*Ino*

            Fala sério! Eu não tinha a menor intenção de avançar em cima daquela vaca, mas é sério. Eu não consegui me controlar com aquelas provocações baixas que ela estava soltando por ai. Se o dono do restaurante não tivesse aparecido eu teria me soltado e arrancado uma boa quantidade de fios de cabelo castanho daquelazinha.

            Depois que fomos expulsos por causa disso, Kurenai-sensei levou-nos numa praça perto da torre Eiffel e pediu que ficássemos em um circulo. Fizemos o que ela disse e eu fui obrigada a ficar do lado do Gaara e do Lee. E aquelazinha ficou entre a Hinata e o Neji.

- Sinceramente, eu esperava que vocês não fossem causar nenhum problema. – resmungou a professora, lógico se referindo ao meu ataque de fúria. – Ino, eu sempre pensei que você fosse uma pessoa responsável e que não fosse arrumar encrenca, mas pelo visto eu estava enganada.

            Vi o sorrisinho sínico na cara da vaca da Sari e meu sangue ferveu novamente. Era algo que dizia: “Bem feito sua vaca. Você mereceu isso por ter roubado o meu Gaara.”.

- Sinto informar a todos vocês, mas teremos que voltar para Konoha. – continuou a professora. – E realmente não sei se devo levar vocês em uma viagem tão cedo depois deste desastre.

- Kurenai-sensei não precisa isso. – resmungou Temari. – Eu sei que foi algo muito, mas muito constrangedor, mas porque devemos retornar antes para Konoha?

- Eu decido as coisas aqui Temari. – murmurou. – Vão todos para o hotel arrumar as malas. Partiremos no fim da tarde.

            Caminhamos de volta ao hotel todos cabisbaixos e eu tenho a certeza que Temari era a que mais sofria com aquela decisão da sensei. Ela havia programado passar toda a viagem junto de Shikamaru, mas parece que não deu certo, e tudo por minha culpa.

*Temari*

            Eu realmente não gostei da decisão da sensei, mas o que eu poderia fazer? Ela é a responsável legal pela viagem da turma e se decidiu que iriamos voltar para o Japão, então era isso que iria acontecer. Mesmo que eu quisesse passar mais tempo ao lado do Shikamaru, contar para ele que iremos voltar antes pode acabar de vez com a sua alegria. A minha vontade era largar tudo e ficar aqui de uma vez, mas não dará certo. Eu tenho meus pais, meus irmãos e meus amigos no Japão, não posso largar tudo para ficar com o Shika por mais um tempo.

            Já tinha terminado de arrumar minha bagagem e resolvi que não iria falar pessoalmente com o Shikamaru. Creio que assim ficaria mais difícil me despedir dele. Então eu apenas resolvi ligar para avisar.

- Alô Shika? – falei quando o telefone foi atendido. – Sou eu, Temari. É que não vai dar para irmos passear no Louvre como o prometido. – pausa para a fala dele. – É que vamos ter voltar para Konoha. – outra pausa. – Sei que é algo repentino, mas a Kurenai-sensei decidiu isso, não posso contrariar. – ele fala algumas coisas – Então até a próxima vez. Beijos.

            Desliguei o telefone e me sentei na cama ao lado da minha mala. Não acredito que meu tempo ao lado do Shikamaru chegou novamente ao fim. Às vezes acho que Kami-sama não gostaria que ficássemos juntos.

*Shikamaru*

            Não gostei nenhum pingo da noticia de Temari. Queria que ela ficasse mais tempo, que pudéssemos matar melhor a saudade, mas pelo visto não será assim. Nem sempre o que queremos acontece. Algumas vezes o destino prega peças que nunca queremos aceitar, e por algum motivo o destino deseja que eu fique longe dela.

            Caminhei pela casa do meu tio. Estava tudo silencioso. Meus tios haviam ido passear no centro da cidade e só chegariam bem mais tarde. Resolvi que o melhor para esquecer seria tomar um ar. Então caminhei até perto da varanda. Avistei uma loira em pé olhando para o céu naquele local. Era Yue.

- Yo Yue. – falei me aproximando e vi-a rapidamente limpar o rosto como se quisesse esconder que estava chorando. – Está tudo bem com você?

- Claro. – murmurou baixo. Sua voz pareceu meio embargada. – Achei que tinha ido junto com o Sukaku-sama.

- Não. – sussurrei me aproximando dela e segurando a grade de proteção da varanda. – Por que estava chorando?

- Não estava chorando. – retrucou. – Era apenas...

- Eu sei que estava chorando. – cortei-a. – Apenas diga o que houve.

- Meu namorado terminou comigo. – falou depois de um longo suspiro. – Ele me trocou por uma italianinha de meia tigela.

- Sinto muito. – falei.

- Não sinta. – disse – Sei que não se importa realmente com isso.

- Que isso Yue? – perguntei ofendido. – Claro que me importo.

            Ela ia saindo, mas não sei por que segurei seu braço e ela voltou com força e topou as mãos no meu abdômen. Ficamos nos olhando por alguns segundos. Os rostos a milímetros de distância. Não perguntem o que houve, mas eu apenas quebrei aquele momento juntando nossos lábios. De inicio um beijo calmo que logo se tornou um beijo com luxúria. Nossas línguas dançavam melodicamente e eu tentava inutilmente juntar-me mais a ela que por sua vez, já havia entrelaçados os dedos em meus cabelos. Fomos aos poucos separando-nos por causa da necessidade de respirar e juntando nossas testas respirando ofegantes. Ela afastou-se de vez de mim.

- Isso não poderia ter acontecido. – murmurou para ela mesma enquanto dava voltas pela varanda. – Você entende isso não é? Não deveria ter acontecido.

- Eu... – tentava juntar as palavras, mas não conseguia falar nada. Não soube o que houve comigo naquele instante. – Eu realmente...

            Ela olhava para mim esperando alguma resposta. E sabe qual resposta eu dei? Quem disse que eu falei: “Yue é só fingir que nunca aconteceu”... errou! Quem falou que eu apenas sai dali e fui pro meu quarto... também errou. – E que disse que eu a beijei novamente... Acertou. Não sei o porquê, mas apenas fiz isso.

*Neji*

            Já estávamos no aeroporto embarcando no voo. Alguns iam falando sobre as fotos que tiraram e outros sobre as coisas que viram. Eu ia apenas pensando em uma coisa, melhor eu apenas pensava em uma pessoa. Tenten... Como será que ela está? Será que já acordou? Como será que ela ficou ao saber da atual situação? A única coisa que passava pela minha não se resumia a fotos, locais visitados ou o jeito engraçado como os franceses vivem e sim a minha morena que ficou no Japão. Tenten, eu realmente não vejo a hora de te ver novamente.