Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 35
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Demorei me perdoem.
Tentei escrever este capítulo milhares de vezes :(
Mas finalmente saiu algo descente de ser lido.
Agradeço a paciência e agora que acabou meu bloqueio
espero mesmo não demorar para postar mais.
Espero que gostem.



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— Ok pessoal se dividam! — Grita Jhon. Todos nós corremos aleatoriamente. Já estava escurecendo e isso dificulta um pouco minha visão, mas eu conseguia ouvir alguém correndo depressa atrás de mim. Mas quem será? Seria um dos casulos? Lexa ou Jhon? Talvez o próprio Allan estava na minha cola.

Vencido pelo cansaço que acabava comigo, parei de correr. O lugar era familiar, parei perto do tronco de árvore caído, o mesmo que eu sentara outro dia para pensar na vida. Foi no momento em que parei de correr que alguém esbarra em mim. Um pouco assustado pulo para frente e olho para ver quem acabara de se chocar comigo. Até corei quando vi seu rosto, era a Luce.

— Desculpe! Eu estava assustada e...

— Tudo bem, entendo. — Sorri tentando acalmá-la.

— Então, é verdade. — Ela respirou fundo, para tomar fôlego. — O tal guerreiro das trevas existe.

— Pois é, — Também respirei na tentativa de conseguir o máximo de oxigênio possível. Se fosse a algumas semanas atrás, eu estaria caído no chão por causa da asma, mas hoje não, depois que virei bruxo estou totalmente saudável. — foi arriscado mas finalmente consegui mostrar que ele existe!

— Desculpa por não ter acreditado em você! — Ela se encosta no tronco de árvore, quase todo verde dominado pelo lodo.

— Não se preocupa, nem eu teria acreditado em mim. — Rimos juntos.

— É estranho rir depois de uma perseguição! — Ela diz indiferente.

— Você é bem mais legal quando não está tímida e gaguejando. — Elogiei.

— O-obri-brigada.

— Ha ha! De-de na-nada! — Brinquei.

— Hey não pode me imitar! — Ela riu me dando um soco.

— Ow! Isso dói sabia? — Reclamei do soco, massageando o local agredido.

— Espero que tenha doído mesmo! — Ela olhou pro céu escuro, cheio de pontinhos brilhantes. — Como seus pais reagiram ao saber que você é...

— Que eu sou um bruxo? — Completo sua pergunta a interrompendo. Ela apenas corou e olhou para baixo envergonhada, depois acenou respondendo minha pergunta com um sim singelo. — Não contei nada a eles.

— Por que não? — Ela me observava e com certeza percebeu o meu pequeno grau de frustração. — Desculpa, não queria ser uma entrometida ou algo assim. Fora que estamos sendo perseguidos.

— Você precisa parar mais de se desculpar. — Reclamei de forma que não agredisse ela e sentei no tronco de árvore caído.

— Desculpa! — Ela pediu, rimos da ironia.

— Meu pai é sacerdote da igreja, ele é o braço direito do pastor! — Expliquei minha situação.

— Uh! Isso é mal. — Ela sentou ao meu lado, um pouco afastada mas ao meu lado.

— E você? Contou pra alguém? — Perguntei. Não, eu não estou nada calmo. Ainda estou atento a possibilidade do Allan aparecer e tentar quebrar nossos pescoços, o que pode ser a qualquer momento.

— Contei para todos , quer dizer, meu pai e minha mãe!

— E como eles reagirão? — Questionei, tipo, se fosse meu pai ele talvez tentasse me exorcizar ou sei lá algo parecido ( Se é que existe algo parecido com exorcizar).

— No começo eles fizeram uma expressão estranha, mas aí contaram que minha a mamãe também fora bruxa, mas perdeu os poderes.

— Que legal! — Falei empolgado. — Muito bom eles te entenderem.

— Né? — Ela riu — Acha que o Allan vai aparecer por aqui, estou um pouco tensa! — Ela parecia mesmo aflita, mas tentarei acalmá-la.

— Não se preocupa eu te protejo! — Paro um pouco pra pensar o efeito dessa frase — Isso não tinha soado tão convencido na minha mente, quer dizer, queria te dar confiança!

Rimos e Luce corou mais uma vez, me fazendo ficar tão vermelho quanto ela.

— Já está ficando frio! — Ela usava uma camiseta simples e branca e calça de jeans clara. A bela e tímida garota de óculos quadrado, estava esfregando seus finos braços nus, desprotegidos do frio malévolo da noite. Meio que agindo por instinto, tirei minha camisa de mangas cumpridas e lhe entreguei.

— Toma! — Eu disse tentando fazer o certo.

— Não, obrigada! — ela rejeita ainda esfregando os braços, falhosamente tentando se aquecer.

— Por favor! —Insisti — Não estou com frio, sério.

— Ok! Obrigada. — Quando Luce pegou no tecido, nossas mãos se encontraram. Fazendo-a puxar rápido a camisa de minha posse.

Como eu não estava usando qualquer outra peça de roupa por baixo da camisa que havia lhe emprestado, fiquei meio pelado, quer dizer, não totalmente já que ainda estou de calça e sapatos, há você me entendeu. Sou meio magricelo e não sou musculoso, mas o meu copro até que tem uma aparência legal. E sério, não sei se ouve algum problema com a minha puberdade, porque nenhum pelo cresceu no meu peito ou costas. Alguns de meus amigos, melhor dizendo colegas de classe, eram tão peludos que os pelos saíam pra fora da roupa.

A Luce vestiu a camisa e ficou muito fofa, como se isso fosse possível, deixa ela mais fofa. Suas belas curvas não estavam destacadas, seus seios que nem são grandes já estavam quase imperceptíveis, mas aquela magreza delicada dela, me atraiu. Sou um pouco maior que ela, o que fez a manga da camisa passar um pouco suas mãos, apenas as pontas de seus finos dedinhos estavam para fora.

Por um momento meu coração acelerou, meu sangue ferveu e diferente de quando as trevas vinham eu parecia estar envergonhado, sem palavras, sem ar, sem chão, sei lá.

— Luce, — Não olhei para ela enquanto falava, fixei meu olhar numa pedra qualquer. Eu nem se quer tinha coragem de olhá-la cara a cara. — sei que pode parecer estranho mas, acho que, eu acho que...

— Como você pode fazer isso? — Ela grita me interrompendo. Olhei para cima, pronto para me desculpar.

Luce estava olhando ao redor encantada, pois enquanto eu tentava corajosamente me declarar para ela, milhares de vaga-lumes voavam a nossa volta. OK! Estranho? Muito. Lindo, romântico e muito adequado pro momento? Com certeza. Os pontinhos dourados e luminosos, deslizavam no breu da escura floresta. Sorrimos encantados com tanta beleza dourada. Era eu, minha energia estava fluindo por todo o lugar e eu posso sentir, cada pontinho brilhante se movia de acordo com o que eu sentia, meu coração estava acelerando e eles se erguiam, cada vez mais vaga-lumes apareciam. Essa energia, que fez esses pequenos seres luminosos se erguerem e dançarem de forma tão graciosa, se locomovendo do jeito que meu coração queria expressar. De forma abstrata, forte, mas pura.

Luce ergueu as mãos para frente, as juntando esperando que alguns dos insetos pousassem. Então me concentrei em suas mãos, fazendo o que ela desejara. Vários dos muitos insetos que voavam próximo a nós pousaram sobre as palmas de suas mãos. Era como se uma bola luminosa estivesse freneticamente ser locomovendo.

Me aproximei dela, desci do tronco de árvore e fiquei a sua frente. Segurei embaixo de suas mãos, então os vaga-lumes circularão nossas mãos.

— Você é linda Luce Derdelin! — Uau. Tô mesmo sendo tão corajoso? Percebi que ela se surpreendeu com o elogio, e quando a tímida garota estava quase quebrando o clima, seguro seus pulsos, fazendo os vaga-lumes que estavam em sua mão voarem. Me concentrei um pouco e fiz com que os insetos voassem ao nosso redor, criando um belo e mine ciclone luminoso.

Obedecendo meus instintos, eles criaram uma parede luminosa ao nosso redor e começaram a girar. Nem a Luce e nem eu, estávamos olhando para eles. Estávamos nos encarando, ofegantes, hipnotizados, observando os olhos azuis um do outro.

— Erick, eu acho que...

— Não! — Impedi que ela falasse.

— O que? — Ela perguntou constrangida e confusa.

— Não estrague o momento! — Sorri gentilmente.

Afastei sua franja, a descolando de cima de seu olho direito, tirei os óculos de sua face e acariciei a maçã de seu rosto, com as costas dos dedos. Eu juro, a Luce é sim a garota mais linda que já vi em toda minha vida. Ao colocar os óculos e deixar sua franja a frente de seus belos olhos, ela esconde essa garota perfeita, que está agora a minha frente. As maçãs de seu rosto contornam a forma perfeita e seus incríveis olhos azuis estavam brilhando.

Segurei se queixo com as pontas do dedos e me aproximei devagar, juntando nossos corpos. Ela ainda estava sentada no tronco, o que fez suas pernas se encacharem fácil em meu quadril. Nossos lábios se aproximaram, meu coração batia forte, me sentia o cara mais sortudo da face da terra, por estar tão próximo a perfeição.

— Eu adoro vaga-lumes! Que lindo! Que divertido! — Ouvimos uma voz feminina comemorando, então Luce me empurrou envergonhada, me fazendo cair no chão.

Os insetos saíram do lugar, se espalhando floresta a dentro. Então a Sophia caminha em nossa direção.

— Como vocês fizeram aquilo? Faz de novo! — Ela pede dando alguns pulinhos animada.

— Não sabemos! — Grita Luce morrendo de vergonha, provavelmente querendo achar um bom lugar para se esconder.

— Au! — Reclamei tentando chamar atenção.

— Desculpe! — Luce desce do tronco e tenta me ajudar a levantar.

— O que estava acontecendo aqui? — Pergunta a bela ruivinha inconveniente.

— Nada, você só atrapa...

— Nada! — Luce me interrompeu. E sério, tive vontade de rir do quanto ela estava vermelha. — Não aconteceu, nada.

— Você está bem? — Perguntei a Sophia.

— Yeah, estou legal. — Todos nos olhamos um pouco. Aliviados e principalmente preocupados, mas eu simplesmente estou angustiado. Temo o que possa acontecer ao Jhon e os outros, caso Allan tenha seguido eles.

*--*--*--*--*

Uma garota corre desesperada por entre as árvores da floresta Nerfal. Algo a persegue de forma desesperadora, tudo depende de seus esforços e resistência física. Qualquer falha e uma morte poderá acontecer, esse "algo" que a seguia, lhe matará assim que tiver sua chance.

Juliana Oivlar parecia mais desesperada do que se esperar. Ela corria em direção a cabana, onde todos os casulos inclusive ela, aprendem magias. Estava seguindo a Alexa, entretanto perde a mesma de vista, ficando para trás. Seus pés doíam e mesmo querendo chorar, não podia parar de correr, mesmo se quisesse. Seus sapatos de salto alto ficarão para trás e descalça, os velhos galhos secos, algumas pedras e pinhas muito duras, machucavam seus pés. Por conta de suas curtas vestes, o frio da noite naquele ambiente úmido estava lhe congelando aos poucos.

Parou de correr, esgotada, cansada e dolorida. Poderia ser esse um dos piores erros de sua vida? Talvez não, se ela não estivesse sendo seguida por um assassino, que age por seu instinto natural.

— Boa noite meu anjo! — Fala alguém no escuro. Antes que Juliana pudesse dar um de seus gritos agudos e assustados, a pessoa que estava ali, lhe agarrara, tampando sua boca.

— Solta ela cara! — Grita Billy.

— Hora, hora! Vejo que vocês da nova linhagem mágica, até que são bem corajosos. — Allan rir de forma seca, não demonstrando compaixão ou qualquer grau de bondade.

Agindo por instinto, Juliana se concentra no ar a sua volta. Como o ar é seu elemento no circulo Mágica Nerfal, sua conexão com esta força é maior do que todos pensão. Podia parecer que a própria garota fútil de vestes vulgares, não dava a mínima importância as aulas de magias dadas, pelo professor sacerdote Gabriel Soliver. Mas a garota, não estava apenas atenta a seus ensinamentos, como também aprimorara seu grimório gradativamente.

Lembrando de uma das magias que escrevera em seu diário mágico, — como ela costumava chamar seu grimório — ela invoca mentalmente o espirito de Ensulor, a entidade respectiva ao elemento ar. Em sua oração mental ela pedia liberdade.

"Ensulor! Eu te invoco e peço que me liberte. Me concede um pouco da tua força!"

Uma ventania sacudiu os galhos e folhas das árvores. Billy encarou o rosto de Juliana e percebeu que a própria feição da garota, já não era da mesma. Em seu olhar estava uma confiança desagradável para um momento como aquele. Seus lábios estavam pálidos, e a íris de um dos olhos prateada, refletiam a pouca luz como os olhos de um gato.

Billy dera alguns passos para trás assustado e surpreso com o que vira, contudo, Allan não percebera que a ventania estava sendo invocada por um espirito ancestral.

— Acho melhor você me soltar, meu anjo! — A ironia deixada por Juliana, fez com que o agressor que a estava segurando, desse um pequeno e sínico sorriso.

— Você não está na posição de me dar ordens, anjinho! — Segurando ela mais forte, aponto de querer quebrar seu pescoço, Allan já estava impaciente. Ele esperava que o bondoso e corajoso Erick, aparecesse para salvar sua irmã de linhagem mágica, esperava que o garoto escolhido pelas trevas desse sua vida, para que a sua "amiguinha" ficasse bem. Não sabia ele, que Erick poderia estar mais longe do que imagina, transformando sua ideia ilusória de vingança impossível.

Juliana se concentra na respiração irritada de seu agressor. Este seria mais um exemplo da caça virando caçador e ela não deixaria sua vida acabar tão cedo. Numa questão de segundos, Allan já estava ofegante e todo ar que continha em seus pulmões estava saindo, ele tentara respirar mas não conseguira. Fraco por conta de sua delicada respiração ele solta a garota ficando de joelhos no chão. Juliana da alguns passos para longe de seu agressor, mas estava disposta a vê-lo morrer. Encarava o rosto surpreso e suplicante do Allan, que estava com as mãos no pescoço como se alguém estivesse o estrangulando.

Até que finalmente, Allan cai de bruços no chão com os olhos fechados e imagem de derrotado. Juliana se virou para Billy e deu um sorriso vitoriosa, até que sua unha marcada começara a doer. Um grito de garota é ecoado por quase toda aquela parte da floresta, Juliana se joga no chão com os braços e pernas abertas. Um circulo acompanhado por um hexagrama, começara a brilhar de forma prateada ao redor da bruxa. A mão direita da garota, a mesma que contem a marca bruxa, estava iluminada e dolorida, a loira nunca sentira uma dor como essa em toda sua vida. Billy ao ver a cena dá alguns passos para trás tropeçando numa raiz e caindo de bunda no chão.

Juliana estava chorosa e apavorada, sua unha nunca ficara tão quente e ela sabia que sua marca estava fazendo isso. O que estaria acontecendo com ela? Enquanto ela estava se deparando com a dor os seus olhos se fecharam.

Billy presenciara o corpo inconsciente de sua colega levitar, ainda com os braços e pernas abertas. O circulo brilhante que estava no chão, aparecera por trás dela, como se existisse alguma parede brilhante onde ela estava presa. A mão direita de Juliana estava com uma luz tão forte, que ele teve que colocar uma das mãos na frente de seus olhos para que não machucasse. Depois de quase alguns minutos de tanta luz, todo aquele brilho é sugado pela mão da jovem bruxa, que cai no chão totalmente desanimada. O garoto de vestes gastas e rasgadas e cheio de acessórios de metal e couro preto, corre em direção da garota loira desacordada. Ele aproximou os ouvidos no nariz dela, mas não sentira ou ouvira sua respiração, colocou os dedos em seu pulso, mas a mesma já parecia não tê-los. Juliana Oivlar estaria morta?


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Notas finais do capítulo

Começo fofo com final tenso.
KKKKKKK...
Espero que tenham gostado do capítulo,
até o próximo.