Dark Angel escrita por docin1


Capítulo 18
Contratada


Notas iniciais do capítulo

Romance ao extremo, mas eu precisava arrumar um jeito de falar da Zee e eu estava inspirada ouvindo Joe Brooks kkkk'
Aproveitem *-*



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Fui direto para a minha casa e troquei de roupas, nada de roupas de Black Angel, apenas roupas discretas. Um jeans preto, uma regata da mesma cor e uma jaqueta jeans – também preta.

Liguei para o telefone que Clint havia me dado.

–Anji? Está tudo bem?

–Sim. Só liguei para pedir uma carona.

–Uma carona? Virei motorista de justiceira agora? – Ele perguntou ofendido e eu ri baixo

–Não, Clint. Eu vou à SHIELD. Seu chefe me fez uma proposta, eu tenho que responder.

–Vai aceitar?

–Sim... Vai vir me buscar ou eu vou ter que aprender como se usa os teletransportes Zeta sozinha?

–Você vai conseguir se virar...

–Vem logo! – Briguei e ele riu

–Certo, certo. Você não poderia passar de qualquer maneira, estou a caminho.

–Obrigada.

Desliguei o telefone e peguei os óculos de sol preto. Não iria revelar a minha identidade secreta tão rápido.

Logo ele buzinou com a moto parada na frente do prédio. Saí de casa dando de cara com o síndico me olhando de cara feia. Provavelmente pensando que a moradora, que há pouco mais de um mês não demonstrava nem sinal de vida, agora estava recebendo mais visitas do que o próprio.

Sorri forçado e desci as escadas. As esperanças de ter de volta o elevador antigo já não existiam mais.

–Obrigada Clint. – Falei pegando o capacete de sua mão e me sentando na moto

Fomos bem depressa até o prédio, aparentemente abandonado, que servia de transporte até a SHIELD. Entramos no mesmo lugar abandonado de sempre, Clint abriu uma porta no fundo do salão, uma porta como outra porta quebrada qualquer. Parecia um elevador por dentro, uma plataforma de aço e as paredes do mesmo material. Um teclado holográfico apareceu na frente de Clint e ela começou a digitar muito rapidamente.

–Acredito que não vai querer contar à todos sobre a sua identidade secreta... – Murmurou ele

–Não mesmo.

–Certo, pode vir. – Ele subiu na plataforma e eu o segui

Fiquei parada exatamente no meio da plataforma e ele fechou a porta ficando ao meu lado. Uma luz forte nos rodeou e, mesmo de óculos escuros, eu tive que apertar os olhos para enxergar alguma coisa. “Gavião Arqueiro, Clint Barton. Black Angel. Autorizada.”. Falou uma voz robótica feminina. Quando me dei conta, já estávamos na SHIELD, no mesmo “elevador” que Asa Noturna – e Batgirl – havia entrado da última vez. Foi tão rápido que não consegui notar os detalhes.

Clint olhou para mim esperando que eu dissesse alguma coisa. Tudo o que consegui foi:

–Uau! Foi tão rápido. – Falei e ele riu

–Você se acostuma. Vamos.

Era àquela mesma sala de antes, com os computadores, entrada para o corredor, outra porta de elevador, mesas compridas e uma tela holográfica no meio do salão comandada por Nick Fury.

–Black Angel. É bom vê-la aqui. Isso significa um sim à minha proposta?

–Talvez. Ainda há coisas para ajustarmos.

–Tem razão, por aqui. – Ele me convidou à segui-lo para o corredor e eu olhei para Clint querendo saber se ele iria junto, mas ele negou com a cabeça.

Minha conversa com Nick não foi muito longa. Eu seria uma agente SHIELD com total liberdade, isso assim que eu passasse em todos os “testes”, claro. Nada que me parecesse um grande desafio. Eu precisaria demonstrar minhas habilidades em luta, uso de armas, computadores... E aprenderia a lidar com a tecnologia SHIELD. Depois disso tudo, eu estaria completamente dentro de todos os casos que envolvessem os Homens da Noite.

Nick não perguntou nada, o que foi melhor para mim. E também não estabeleceu horários ou regras rígidas. Ou estava sendo melhor do que pensei, ou eu teria problemas em breve. Resolvi simplesmente aceitar tudo.

Antes de acabarmos a nossa conversa, ele me apresentou Maria Hill, uma das melhores agentes e braço direito dele. Ela iria me ajudar no que eu precisasse, desde os tours pela SHIELD até os arquivos mais antigos. Comecei, com ela, um tour. Conheci todos os andares, desde salas de treino e depósitos até os andares mais avançados de criação de armas e projetos.

Conheci alguns agentes, a famosa Natasha, de quem Clint acabava falando sem querer, conheci Tony Stark – empresário famoso de quem eu já ouvira falar –, Bruce Banner, e outros agentes mais simples.

Depois disso, Clint me deixou em casa e voltou para a SHIELD.

Em duas semanas e meia, eu conheci toda a SHIELD, já estava até familiarizada e era mais fácil de acompanhar os movimentos dos Homens da Noite, mesmo com as poucas informações. Lucy já estava bem de saúde, e o meu novo ritmo de trabalho era mais calmo e mais organizado. Eu passei as noite na SHIELD, cumprindo as exigências de Nick e aprendendo tudo o que podia. Falei muito menos do que imaginava com Dick, ele estava sempre ocupado e nós havíamos decidido começar uma trégua, até que ele voltasse. Eu ainda tinha ressentimentos da ligação, mas também sentia uma saudade que queria ignorar, eu sentia mais saudade do que deveria, mais saudade do que queria. Finalmente, decidi tirar o sábado para descansar.

Descansar. Isso parecia tão difícil para mim. Acordei às 9h, e quando me senti invadida por mais pensamentos daquela maldita ligação, me levantei. Mudei tudo o que podia em casa. Os móveis foram todos para lugares diferentes. Era quase uma da tarde quando terminei. Me lembrei de quando Suzi me visitou pela primeira vez e disse que eu precisava deixar o lugar com a minha cara. Acho que agora eu consegui.

Enquanto admirava minha nova casa, bem menos horripilante do que um dia já havia sido. Ouvi a campainha. Ninguém mais usa o interfone nesse lugar? Pensei enquanto me movia para a porta. Quando a abri, entendi porque o interfone não havia sido tocado. Ele não precisava de autorização para entrar.

–Dick! – Sorri ao vê-lo e tentei me lembrar do porque de estar brava, eu não podia ceder logo agora, ainda havia um pouco de orgulho em mim. – Você chegou mais cedo. – Ainda sorria ao dizer, ver ele fazia isso comigo, principalmente depois de tanto tempo.

–É, eu quis fazer uma surpresa. – Ele sorriu – Posso entrar? – Ele perguntou e eu percebi que ainda estava bloqueando a porta

–Claro. – Dei espaço para ele entrar e depois fechei a porta – Am... Como foi a viagem?

–Mais fácil do que eu imaginei, mas foi cansativo. Eu senti sua falta. – Ele me abraçou pela cintura e eu afundei o rosto em seu peito. De olhos fechados, eu inspirei sentindo seu perfume natural.

Nos sentamos no sofá, de frente um para o outro.

–Gostei do seu novo apartamento.

–Obrigada. – Sorri

–Eu disse que resolveria, e conversei com a Bárbara. Eu sei que tenho um logo histórico, mas eu estou com você agora, Lis. E é só com você. Stephanie já foi mais que uma amiga, mas já faz tempo, ela apenas trabalha comigo agora. – Ele começou a explicar fazendo com que eu me sentisse dramática, infantil, idiota e... aliviada. – Não sei o que deu em Bárbara! Era esse o motivo, não era?

–O fato de Bárbara ter me chamado de Steph e depois ter chutado, tentando acertar com vários outros nomes. – Falei de uma vez, eu não podia ter deixado isso pra lá? Não, não podia.

Pov. Dick

–Isso só piora a minha situação, não é? – Perguntei e ela assentiu ligeiramente – Eram muitos nomes?

–Zee, Helena, Kara, Kory, e depois eu a interrompi.

–Certo. Todas elas já foram romances meus, alguns com sentimento e outros não. Eu posso listar cada nome e contar toda a minha vida amorosa para você, se você quiser. Mas, agora, tudo o que precisa saber é que eu estou com você, eu gosto de você. E é só você... – Toquei seu rosto acariciando sua bochecha, eu quase podia ver sua face fria se desmanchar aos poucos – Você e mais ninguém.

–Eu devia saber disso, não devia? Me... Desculpe.

Eu a puxei levemente para um abraço. Eu estava com as costas encostadas nas almofadas do sofá, com uma perna no chão e a outra esticada. Com o abraço, ela deitou a cabeça em meu peito e entrelaçou uma das pernas na minha.

–Não se culpe, Lis. Talvez eu agisse da mesma forma. – Ou pior, com toda certeza, pior. Sorri – Não precisa se sentir mal. Não precisamos mais falar disso. – Falei e ela levantou a cabeça para poder me ver

–Eu senti saudade – Ela sussurrou parecendo indefesa

Lis esticou o corpo para me alcançar e me beijou calmamente. Eu também estava, mas não podia me baixar mais ainda as minhas defesas. Estava com mais saudades do que devia, saudade do toque, que a principio era frio e superficial, mas comigo era diferente e cheio de sentimento, saudade dos cabelos espalhados tocando a minha pele, dos lábios e do seu corpo tão colado ao meu. Ela afastou o rosto um pouco ofegante.

–Eu senti saudade mesmo. – Disse sorrindo depois do beijo

–Lis... Vai ter uma festa na mansão Wayne, para comemorar uns contratos fechados, bem, é um pretexto para uma das festas do Bruce. E eu quero que você vá... como minha namorada.

–O que? Você... Você tem certeza disso? É claro que eu vou adorar, mas... É uma festa das famosas festas do Bruce, e você vai estar como uma das estrelas da festa pelo contrato que fechou, e... E eu sou só uma garço...

–Lis! – Eu a interrompi – Não fale besteiras! Isso é ridículo! Eu não dou a mínima para isso! Você sabe disso...

Ela sorriu aceitando o convite e me abraçou novamente, nós ajeitamos os corpos até conseguirmos deitar no sofá. Ela estava de olhos fechados e completamente abraçada à mim, eu a apertei contra o meu peito e depositei um beijo leve em sua testa.

Era a primeira a vez que eu fazia àquilo desde “Zee”, Zatanna, a última namorada por quem eu realmente fui apaixonado.

Com o beijo na testa, eu a senti estremecer e o mesmo aconteceu comigo, foi um beijo instintivo, como se ela precisasse da minha proteção mais do que ninguém. E mais do que tudo, eu queria estar ali. Ficamos ali por muito tempo, mesmo depois que eu senti que ela estava dormindo, me recusava a ir.

Já era tarde quando decidi ir embora, eu a carreguei no colo até o seu quarto, e quando a deixei na cama, sozinha, ela se encolheu. Vi seus pelos se arrepiarem e coloquei o cobertor em cima de seu corpo. Ela tentou murmurar algo, mas estava enrolado de mais para que eu entendesse, era um sonho. Chacoalhei a cabeça tentando não ceder à vontade de voltar à mesma posição. Fui embora.


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Notas finais do capítulo

Então? *o*