A Praga De Dracon escrita por Angel Black


Capítulo 23
Capítulo 23 - A Rainha Sepulcral




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- E como vamos fazer para entrar nesse ninho hipotético? – perguntou Rony, quando chegaram a passagem do salgueiro lutador.

- Cavando, se necessário! – falou Hermione, passando a mão pela necrosada raiz do salgueiro lutador. Depois começou a cavar ao redor. Malfoy também se abaixou para cavar. Não precisaram cavar muito pois logo um buraco de abriu e uma parede de barro tombou, mostrando um corredor escuro.

Hermione foi a primeira entrar, apesar de Draco ter querido impedí-la. Era muito estreito e Draco e Rony tiveram mais dificuldades. Logo, chegaram no fim do corredor. Olhando para baixo, os três descobriram que o corredor abriu para uma câmara. Havia muitos casulos ali e muitos buracos com corredores para as aranhas.

- Será que é aqui? – falou Draco, olhando ao redor.

- Mas como vamos fazer para achar nossos filhos? – perguntou Rony, abismado.

- Escondam-se, aí vem aranhas! – falou Hermione e os três abaixaram-se atrás de uma mureta de barro. Hermione ergueu ainda um pouco da cabeça para ver o que acontecia. Duas aranhas pegaram dois casulos cada e entraram por um outro buraco. As pessoas ainda estavam vivas naquele casulo, pois Hermione as viu se mexer.

Malfoy tinha razão: aquele era o ninho, mas como achar seus filhos? Ficou uns segundos admirando ao redor: tinha muitos casulos.  Quando as aranhas sumiram, Hermione saiu de detrás da mureta, desceu por um declive de barro, sujando-se por completa e aproximou-se do primeiro causulo. Tentou abrir um buraco no que parecia a cabeça, mas quando as teias cederam e e ela conseguiu abrir, viu que o homem estava morto e drenado, o rosto parecia mumificado.

- Que nojo, meu Deus! – falou Rony, olhando ao redor.

- Vamos... precisamos achar nossos filhos! – falou Hermione, tentando o próximo casulo.  Dessa vez era uma mulher e ela parecia viva, mas estava desmaiada ou paralisada. Tapando a boca da mulher com sua mão, Hermione bateu em seu rosto com a outra mão. Ela arregalou os olhos e tentou gritar.

- Cale a boca! - disse Hermione – Estamos aqui para salvá-la, mas você precisa ficar em silêncio.  Ela tirou a teia da mulher e ajudou a sair. E depois disso, ela e a mulher passaram a libertar outra pessoa do casulo. Rony e Malfoy e também faziam isso. Demorou alguns segundos, mas as pessoas que eles encontravam vivas estavam colaborando com o silêncio e com a tarefa de libertar os outros presos o que agilizou o processo. Algumas pessoas ainda estavam paralisadas, o efeito do veneno das aranhas ainda não havia passado e não era possível movê-las, restando a eles torcer para que o efeito passasse antes que alguma aranha entrasse na câmara. 

Continuaram o trabalho por mais alguns minutos e quando chegaram na última pessoa viva, Hermione sentiu um enorme peso no corpo, pois seus filhos não estavam ali.

- As aranhas levaram aqueles casulos para outro lugar, seus filhos podem estar ali. Volte com Rony e tire essas pessoas daqui, vou atrás de Hugo e Rose. – falou Malfoy, apontando o buraco por onde as duas aranhas haviam sumido.

- Rony pode fazer isso sozinho, eu vou com você.

- E o que vamos fazer com as pessoas paralisadas? - perguntou Rony, olhando ao redor. Havia mais ou menos uns vinte casulos com pessoas paralisadas.

- Deixe-as! - falou Hermione, com pesar. - Não há nada que possamos fazer por elas. Agora, eu vou atrás dos nossos filhos - disse ela, olhando para Malfoy. 

Malfoy não quis insistir e enquanto Rony guiava as pessoas para o corredor no alto do declive que levava à passagem do salgueiro lutador, Draco e Hermione tomaram outro buraco.

Estava muito escuro e o corredor era coberto de teia e uma secreção amarelo-escuro. Tiveram que andar por uns cinco minutos antes de chegarem a outra câmara. Dali, Malfoy podia ver muitas aranhas ao redor de alguma coisa.... era também um outra aranha, mas muito diferente de todas as outras. A aranha era enorme e tinha um saco amarelo no traseiro que estava grudado nas raízes negras do Salgueiro Lutador que vertiam do teto. Haviam ali outros casulos, mas eram em menor quantidade. A aranha gigante se alimentava num dos casulos, com a presa fixada.

- Meu Deus... – Hermione disse, fazendo menção em aproximar-se da aranha, mas Malfoy a impediu e a segurou .

- Hermione, acho que essa aranha é a rainha sepulcral! – falou Malfoy.

- Como assim? – perguntou Hermione, sem entender onde ele queria chegar.

- Desde a morte de Aragogue, as aranhas ficaram sem uma rainha, aparentemente, mas agora tudo faz sentido.

- Para mim, não, Malfoy, explique direito.

Malfoy enfiou a mão no bolso e de lá, tirou o livro de Draconiatus Malfoy. Era um bolso encantado, Hermione tinha certeza, para poder manter aquele pesado compêndio Ele folheou algumas páginas e mostrou a ela uma figura de uma enorme aranha desenhada com o mesmo saco amarelo no traseiro.

- É uma acromântula sepulcral, Hermione! De todas as acromântulas que nascem somente uma a cada quinhentos anos é sepulcral. A acromântula sepulcral precisa se alimentar da energia de uma criatura mística tão poderosa quanto o ‘Salgueiro Lutador’. E enquanto uma acromântula sepulcral estiver viva, todas as aranhas só podem obedecer a ela. Aranhas não tem sede pelo poder, querem apenas ser deixadas em paz e comer uma outra criatura de vez em quando. Eu não tinha entendido até agora porque deste ataque, desta ânsia por matar tudo ao redor. Mas agora eu sei que é essa maldita aranha quem está no controle e se nós conseguirmos mata-la, talvez fiquemos livres das outras aranhas, de uma vez por todas, Hermione.  

- E como vamos fazer para mata-la?

Draco folheou novamente o livro de seu ancestral. Depois olhou para Hermione.

- A peste de Dracon. Meu ancestral escreveu que matou uma dessas malditas aranhas com a peste Dracon há quase quinhentos anos atrás.

- E como vamos fazer isso?

- Eu fui infectado, Hermione, se ela beber do meu sangue, ficará infectada também.

- Draco... não...

- Venha, vamos voltar a outra câmara e você vai me ajudar a me colocar num casulo.

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Era um plano maluco e Hermione ralhou com ele, mas, por fim, fez o que Malfoy queria. Ele disse que se a aranha não bebesse muito de seu sangue, ele ficaria bem e ainda destruiria a maldita aranha e talvez pusesse um fim a destruição do mundo inteiro. Hermione estava morrendo de medo, mas achou no fim que o plano era bom e valeria o risco se pudesse dar um fim àquela rebelião de aranhas.

- E se ela não tomar o seu sangue. Certamente, a aranha deve sentir a praga de Dragon em você. 

- Eu estarei no casulo. Eles não encasulam os portadores da praga. Talvez ela se deixe enganar por isso, Hermione. Vamos torcer para que dê certo. É a nossa chance!

Dando-se por vencida, Hermione o colocou num casulo e o arrastou pelo corredor. Depois jogou-o na câmera quando as aranhas estavam distraídas e se escondeu atrás de uma das paredes dos buracos.

Levou muito tempo, mas depois que a aranha tinha consumido muitos dos casulos naquela câmara, uma das aranhas menores pegou o casulo com Draco e a levou para aranha rainha.

A rainha fincou as presas no casulo de Draco e Hermione sentiu na própria pele aquela dor ao vê-lo se contorcendo de dor e, enfim, paralisando diante do veneno. A aranha tomou e tomou do sangue de Draco e parecia que não iria surtir nenhum efeito.

- Oh, meu Deus! – falou Hermione, a beira do desespero. Não podia deixar Malfoy morrendo assim, então fez a única coisa que podia fazer. Brandiu a varinha na direção da acromântula rainha e enfeitiçou:

- AVADA QUEDAVRA!!!

O raio passou pela rainha como se nem lhe fizesse cocegas, mas pelo menos ela tirou as presas de Malfoy. Depois daquilo, ela emitiu um entranho zumbido e as outras aranhas se aproximaram de Hermoine. Hermione se defendeu e matou duas delas, mas a terceira fincou a presa no ombro de Hermione e a levantou. Aproximou-se da rainha e a jogou novamente no chão, fazendo Hermione cair com estrondo no chão.  No mesmo instante, Hermione começou a sentiu seus braços se paralisando.

- SUA RAÇA SEMPRE ACHOU QUE PODIA NOS DOMINAR, NOS ACUAR A LUGARES SOMBRIOS. AGORA CHEGOU O MOMENTO DE DESTRUIR DE UMA VEZ POR TODAS TODA A HUMANIDADE E SEUS BRUXOS E NÃO-BRUXOS, SUAS GUERRAS INSANAS E SUAS CULTURAS AUTODESTRUTIVAS. ACHOU QUE IRIA ME MATAR BRUXA? EU VOU ADORAR ME ALIMENTAR DE VOCÊ LENTA E DOLOROSAMENTE...

Falou a acromântula com a voz bem nítida, grave e estranha. Era como a voz daqueles filmes de terror em que um demônio possui o corpo da mocinha. Só que aquilo não era um filme de terror, mas o próprio pavor acontecendo na vida de Hermione... 


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