A Escolhida escrita por Jamie Hazel


Capítulo 15
Capítulo 14 - Enfim, Londres.


Notas iniciais do capítulo

Heeey meus amiguinhos(as)! Como estão?? Espero que bem porque esse capítulo me deu M-U-I-T-O trabalho, não estava conseguindo desenrolá-lo, mas finalmente consegui deixá-lo apresentável.
Vejo vocês nas notas finais e, por favor, não me matem, não será hoje que vocês descobrirão o segredo da Sarah e sim no próximo. *UUUU* sinto cheiro de mistério no ar!



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POV - Sarah

Feeling my way through the darkness

Guided by a beating heart

I can't tell where the journey will end

But I know where to start (8

Depois que pensei melhor sobre a viagem á Londres, lembrei que teria que avisar minha mãe antes. Então, acabei ligando para ela.

Alô?

– Oi, mãe. Como está aí o trabalho?

– Querida! Ah, está tudo ótimo, acho que vou voltar para casa mais cedo também.

– Isso é incrível. Só liguei para avisar que vou viajar por alguns dias ou semanas para Londres. - eu disse tentando parecer o mais confiante possível.

– Viajar? Não vai ter nenhuma viagem até eu voltar para conversarmos sobre isso, Sarah.

– Não dá tempo.

– Tempo de que? Você precisa parar de ler tanto livros, sabia? Está ficando louca.

– Não estou. Mãe, eu preciso fazer essa viagem. Me perdoe. - então, desliguei o telefone.

Minha mala já estava quase pronta, só faltava alguns acessórios, como bolsas e eletrônicos. Assim que terminei de arruma-lá, caminhei até a janela do meu quarto e fitei o céu, como costumava fazer. O céu estava até mais azul que o normal, mal dava para ver as nuvens brancas que percorriam sua extensão. Estranho. Parece tudo tão normal, mesmo depois do que aconteceu na sala. As ruas, os estabelecimentos e as pessoas estavam perfeitamente como deveriam estar, então por que só eu me sentia como se aquele lugar não fosse meu lar?

Sabe quando você faz uma mudança radical da sua vida e acha que nunca vai conseguir se apegar á ela? Sinto isso agora. Como se tivessem roubado minha vida de mim, como se eu fosse só uma boneca pronta para ser controlada. Por que não posso tomar conta da minha própria vida? Essas "coisas" absurdas não eram pra estar acontecendo, nunca quis isso.

Bufei e voltei para a mala pronta. Faltava uma coisa. O livro estava incompleto, a chave que continha ali desapareceu. Procurei por todos os cantos do quarto e não a encontrei, fui então procurar na sala e também na cozinha, acabei encontrando só um biscoito vencido debaixo da bancada.

Frustada, peguei o telefone e liguei para Nicholas que havia ido para casa para arrumar suas malas. Logo que ele atendeu, desatei a falar:

A chave sumiu. Não sei como vamos encontrá-la e acho que sem ela nós não vamos conseguir salvá-la.

– Se acalme, assim que terminar de arrumar as malas, vou aí e nós procuramos.

– Mas eu já procurei! - gritei enquanto levava as mãos para o colar em meu pescoço.

Espere. Tinha algo errado. Puxei o colar do meu pescoço e encarei-o boquiaberta. Não era o colar que minha mãe tinha me dado e sim a chave do livro.

Como isso tinha acontecido eu não sei, mas já estava tão acostumada a lidar com coisas estranhas que essa foi só mais uma delas. Coloquei o colar de volta no pescoço e desci para esperar os meninos no portão.

Cerca de uma hora depois nós três estávamos sentados no banco de trás de um táxi. O taxista parecia ser um cara legal, tinha cabelos castanhos apesar de alguns serem brancos, seu nariz era extremamente grande e me fazia pensar que seu olfato era aguçado.

– Qual seria o destino? - o taxista perguntou com uma voz de gripe.

– Aeroporto. - respondeu prontamente Dennis.

– Muito bem. - o homem deu a marcha no carro e começamos a andar. - Acho melhor abrirem as janelas, estou com uma gripe terrível.

Isso dava para perceber, o homem não parava de tossir e espirrar. Quase cheguei a cobrir meu nariz com as mãos mas achei que isso seria falta de educação.

Abri as janelas do táxi e deitei a cabeça nos ombros de Nicholas. Mesmo deitada, pude ver seu sorriso formado em seus lábios. Acabei adormecendo ali e só acordei quando chegamos ao aeroporto de Bristol.

Nicholas pagou o homem enquanto eu e Dennis nos dirigimos para comprar as passagens.

– São três passagens para Londres ás 18:00 p.m. - pediu Dennis.

Logo depois que compramos, fomos comer um lanche no Burguer King do aeroporto afim de esperar dar a hora do vôo.

Não demorou muito para que nós estívessemos dentro do avião da Airlines. Infelizmente, nossos lugares eram separados e isso me fez ficar um pouco entediada durante a viagem.

Não sabia como reagir a tantas coisas acontecendo tão rapidamente, então costumava fingir que ignorava os meus problemas. O que, obviamente, não estava mais dando certo. Minha mãe com certeza saberia como lidar com essa situação melhor que eu. Nós podíamos não passar muito tempo juntas, mas eu ainda sentia falta dela principalmente agora que estava trabalhando, e mais ainda que não vou vê-la durante esses dias em Londres.

Quando meu pai estava vivo eles procuravam passar um bom tempo comigo, sempre que podiam. Às vezes eu ficava mais tempo com a minha mãe, outras vezes com meu pai. Um deles sempre estava por perto para que eu não me sentisse só. Mas, depois da morte dele as coisas mudaram muito, e infelizmente minha mãe tem esse estágio que a ocupa demais para ter tempo para sua filha.

Virei o rosto de lado na poltrona do avião e tentei dormir, afinal ainda faltavam 2 horas para chegarmos ao nosso destino.

Eu corria, e corria mais. Depois de um longo tempo já estava suada, cansada e muito machucada. Encontrei uma velha casa e entrei nela achando que poderia encontrar alguém para me ajudar, mas a única coisa que encontrei lá foi um homem vestido com uma capa preta, mal dava para ver seu rosto. Ele agarrou-me pelos braços com suas mãos frias e me jogou no chão com muita força. Senti minhas costas doerem com o baque e não consegui me levantar. O ar havia fugido de meus pulmões, minha cabeça girava e tudo a minha volta estava ficando escuro. Tentei me apoiar em alguma árvore ou pedra, mas ele foi mais rápido e pegou-me pelas pernas. Começou a me arrastar pela floresta. Minha cabeça batia em vários pedaços de troncos e pedras pontudas.

Meus braços estavam sangrando muito há essa hora, eu já não conseguia sentir minhas pernas direito e tudo estava ficando cada vez mais escuro. Minha mente estava completamente vazia, pois a dor estava tomando conta de mim por completo. Senti minha cabeça ir para um lado e meu corpo para o outro quando ele mudou de direção, fazendo com que minha cabeça fosse de encontro com uma árvore e tudo ficasse escuro de uma vez.

Acordei sentindo todo meu corpo doer violentamente. Minhas pernas estavam dormentes, meus braços estavam fracos e minha cabeça martelava cada vez mais forte. Minha visão estava completamente embaçada e eu não conseguia enxergar nada.

Senti que o avião estava descendo e agarrei a poltrona da frente com o máximo de força que consegui reter. Desejei desesperadamente que o pouso acontecesse o mais breve possível, aquela pressão irritante no ouvido já começara a me incomodar e para piorar, acabei olhando para a janela. Encontrei uma lua linda em um perfeito céu estrelado que se afastava aos poucos. Fechei os olhos por um instante e, quando os abri novamente, a cegueira estava passando.

Para minha sorte, o pouso foi rápido e tranquilo. Logo, nós havíamos chegado em Fullham, larguei por um instante minha mala para olhar o endereço de David. Casa nº 4. Olhei ao redor á procura desse número ou, no mínimo, algum próximo dele. Não encontrei nada, aquele lugar estava lotado de casas com número grandes, como 302 e 303.

A rua estava deserta, não se via nenhum carro ou alguém passeando. Olhei no relógio, já era quase 21:00 p.m.

– Acho que as pessoas dessa cidade não gostam muito de sair á noite. - comentei.

– É. Isso é um pouco sinistro. - concordou Nic. - Melhor procurarmos um lugar para dormir e voltar amanhã.

Balancei a cabeça em negação e continuei procurando pela casa de número 4. Até que ouvi um burburinho chato de pisada em um graveto. Virei para olhar de onde vinha o barulho e dei de cara com um homem aparentemente velho. Seus cabelos brancos eram quase nulos o que deixava um pouco da sua careca aparente, usava óculos quadrados e me lembrava um cientista maluco. Ele usava um terno cinza com uma gravata borboleta muito sem graça. O senhor esticou a mão enrugada para mim e disse com uma voz um tanto animada:

– Prazer, David Bruchet.


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Notas finais do capítulo

Então, vocês leram até o final, oba! :) E aí já descobriram o que ela tem ou o que ela é???
Ainda estão curiosos, não é? Bem, como eu sou muito má, vou enrolar o máximo que eu puder MUAHAMUHAMAUHAMUHA. Brincadeira.
Beeeeijooos e deixem reviews