Granger acordou assustada. “Ai meu Merlim, eu não deveria estar aqui!” ela pensou; levantou-se rápida e silenciosamente e foi para o banheiro.

Após um longo banho, em que ela pensou sobre tudo que lhe havia acontecido ultimamente, ela lembrou-se que não possuía outra roupa para pôr, porém quando se deu conta um uniforme em perfeitas condições surgiu no balcão de granito (junto a uma roupa intima nova).

–Ah, claro! “Sala precisa”. –ela falou para si mesma, aliviada por ter o que vestir.

Vestiu-se, secou seu cabelo –aproveitando para fazer uma escova, já que por um milagre, não estava atrasada- e em seguida, escovou seus dentes; não se esquecendo de passar seu perfume favorito. Era incrível como havia tudo de que ela necessitava ali, isso era meio óbvio, é claro, já que essa era a função do lugar; mas ainda assim, era surpreendente.

–Ei, Draco... –sussurrou ela para o loiro, que pestanejou. –Já está quase na hora do café, acho melhor você acordar.

Ele reclamou, no entanto ela não conseguiu entender o que ele dissera.

–Eu estou falando sério, Malfoy... Não me obrigue a acordá-lo de uma forma menos delicada. –ela comunicou e ele abriu os olhos rapidamente.

Ela riu.

–Eu estou morrendo de sono! -ele falou colocando um travesseiro em seu rosto. –Quem precisa de aula quando se tem uma cama tão boa?

–Você está brincando, não? –Hermione perguntou. –Tudo que estamos aprendendo será de muita importância para os nossos futuros, além do mais...

Antes que ela pudesse terminar de falar, Draco a puxou para cima da cama; e a envolveu com seus braços. –Pronto, agora vamos dormir...

–Que menino abusado! –ela gritou, em meio a uma risada contagiosa. –Trate de me soltar!

–Me obrigue a te soltar, Granger! –ele disse rindo, apertando-a ainda mais contra o seu corpo. –Sou muito mais forte que você, não que isso seja difícil, já que você é extremamente fraca.

Ela o encarou. –Eu não sou fraca, sua doninha saltitante! –ela o provocou, e depois gargalhou.

–“Que menina abusada!”-o loiro disse e colocou seu corpo sobre o dela, segurando suas duas mãos.

Ela engoliu em seco, quando seus olhos se encontraram com os dele; ela estava perdida em seu olhar, a cor de seus olhos a atraia como o predador atrai sua presa.

“Por que fazer isso comigo, Merlim? Por que mexer tanto com meu psicológico?!” ela pensou.

–Por que você faz isso comigo, Hermione? –ele falou extremamente baixo.

Ela se livrou de seus pensamentos, e o olhou. –O que você disse?

–Nada. –ele mentiu, aliviado por ela não ter o escutado.

–Mas eu o ouvi dizer alguma coisa...

–Eu disse que... –ele parou por alguns segundos. –Eu disse que você é muito especial para mim, e quero agradecer por estar me ajudando tanto.

Ela sorriu de uma maneira que fez com que Malfoy se sentisse bobo e vulnerável. –Você também é muito especial para mim, loiro.

Eles riram ao perceberam o quão estranha estava àquela situação, e então Draco saiu de cima da amiga. –Sinto muito.

Ela gargalhou.

–Bem, acho melhor eu deixar você se arrumar... –disse Hermione. –Nos vermos mais tarde, certo?

Ele assentiu, embora não quisesse ficar longe dela.

A castanha chegou ao Salão Principal, que por sinal já estava lotado, e sentou-se ao lado de Parvati. Conseguiu ser o mais discreta possível, tentando não chamar a atenção de Gina, que olhava diretamente para Harry –o que era bom, já que Hermione não queria ter que dar explicações para a amiga no momento.

–Bom dia, Hermione! –disse Harry, fazendo com que Gina olhasse para ela.

Granger agradeceu por ela não ter comentado ou perguntado sobre o dia anterior.

–Ótimo dia, Harry! –ela falou mais animada do que nunca.

Todos a olharam surpresa. –Que milagre! Hermione Granger com bom-humor logo pela manhã. –exclamou Dino, e ela riu.

Ela olhou para trás na esperança de ver Draco, mas pelo visto, ele ainda não havia chegado; e percebeu que Diggory tinha piscado para ela.

–Cedrico está cada vez mais gato. –comentou Parvati, sem se virar para olhá-lo.

Lila Brown riu. –A Parvati tem um pequeno tombo por ele, embora eles nunca tenham conversado.

A menina com aparência indiana revirou os olhos.

–Ouvi dizer que ele já está interessado em alguém. –contou Lilá Brown. -Acho melhor você desistir, amiga.

Patil suspirou. -É claro, provavelmente deve ser pela Cho.

–Eu, particularmente, acho que eles não combinam. –opinou Gina, e algumas meninas concordaram.

–Ela é sem sal. -disse Neville, e todas as garotas o olharam, surpresas. –O que foi? Apenas estou dando a opinião masculina.

Todos haviam reparado que ultimamente Longbottom estava mais autoconfiante, havia melhorado significativamente em feitiços, estava mais corajoso, além de que Hermione já escutara inúmeras garotas confessarem que Neville estava extremamente bonito desde que voltara das férias; o que não era mentira, já que suas feições do rosto estavam mais maduras e ele estava mais musculoso.

–Quem é “sem sal”? –perguntou Harry a Hermione.

–Cho Chang. –ela respondeu.

Potter deu de ombros. –Realmente, ela não tem muitos atrativos.

Quem diria... Harry Potter dizendo que Cho Chang, sua paixão durante anos, não tem muitos atrativos.

A semana passou rapidamente, e para o alivio de Hermione, sem nenhuma ameaça. Ela se encontrava no mesmo “apartamento” em que estava com Draco dias atrás; observava a impressionante visão que a janela proporcionava.

–Não esperava te encontrar aqui. –disse uma voz atrás dela, que mesmo suave a assustou.

Eles riram do pulo que ela deu.

–Eu também não esperava te encontrar aqui...

–Gosto bastante de ficar aqui. –ele contou e Hermione concordou. –No que está pensando?

Ele se jogou na cama e ela fez o mesmo, deitando-se novamente em seu ombro.

–Estou pensando nos três diz que teremos que passar na Floresta Proibida, e não estou gostando nem de pensar nisso. –ela articulou.

O loiro virou-se para ela. –Conheço uma pessoa que fará tudo o que for necessário para te proteger...

Ela fez o mesmo que ele, e o olhou nos olhos. –E quem seria essa “pessoa”? –ela perguntou com um sorriso convencido em seu rosto.

–Pansy Parkinson. –ele disse sério, e em seguida os dois começaram a rir alto.

–Isso é óbvio, até porque ela me considera a amiga para todos os momentos. –a castanha brincou, o fazendo rir mais ainda.

Malfoy tirou uma mecha de cabelo que estava sobre o olho da garota, e ela sorriu timidamente. –Na verdade, essa pessoa seria eu.

–Eu já sabia. –ela o olhou de forma convencida e depois se virou para o outro lado.

O sonserino sorria igual um bobo; e o mais incrível era que mesmo estando deitado ao lado de uma garota estonteantemente bonita, ele não pensava em nada além disso.

–Só para avisar que eu estou adorando a visão que eu tenho de você. –ele brincou; após ouvir aquilo a castanha virou-se para ele e o mesmo lançou um olhar safado.

Ela riu. –Você não presta.

–Agora estou ofendido. –ele falou, se virando para o outro lado.

Hermione havia cansado de ser sempre a certinha, e decidiu brincar um pouco.

Ela colocou a mão por baixo da camisa do loiro, em sua barriga que chamava a atenção de qualquer garota, e o arranhou de uma forma que o deixou arrepiado. –Ah Draquinho, não fica assim comigo. –ela sussurrou imitando a voz de Pansy ao pronunciar Draquinho, encostando seus lábios suavemente no ouvido do loiro.

–Mione, Mione, Mione... Nunca te disseram para não mexer com fogo? –ele perguntou se controlando para não virar de frente para ela novamente.

A menina estava gostando da brincadeira, então decidiu continuar; portanto ela desejou que um batom vermelho surgisse e em questão de segundas havia um sobre o criado-mudo ao seu lado, ela passou e começou a dar vários beijos no pescoço e bochecha de Malfoy –deixando marcas de batom.

–Não provoca, Morena... Ou eu posso te provocar muito mais. –ele disse, sua voz estava tão sexy...

Ela ignorou o que ele havia falado e o mordeu de leve no pescoço, o fazendo arrepiar novamente; porém ele nem se mexeu, ela virou-se de costas para ele, revoltada.

Ambos ficaram em silêncio, até que Hermione se levantou e parou em frente à janela; Draco ficou supresso com o quão sexy ela estava com o cabelo bagunçado preso em um coque, a camisa levemente amassada e a saia um tanto torta.

–Mas que merda, Hermione Granger! –ele exclamou levantando-se rapidamente e indo em direção a ela, puxando-a para um beijo –um beijo que ambos desejavam.

Ela sorriu para ele, vitoriosa. Em seguida, entrelaçou seus dedos no cabelo dele e o beijou novamente; desta vez com direito a mordidas nos lábios e chupões no pescoço.

“Quem é você e o que fez com Granger, a santinha, sua pervertida?!” o loiro perguntou entre um dos beijos, e ela gargalhou.

Após aproveitarem mais um pouco, eles ajeitaram suas roupas e para não parecerem suspeitos os dois estarem sumidos, foram encontrar seus amigos. Draco encontro Zabini, Parkinson e Crabbe encostados em uma árvore em um dos jardins.

–Por Merlin! –exclamou Blásio, rindo. –O que aconteceu com seu pescoço e bochechas, Malfoy?

O garoto o olhou confuso. –Como assim?

–Você está cheio de marcas de batom... –explicou Vincent, rindo assim como Blásio.

Draco fechou os olhos, se controlando para não ir atrás de Granger e se vingar.

–Pelo visto a coisa foi quente... –pronunciou Zabini o observando dos pés a cabeça. –Com quem você estava?

Malfoy deu de ombros. –Ninguém importante. –mentiu; era óbvio que Mione era importante para ele.

Os amigos do loiro riram, tirando Parkinson, que o encarava séria.

E assim foi, Draco e Hermione dormiam (sim, apenas dormiam) juntos todos os dias na sala precisa, obviamente, sem que ninguém soubesse; é claro que às vezes se agarravam, mas mesmo assim continuavam apenas como grandes amigos, grandes amigos com privilégios.