Você largaria tudo por amor? Fugiria, se drogaria, viraria a pessoa mais escrota do Universo só para satisfazer uma pessoa que você ama? Eu pensava que não. Realmente pensava, mas infelizmente eu fiz.

Eu estudava numa escola normal americana, aonde encontramos todos os grupinhos. Os famosos, os atletas, os excluídos, e aqueles que se mantem entre os atletas e os excluídos. Eu era do último grupinho. Já tentaram me desvirtuar para os famosinhos, mas não havia motivo interessante para ser uma daquelas pessoas que se acha melhor do que todos, e que só sabe falar em sexo, drogas, festas, e em como aquela pessoa que tem menos dinheiro que você está feio hoje.

– Você tá atrasada, cara – Percy estava parado ao lado de Annabeth, com as chaves de seu fusquinha na mão. Ele rodava as chaves no dedo, o que sempre fazia quando estava irritado.

– A culpa não é minha se minha maquiagem é demorada pra fazer – abri a porta de trás do carro, jogando minha mochila e botando o cinto.

– Não entendo pra que uma maquiagem tão escura, Thalia – Annabeth era aquela pessoa que fica bonita de qualquer jeito. O cabelo loiro parecia acordar já arrumado, e eu só a vi com uma espinha em sua vida toda. Fora os olhos maravilhosos e cinzentos.

– Realça os olhos azuis dela, Annie – Percy sorriu, também era daquele tipo de cara com que todas as garotas babam, mas era lerdo demais para perceber isso. E eu sei que ele não era o típico pegador, porque era apaixonado por Annabeth.

Annabeth concordou enquanto tentava ler algum de seus livros chatos de arquitetura. Percy foi apoiar a mão na marcha, só que sua mão foi pra direita demais, encostando na mão de Annabeth que estava apoiada na perna da mesma. Os dois coraram, separam as mãos.

– Vocês deviam admitir que se amam logo – sorri, os dois ficaram mais vermelhos ainda, o que me fez rir mais.

– Cala boca Thalia – Percy estacionou e saiamos do carro. Percy passou os braços pelo meu ombro e pelo de Annabeth – Prontas para nosso último ano?

– Prontas!

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Meu armário foi fechado, e parei bruscamente quando vi quem tinha feito isso.

Luke Castellan. O galã da escola, no qual todas as garotas se desesperam pela atenção dele. Obviamente, com o cabelinho loiro, os olhos azuis, o sorriso de cinema e o corpo – tenho que admitir – gostoso, quem não se apaixonaria?

– Thalia, vejo que fica mais bonita a cada dia – ele sorriu, botando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

– Dispenso sua cantada, Castellan – me abaixei, pegando uns papeis que tinham caído. Ele abaixou e me ajudou. Numa hora nossas mãos se tocaram, e tive a sensação de que um raio percorria meu corpo por inteiro. Ele me ajudou a levantar, me entregando as folhas.

– Engraçado que cantada você não quer, agora ajuda nem reclama.

Sorri. Ele também.

– É diferente.

– Não acho.

Ele se aproximou de mim, levando a boca perto dos meus ouvidos.

– Sabe do que eu sinto falta? – ele sussurrou. Fiz não com a cabeça. – Daquela época que a gente era inseparável, Thalia.

A respiração dele batia em meus ouvidos. Meu coração estava acelerado. Eu não gostava de admitir como Luke mexia comigo, como eu sentia a mesma coisa que todas aquelas meninas idiotinhas que perseguem ele no colégio. A diferença era que eu escondia. A única pessoa que desconfiava do que eu sentia era Annabeth, porque ela me conhecia a tempo o suficiente para saber de tudo que aconteceu na minha vida.

Luke encostou sua mão na minha bochecha.

– Sinto falta dos seus beijos – ele quase me beijou, mas eu me afastei, dando um tapa em seu rosto.

–Nunca mais, em hipótese alguma, ache que eu vou ter mais alguma coisa com você Castellan – menti.

Luke tinha se transformado numa pessoa que eu não queria ficar perto. Não queria me transformar no que ele tinha se tornado.

Mas tinha um problema.

Eu ainda amava Luke.