Cap 9 – All About You

– Corre.

– Am?

– 1...2..

Sai correndo pela casa, pulei moveis, empurrei outros. A única dificuldade era que eu não conseguia parar de rir. De modo algum.

Corri para o segundo andar, e me escondi atrás da cama.

– Luke? – Thalia disse, me procurando. Já falei o quanto ela era linda? Ela estava vestida sem maquiagem, o que deixava sua beleza tão... Natural. O cabelo preso num rabo de cavalo, e um sorriso divertido no rosto.

Quando me dei conta, ela estava parada na minha frente, com a sobrancelha erguida.

– Você já foi melhor em se esconder.

– Fiquei olhando sua beleza. – respondi. Thalia me puxou para deitar-me ao lado dela da cama – Você que me atrapalhou.

Thalia sorriu lentamente. Eu amava pra caralho aquele sorriso. Ela ficou mexendo nos fios do meu cabelo, enquanto eu media o tom de azul de seus olhos.

Ela desceu os dedos seguindo uma reta desde meu cabelo até minha cicatriz que começava pouco abaixo da minha sobrancelha direita até o canto esquerdo da minha boca.

– Como você conseguiu isso?

– Em Londres. Uma gangue tentou me assaltar, eu tentei lutar. Digamos que não deu muito certo.

Thalia franziu as sobrancelhas.

–Você se machucou mais?

– Hm... Eles me bateram bastante, mas não cheguei a ponto de desmaiar. E nem morrer, claro.

Ela revirou os olhos, e eu acabei rindo.

Vou te explicar uma coisa, os olhos dela eram os mais bonitos do universo. O tom de azul era um azul que não havia em nenhum outro lugar, e até o brilho era diferente. Eu amava aqueles olhos, e talvez até um pouco de inveja porque os meus olhos não eram tão azuis como os dela. E cara, o fim de semana que eu passara com ela foi simplesmente perfeito. A minha vida tinha sei lá, ficado tão boa e feliz que eu nem me sentia mais o mesmo.

– No que está pensando? – ela disse. Sua cabeça estava apoiada em meu peito, enquanto meus braços a envolviam. Eu gostava de ficar assim. O quanto mais perto dela melhor. Eu queria beijá-la, beijá-la e ficar assim por bastante tempo.

Mas não sabia se ela retribuía o sentimento que eu sentia... Não tão forte quanto eu, sei lá.

– Na minha vida.

Ela ficou em silêncio.

– Isso quer dizer você.

Pude sentir a respiração dela parar, o coração acelerar. Finalmente tinha conseguido dizer, não diretamente, o que eu sentia por ela. Thalia continuou com o olhar fixo na parede, e percebi que suas bochechas estavam levemente avermelhadas. Virei o rosto dela, fazendo com que nossas bocas ficassem centímetros de distância, e pude ver o quanto seus olhos brilhavam antes de beijá-la.

Mil volts de eletricidade percorriam o meu corpo enquanto a beijava. Suas mãos agarrando minha nuca ou arranhando minhas costas, as pernas dela agarrando minha cintura, cara aquilo me deixava tão louco e cada vez mais apaixonado.

– Ah – Thalia gemeu quando puxei sua camisa pra cima e depois a observei. Ela me olhou com os olhos azuis brilhantes, e mordeu o lábio.

Puta que pariu, eu não mereço essa mulher na minha vida, ela é tão perfeita e sedutora, não é possível que ela fosse real.

– O que está esperando? – Thalia perguntou. Eu sorri e voltei a beijá-la.

Só pra constar: eu me sentia no paraíso.

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– Vamos fugir? – Thalia sussurrou – Pra outro lugar, baby.

– Vamos fugir – acompanhei-a com a música.

– Pra onde quer que você vá que você me carregue.

Levantei-me e a peguei no colo. Thalia começou a rir, parando de cantar. Não erámos cantores ótimos, só pra constar. Eu a rodava, tentando desviar dos moveis. Era uma cena feliz, divertida. E era assim que Thalia fazia com que me sentisse. Tão feliz que nada nem ninguém mudaria isso. Nenhuma noticia ruim me abalaria, contando que Thalia estivesse do meu lado para me ajudar a juntar os caquinhos.

E eu estava do lado dela para isso. Para fazê-la tão feliz quanto eu me sentia.

– Por que você é assim? – Thalia estava de olhos fechados.

– Assim como?

– Imperfeito. – Ela abriu os olhos, focando-os nos meus – Mas perfeito. Com suas imperfeições.

– Saquei – sorri e a beijei, colocando-nos na cama de novo – Você é mais, sabia?

– Imperfeita, com certeza.

Neguei com a cabeça.

– Thalia Grace, você é a garota mais perfeita que existe.

– Não sou não – ela sorriu e se “escondeu” entre seus cabelos.

“É sim” eu disse, antes de beijá-la.

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Percy narrando.

Não vimos Thalia o fim de semana inteiro, o que foi um choque total a ver chegando na escola acompanhada de Luke.

Isso, isso. LUKE! LUKE CASTELLAN! Isso me deixou muito irritado. Ele devia ter feito uma lavagem cerebral nela, a drogado, embebido, sei lá. Ela não podia ter feito aquilo em plena consciência. Era loucura. O pior foi ver Nico mais branco do que já era, observando os dois se aproximando de mãos dadas.

Luke não tirava aquele sorriso sarcástico e superior do rosto dele.

– Buenos dias amiguinhos – Luke disse, apoiando-se no armário ao lado de Annabeth.

– Cara, onde você passou esse fim de semana? – Annabeth perguntou para Thalia.

– Ficamos preocupados. – completei.

Thalia revirou os olhos, encostando sua cabeça no ombro de Luke.

– Eu avisei que estava bem, Filho de Peixe. – ela murmurou – Fiquei com Luke.

Luke sorriu para Thalia. Se eu não odiasse Luke, até acharia um casal bonitinho. Maaaaaassss...

Luke andou lentamente até Nico. Mas a única coisa que eu me perguntava era: por que diabos ela estava agindo daquele jeito? Essa não era Thalia. Nem mesmo quando ela estava irritada. Luke olhava com provocação a Nico.

– E aí branquelo, veio fazer o que aqui?

Nico olhou rapidamente para Thalia, depois fixou seu olhar tedioso em Luke.

– Estudar, algo que você devia fazer. - Nico pegou sua mochila, chamou a mim e a Annabeth para o acompanharem, e antes de ir, disse lentamente e sarcasticamente – Você não vai querer ser bancado pelo seu pai eternamente, não é?

Thalia segurou o braço de Luke, que já partira pra cima dele.

– Hm, Luke. Acho que esqueci meu celular no carro.- Luke não era burro, mas se afastou de Nico, beijando Thalia e indo sumindo entre pessoas e corredores. Eu encarava Thalia tão irritado quanto Annabeth.

– Nico – Thalia tentou dizer, mas ele andou até virar um corredor e sumir. – Merda.

– Que diabos...?

– Cale a boca, alga marinha – Thalia me cortou, e olhou para Annabeth – Ele me faz feliz como ninguém mais no mundo faz. Ele faz com que tudo de mal no mundo não existisse. Você sabe disso, não sabe?

Annabeth concordou com a cabeça.

– Só tome cuidado para não ficar que nem ele. Mude-o, e não seja mudada.

Thalia ficou em silêncio, dessa vez observando-nos sumir entre pessoas e corredores.