Dark Angel escrita por docin1


Capítulo 2
Gotham Academy.


Notas iniciais do capítulo

Oioi! Capítulo novo com muito carinho ♥
***
Revisado/alterado em fevereiro de 2017.



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Diferente dos outros dias, não liguei o rádio na frequência policial. Cuidei das tarefas domésticas que eu negligenciava há dias, passei um tempo em frente à tevê e consegui até dormir um pouco! Se o Batman também tirava férias, quem sou eu para não fazê-lo? Quando achei que o tempo estava apertando, procurei qualquer coisa no armário que não fosse tão... Preto.

Se eu ia começar a aderir folgas, precisaria de roupas novas com certeza. Por sorte, não era algo que eu pretendia fazer. Vesti as calças jeans que eu mesma havia rasgado nos joelhos, um top diferente e as botas de sempre. A parte boa de não ser o tipo de pessoa sempre produzida, é que rímel e batom fazem uma diferença absurda.

— Uau! – Mike soltou um assovio logo que abri a porta.

— Você também está bem, Mike.

— Vamos lá, as meninas já estão no carro.

 

Pessoas dançando, copos descartáveis vermelhos, doces e mais copos. A festa acontecia na quadra de esportes do campus e na piscina também. Lucy estava perdida, fascinada pelo campus e pela bagunça da festa, então Mike fez questão de apresentar as pessoas que ainda conhecia dali. Na primeira oportunidade, Suzi aproveitou para ir conseguir bebidas, me deixando sozinha e antissocial no meio de muitos calouros, veteranos e pessoas sem a menor ligação com a Gotham Academy. De longe, eu a via cumprimentando várias pessoas das quais eu nem lembrava os nomes.

— Lis? – Alguém chamou perto o suficiente para que eu ouvisse. Virei imediatamente, quase um reflexo.

Eu conhecia aquele rosto de algum lugar. Era um homem alto e muito, muito bonito. Olhos bem azuis, a pele branca e os cabelos negros.

— Vai dizer que não se lembra de mim, Lis?

— Na verdade, eu... Lis? Ninguém me chama assim desde... – Ele riu da minha confusão e tudo ficou claro, eu não esqueceria aquele riso. – Ah, Meu Deus! Dick? Dick Grayson!

— Eu pensei que não ia lembrar! – Ele me abraçou.

— Foi mal, é que faz tanto tempo que a gente não se vê! – Ele não havia me soltado do abraço, só o suficiente para que eu pudesse vê-lo direito. – Você cresceu. E, olha isso, cheio de músculos! – Falei, rindo.

— E você? Está tão linda! Por que sumiu por tanto tempo, Amell?

— Eu fui para Metropolis, foi bom para mim.

— Lícia, você não quer—Suzi voltou com dois copos nas mãos. – Dick?

— Suzi! – Ele soltou minha cintura para abraçar a dela. – Vou pegar alguma coisa para mim, você quer, Lis?

— Sim, por favor.

— Vê se não foge para Metropolis sem me avisar de novo. – Ele se afastou.

— Te deixo sozinha por um segundo e os gatos já atacaram, hein?

— Muito engraçado.

— Se diverte um pouquinho! – Falou dançando no ritmo da música.

— Aqui, eu não sabia do que você gostava, então trouxe cerveja. – Dick se aproximou com uma garrafa na mão.

Percebi Suzi se afastando e se misturando no meio dos outros, não sem antes me fazer uma careta, claro.

— Então, me conta tudo dos últimos... oito anos? – Ele berrou para soar mais alto que a música.

— Hm, eu... – A música era tão alta que eu sentia meu corpo vibrar com a batida. – Não vou conseguir! O barulho...

— Tem razão. Vem comigo. – Pegou a minha mão livre e começou a me guiar para a saída.

Agora eu já podia falar, mas já não reconhecia o caminho. Subimos algumas escadas e passamos por corredores que eu nunca havia encontrado. Paramos em frente uma porta com uma placa dizendo “PROIBIDA A ENTRADA DE PESSOAS NÃO AUTORIZADAS!”.

— Você tem autorização, Grayson? – Perguntei e ele sorriu, respondendo a minha pergunta.

A porta dava para o terraço. Estávamos no topo da Gotham Academy, agora. A música mal não incomodava mais, eu mal ouvia, na verdade. O lugar era deserto, a não ser por plantas muito bem cuidadas em seus vasos.

— Como achou esse lugar?

— Matando aula.

— Que coisa feia, Grayson!

— Eu tive más influências. – Sorriu.

— E sempre traz as calouras aqui?

— Só veteranas como você, Amell.

Ele se sentou no chão, encostado na parede e convidou-me a fazer o mesmo.

— Na verdade, acho que nunca trouxe ninguém aqui.

— Que honra.

— É que, geralmente, o campus é menos barulhento. – Riu e eu lhe dei uma cotovelada leve em seu braço. – Agora vai me contar o que te fez sair de Gotham?

— Quando minha prima que mora em Metropolis conseguiu um emprego no Planeta Diário, ela também conseguiu para mim um estágio lá mesmo.

— Você, jornalista?

— Claro que não, eu só fazia café para os jornalistas de verdade, mas eu tinha um dinheiro. Consegui fazer outros cursos e, no último ano, consegui um estágio de verdade de dois anos na filial da Stark.

— Você trabalhou com o Homem de Ferro?

— Não seja ingênuo, Grayson. O Stark de verdade nunca apareceu por lá. E nós só soubemos do Homem de Ferro uns... dois anos atrás?

— Um e meio. Gostou do estágio, pelo menos?

— Sim, aí eu acabei fazendo T.I. na Yale. Quero dizer, estou fazendo.

— Voltou quando acabou o estágio?

— Sim. Consegui alugar um apartamento e trabalho na Lane’s.

— Com dois anos de estágio na Stark e T.I. na Yale, tenho certeza que você arruma alguma coisa na área.

— É, eu sei. Só estou dando uma força para os Lane enquanto não termino o curso EAD. Agora me fala de você.

— Eu trabalho na Polícia de Gotham. Embora tenho passado mais tempo na Wayne, dando uma força para o Bruce, também.

— O nerd Grayson na polícia? Estou surpresa.

— Pois é, eu acabei mudando um pouco. Mas ainda estou na mansão Wayne.

— Eu não me mudaria nunca de lá.

— Estou pensando em fazer isso mesmo. – Ele riu, brincando.

Nós estávamos no meio de um debate sobre como as empresas de tecnologia seriam melhor administradas se todos os diretores fossem super-heróis, como o Tony Stark, quando Dick tirou o celular do bolso. Ele digitou alguma coisa e guardou de novo.

— Suzi e Mike estão procurando você.

— Sério? Mas que horas são?

— Acabou de passar das três e meia.

— Uau. Eu preciso ir. – Levantei do chão. Eu nem tinha percebi que minhas pernas estavam dormentes.

— Mesmo?

— Mesmo.

— Certo, vamos.

Descemos todas as várias escadas tentando manter o assunto, e eu estava até triste por ter que finalizar. Quando chegamos ao estacionamento, ninguém além de um grupo de garotas mexendo nos celulares.

— Onde estão?

— Eles foram de táxi.

— Eles me deixaram sozinha?

— Assim você me ofende, Amell. Eu levo você.

— Ei, Dick! – Uma das garotas do grupo de aproximou. Mesmo às três da manhã, era elegante.

— Oi, Jenny.

— Que bom que eu encontrei você! – Ela me ignorou completamente. Ainda com elegância. – Eu naõ estou bem para dirigir, preciso de uma carona.

— Hm, Jenny, eu...-

— Ah, espera! Você ia levar ela? Oh, me desculpe, eu sou Jenny McAvoy.

— Alicia Amell.

— Você chegou com o Mike Lane, não foi?

— Sim.

— Então você pode ir com ele!

— Na verdade, ele já...- Dick começou a falar enquanto ela entrelaçava seu braço no dele.

— Não, Dick. Tudo bem. – Olhei para os lados, procurando um táxi.

— Você pode ir com o seu carro. – Ela sorriu, deslumbrante. – Ah, espera! Você não tem um carro? Eu posso pagar um táxi.

Sorri porque era tudo o que eu podia fazer naquele momento. Acenei com a cabeça para o Dick e me afastei dos dois. Ele, Dick Grayson, o cara mais disputado do ensino médio; e ela, provavelmente uma veterana tão disputada quanto. Parei na calçada, acenando para o primeiro táxi que vi.

— Lis! Espera aí! – Dick correu para me alcançar. – Foi mal pela Jenny, é uma amiga.

— Eu sei que sim.

Agradeci mentalmente pelo táxi parar quando a ouvi chamando o seu nome.

— Foi mal mesmo, deixa eu te compensar. Me dá o seu telefone, eu vou pensar em alguma coisa.

Revirei os olhos dramaticamente e peguei seu celular, que ele tinha estendido para mim.

Constrangedor? Sim, mas decidi não deixar Jenny McAvoy estragar a parte boa da festa. Há anos eu não dava risada ou fazia piadas por tanto tempo. Antes de dormir, tirei meu celular do fundo do guarda-roupa e conectei ao carregador pela primeira vez em meses.


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Notas finais do capítulo

Então.. Alguém aí curtiu?