O Escorpião E A Rosa escrita por Sue Almeida


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, adorei os reviews, muito obrigada, mas quero mais! *-*
Aqui em Portugal estamos na época dos santos populares, me diverti muito e por isso é que n actualizei anteontem e ontem eu estava descançando da farra :$ Mas aqui estou eu postando novamente :$
Boa leitura PotterHeads!



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Scropius saiu correndo da biblioteca tentando acompanhar o passo apressado de Rose.

- O que eu disse de errado dessa vez?

- Dá para me deixar em paz? Nossa que chato! Ainda não são oito da manhã e já estou farta de olhar na sua cara! Como isso é possível?

- Você é que esta muito irritadiça! Ontem na torre de astronomia eu pensei que você quisesse passar uma borracha por cima das nossas diferenças.

- Eu quero é passar um camião em cima de você! – Ela disse o encarando com raiva.

- O que é isso? – Ele perguntou confuso.

Ela suspirou como se assim ganhasse mais paciência.

- É um transporte Trouxa.

- Tipo um botão de transporte?

- NÃO! Quer parar de me fazer perguntas?!

- Ok ok, desculpa!

Ficaram uns minutos em silêncio andando um ao lado do outro, ela parecia ter desistido de se livrar dele. Ele pelo contrário parecia não conseguir ficar calado.

- Para onde e que a gente está indo?

- Não sei.

- Andando só por andar?

- É bom, as vezes. – Ela disse sem olhar para ele, tinha os seus pensamentos longe, na conversa com Dominique na noite passada.

- Suponho que sim. – Ele disse encolhendo os ombros. Não obteve resposta, ela continuava pensativa. – Você está bem?

- Você quer saber mesmo ou está perguntando só por perguntar? – Ela o questionou o encarando.

- Claro que quero saber, você parece abatida.

Ela suspirou longamente se encostando a parede enquanto deitava a cabeça para trás olhando para cima. Depois deixou se escorregar até a chão e ficou sentada com as mãos nos joelhos olhando para o infinito. Scorpius se sentou ao lado dela olhando também para a parede a sua frente. Ficaram os dois ali durante algum tempo, no meio do corredor onde não passava ninguém porque estava quase todo o mundo dormindo ainda.

- Você também acha que eu sou uma sabe-tudo irritante e chata? – Ela perguntou de repente sem tirar os olhos da parede. Ele olhou para ela, ficando alguns segundos em silêncio. Depois olhando de novo para a parede ele disse.

- Não. – Ela olhou para ele.

- Seja sincero.

- Estou sendo sincero, eu não te acho uma… como é que você disse?

- Sabe-tudo irritante e chata. É o que me apelidam… todos.

- Você não devia levar isso a sério.

- Se todos acham isso de mim, talvez eu deva levar a sério.

- Veja bem. – Ele voltou a olhar para ela, e dessa vez encaravam-se os dois olhos nos olhos. – Você é inteligente, e quando você abre a boca para falar alguma coisa você ofusca todo o mundo com a sua inteligência. E isso pode ser um pouquinho irritante sim, e por isso eles têm inveja. E acabam te apelidando assim, mas é tudo dor de cotovelo. – Ele disse aquilo sem tirar os seus olhos dos dela.

 - Uau… isso foi… a coisa mais simpática que alguma vez me disseram.

Ele sorriu e disse.

- Além disso você não é irritante, você é irritadiça, o que é diferente. – Ela deu uma gargalhada, e ele pareceu feliz por faze-la rir, e estendendo a mão disse. – É agora que a gente declara tréguas oficiais?

- É, acho que sim. – Ela disse apertando a mão dele. Ficaram alguns minutos em silêncio, cada um com os seus pensamentos. Depois mais uma vez Scorpius falou.

- O que é um camião?

Rose suspirou tentando explicar a Scorpius o que era um camião.

XX-XX

- Droga, droga, droga! – Disse Lily se levantando da cama num salto quando viu as horas. – Dominique, Victoire acordem, são oito menos 10 estamos atrasadíssimas!!

- O quê?! – Exclamou Dominique saindo da cama olhando para o relógio. – Victoire acorda! – Ela disse abanando a irmã com força. Victoire se encolheu mais na cama. Dominique pegou uma almofada e jogou na cabeça da irmã que se levantou praguejando. – Pode ir parando com esse seu mau humor matinal porque a gente está atrasadíssima. Vamos, levanta logo.

- Cadê a Rose? Porque é que ela não nos acordou?! – Disse Victoire saindo da cama e se preparando para entrar no banheiro, mas Lilly se pôs a frente dela dizendo.

- Nem pensar! Você demora séculos dentro do banheiro, eu dessa vez não vou tomar banho mas você não entra primeiro que eu porque eu preciso pelo menos me lavar. – E entrou no banheiro sem dar tempo para a prima responder. Victoire bateu a porta da casa de banho e disse.

- Essa menina tem só doze anos mas fala como se fosse a mais velha de nós todos. – Se sentou na cama cruzando os braços. – Vocês têm que me respeitar eu sou a mais velha que vocês todos!

Dominique riu.

- Vá sonhando! Além disso o Ted é mais velho que você!  

- Grande coisa, ele só é dois meses mais velho que eu.

- Mas é mais velho!

- Mas sou a mais velha das meninas - Deixou-se cair na cama. – Mas afinal porque é que a Rose não nos acordou hoje?

Dominique baixou a cabeça se sentindo culpada, não queria que soubessem das coisas horríveis que disse a prima na noite anterior.

- Não sei. – Disse evitando olhar para a irmã.

Lilly saiu do banheiro tirando o pijama e vestindo o uniforme quase ao mesmo tempo. Dominique entrou rapidamente antes que a irmã entrasse. 5 minutos depois já tinha saído, Victoire ia a entrar no banheiro quando Lily a avisou que não esperariam por ela já que ela demorava muito, quando ela voltou para trás para dizer que seria rápida mas elas já tinham saído. E ainda bem porque, ela não seria nada rápida.

XX-XX

- Posso te fazer uma pergunta? – Indagou Rose olhando para Scorpius.

- Sim.

- Porque é que envenenaram a sua coruja? – Ele desviou o olhar para o chão, Rose imediatamente tentou se redimir. – Se não quiser falar não tem problema.

- Por uma razão muito estúpida. – E voltou a olhar para ela. – Por eu ser filho de Draco Malfoy? -Rose demorou alguns segundos a entender a ligação do pai dele com a morte da sua  coruja. Quando percebeu arregalou os olhos. - Eu tinha 6 anos. – Ele continuou. – Nem entendia direito sobre toda essa história do Voldemort, e nem percebia porque é que tanta gente olhava o meu pai de lado, ou o desprezavam. Só vim a entender realmente naquela manhã em que eu estava na janela observando a minha coruja voar a volta de uma árvore com um rato morto no bico, estava um homem sentado num banquinho ali perto, mas eu não ia imaginar que ele estivesse ali para uma vingançazinha estúpida, ele estava dando ratos mortos a minha coruja, ele abanava-os no ar e ela ia ter com ele , eu não via mal nenhum nisso, até eu o ver colocar alguma coisa no último rato morto que ele tinha, e abana-lo de novo no ar com um sorriso maldoso nos lábios, ainda gritei para a minha coruja não ir, mas já era tarde, ela já tinha comido o rato, e foi uma questão de segundos até o veneno fazer efeito e a minha coruja cair no chão sem vida. O homem saiu imediatamente dali, mas eu desci até a rua gritando, perguntando porque é que ele tinha feito aquilo, eu pensei que fosse um tipo de psicopata que, como você disse no outro dia, tivesse alguma aversão a corujas, mas essa hipótese foi destruída quando o meu pai pegou um bilhete que ele deixou ao lado da minha coruja, e leu em voz alta, ‘’ Arda no inferno comensal nojento’’. A partir daquele dia eu percebi que havia muita gente que odiava o meu pai sem ao menos conhece-lo direito, e fizeram muitas coisas a ele sem que ele merecesse, queimaram a nossa casa antiga e tivemos que nos mudar para uma outra enquanto reconstruíam a nossa, tudo porque acham que ele era a favor do Voldemort. O que é mentira! E eu sendo filho dele fui arrastado por todo esse ódio que têm por ele, e passaram a ter por mim também, pura e simplesmente por ser filho dele. É ridículo, mas as coisas são assim. Eu sei que o meu pai não é uma pessoa fácil, nunca foi e nunca será. Mas ele não é uma má pessoa, ele pode defender valores errados como o puro sangue ou achar que os nascidos trouxas não merecem ter varinhas. Mas ele não é uma pessoa má. O problema é que o meu pai sofre do mesmo preconceito que eu sofro. Ele é odiado porque o meu avô, esse sim era uma pessoa má, o meu pai sabe disso, embora não o diga, ele sim defendia o Voldemort, e nós por estarmos ligados a ele somos metidos no mesmo saco. É ridículo. Só a partir do dia em que envenenaram a minha coruja é que eu entendi que, sendo filho de Draco Malfoy, eu estou condenado a levar com pessoas ignorantes que acham que eu defendo a volta do Voldemort.

Rose ficou alguns minutos desconcertada com toda aquela informação. Se lembrou da frase que ele disse naquela noite na torre das corujas, ‘’’’, e só então percebeu o seu significado.

- Deve ser horrível, passar uma vida inteira sendo julgado por tudo e por todos, sem ao menos te conhecerem. Quero que saiba Scorpius, que eu nunca o julguei por essas razões, e se fiquei relutante no inicio quando soube que você era meu parceiro, foi só porque o meu pai…

- Não se preocupe, eu sei. - Ficaram mais uns minutos em silêncio, que ele quebrou minutos depois. – Você é que tem sorte.

- Porquê?

- Por ser filha de um dos heróis do mundo bruxo, não tem que lidar com o mesmo tipo de problemas que eu.

- Mas tenho que lidar com outro tipo de problemas. – Ele a olhou confuso. – Muita gente se aproxima de nós por puro interesse, muitos ficam ofendidos se a gente não sabe o nome deles e nos acham snobes sem razão alguma. Por vezes temos que lidar com fãs fanáticos, bem eu não tanto, mas o Hugo por exemplo, a parceira dele é louca. Uma vez uma fã meteu na cabeça que o meu pai era o homem da vida dela, e quando ele disse que amava a minha mãe, ela não lidou bem com a rejeição e tentou matar a minha mãe sufocada. Além disso, por sermos filhos de quem somos, as pessoas criam demasiadas expectativas em relação a nos, as quais temos medo de não corresponder, por exemplo, todo o mundo espera que o Hugo seja bom a jogar xadrez como meu pai, mas a verdade é que ele é péssimo. Enfim, nem sempre ser filha dos grandes heróis do mundo bruxo é bom. Por vezes acho que seria muito melhor se não fossemos conhecidos, se pudéssemos ficar no anonimato.

- É, o anonimato seria tão bom! – Ele disse suspirando. Rose sorriu. – O que foi?

- Estou pensando na reacção do meu pai se me visse aqui, conversando tão amigavelmente e rindo com você.

- O meu pai iria entrar em negação, se lhe perguntassem ele diria que eu te estava atraindo para alguma armadilha para te humilhar. – Ele disse rindo. Ela ficou uns minutos em silêncio. Depois disse.

- Você sabe que a gente não pode ser amigos não sabe?

Ele parou de sorrir, aquilo apanhou-o desprevenido.

- Sei.

- Quer dizer, podemos… mas…

- Não é suposto. – Ele completou.

Olharam um para o outro sem saber o que dizer.

- Mas é ridículo. – Disse Rose um tempo depois.

- Como?

- É ridículo… as rixas antigas dos nossos pais definirem as nossas amizades… quero dizer, não é suposto sermos nós a escolher-mos os nossos amigos?

- Você tem razão, são eles que se odeiam, e não nós. Não temos que estar de costas voltadas só porque eles são uns imaturos que não conseguem ultrapassar as diferenças do colégio!

Se lhes perguntassem nunca diriam que iriam ter uma conversa tão longa e sem brigas, mas a verdade é que estava correndo muito bem.

- Amigos? – Perguntou Rose.

- Amigos. – Disse Scorpius sorrindo. – Mas…

- Fica segredo por enquanto, para não levantar muita poeira!

Scorpius acenou feliz. Finalmente, as tréguas estavam assumidas. 


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Notas finais do capítulo

Ficou grandinho esse, QUERO MUITOS REVIEWS, senão demoro um século para postar (chantagista +.+)