarda-roupa.

- Então você vai?

- Não disse que vou, só quero saber onde é.

- Num restaurante no centro.

- Hm, acho que passo – falei pegando uma calça jeans, senti Chace se aproximar de mim pelas costas e comecei a me mover mais devagar enquanto procurava uma blusa.

- Ah Amélia – choramingou ele baixinho, mordi o lábio e continuei minha tarefa de achar algo para vestir, depois de um momento o braço de Chace passou entre os meus e  seu braço roçou no meu, crispei os lábios ao sentir seu toque quente e o vi retirar lentamente uma saia minha do guarda-roupa – porque não usa isso?

- Não gosto de saias – menti.

- Então porque tem uma?

Não respondi, o que o levou a rir.

- Você tem vergonha de mostrar as pernas? – disse incrédulo.


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Notas finais do capítulo

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