Não Olhe Para Trás escrita por Mnndys
Notas iniciais do capítulo
Não odeiem o Louis, ele é um príncipe, além do mais precisava aparecer alguém para balançar essa história.
- Vai sair? – Marie pergunta quando me vê secando o cabelo.
- Louis vem me buscar. – Conto. Ela dá um sorrisinho de felicidade. – Ele é só um amigo. – Acrescento.
- Não estou dizendo o contrário. – Ela fala. – Mas sei lá, de repente...
Marie deixa a suposição no ar, mas sei o que ela quer dizer.
Vi Louis duas vezes durante a semana, ele não tentou nada, porém deixou claro que estava interessado em mim.
- Eu não vou começar um relacionamento para depois ter que terminar. – Digo para Marie.
- Ou não vai começar por causa do Ethan? – Ela pergunta.
Desligo o secador e vou até a cama.
- Não tem Ethan. – Falo. – Ele é passado, lembra?
- Claro que sim, e você?
- Você sabe que eu já superei. – Afirmo ficando irritada com a insistência dela.
Era verdade, eu tinha superado Ethan, ele foi alguém que eu gostei e foi especial, mas acabou. Ou eu estava me forçando a acreditar que tinha superado. Apesar de eu ter que vê-lo pelo resto da minha vida porque ele é cunhado do meu irmão.
- Que bom, isso significa que se o Louis quiser ficar com você tudo bem. – Ela diz.
- Acho que sim, desde que não se transforme em namoro. – Confesso.
Se tinha algo que eu havia aprendido com meu relacionamento anterior era de que enquanto fosse sem compromisso meus relacionamentos duravam, mas quando se tornavam sérios eles acabavam.
- Aonde vocês vão? – Marie pergunta.
- Não sei ainda. – Digo.
Menos de dez minutos depois recebo uma mensagem de Louis avisando que está lá embaixo me esperando.
- Boa noite. – Digo para ele.
Louis me dá um beijo demorado na bochecha.
- Boa noite. – Diz depois.
Ele está me levando para jantar, uma das coisas boas em sair em Nova York com Louis é não se preocupar com o local, pois ele conhece os melhores restaurantes da cidade.
Paramos no estacionamento de um prédio na Quinta Avenida, fico confusa.
- Aonde é o restaurante? – Pergunto.
Ele aponta para cima.
- A melhor vista da cidade. – Diz em seguida.
Dou o braço para ele e vamos para o elevador. Não posso evitar um suspiro quando chegamos ao topo, o 230 Fifth é um lounge de dois andares com uma vista deslumbrante de Nova York.
A reserva é para o terraço. Fico feliz por ter colocado uma roupa bem quente. Vamos jantar com o Empire State Building de fundo.
- Gostou? – Louis pergunta quando estamos sentados.
- É lindo, não posso acreditar que não conhecia esse lugar. – Digo.
- Ninguém nunca consegue conhecer Nova York por completo. – Ele diz.
- Nem você? – Pergunto.
- Não, bem que eu queria. – Fala.
Ele me conta sob sua infância, a temporada que passou com a família na França, a faculdade de direito que acabou de terminar e a volta para Nova York. O jeito que ele ama sua cidade é encantador.
Estou com o os cotovelos apoiados na mesa e o queixo apoiado sobre as mãos, não me desprendo de nenhuma de suas palavras.
- Faz algum tempo que não vou lá. – Ele fala de repente.
Vejo que ele está olhando para algum lugar lá embaixo e faço o mesmo procurando o que pode ser.
- O Central Park? – Pergunto.
- Sim. – Ele olha para o relógio. – O ringue de patinação deve estar no auge.
- Então vamos lá. – Digo instantaneamente. Louis franze a testa. – Já terminamos de comer e além do mais eu nunca fui ao ringue.
- Nunca? – Ele pergunta. Faço que não com a cabeça. – Onde você vai em Nova York? – Pergunta exasperado.
- Hum, shopping. – Respondo.
Ele revira os olhos e chama o garçom para fechar a conta.
Louis me disse que há uma pista de patinação no complexo de edifícios onde o restaurante fica, mas a sua preferida é uma das que ficam no Central Park, o Wollman Rink. Vamos até lá e nem a neve caindo nos desanima.
O ringue não está muito cheio o que me deixa tranqüila. Nunca patinei antes em qualquer outro lugar que não fosse Aspen, e para falar a verdade não sou uma grande patinadora. Ao contrario de Louis que o faz com facilidade.
- Vamos Mia! – Ele incentiva.
- Eu estou indo, só não consigo fazer com rapidez. – Reclamo.
Ele está rindo.
- Algo que você não faça com perfeição... isso é novidade. – Debocha.
- Você vai ficar rindo ou vai me ajudar? – Pergunto fingindo irritação.
Ele chega mais perto e estica a mão para mim. Coloco a minha sobre a dele e me deixo levar.
Vejo um casal se comportando carinhosamente e quando uma melodia lenta começa a tocar ele puxa ela para uma dança. É romântico.
- É de Serendipity. – Digo quando reconheço a música.
- Você está exatamente onde o filme foi gravado. – Louis diz. Sorrio para ele e então me puxa para seus braços. – Dança comigo? – Pergunta.
- Eu não poderia negar. – Digo e me ajeito em seus braços.
Fecho os olhos e me deixo embalar apenas pelo som da música, mas aos poucos percebo que foi uma péssima idéia. Shawn Colvin canta e cada palavra vai me invadindo e transportando meus pensamentos para a ultima vez que dancei abraçada a alguém, Ethan.
Droga! Tenho evitado pensar nele por semanas.
A música está falando sobre não poder fugir quando se encontra o verdadeiro amor, alguém que te faça não querer esperar amanhã e que não vai te deixar ir. Bom ele me deixou.
Lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Solto um soluço baixo, mas Louis escuta e fixa seu olhar em mim.
- Mia o que... – Ele começa a perguntar, mas eu coloco a mão sob sua boca.
- Não. – Falo.
Louis segura a minha mão e a abaixa, em seguida se aproxima do meu rosto e eu não recuo. Afinal, mal não faria.
Ele me beija.
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