A Filha Da Caçadora escrita por Cássia chan


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que prometi esse capítulo no mesmo dia que postei o ultimo, mas com as comemorações do aniversario de Brasilia e duas noites de sono perdidas, seguidamente,não tive muito tempo, nem coragem pra editar o texto e postá-lo.
Mas aqui está.



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— Isso não é possível — exclamou meu pai após terminar de ler o feitiço que eu lera há pouco.

Seus olhos exibiam um espanto incrédulo. Eu sabia exatamente como ele se sentia. Era a mesma forma que eu havia me sentido quando lera o mesmo feitiço.

— Esse livro não estava em Copta? — perguntou Simon, pegando o livro para ler, e eu me perguntei como ele poderia saber disso.

— Eu usei uma marca de tradução — disse, orgulhosa do meu feito.

— E isso existe? — indagou Simon, concentrado no livro.

Ele não podia me deixar ficar feliz por pelo menos alguns minutos? Eu odiava isso nele. Tudo o que ele fazia parecia ser com o proposito de me magoar.

Ele não costumava ser assim antes de partir.

Simon era o melhor amigo da minha mãe desde a infância deles. Quando minha mãe descobriu ser uma ShadowHunter ele ainda continuou do seu lado. Acabou sendo transformado em vampiro, e minha mãe sempre se culpou por isso.

Como era um vampiro e estava eternizado em seus 16 anos, não ficava muito tempo em um lugar só. Afinal, qual a graça de ser imortal e viver preso em um único lugar?

Ele viajava constantemente, mas nunca deixou de voltar para visitar a minha mãe.

Quando ela se casou e eu nasci ela pediu a ele para ser meu padrinho. Ele recusou, mas cuidava de mim e eu me lembro que sempre vinha me visitar, até ajudava no meu treinamento como ShadowHunter.

Eu o idolatrava e quando entrei na pré-adolescência acabei me apaixonando por ele. Simon era incrível. Era forte, veloz e fazia qualquer coisa parecer possível, sem falar na sua beleza que era de tirar o fôlego. Claro que a maior parte disso era um atributo vampírico, mas mesmo assim, para mim, ele era incrível.

Ele havia me machucado muito quando partira, e eu bloqueei esse tipo de sentimento. “Amar é destruir” essa frase pertence a um conto do meu pai sobre um falcão, e desde aquele dia eu passei a acreditar naquelas palavras intensamente, pois elas eram verdadeiras.

 A última vez que eu o vi foi no meu aniversário de 13 anos, quando ele me presentou com um belo adeus, recheado de frieza.

Desde então só voltei a encontra-lo quando ele bateu à porta da casa da minha amiga, pouco mais de três anos depois.

 — Agora existe! — respondi, ríspida, voltando de meus devaneios.

Ele estava absorto em sua leitura e não prestou muita atenção na minha resposta mal humorada.

Assim que terminou de ler, seus olhos exibiram o mesmo espanto que os do meu pai.

— Isso não pode ser verdade! — disse ele, colocando o livro em cima de uma mesa próxima a poltrona onde estava sentado. — Uma magia assim não pode existir. E se existir, será perigoso nas mãos de feiticeiros das trevas.

— Se algo assim existe, a Clave precisa ser alertada — disse papai.

— Precisamos pensar racionalmente antes de tomar qualquer decisão — digo, eu não queria ser precipitada. — Não temos evidencias suficientes para sustentar essa teoria.

Fomos todos os três para a sala de estar, pensar em alguma maneira de lidar com essa situação. Precisávamos contar para os Lightwood sobre nossas possíveis descobertas.

E ainda havia Luke. Ele seria útil em nossa investigação, afinal ele trabalhara com Valentin, se havia alguém que pudesse conhecer aquele feitiço era ele.

Deixei meus pensamentos vagarem para a minha mãe. Tudo acontecera tão depressa. A última lembrança que eu tinha dela fora de quando gritara com ela e meu pai, após chegar da escola no dia anterior.

Aquilo parecia ter acontecido há uma eternidade e não há pouco mais de 24 horas.

Eu me sentia péssima. Havia um buraco em meu peito.

Um ShadowHunter deve estar sempre preparado para perder um companheiro. Estávamos em uma guerra eterna e o mundo mortal era o nosso campa de batalha e demônios nossos adversários. Às vezes alguns de nós cai no campo de batalha, isso é impossível de ser impedido. Há perdas em ambos os lados em uma guerra.

Um ShadowHunter deve estar preparado para tudo isso, mas uma filha nunca está preparada pra perder a mãe.

— Line? — fui trazida de volta a realidade pelo chamado do meu pai. — O livro? Onde você encontrou esse livro?

— Na nossa biblioteca — disse, um pouco aturdida pela sua pergunta. — Estava procurando por alguma coisa que pudesse explicar o que estava acontecendo e a sua capa me chamou a atenção.

Simon e meu pai trocaram um olhar preocupado.

— Dá pra alguém me explicar o que está acontecendo? — perguntei, exaltada.

— Aquele livro não faz parte da nossa coleção. Eu me lembraria se tivesse um livro escrito em copta, afinal é uma língua que até mesmo eu desconheço.

— Então quer dize que alguém o colocou aqui? — perguntei, ainda mais surpresa.

— Se tiver sido isso, deve ter algum motivo, que provavelmente tem a ver com aquele feitiço de ressurreição. — disse Simon — Eu encontrei esse livro com um feiticeiro no Alasca, em uma das minhas viagens. Não consegui lê-lo por estar em uma língua que eu desconheço.  Mas como ele veio parar aqui, é um mistério para mim.

— Mas aquele não é o tipo de feitiço que só pode ser realizado por um feiticeiro experiente? — disse, chegando a conclusão obvia assim que fechei minha boca.

— Só consigo pensar em um... — disse Simon.

— Magnus não faria isso! — exclamei, interrompendo-o.

Antes que qualquer um de nós pudesse dizer mais alguma coisa, alguém entrou na sala, aparentemente chorando.

Pelos barulhos dos saltos a tocar o chão, identifiquei tia Izzy. Quando a vi tão desesperada logo pensei em Max, mas ele surgiu logo atrás dela, afugentando o ultimo pensamento de minha cabeça.

— O que aconteceu? — perguntou papai enquanto tia Izzy o abraçava, provavelmente molhando a manga da blusa dele com suas lágrimas.

— O Alec... — disse ela, entre soluços de um choro desesperado. — Meu irmão... Ele foi levado.

Simon olhou para mim, e como que se lesse meus pensamentos, disse exatamente o que eu pensava:

— Agora temos um bom motivo para Magnus Bane cooperar com os vilões.


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Notas finais do capítulo

Bom, está aí.
Reviews?
o que vocês acham que irá acontecer????
Bjos e até o proximo.