— Eu ainda não acredito que o Wilden está morto. – Disse Spencer passando as mãos em seus joelhos se sentindo idiota por falar aquilo. – É tão estranho.

— Nós vimos o corpo dele, Spencer. – Aria olhou para a amiga balançando a cabeça e sem acreditar que aquilo havia mesmo saído da boca dela.

— Nós vimos Alison, mas vocês não acreditam. Por que temos que acreditar que o Wilden está mesmo morto? – Hanna falou pela primeira vez desde que chegaram à casa de Spencer. – Ela está viva.

— Eu não disse que não acredito nisso. Eu apenas disse que pode ter sido uma alucinação.

Aria não queria dizer para as meninas, mas ela sentia medo de que aquilo fosse verdade. Que sua melhor amiga na verdade estava apenas forjando sua morte durante todo esse tempo.

— Vocês já pensaram em como seria perfeito se ela entrasse por aquela porta e falasse que foi tudo uma brincadeira?

Emily estava assustada por encontrar o corpo de Wilden no porta malas da viatura, mas a possibilidade de ver Alison viva enchia seu coração de esperança.

— Não viaja, Em. – Spencer se levantou e foi pegar outra xícara de café. – E se Ali realmente estiver viva, duvido que esteja ao nosso favor.

— Ela nos salvou. – Emily deu um sorriso ao ouvir Hanna falar aquilo. - Talvez ela ainda nos ame e queira que a gente descubra alguma coisa pra deixá-la voltar.

Aria se levantou do sofá, pegou sua bolsa e disse:

— Vocês estão fora de si. – Ela abaixou sua cabeça e lembrou-se de quando Ali falava coisas legais pra ela, e do abraço que fazia qualquer um se sentir seguro. – Seria ótimo ter ela de volta, mas isso não vai acontecer. E eu vou pra casa antes que fique louca assim como vocês. - Ela engasgou quando percebeu que aquilo fez Spencer ficar desconfortável. – Sem ofensa, Spence.

— Pra onde você vai? – A loira observou ela caminhar até a porta. – Você vai para o funeral.

— Acho melhor todas nós irmos. – Spencer se apressou em falar. – Assim ninguém ficará falando de nós pelas costas.

— Claro. – Aria concordou e sorriu.

— Como se ningém não fosse cochichar e se cutucar a cada movimento nosso... – Hanna checou seu celular para ver se sua mãe, Ashley tinha ligado ou enviado uma mensagem. – Rosewood é a cidade dos curiosos e indiscretos, lembra?

Elas riram e Aria saiu pela porta da frente da casa dos Hastings. Ela precisava de ar, precisava de um abraço, mas lembrou que o seu Ezra não era mais dela.

O celular começou a vibrar dentro de sua bolsa. Com dificuldade procurou por ele até pega-lo em suas mãos e ver que era uma mensagem. Era seu irmão mais novo.

“ Hey Aria! Esses tempos aqui foram ótimos, mas que tal me pegar no aeroporto hoje a noite?”

Ela sorriu ao ler o texto. Sua vida não estava tão ruim assim, Mike estava voltando. Ela prontamente respondeu:

“Wow! Você vai voltar. Ok! Eu estarei lá. Amo você, Mike.”

Ela guardou seu celular em sua bolsa de novo, mas logo quando ia voltar a seguir seu caminho o celular vibrou novamente. Era de um numero bloqueado:

“O irmão mais novo voltando para Rosewood e o seu coração indo cada vez mais para o fundo do poço. Boas vindas ao Mike por mim. –A”

Aria estava em choque. Ela fechou os olhos rapidamente e lembrou de que quando estava dopada por Meredith ela viu Alison, e ela disse: “Eu pareço morta pra você?” E realmente não parecia.

Alison estava viva. Hanna não estava imaginando coisas. Agora estava tudo claro. Nunca esteve morta, mas não poderia contar para ninguém o que estava acontecendo.

...

Hanna e Emily já estavam na casa dos Fields. Pam, mãe de Emily estava na delegacia. A misteriosa morte do detetive Wilden deixou toda Rosewood em estado de alerta.

A loira estava em meio a uma bagunça de roupas procurando por um vestido preto ideal para ver o maior babaca de Rosewood ir para a cova. Já Emily estava olhando através da janela. Perdida em pensamentos, ela estava em outro planeta... Até que o bipe de seu telefone a puxou de volta para a vida real. Era uma mensagem de CeCe:

“Diga que o que eu vi no noticiário é verdade. Eu estou em Ravenswood e se for mesmo verdade... Eu posso tirar o meu pijama e colocar um pretinho básico.”

Emily riu da forma que ela estava falando sobre um funeral. Funeral de um cara que ela conhecia a um bom tempo. Respondeu com um simples “É verdade.” e voltou a se perder em pensamentos e a lembrar de momentos felizes que ela viveu. Emily se perguntava se elas não tinham o direito de ser felizes.

— Achei um vestido perfeito! – Hanna gritou entusiasmada. – Olha... O que acha?

— Você vai quase nua? É um enterro, não um show da Britney.

— Mas ele é longo. Vai até cobrir um pouco do meu salto.

— É um pouco transparente de mais, Hanna.

— Não ligo. Vou usá-lo. – Ela deu um sorriso e mostrou a língua para Emily. – E você, o que vai vestir?

— Algo preto. – Ela estava muito quieta. Hanna estava ficando preocupada.

— Eu achei que você usaria vermelho. – Ela disse com ironia. – Seria incrível.

Emily deu uma risada e se levantou indo até o seu guarda roupa.

— Não me julgue. Você teria usado vermelho no do Ian se sua mãe tivesse permitido.

Ela jogou um travesseiro em Emily e gritou:

— Cala a boca!

As duas começaram a gargalhar e a procurar algo para Emily vestir.

...

E ali estavam às quatro garotas que mais guardavam segredos em Rosewood. Aria, Hanna, Spencer e Emily entraram na igreja com seus vestidos de marca e seus sapatos caros, mas aquilo não as tornava perfeitas e impecáveis.

Elas olharam por toda parte e viram rostos conhecidos. Jenna, os pais de Emily, os de Aria, e a mãe de Spencer. Ashley ainda não havia chegado a Rosewood, o que deixava Hanna ainda mais apreensiva.

“O senhor dá, E o senhor tira...”

O padre disse, enquanto cada cidadão de Rosewood fazia o sinal da cruz. Aquilo era tão parecido com o dia em que elas foram ao funeral de Alison. A diferença era que antes elas estavam no funeral de alguém que elas amavam, e agora era de alguém que elas desejavam nunca ter conhecido.

Ao sair da igreja elas escutaram uma voz grossa e arrogante falar o nome de cada uma:

— Emily, Spencer, Aria e Hanna! – Um homem alto, do cabelo castanho e com um terno preto estava indo em direção a elas. – Eu sou o novo detetive.

— É um prazer. – Spencer disse secamente. – Mas não podemos conversar agora.

— Claro. – Ele deu um sorriso e passou a mão nos cabelos. – Vocês serão chamadas em breve. Quero ouvir tudo sobre Alison DiLaurentis, Ian Thomas, Maya StGermain, Garrett Reynolds e Wilden. – Ele colocou as mãos nos bolsos da calça e continuou. – Eu só queria me apresentar.

Ele era tão assustador quanto Wilden, aquilo as deixou procupadas. Mas uma coisa fez aquilo ser o menos assustador de tudo. Os quatro celulares tocaram em uníssono.

“Mais um gostosão para bisbilhotar nossos segredos meninas. Quem vai conseguir dormir em paz hoje à noite? Eu posso apostar que o Wilden já está dormindo. –A”

...

— Duncan! – Alison pegava algumas coisas que estava em sua gaveta colocado tudo em uma mala. – Eu preciso visitar Rosewood.

— Mas pra que? – O loiro e forte rapaz se levantou do sofá e parou na porta do quarto dela. – Você tem certeza que o tempo está bom?

Ela olhou pra ele, caminhou até a cama e sentou-se dando um sorriso e dizendo:

— E o que nunca vai está fabuloso para nós?

Ele se sentiu o cara mais sortudo do mundo em ouvir Ali falando “nós.” Ela estava só brincando com ele, mas era bom mesmo que por brincadeira se sentir o cara de Alison DiLaurentis.

— Então... Vamos para Rosewood!

Ele disse de forma animada e piscou o olho para ela.

— Isso vai ser maravilhoso. – Ela pegou a mão dele e o puxou para um abraço. – Obrigada Duncan.

Ele gostava de ter ela em seus braços. Sentia-se um herói que tinha acabado de salvar a mocinha do filme, mas a vida não era um filme. E Ali iria se arriscar mais uma vez em Rosewood.

— Vamos jogar. – Ela vestiu o casaco vermelho e colocou o capuz. – Hanna precisa ver uma coisa.