20 Dias Com Percy Jackson escrita por Lyna


Capítulo 13
Memories


Notas iniciais do capítulo

Enfim, acho que já expliquei para a maioria dos meus leitores o que aconteceu com meu dedo/salsicha verde inchada, cheia de pus e nojenta para eu demorar tanto pra postar o capítulo doze *cof cof enorme cof cof* Acho que deu algum problema no Nyah e eu não consegui salvar as notas do capítulo passado, então ok. E Lelle Vongola, muitíiiiiiiiiiiissimo obrigada pela recomendação, pelo comentário gigantesco e, claro, pelos conselhos! Mas antes que eu fale mil palavras só nas notas, boa leitura!
Ps: Comecei a usar o travessão agora, então se vocês virem algum underline por aí, é que eu ainda não me acostumei.
Ps²: São todas lembranças da Annie!!!
Ps³: A musica cantada pela Annie chama-se Soldatino, e é composição de uma fã chamada Paola algumacoisa que fez como se fosse a Bianca cantando pro Nico, é só procurar no google "Nico's lullaby" e vocês acham.



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— E então... — falei me sentando no sofá ao lado de Calipso. Ela era realmente muito bonita, e uma coisinha, do tipo, bem pequenininha, martelava na minha cabeça, um tipo de alerta. Eu sei, é mais idiota que o próprio Perseu Jackson, se bem que é difícil superá-lo no quesito idiotice.— Como você e Perseu se conheceram?— Soltei sem querer, sem pensar na idiotice que havia falado. Até porque, com o novo “cargo” de Perseu como capitão do time do futebol americano no colégio, e com Calispo sendo a capitã das líderes de torcida, óbvio que os dois vão se conhecer SABIDINHA!

­— Bom... — ela estava muito sem graça, isso é fato. Até porque eu estou interrogando ela desde que saímos do colégio. Qual é?! Eu tinha de conhecer a namorada do meu... Melhor amigo!

— Quero dizer... Por que é que você gosta dele?—ultimamente eu ando falando o que penso demais, provavelmente por causa das más influências á minha volta, então vou colocar algumas coisas na minha lista de coisas que eu devo fazer:

1° Cortar um pouco de tempo com a Thalia;

2° Dar um jeito de o meu subconsciente parar de martelar e aceitar: Ela não é uma vadia, ela e Perseu ficam bem juntos e... PORRA, por que eu me sinto como se ela não fosse a pessoa certa pra ele?

3° E por último e mais importante: Dar um jeito de criar esta lista.

­­— Na verdade, eu não sei direito... — ela começou, corando um pouco. Cruzei as pernas, colocando a mão no queixo e apoiando minha cabeça no braço apoiado na perna cruzada. — Quero dizer, eu não sei explicar o que eu sinto por ele, eu só... Sinto. — ela sorriu brevemente. Ela ficava linda quando sorria. — Meu coração dispara, minhas pernas bambeiam, borboletas enchem minha barriga e meu estomago dá quarenta voltas em um segundo. Quando ele me beija, tenho a sensação de que se ele não estivesse me segurando firme, eu iria cair, e quando... — enquanto Calipso falava, eu ia notando que suas bochechas iam ficando vermelhas, e seus olhos brilhavam. Ela realmente gostava dele, e eu tenho que dar um jeito dos meus instintos bobos notarem isso.— Annabeth?— ela chamou e me virei para escutá-la.—Você poderia, hã, me falar... Um pouco sobre o Perseu? O aniversário dele está chegando e eu não faço idéia do que ele gosta, e como você é a pessoa que mais o conhece...— sorri nessa parte, aquilo era verdade, e por algum motivo do bicho papão (Procurando criatividade: Loading... Error 404) eu me senti orgulhosa disso naquele momento. —... Acha que pode me falar sobre o que ele gosta?

— Bom, primeiro, você vai ter que saber algumas coisas básicas sobre ele.­— não, Annabeth Chase, você não vai fazer isso, você não vai falar as seguintes palavras, você não vai...— Percy não é esse príncipe encantado que você tanto gosta. Acredite, ele tem os maiores defeitos do mundo. — MERDA, O QUE É QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA ANNABETH? COCÔ?

— Sério? Mas ele parece tão...— ela franziu as sobrancelhas e eu a interrompi.

— Mas não é. Bom, os defeitos mais aceitáveis dele são: Ele é lerdo, muito lerdo. Não percebe as coisas que estão na cara dele, não importa o quanto explicita, por mais que todos expliquem para ele. Ele baba enquanto dorme, e tem uma estranha mania de comer comida azul. É um tanto filinho da mamãe.8 Sally me perdoe por isso, me perdoe por isso, me perdoe por isso...— E você não sabe das coisas que ele fazia quando era pequeno. —ela estreitou os olhos.

— Quais são essas coisas? O que ele fazia Annabeth?— ela parecia desesperada para saber, que achei um tanto estranho. E eu sabia que depois daquilo a culpa iria pesar tanto na minha cabeça, que era capaz de eu atravessar o subsolo até o núcleo da Terra.

­— Entre mais ou menos os seis a dez anos, ele tinha mais de quatro namoradas. ­­— ela arregalou os olhos. — Além de que ele brigava muito com as meninas da escola, era realmente um covarde; Dava nós nos cabelos, puxava-os, amarrava os cadarços uns nos outros, passava cola nos cabelos delas, e na carteira, já que quando a Sr. Doods dava aula praticamente quase todo mundo dormia, então todas as meninas ficavam com as caras coladas nas carteiras literalmente. Às vezes ele até mesmo fazia alguma arte e colocava a culpa nas meninas, as atacava com a bola constantemente na aula de educação física. E ele nunca levava a culpa. — Calipso estava espantada. Se ela soubesse que era somente com certa sabidinha que ele fazia essas coisas...

— OLHE! Um pássaro morto! — Calipso gritou com um tanto de desespero na voz. Sim, eu, Annabeth Chase, estava seguindo o meu melhor amigo e a namorada dele em um encontro romântico no centro da cidade. Só espero que Calipso ainda não tenha me visto. Percy pode ser lerdo, mas ela.

— Onde? — Percy perguntou passando os olhos pelo céu. Existe alguma pessoa nesse mundo que consegue ser mais lerda que esse cara? Por que né...

— Ali! — ela apontou, correndo para seu passarinho querido como se fosse para salvar a própria vida. Ela deveria fazer parte de algum grupo de defensores dos animais ou algo assim.

— Então... — Percy parecia bastante incomodado com o fato de que sua namorada estava prestando mais atenção em um pássaro do que nele. — O que você queria falar comigo mesmo Calipso? — Ela lhe olhou novamente e sorriu. Tirou um embrulho da bolsa e o entregou. Não me diga que ela realmente seguiu o meu conselho e...

— Como seu aniversário estava chegando e eu terei de ir a uma viajem de negócios do meu pai junto a ele, pensei em te dar seu presente adiantado!_ ela exclamou feliz, enquanto Percy olhava decepcionado para o livro/presente em suas mãos. Ele abriu um sorriso falso, algo que eu nunca pensei que poderia vir de Percy Jackson.

— Muito obrigada mesmo Calipso, era tudo o que eu queria ganhar!— eles se abraçaram e Percy fez uma expressão estranha. Olhei com mais atenção para a capa do livro; O Morro dos Ventos Uivantes. Pelo menos ela tem bom gosto para livros.

— Annabeth me disse que você ama livros, e que tudo o que faz no seu tempo livre é ler! — Ops, agora ferrou.

— Annabeth? Mas o quê? — e como se fosse algum tipo de intuição do mesmo, Percy olhou na minha direção. Ambos arregalamos os olhos. — Annie?— Calipso olhou também, porém pareceu não me encontrar. E agora, o que eu vou...

— Percy! Cara, o que acha de irmos tomar um sorvete por aí?— Charles lhe perguntou, aparecendo de repente e fazendo a atenção dele e de Calipso voltar-se para o mesmo. — Claro, Calipso também está convidada! Eu e Silena estamos indo para a sorveteria agora, o que acham?— Em um passe de mágica, Percy pareceu esquecer-se de mim e sorriu para Charles.

— Claro! Vamos?— perguntou e Calipso assentiu, também sorrindo. Eles começaram a andar na direção oposta, e Charles virou para trás, olhando bem em minha direção. Pude ler seus lábios: “Essa passou perto” e continuou andando com os outros dois. Charles, eu vou te dever uma para o resto da minha vida!

­

— NICO! NICO ABRE ESSA PORTA!— eu gritava enquanto quase quebrava a maçaneta. Meu amigo estava ali, do outro lado daquela porta, sofrendo enquanto tudo o que eu podia fazer era espancar a porta. Meus punhos estavam vermelhos e ralados, devido às farpas da madeira. Minhas mãos escorregaram pela porta, juntamente com meu corpo. Ajoelhei-me diante a enorme porta, e de repente ela pareceu bem maior do que realmente era. Talvez porque eu estivesse me sentindo pequena em relação a Nico e sua dor. Era como se eu fosse uma formiga que tentava chamar sua atenção, mas tudo o que ele fazia era chorar. Seus soluços não o deixavam me ouvir. Engoli em seco, e comecei a cantar:

Close your eyes; i know what you see
the darkness is high, and you're in ten feet deep
but we've survived more terrible monsters than sleep
and you know i will be here to tell you to breathe

­— Annie...—ouvi-o sussurrar. Sua voz embargada, fraca, eu não a teria ouvido se não estivesse com a mente completamente vazia, ocupada apenas em não tentar deixar minhas lágrimas escorrerem. Eu não era tão afinada como Bianca, chorando eu faria Nico sair daquele quarto apenas para brigar comigo, por estragar a musica que a irmã havia feito para ele. Isso apenas o deixaria bravo. — O que... — ele fungou e meu coração pesou ainda mais. — O que você está tentando fazer?—suspirei e continuei:

Tu sei il mio soldatino
la ragione per cui vivo
non ti scordar di me

io veglierò su di te

­— Annabeth...­ Meu coração carregava dezenas de pesos de cem quilos, enquanto era espancado e dilacerado, espremendo-se no pequeno espaço dentro de meu peito.— Pare.— sua voz estava um pouco mais alta, ainda quase inaudível, porém mais firme.

(ma nico, mio caro)

Stumbling lost; the last choice of all that you meet
it's the cost of ruling those 'neath your feet
paths you've crossed, and trust you're trying to keep
you're exhausted, listening for a voice that can't speak

­

— Eu disse pare!— ele falou alto desta vez. — Eu mandei você parar Annabeth!­— ele gritou. Funguei.

Tu sei il mio soldatino
la ragione per cui vivo
non ti scordar di me

io veglierò su di te

­— Se você continuar, eu... ­— ele vacilou por instantes. — Eu nunca mais vou te perdoar!— ele gritou. Senti as grossas lágrimas finalmente escorrendo pelas maçãs do meu rosto. Elas saiam com dificuldade de dentro de mim, como se cada uma delas fosse uma onda de mil metros de altura, e tive a sensação de que todo o oceano quisesse rolar em minha face. Elas pesavam, mas nada daquilo poderia ser comparado à dor de Nico.

So you run; through shadows you roam
seams undone by the love you thought you could own
but he's just one of many that you might call home
and maybe someday, the bitter will fade from your bonés

— Annie...— mais fungos.— Pare, por favor...­ ­ Mas eu não descansaria até terminar aquela maldita musica de ninar. A última que Bianca cantara para Nico antes de seu coração parar de bater. Maldita hora em que ela foi atravessar a rua! Maldito seja o motorista bêbado que ultrapassou o sinal! Maldita estatueta, que ela fora comprar para Nico. Maldita loja que ficava em frente de uma rua movimentada!

Eri il mio soldatino
ora un principe oscuro
ma anche per te, c'è una luce
che ad un'altra vita ti conduce

Eu já não ouvia mais seus gritos ordenando que eu parasse. Já não ouvia mais nada a minha volta. Tudo o que eu conseguia ouvir era um baque estrondoso das lágrimas de Nico caindo no chão. Ainda mais pesadas que todos os oceanos do mundo. Ouvi a tranca da porta se abrindo, e Nico, em segundos, caiu de joelhos em minha frente e me abraçou forte. Correspondi ao abraço, e ficamos chorando e soluçando mais alto do que nossas vozes podiam alcançar. Segundos depois, Percy, Grover, Luke e Thalia entraram no apartamento de Tio Hades (Que por ser a simpatia em pessoa, nunca nos deixava entrar) com lágrimas escorrendo pelos rostos pálidos. Seus olhos se arregalaram ao nos ver, mas logo cada um deles se agachou lentamente, e ficamos ali durante não sei quanto tempo, apenas chorando, enquanto imaginávamos o que Hades iria pensar ou/e fazer quando chegasse de viagem amanhã cedo, com a esposa e madrasta de Nico e Bianca, Perséfone. Ficamos abraçados em um pequeno bolo de crianças, ouvindo a dor um do outro. As horas passaram, e de repente, Hades abriu a porta rindo com Perséfone. Era agora...

A cidade inteira tinha sido tomada por uma tempestade. Meu guarda-chuva tinha sido levado pelo vento e tudo o que eu conseguia fazer naquele momento era correr da enorme ventania que se formava, porém... Para onde? Eu estava sem rumo, encharcada e sozinha. Estava voltando do colégio, só que bem mais atrasada que todos os outros. Maldito hora em que parei para comprar livros! Horas na biblioteca podem fazer mal, e eu nunca pensei que acharia isso um dia.

Já estava praticamente perdida, quando avistei uma cabeleira loira curta correndo a poucos metros de mim.

— LUKE! — gritei o mais alto que pude, minha voz sendo cortada pelo vento, mas ele não conseguiu me ouvir, e nem ao menos ver. Corri para mais perto, mas ele era rápido. Quando diminuí a distância entre nós dois, gritei mais uma vez, mais alto do que eu podia imaginar que conseguia.

Luke olhou para trás assustado e, eu juro, que por alguns instantes um sorriso fora estampado em seu rosto.

— ANNIE! — o ouvi gritar e corri ainda mais enquanto ele me esperava, tentando parar os cabelos rebeldes que tampavam seu rosto de segundos a segundos. — O que você...

— Depois eu te explico! Vem, temos que encontrar algum lugar para ficar enquanto essa tempestade não passa!_—falei sob o som do granizo batendo na calçada.

Rapidamente eu e Luke corremos em direção ao parque do centro da cidade, nos abrigando na casa de árvore, essa que felizmente continuava firme no mesmo lugar. Sentamos-nos, ambos cansados e encharcados. Seus olhos estavam mais azuis do que o normal, apesar de tudo, o que me deixava ainda mais constrangida, já que os meus deveriam estar piores que a tempestade lá fora. Luke se aproximou um pouco mais de mim e eu engoli em seco.

— Eu estava procurando por você. — ele disse de repente, depois de alguns minutos desagradáveis de silêncio.

— Como? — perguntei confusa, perdida na imensidão azul de seus olhos. A tempestade lá fora, meio que fora substituída em minha mente por um céu completamente claro e livre de nuvens.

— Você me disse que iria me dar aulas de latim depois da aula em minha casa, como você não foi, fiquei preocupado e vim procurar por você. — Corei. Não só pelo que ele acabara de me contar, mas também porque Luke nunca olhara tão profundamente em meus olhos; Pelo menos, não daquele jeito.

— Fiquei entretida na biblioteca. — ambos rimos.

— Isso é bem a sua cara. ­— ele disse, sorrindo de modo sincero e aproximado seu rosto do meu. Estremeci da cabeça aos pés, ao mesmo tempo chegando meu corpo mais perto do dele também. Senti arrepios quando sua mão gelada e molhada tocou minha nuca, puxando-a e encostando nossas testas.

— Vamos ficar resfriados... — murmurei, sentindo raízes e falhos crescendo dentro do meu estomago e fazendo cócegas dentro da minha barriga e todo o calor do seu corpo ser compartilhado com o meu.

— Dane-se. Eu não sei você, mas... Eu não estou sentindo nem um pouco de frio agora. — Choques elétricos passaram por todo o meu corpo quando os lábios de Luke tocaram os meus. Eu mal conseguia respirar; Eu havia me esquecido de como se faz isso. E a tempestade parou...


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Notas finais do capítulo

Por favor, me digam que pelo menos um de vocês ainda lê essa história???