POV'S Narrador

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Quando Renesmee acordou, sua cabeça doía. A dor latejava terrivelmente em sua cabeça. Seu corpo também não estava de bom agrado, ele estava comovido por uma dor forte e aguda, e quando se mexia, simplesmente piorava.

Ela não queria abrir os olhos, a escuridão lhe reconfortou por todo o tempo, não estava pronta para abandoná-la no momento.

A última coisa que se lembrava era de vultos dançarem diante de seus olhos, e, depois, de sua ingênua amiga a chamando para uma viajem em sonhos confortáveis e magníficos, e não a pesadelos monstruosos e perturbadores. Ela queria acreditar que tudo o que passara fosse uma alucinação, um delírio, mas as dores nos braços e a brisa que se desmanchava em seu rosto diziam o contrário.

Quando se sentiu pouco consciente percebeu seu corpo em movimento, logo depois, vozes familiares.

Eu não gostaria de pensar no que poderia acontecer - A voz próxima disse.

Não pense - A outra respondeu, grave e indiferente - Já falou com o Carlisle?

Já sim - A primeira voz prosseguiu em tom relutante -, ele disse para irmos direto para o hospital. Nós o encontraremos lá.

Silêncio. Percebendo que nenhuma voz soaria no meio tempo a garota teve coragem de abrir seus olhos. Demorou alguns segundos para que sua visão se acostumasse com a noite, mas quando feito, viu o dono da primeira voz, que era a mesma pessoa que a envolvia em seus braços quentes. Quando o garoto de rosto jovem e cabelos negros percebeu que sua amiga abrira os olhos ele sorriu. O sangue que lhe escorria no canto da boca se curvou junto ao gesto.

O garoto disse algo, mas Renesmee não escutara direito. A voz parecia distante igual agora a sua visão e consciência.

Era a escuridão lhe chamando novamente, fazendo com que a menina se entregasse mais uma vez, e de muito bom agrado.

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POV'S Renesmee

Quando acordei pela segunda vez sentia minha cabeça pulsar terrivelmente, meu corpo ainda parecia gritar por socorro. Minha boca e garganta estavam secas, e eu estava faminta.

Depois de longos minutos, senti-me normalmente forte para me sentar sem vomitar ou causar mais dores no corpo.

Eu estava deitada em uma cama não muito confortável coberta por lençóis brancos. O travesseiro era macio, e as paredes do quarto eram de cores verde claras e branco. O chão era de um tom manchado e havia uma cômoda de carvalho no pé da cama com uma televisão ligada em volume baixo. O quarto tinha um cheiro forte de álcool que penetrava no nariz, fazendo-o coçar.

Quando olhei para os meus braços vi que eles estavam protegidos com gazes brancas que continham algumas manchas avermelhadas. Pondo uma das mãos no pescoço senti uma dor aguda. Eu não duvidava muito que a volta dele estivesse roxa.

Depois de alguns segundos tentando desvendar o que realmente acontecera a porta do quarto foi aberta, e então o garoto moreno que eu vira pela última vez atravessou a soleira.

Você acordou! - ele disse, sorridente - Você ficou apagada por horas, não sei se foi o medicamento pra dor que o seu avô te deu ou se foi por outra causa.

Quando ele se sentou ao meu lado deu para perceber melhor sua aparência. Seus olhos estavam inchados como se não tivesse dormido, seu cabelo estava sujo e ele parecia usar qualquer camiseta que vira na sua frente. O sangue que escorria de sua boca pareceu ter sido limpado, mas havia três pequenos arranhões enfileirados em sua bochecha.

Apontei para o seu machucado no rosto e ele o tocou com uma das mãos, como se não soubesse que o arranhão estivesse lá.

Não está pior que o seu - disse - Ele apenas conseguiu passar suas garras de raspão no meu rosto, e não crava-las até conseguir ver carne viva.

Espera um minuto... Do que você está falando, Seth?

De repente sua expressão ficou coberta por dúvida.

Você não lembra? - Seth perguntou, ajeitando-se ao meu lado, fazendo com que a cama soltasse um rangido.

E deveria? - fiz uma careta - Do que você está falando afinal? Como assim "Ele apenas conseguiu passar suas garras de raspão no meu rosto"?

O seu amigo, eu criei o fim dele - Seth passou a mao na nuca - O Jake me mandou uma mensagem, não muito bem explicada, do que estava acontecendo. Segui a pegadas de vocês e quando já ouvia vozes vi o tal guia que ele citou. Eu não precisei lê-lo é claro, o Jake disse pela mensagem o que eu realmente deveria fazer. Quando cheguei lá o Jacob estava impune de um lado e você sangrando do outro. - ele sorriu, olhando para a parede, suponho. - Não precisei de um machado para rasgar-lhe a cabeça, foi bem mais fácil com os dentes. Não sei como consegui... voto em pura sorte.

V-Você... - gaguejei, fazendo com que Seth olhasse novamente para mim - Você matou ele? Você matou o Elliot!?

De nada.

Encarei-o.

Mas como? Eu não consegui, o Jake não conseguiu... - e então sussurrei: - ...nem o Rick conseguiu.

Mantive cautela. Tomei a forma de lobo e fui pelo escuro - Seth suspirou -, e então avancei nele.

"Na primeira vez ele percebeu, fomos para o chão e o seu "amigo" me arranhou. Consegui encurralá-lo e arranquei-lhe a cabeça - ele riu, novamente com o olhar desviado, como se lembrasse da cena - Foi tudo tão rápido. Eu liguei para a Leah e disse que você e o Jake precisavam ir no hospital. Você com seus braços jorrando sangue e o Jake com a cabeça ferida."

"Contei os detalhes de que ela precisava saber e então pedi para que ela ligasse para o Carlisle. Ah, e pro Sam, afinal, eu não conseguiria levar duas pessoas do fim do mundo até em casa, e depois para o hospital"

Então, quando acordei, era com o Sam que você estava conversando?

Seth pareceu pensar, então respondeu:

Isso...

Fiquei em silêncio tentando processar todas as informações, não conseguia acreditar que tudo aquilo acabaria dessa maneira.

Seth voltou a me encarar, parecendo perceber as lágrimas que brotavam dos meus olhos. Ele sorriu, levando uma das mãos para enxugar as minhas bochechas, mas eu o impedi, entrelaçando meus braços ao se corpo, ignorando a dor que a ação causara.

Como algum dia vou poder retribuir isso? - perguntei logo depois que ele me soltou.

Me ajudando na cozinha de novo. - Seth riu - Dessa vez faremos panquecas.

Dessa vez ele que me abraçou. Quando olhei para o canto do quarto, perto de um pôster próprio do hospital, avistei alguém. Sua pele pálida brilhava com a iluminação branca da lâmpada. Seu sorriso se abriu quando percebeu que eu o encarava.

Vou falar para o seu avô que está acordada - Seth me soltou - Quer que eu traga alguma coisa pra você comer?

Tudo bem, pode ser - respondi.

Seth saiu do quarto, deixando com que Rick se aproximasse.

Oi - sorri.

Você conseguiu! - Rick pareceu impressionado.

Nós conseguimos - corrigi-o - todos nós.

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Duas semanas. Já fazem duas semanas que não tenho pesadelos, e se tenho, não são enigmáticos e reais. Realmente, acabou.

Eu também nunca mais vi o Rick. Depois daquele dia no hospital ele desapareceu. Deduzi de que ele já estivesse em paz com sua esposa. Espero vê-lo novamente, afinal, uma amizade não se pode acabar tão rápido.

Andrew melhorou nesse meio tempo. Ele foi liberado a dois dias do hospital. Leah e ele começaram algo sério, e ela me parece bem. A memória do dia do ataque não foi recuperada. Penso que assim é melhor, afinal, ninguém gostaria de ter uma lembrança horrível, igual a qual ele deve ter passado, e, já que Elliot está morto, ele não teria mais problemas de descrever um retrato falado.

Em por falar no meu maior pesadelo...

Os policias e a pericia encontraram o corpo de Elliot perto da cabana, o corpo e a cabeça. Eu apenas soube disso, e acredito que não seja mais problema meu.

Agora que a paz voltou em minha vida consigo dar novamente mais importância para as coisas que amo.

Voltei a passar mais tempo com meus pais e minha família. Tenho as minhas aulas diárias com meu pai, faço provas de moda com minha tia Alice, assisto jogos com meu tio Emmett, entre outras coisas.

Ah! Também voltei a ir para La Push. Dessa vez o Jake também me leva nos finais de semana e o Seth decidiu que iria me ensinar a jogar vôlei com eles e os meninos. Já o venci várias vezes, e no domingo iremos fazer brigadeiro.

Meu relacionamento com o Jake - assim como o da Leah e do Andrew - evoluiu. Quando ele foi liberado antes, me levou flores, rosas, e ficou comigo cada segundo. Seth também não me abandonou, nossa amizade é a melhor que eu poderia ter.

No que está pensando? - ouvi uma voz, fazendo com que eu me distraísse dos pensamentos.

Nas duas últimas semanas - respondi, tirando minha franja dos olhos -, e no quanto eu te amo.

Jacob me puxou para mais perto e eu me derreti em seus lábios. Minutos depois ele apertou sua testa contra a minha.

Também te amo - Jake se afastou - e tenho uma surpresa.

Sério? - sorri - Terei que adivinhar ou você será direto?

Serei direto - ele desencostou do sofá da sua casa, puxando algo de trás da almofada que também apoiava suas costas.

Ele me entregou a caixinha com um sorriso nos lábios.

Sherlock Holmes? - perguntei, abrindo a caixa de DVD.

Sim - Jake respondeu - Tentaremos de novo, mas dessa vez, com o filme certo.