A Filha Da Caçadora escrita por Cássia chan
Eu iria morrer! Todos ali iriam morrer por minha causa! Eu não conseguiria salvá-los. Eu não era forte o bastante.
Droga!
Tudo em que eu conseguia pensar era no laço negro de poder do meu tio que apertava meu pescoço.
Tentei respirar, e isso me causou uma dor lancinante em minha garganta.
Controle... Controle... Era a única palavra que ecoava em minha cabeça. Era tudo o que me faltava.
Senti uma leve tontura começar a me invadir e parei de lutar. Fechei meus olhos e concentrei todas as forças que me restavam em acumular poder.
Luz e Trevas. Luminosidade e Escuridão. O Bem e o Mal. Anjos e Demônios.
Eu não podia deixá-lo vencer.
Limpei minha mente de qualquer pensamento negativo e deixei meu poder se libertar. Emanando a luz iridescente pelo meu corpo. Concentrei-me um pouco mais e consegui fazer com que meu poder se moldasse e conseguisse quebrar o laço que envolvia minha garganta.
Senti-me um pouco desnorteada quando a primeira lufada de oxigênio invadiu meus pulmões. Eu precisava de um tempo para me recuperar, recuperar o fôlego, mas tempo era o que não tínhamos.
Eu sentia-me leve. Em paz. Como se todos os males fossem ser findados. Como se não houvesse escuridão ou o mal. Somente a paz.
Eu tinha consciência de que todos os olhos daquela sala fitavam-me, mas aquilo era irrelevante.
Eu tinha que cumprir a minha missão. Eu precisava fazê-lo pagar por todo o mal que havia causado a mim e a minha família.
— Max, Simon — chamei, e minha voz soou estranha aos meus ouvidos. Era calma e melodiosa. — Tirem todos daqui.
Eles rapidamente obedeceram, sem dizer uma palavra se quer.
Não foi difícil para Max desfazer a Marca que mantinha minha mãe e os outros prisioneiros presos.
Minha mãe olhou para mim demoradamente antes de sair, havia orgulho em seus olhos. Eu estava fazendo exatamente o que havia nascido para fazer e ela sabia disso.
No fim, era apenas mais uma batalha na infinita guerra do Bem e o Mal.
Agora era apenas meu tio Sebastian e eu.
Vi uma leve mudança em sua postura. Ele não estava mais tão confiante. Eu era uma adversária párea pra ele. Eu era a única que podia derrotá-lo.
Ele tentou me atacar usando seu poder novamente, mas a luz iridescente que me cobria era um escudo impenetrável. Eu dei um passo a frente e ele deu dois para trás. Era o fim dele.
Acumulei meu poder nas palmas das mãos e moldei duas lanças. Ainda mais fortes e brilhantes que as lanças Serafim. Eu sabia o que teria que fazer, e precisava fazê-lo.
Aproximei-me um pouco mais dele e atirei a primeira lança. Ela transpassou sua própria barreira mágica e penetrou em seu coração. Atirei a segunda lança e esta atravessou Sebastian poucos centímetros a esquerda da outra.
Ele tentou me atingir ainda mais duas vezes antes de ter seus demônios arrancados de dentro de si, mas foi em vão.
Vi as lanças que o transpassaram serem tomadas por uma névoa enegrecida e explodirem em seguida, espalhando seu brilho dissolvido sobre meu tio, que caiu instantes depois.
O que o mantinha seu corpo vivo, havia sido arrancado de dentro dele, então o que sobrara fora apenas um corpo vazio, cuja alma havia sido consumida por demônios que agora não existiam mais.
De repente senti-me imensamente cansada. Como se todo o esforço que eu fizera começasse a me atingir. Eu me sentia esgotada. Totalmente sem energias. Senti-me fraca e senti meu corpo pender para o lado.
Desmaiei antes de atingir o chão.
A última coisa da qual me lembro é de um par de pés calçados em coturnos pretos aproximar-se depressa.
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Minha cabeça doía. Meu corpo latejava. Eu me sentia como se tivesse corrido uma maratona durante os últimos dois dias, ininterruptamente.
Eu estava esgotada.
— E a bela adormecida finalmente acorda — disse uma voz feminina e um pouco rouca ao meu lado. Demorei um pouco para identificar a quem pertencia.
— Maya — disse, levantando um pouco, para poder ficar sentada. Senti como se todos os meus ossos rangessem ao fazer esse movimento.
— Vá com calma — disse ela vendo a minha expressão de dor. — Você esteve dormindo por dois dias. Sofreu um grave envenenamento. Precisa se recuperar.
— Envenenamento?
— O Max me contou o que aconteceu. Pode ter sido provocado na hora que o Sebastian tentou te estrangular. Engoli em seco ao ouvir aquilo.
Então, havia sido mesmo tudo real? Para mim, tudo havia se parecido com um sonho distante e ilusório.
— Então acabou? — perguntei, alegrando-me. — Então está tudo bem agora?
A luz sumiu de seus olhos por uma fração de segundo e então ela abriu um largo e encantador sorriso.
— Você precisa descansar agora — disse ela, sem olhar-me nos olhos. — Tudo vai ficar bem.
Senti minhas pálpebras pesadas.
Antes de cair no sono vi uma seringa em sua mão e um tubo com soro saindo da minha mão direita. Porque eu estava sendo tratada por medicamentos mundanos?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Hey people. Desculpem a demora. Mesmos motivos de sempre. Então, me perdoem e digam o que acharam desse capítulo....
xoxo