Promisses From Another Life escrita por Fuinha, KillerPanda


Capítulo 17
Capítulo 17 — Esclareça


Notas iniciais do capítulo

Motivos de atraso:
Bloqueio criativo;
Sem qualquer tempo para escrever;
Viciou em mangá josei;
Viciou em Kagerou Project;
Teve que escrever um capítulo de outra fic inesperadamente;
É isso.



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Capítulo 17 — Esclareça

POV’s Natsu

Durante todo o caminho até minha casa, fiquei pensando. Não era de meu feitio raciocinar tanto como estava fazendo naquele dia, contudo, com tudo que têm ocorrido recentemente, fica quase impossível não refletir por, no mínimo, uma hora. Por parte, a culpa de ter feito aquilo com Lucy me corroia, afinal, ela não se lembrava de nada e ainda dissera palavras tão grosseiras para mim há poucos momentos atrás.

Não fazia sentido, apenas não conseguia juntar as peças do quebra cabeça dentro de minha mente. Se Lucy saiu chorando aquele dia por eu ter convidado a Juvia era porque ela estava apaixonada por mim. Se ela estava apaixonada por mim, por que me rejeitou de maneira tão grossa quando a beijei na frente de sua casa e a chamei de “amor da minha vida”? Por quê? Aquela era a mais pura verdade dita durante estes mil anos, então por que ela não a aceitara de maneira pacifica como eu esperava devido a sua queda por mim? Apenas... Não entendia.

Para extravasar a raiva, confusão, frustração que sentia, chutei uma pequena pedra em minha frente que, para minha surpresa, fora desaparecer de minha vista. Acho que nunca sei o tamanho de minha força até colocá-la em prática. Torci pelo tal empecilho não ir parar na cabeça de alguma pessoa azarada como eu.

— Ouch! — ouvi alguém reclamar.

Droga. Parece que o universo havia tirado o dia para estragar totalmente com a minha vida. Suspirei pesadamente já prevendo que não chegaria em casa tão cedo assim. Parei de andar e já esperei que minha “vítima” viesse reclamar ou apenas ficar enchendo o meu saco.

— Foi você que chut- Natsu? — a albina vinha raivosa, entretanto, surpreendeu-se ao encontrar eu como sendo o culpado de sua dor de cabeça recente.

— Lisanna? — disse surpreso. Não era todo dia que se encontrava um amigo andando sozinho pelas grandes ruas de Magnólia e, sem querer, se acertava uma pedrinha na cabeça dele.

— O que está fazendo por aqui? — perguntou não parecendo mais tão enfurecida pela pancada que recebeu.

Eu poderia dizer a verdade, ou apenas omitir os fatos fingindo estar tudo bem com minha vida e com tudo o que, na verdade, estava totalmente errado. Piscava os olhos algumas diversas vezes tentando pensar em algo para usar como desculpa, algo bom, pois a albina já conhecia praticamente todos os meus recursos e ainda tinha a habilidade de distinguir quando eu estava omitindo a verdade. Em um de minhas muitas vezes abrindo e fechando os olhos, pude notar que a rosto da garota estava levemente inchado com um pouco de vermelho o colorindo.

Parei de piscar tanto para poder observar melhor a anomalia. Não estava certo, e com certeza ela não estava corada, afinal, éramos apenas amigos e isso era o que sempre iríamos ser. Lisanna, ao perceber meu interesse, passou sua mão direita pela face tentando tirar algo, ou melhor, limpar algo. Segurei seu pulso para que parasse e me aproximei dela surpreendendo a mesma.

— O que foi? Algo errado? — riu tentando disfarçar o óbvio nervosismo.

Fiquei sério. Eu estava ótimo, bem, parcialmente ótimo, todavia a situação da grisalha parecia ser pior.

— Eu que pergunto. Algo errado? — perguntei claramente frustrado por ela não me contar rapidamente o que aconteceu.

Senti os músculos da albina relaxarem e a mesma soltar um longo suspiro. Lentamente fui largando seu antebraço para que se sentisse mais à vontade.  Dei um passo para trás, entretanto continuei com minha feição séria.

Lisanna voltou seus profundos olhos azuis para meu rosto e fitou-me com certa tristeza impressa no olhar, juntamente misturada de mágoa e pouco de seriedade. Parecia mais uma criança à procura de um ombro para chorar.

Após alguns breves segundos de contato visual, obviamente depois de ela achar que entendi pelo menos uma parte de sua dor. Ela observou as pedras do chão e continuou assim durante bom tempo, em silêncio. Parecia cogitar como escolher as palavras certas para dar uma péssima notícia, ou talvez apenas hesitava em contar algo que não deveria ser de minha conta.

Nada disso importa. Apenas queria saber o porquê de tamanha mágoa expressa nos olhos azuis de Lisanna.

— Eu... Eu me confessei para o Laxus-senpai. — disse firme. Surpreendi-me, afinal, fazia certo tempo desde que o loiro se formou e ela ainda o chamava pelo sufixo. — E... Ele me rejeitou... — ouvi soluços e, antes que pudesse perceber, a albina se desmanchava em prantos.

— O que...? — estava apenas estava surpreso, contudo, entendi o que ela quis me dizer.

Mais lágrimas da menina se derramavam pela sua bela face enquanto a mesma tentava balbuciar algumas inúteis palavras de como tudo havia acontecido. Agora tudo fazia sentido. Lisanna estava apaixonada pelo “senpai” durante todo esse tempo, por isso nunca contou nada para mim.

Ah, sim, o porquê de ela nunca me dizer? Ela sabia que eu sempre odiei aquele homem.

— Por que você fez isso, Lisanna?! Por que justo ele?! — gritava em vão.

Ao perceber que apenas fiz com que a freqüência de seus soluços aumentasse, parei de berrar e suspirei longamente. Um, dois, três... Quatro, cinco, seis... Sete, oito, novo e dez... Contar até dez fez com que retornasse a minha calmaria—ou quase isso—anterior. Estalei a língua e levantei, com meu dedo indicador direito, o rosto da albina para que a mesma pudesse olhar nos meus olhos.

— Sua idiota.

A surpresa em seus olhos logo fez com que a tristeza se dissipasse—juntamente das lágrimas—dando lugar a um “quê” de felicidade por ter a insultado. Nunca vou a entender completamente.

— Bem feito. Quem mandou não saber que a sua querida irmã é quem ele ama? Eles namoram há dois anos, Lisanna. Já estava na hora de você acabar com as suas inúteis esperanças de criança. Ele já tem dona, desculpe por ser frio, mas alguém precisava te dizer isso. — confessei receoso por, talvez, perder a amizade dela.

Ao contrário do que pensava, ela suspirou e deu uma leve risada de deboche.

— Não, está tudo bem. Eu precisava ouvir isso. — ela ergueu sua face e sorriu para mim. — Obrigada por abrir meus olhos, Natsu.

Afaguei seus cabelos sem cor de forma carinhosa e sorri dando uma leve risada.

— É para isso que eu estou aqui. — afirmei deixando-a mais segura.

Após Lisanna gargalhar de leve, parou de repente e olhou para mim curiosa, preocupada, era difícil decifrar sua expressão.

— E você? O que aconteceu? — perguntou claramente querendo retribuir o favor.

Surpreendi-me, novamente, e logo minha expressão mudou de um sorriso radiante para algo mais fechado, mais depressivo, mais... Triste. Não queria manter segredos da albina, entretanto, ao mesmo tempo, não queria contar o que acontecera há pouco tempo atrás. Quando eu, finalmente, achei que tudo estaria resolvido, que Lucy tinha recordado suas memórias sobre Fairy Tail, tudo aquilo não passou de apenas um mal-entendido causado pela forte bebida alcoólica ingerida pela loira no baile.

— Ahn... Ah, eu... — claramente eu hesitava, e minha hesitação não agradava a albina nem um pouco.

Senti a delicada mão da jovem acariciarem minhas madeixas róseas cuja cor incitava pensamentos de garotas fofas e não de um rapaz com seus 16 anos na flor da juventude. O olhar de gentileza e preocupação da albina apenas se intensificou e, logo, um sorriso formou-se nos seus lábios rosados.

— Está tudo bem, Natsu. Pode contar para mim. Eu te contei o que estava acontecendo comigo. Agora é a sua vez. — disse gentilmente.

Sorri aliviado e retirei a mão dela de meus fios exoticamente coloridos. Continuei segurando sua direita por mais algum breve período de tempo, até que a soltei sem muita pressa e desviei meu olhar para algum ponto aleatório na paisagem. Avistei a figura de uma fada e sorri. Ali estava a coragem que procurava até então.

— Eu... Me apaixonei por Lucy Heartfilia. — omiti a parte de que milhões de anos atrás todos éramos de uma famosa guilda de magos. Não era importante ela saber disto. Pude ver a surpresa nos olhos azuis da garota. — Ontem nós... Meio que ficamos juntos até de manhã. — senti meu rosto se colorir da cor vermelha mais viva possível. — Eu dei uma saída antes de ela acordar e deixei um bilhete, quando voltei e beijei-a, ela ficou surpresa e disse não se lembrar de nada do que aconteceu entre nós. Como fiquei surpreso, tenho de admitir que talvez eu tenha sido um pouco insensível, tanto é que saí dali no mesmo momento, mas... Vendo tudo de forma mais clara... — e pensando bem no que deveria ser feito para ela recuperar a memória, completei em mente. — Talvez eu devesse falar com ela novamente e... E aqui estou eu. — dei uma risada debochando de eu mesmo.

— Não precisa fingir estar bem. Eu sei como dói. — falou de forma fria logo fazendo com que minhas gargalhadas sem motivo se dissipassem.

Olhei-a abismado.

— O que eu acho? Bem... Acho que você deveria ligar para ela, marcar um encontro, ou algo assim, e se desculpar, pedir para recomeçar. — falava com ar sonhador como se quisesse que algo assim acontecesse com ela mesma. — Se declare novamente. Explique os motivos pelos quais te levaram a sair de forma tão rude hoje e... Tente seu melhor. Faça-a querer se lembrar do que aconteceu ontem. Faça-a querer repetir os acontecimentos de ontem. Faça-a se apaixonar loucamente por você e se apaixone por ela mais uma vez. Caia de cabeça nessa paixão e não ligue para os riscos. Apenas... Sinta. — completou com um sorriso tímido nos lábios. — Ame sem precedentes e algum dia será recompensado. Não é? — direcionou seu olhar para mim com um sorriso radiante.

Aquelas palavras calaram fundo em minha mente. Parecia ser um discurso para alguém que já sabia dos sete mil anos atrás. Não sei porque, mas tinha a sensação de que Lisanna tinha conhecimento de tudo o que ocorreu na era passado. E se ela soubesse? Mudaria algo? Muito provavelmente sim. Contudo, isso me fez pensar, se ela sabia, então queria dizer que também conhecia o amor de Laxus pela sua irmã Mirajane, sendo assim não cometeria o erro de se apaixonar por tal homem.

Após longos momentos de reflexão e surpresa por palavras tão encorajadoras terem sido ditas para mim neste momento de redenção, sorri da maneira mais larga que pude. Sorri para recompensar os conselhos dados pela albina. Sorri pelo futuro que me aguardava logo adiante. Sorri por amar uma loira tão idiota e estranha. Sorri por ser um idiota também. Sorri por todos os motivos que levam um homem a fazer a loucura de se apaixonar por uma mulher.

—Obrigado, Lisanna. Isso realmente me alegrou e me deu coragem. — agradeci dando alguns passos para ir embora, contudo, logo virei para ela ainda sorrindo. — E eu acho que você combina mais com o Bickslow. Ele gosta de você. Pense nisso. — completei e sai correndo para minha casa.

Tinha novamente a determinação que me levou a morrer pela loira antes, aquele sentimento que nunca iria desaparecer mesmo que ela me rejeitasse mais algumas centenas de vezes.

O caminho não era muito longo, apesar de parecer uma eternidade muito maior do que as eras que passei sem ver Lucy. Talvez aquilo tivesse sido por bem, pois, quanto mais tempo você passa sem ver alguém, mais você sente saudades e quer passar ainda mais tempo com ela. Talvez fosse por isso que meu amor pela ex-maga fosse tão grande.

Enquanto corria algo me chamou a atenção. Uma joalheria com belíssimas peças de diamantes, entre outras coisas, dispostas na vitrine para qualquer bobo que quisesse comprar e fazer alguém feliz. Avistei um bracelete com dois pingentes; um coração em fogo e uma chave com seu interior desenhando na forma de um coração também. Eu não era muito rico, contudo fiz o esforço de comprar aquela pulseira.

(...)

Não muito tempo se passou até que cheguei em minha casa. Joguei minhas cosias sobre o sofá de qualquer maneira desleixada. Abri a geladeira à procura de algo doce para comer e nada. Suspirei. Eu estava adiando demais o que eu deveria ter feito assim que abrisse a porta.

Peguei eu celular e logo, liguei para Lucy.

— Alô? Lucy? Eu queria conversar com você pessoalmente sobre... Ahn... Sobre o que aconteceu ontem e hoje de manhã. Será que poderíamos nos encontrar amanhã na Praça do Portão Sul?


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Notas finais do capítulo

Espero que gostaram ♥
Não vou falar nada para vocês não me matarem.
Beijos da Fuinha (atrasada)