Draco tinha a varinha erguida e tentava, em vão, que a mão não lhe tremesse.

Ele tinha que fazer isso. Era para o bem dela. Só assim ela estaria a salvo.

--Draco, não… Por favor… Não faz isso.

As palavras dela eram como facas que o perfuravam. Mesmo com a enfermaria vazia e escura, ele conseguia ver as lágrimas a escorrerem pelo rosto dela.

Mas seria a última vez que ela choraria por ele.

Ele olhou para ela, tentando decorar todos os seus traços.

Ela iria ficar bem.

- Eu amo você – ele ouviu a sua própria voz dizer, repleta de emoção, pela primeira vez aquelas três palavras.

Por um breve momento ele viu os olhos da garota brilharem e um pequeno sorriso surgir em seus lábios.

E era assim que ele se queria lembrar dela. Sorrindo. Porque ele amava o sorriso dela.

Ele amava-a.

E era por isso que tinha que o fazer. Para a proteger.

Porque se ela estivesse segura, bem, sorrindo, nada mais importava.

O garoto loiro respirou fundo, se concentrando.

Só naquela noite já tinha dito aquela palavra mais de três vezes, mas nenhuma lhe custou tanto como naquele momento.

Após ver o brilho dos olhos dela se apagar e sentindo uma pontada de dor no peito, saiu correndo da sala.

Potter tomaria conta dela. Ele jurara.

E isso significava que ela ia ficar bem.

Entrando na pequena vila ao lado do castelo o último pensamento antes de se desmaterializar foi para ela e para as cruéis palavras que ela dissera ainda nessa noite.

Draco, você não pode fazer isso! Eu amo você, eu amo você! Você sabe! Nós podemos ficar juntos… Por favor!

Mas a verdade é que não podiam.

Não quando ele era o único que se lembrava de como tudo começara, há pouco menos de um ano atrás.