Não esqueçam de ler as notas do capítulo, é lá que o autor pode interagir com os leitores.

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Os meses se passaram. As férias do meio do ano escolar estavam chegando. Como estávamos? Eu e Luke continuávamos iguais, com algumas briguinhas... Mas tudo tranquilo. Percy e Annabeth do mesmo jeito, e Nico estava sendo um ótimo amigo. Faltava uma semana para as “pequenas” férias, e é claro que rolaria uma festa.

A escola estava totalmente animada. A galera que não era da nossa série faria suas próprias festas. Luke era uma das pessoas que organizavam tudo, bebida, comida, aonde seria, quem iria. Ué, como quem iria? Eu não me metia nesses assuntos, só me certifiquei de que meus amigos estariam lá também.

Na sexta feira anterior á festa, eu, Annabeth, Percy e Nico fomos ao shopping comprar alguma coisa. Os meninos foram só para dar um Okay. Eu até chamei Luke, mas Percy se recusou a ficar mais do que cinco minutos perto dele.

– Anne, olha esse – puxei um vestido azul marinho. Annabeth analisou o vestido, e seus olhos brilharam. Com certeza seria esse, mas mesmo assim ela levou outros dois para provar. Dentre os quatro que eu fiquei na dúvida, o que eu mais gostei foi um preto não muito colado. Quando saí para mostrar para os meninos, Nico parecia tentar tirar os olhos de mim, e Percy ficou vermelho, olhando nos meus olhos e fazendo O.K com a mão.

Annabeth parecia uma princesa de tão bonita no vestido que eu mostrei para ela. Percy podia ter me poupado de seu olhar malicioso para a mesma. Depois, fomos comer alguma besteira no Shopping. Claro, guardar energias e calorias para gastar no dia seguinte.

– Eu não vou – Nico disse, engolindo seu McLanche Feliz.

– Por que, Nico? Vai ser legal! – Percy bebia tranquilamente seu suco azul.

Nico revirou os olhos e o encarou.

– Nossa, vai ser super legal. Vocês todos com acompanhantes, se pegando, transando, bebendo e eu lá mofando na casa do Castellan. Super divertido.

– Eu levo McLanche Feliz para você. – Percy falou.

– Cara, prefiro comer meu maravilhoso sanduíche de queijo e carne dentro de casa jogando vídeo game, obrigado.

– Nicholas, você precisa interagir mais! - Percy apertou o braço dele, e começou a falar olhando para o horizonte - Daqui há alguns anos nós iremos para faculdades diferentes, e lá você não terá nós três para interagirmos com você! Mas com certeza tem gente nessa festa que irá para a mesma faculdade que a sua, gente com fama, gente que poderá fazer você se dar bem na faculdade. Com isso, Nico, você precisa ir para a festa e se relacionar com essas pessoas.

– Ainda prefiro ficar jogando GTA 5. - Nico deu uma mordida em seu sanduíche - Os gráficos são fodas.

– Foda é você faltar a foda da festa que vai rolar.

– Vocês só vão porque a Thalia e o Castellan se fodem, só por isso.

O sanduíche desceu de mal jeito pela minha garganta, fazendo com que eu engasgasse.

– Ei, não precisa ser tão grosseiro.

Nico deu de ombros.

– Sou realista, apenas.

Annabeth empurrou o próprio celular para minha frente, e lá tinha no rascunho dizendo:

vamos viver, e transaaar, não importa qual seja o diaaaaa

Apaguei o rascunho, segurando o riso e escrevendo:

eu realmente sinto falta da sabidinha n maliciosa.

Ela riu e respondeu:

culpa do cabeça de alga

– Vocês estão tão animadinhas nessas mensagens, também quero saber o que é – Percy tentou puxar o celular da minha mão, mas puxei para mim e entreguei para Annabeth novamente.

– Você é um filho de peixe um tanto quanto intrometido.

Percy olhou para mim, com um olhar malicioso. E eu entendi a piadinha.

– AI MEU DEUS SAI DAQUI – gritei, rindo.

– Como se você e o Luke não fizessem toda hora – Percy disse.

– Não... – comecei a falar, depois parei e olhei para ele – Já falei que não precisa ser grosseiro com as palavras. E como vocês sabem a quantidade de sexo que eu e Luke fazemos?

Percy sorriu e botou a mão na coxa de Annabeth.

– Sinto cheiro de sexo.

– Isso é nojento – Nico olhava para nós três como se fossemos alguma doença contagiosa.

– Para a sua informação, eu não faço taaaaaaanto sexo. - Percy começou a rir, e eu tive que me controlar para não rir junto - Você e Annie fazem tanto assim pra você sentir o cheiro?

Annabeth ficou vermelha, desbloqueando o celular e procurando um jogo para jogar.

– tsc tsc tsc – balancei a cabeça de um lado para o outro – Annabeth, sua safada. Vou te levar algumas vezes na igreja confessar seus pecados!

– Não deixariam você entrar, Thalia! – Annabeth brincou, sem tirar os olhos do celular.

– Eeeeeeeu? Sou uma virgem que não malicia ao ouvir alguém falando o número 24.

Percy e Nico riram, e Annabeth franziu as sobrancelhas pensando por algum tempo.

– Sério Annabeth – suspirei – você parece uma virgem sem saber as piadinhas maliciosas.

– Eu só não fico me preocupando em saber besteiras, Thalia. Agora me expliquem a maliciosidade no número 24.

– Vinte quatro: vim de quatro. – falei. Percy e Nico sorriram entre si – Se vocês dois puserem para fora o pensamento impuro dos dois sobre a minha pessoa eu acabo com vocês.

Percy e Nico deram de ombros, sorrindo. Annabeth revirou os olhos resmungando alguma coisa sobre ser revoltada com a malícia na cabeça das pessoas, e que como um simples número sofresse pela idiotice das pessoas. Percy e sua namorada entraram numa pequena discussão sobre isso, e eu só ficava rindo. Era cada coisa mais idiota que eles falavam, todas as pessoas a nossa volta olhando com a sobrancelha erguida ou com um nojo estampado na cara.

No final um acabou xingando o outro, ignorando a existência. Tão criancinhas.

– Estou indo buscar o carro – Percy avisou, puxando Nico com si.

– Percy é tão criança. – Annabeth disse, após os dois se afastarem.

– Você que começou a discutir com ele por causa de uma brincadeira.

– Uma brincadeira ridícula de adolescente de 12 anos que nunca pegou numa porra de um peito.

– Annabeth, Percy é um garoto. Ele vai ser um garoto eternamente, ou seja, vai ter sempre essas piadas na mente.

– Eu ainda acho que ele é uma criança.

Eu sorri, passando meu braço por seus ombros. Ficamos andando assim pelo primeiro andar do shopping, olhando algumas roupas e conversando. Ela apontou para uma lojinha de bijuteria, dizendo que queria comprar uns brincos.

Ergui a sobrancelha.

– Quem foi você e o que fez com a Annabeth Chase?

– Aff Thalia, quero comprar uns brincos de coruja.

– Você odeia sua mãe.

– Eu não odeio – ela mordeu o lábio, caminhando em direção a loja – só queria que ela fosse mais presente.

Nós entramos na loja. Annie foi direto para ala de brincos pequenos, e eu fui observando os braceletes pretos. Eram uns mais lindos que os outros, mas não estava afim de ficar gastando o dinheiro que meu pai Zeus me dera. Annabeth e eu saímos da loja, com ela já usando os brincos.

– Quando eu era mais nova eu tinha raiva sim de minha mãe não ser tão presente. Mas agora eu entendo, bom, mais ou menos. Eu sou parecida com ela, sabe. A teimosia, e essa coisa de não confiar em ninguém. Acho que é por... – ela parou bruscamente de falar, os olhos cinzentos ficaram três vezes maiores, e ela ficou mais branca do que já é. A boca de Annabeth estava entreaberta, como se ela tentasse falar algo e as palavras não viam.

Segui seu olhar, e tive a mesma reação que ela. Zoë Nightshade, a aluna número um da aula de astronomia, a garota que jurou que nunca transaria antes do casamento – óbvio, ela fazia parte das Caçadoras de Ártemis, grupo criado no colégio em honra a deusa grega – estava sendo beijada por garoto.

Não, não. Não era um garoto. Era Rachel Elizabeth Dare.