Meus olhos estão firmemente fechados, mas meus lábios ainda continuam se movendo contra os dela, eu não quero parar, mas tenho que me afastar quando o ar é necessário, eu olho para ela amedrontada, mas então eu percebi que Emma não fazia a mínima ideia do que tinha acontecido, ela apenas sorri suavemente para mim, o olhar dela é cheio de amor, que porcaria Swan, você me beijou e quebrou a minha maldição, oh não eu que a beijei, nós quebramos a maldição, então isso só podia significar que Emma Swan é o meu amor verdadeiro. Oh Deus! Me diz que isso não está acontecendo, por favor, me diz que eu bebi demais e que agora estou tendo alucinações, tudo menos isso.

Eu sabia que na manhã seguinte eu culparia o álcool e a falta de sono por minhas atitudes imprudentes, eu nunca quis beija-la, eu não sentia nada pela Emma, sentia? Claro que não! bom, talvez eu sinta alguma coisa, é, talvez eu a odeie menos agora, era isso, eu suspiro, quem diabos eu estou tentando enganar? Ela é o meu amor verdadeiro, isso significa que eu também a amo, vocês podem imaginar meu conflito interior nesse momento? Por que eu não podia ter a porcaria de uma vida normal como todo mundo tem? Outras excelentes perguntas eram: Por que diabos eu tinha que beija-la? Ou deixa-la entrar na minha casa de madrugada e ainda por cima bêbada? Oh céus, eu disse que a deixaria dormir no meu quarto, na mesma cama que eu? O que eu fiz? Por que eu fiz? Sério, Regina? Com tantas pessoas eu tinha que me apaixonar, sim apaixonar, mas não só me apaixonar, mas também ser o amor verdadeiro da filha da Snow? Ironia seu nome é Regina Mills.

- É como eu imaginava – Emma sussurra suavemente.

Eu começo a tentar me afastar dela, mas eu estou presa em seus braços, eu tinha que escapar dali, não deveria ter deixado aquilo acontecer, só podia imaginar que ia ser mil vezes mais dificil ser fria e fingir que não sentia nada pela Emma agora, principalmente após essa revelação bombástica que eu tive, porcaria.

- Regina? O que está acontecendo? - ela continuava sem entender.

- Sai de cima de mim – eu sibilei.

Ela olha para mim completamente confusa.

- Você me beijou, nós nos beijamos, foi incrível - eu tinha que concordar com ela -  Por que está agindo assim agora?

- Eu não queria que isso acontecesse, eu te desprezo, não quero nada com você.

- Eu sei que você não sente nada disso.

- Eu não gosto de você.

- Não, mas você me ama.

- Eu não te amo, Emma.

- Ama sim, você só precisa descobrir isso.

- Eu... Vamos entrar, está frio aqui fora – eu menti, Emma tinha o corpo dela sobre o meu, não existia frio entre os nossos corpos colados.

- Tudo bem, vamos – ela se levanta e me oferece a mão, eu afasto a mão dela e me levanto sozinha.

– É sério isso, Regina?

- O que, Miss Swan?

- Nós voltamos a escala zero? Você vai agir assim depois que me beijou?

- Swan, eu quero que esqueça que aquilo aconteceu, por que aquilo nunca vai se repetir, você me entendeu? – eu tento esclarecer as coisas para ela, ela me parecia impaciente, mas ao mesmo tempo pela expressão dela eu podia dizer que novamente ela não estava prestando a mínima atenção ao que eu dizia, essa audição seletiva dela me deixava completamente irritada.

Ela simplesmente sorri e me responde: Eu não sei se você me ouviu, mas eu te amo, eu não vou desistir de você, principalmente agora que eu sei que você sente o mesmo.

- Eu não sinto nada por você, por que não entende isso de uma vez?

- Você me ama, Madame Mayor.

- Eu não... Argh – essa insistência dela me irritava tanto.

- Você quer me beijar de novo, Regina.

- Isso é um absurdo.

- Será? – ela começa a se aproximar de mim, eu não reajo, ela envolve minha cintura e se inclina até que os nossos lábios estão quase se tocando, a respiração descompassada dela atinge meus lábios, ela me aperta mais em seus braços e completa a distância entre nossos lábios me beijando, eu finalmente reajo empurrando ela e dando-lhe um tapa.

Ela coloca a mão sobre a bochecha agora vermelha, eu me arrependo de ter feito isso, mas quando ela olha para mim eu fico surpresa pelo fato dela estar sorrindo – Valeu totalmente a pena – eu reviro os olhos impaciente e começo a me afastar, ela me segue, nós entramos em casa e subimos as escadas em total silêncio, eu entro no meu quarto ela entra logo atrás de mim.

- Você não vai dormir na cama comigo – eu tento estabelecer limites, mas é claro que é inútil.

- Tarde demais – ela se deita na minha cama, eu suspiro e também me deito.

- Fique longe de mim – eu tento ser severa.

- Tudo bem, mas se der vontade de dormir de conchinha eu estou aqui – por que ela tinha que fazer piadinha de tudo? Eu não respondo, apenas me viro dando as costas para ela.

 - Boa noite, Gina – eu olho para ela, exasperada, agora ela ia me chamar de Gina? Era só o que me faltava, eu tentei ao máximo não demonstrar raiva por que se ela soubesse que me fazia raiva ia continuar com isso, eu tenho que assumir que falhei um pouco nessa parte...

- É Madam Mayor para você miss Swan! – eu quase grito.

Ela levanta as mãos – Ei, se acalme, Gina, você não quer acordar o nosso filho.

- Arghh... Vá dormir Miss Swan!

- Tudo bem, tudo bem, só tenho uma pergunta a fazer.

- O que quer saber, Emma?

- Você vai me dar um beijo de boa noite? - ela me olha fazendo uma carinha completamente adorável e com aquela inocência fingida de sempre.

Eu me abstenho de responder, me viro novamente e fecho os olhos, imaginando que quando eu os abrisse novamente acordaria daquele pesadelo, então eu não teria quebrado minha maldição beijando a filha da minha inimiga Snow White, nem descoberto que ela é o meu amor verdadeiro, vocês já pararão para imagina Mary Margaret sendo a minha sogra? Oh céus.

- Gina? – ela sussurra me tirando de meus pensamentos e eu a sinto se aproximando de mim, por que ela não podia respeitar a distância? Eu sinto o corpo dela colado em minhas costas, meu coração se acelera terrivelmente, eu fecho meus olhos quando sinto o braço dela envolver a minha cintura então ela me dá um beijo suave no topo da cabeça – Boa noite futura Regina Swan-Mills – eu deveria estar irritada por ela pensar que um dia ia se casar comigo, mas o sentimento que toma conta de mim é completamente diferente, aquele frio no estômago, meu coração que batia desesperadamente, eu quase sinto falta do calor dela quando ela se afasta de mim.

- Emma... – eu me viro e chamo por ela insegura, ela rapidamente se aproxima de mim e me toma em seus braços e pressiona os lábios dela contra os meus, dessa vez eu não resisto e logo estamos nos beijando apaixonadamente, eu me aperto contra ela, ela me puxa impossivelmente perto.

Novamente, não era assim que eu esperava que a noite acabasse, Emma não deveria estar aqui em meu quarto, mas ela estava, enquanto ela me beijava com todo amor que sente por mim, eu percebi que era inútil tentar fugir daquilo, Emma Swan era o meu amor verdadeiro, de certa forma ali entregue nos braços dela eu me permiti sentir, nunca tinha sentido nada assim tão bonito na minha vida, quando nos separamos para respirar ela olha em meus olhos, então aquelas três palavras deixam os meus lábios, tão natural como respirar.

- Eu te amo – ela olha para mim completamente emocionada e me beija  novamente e novamente e outras vezes.

- Eu sabia que você me amava - Emma sorri confiante, eu não posso evitar em sorrir também, eu tinha dito que não estava preparada para o que me aconteceria, mas eu não podia negar que estava feliz, fazia anos que não me sentia tão bem.

Ela beijou meu cabelo e eu deitei minha cabeça em seu ombro, eu dormi nos braços dela naquela noite, em toda minha vida nunca tinha me sentido tão segura e amada, eu podia esquecer de tudo, da maldição, de quem Emma era filha, do que aconteceria quando todos descobrissem, eu me permiti ficar aquele momento em paz, mas eu deveria saber que o que aconteceria amanhã me caçaria até em meus sonhos.