Draco ficou surpreso, mas a abraçou também. O loiro precisava disso, e ele sabia.

 -Eu sinto muito. –Ela falou se afastando de Draco.

-Sente muito? Pelo que? –Ele falou confuso.

-Por ter te abraçado. Foi automático, não pude controlar.

-Foi bom, reconfortante. Obrigado, Granger.

Ela sorriu fraco.

-Ela era muito especial para você, não era?

-Como uma irmã... –Ele falou olhando para baixo.

Ela levantou o queixo dele levemente. –Ei, Malfoy... Pode contar comigo para o que você precisar.

Ele sorriu e continuou andando, deixando Hermione parada no meio do corredor, refletindo sobre o que havia acontecido.

Algumas horas se passaram, Draco estava sentado próximo ao Lago Negro tentando encontrar um motivo para Rafaela ter feito isso com si mesma até que ouviu uma voz, era Pansy. Ele se levantou rapidamente e se escondeu atrás de uma árvore.

 -Ainda vou conseguir fazer com que Hermione e Alícia sumam de Hogwarts! –Gritou a garota irritada. –Quem elas pensam que são para se aproximarem do meu Draquinho?

-E como você pretende fazer isso? Elas são espertas, e a Alícia já conquistou a amizade de muitas pessoas, inclusive pessoas da Sonserina. –Falou outro aluno, na qual Draco não conseguiu reconhecer a voz.

-Eu ainda estou planejando, vai levar um tempo... Enquanto isso você pode ir assustando elas como você fez hoje.

Ao ouvir o que Pansy havia dito, Draco saiu correndo entre as árvores em direção ao castelo. Ele precisava encontrar as duas (Alícia e Hermione).

Ele avistou Hermione cercada por um grupo de alunos.

-Saiam da frente. –Falou Draco friamente fazendo com que todos se afastassem. –Hermione, você esta bem?

-E você se importa? –Ela falou mais fria ainda. –Por que disse para aquele garoto fazer isso com a gente? Achei que você tivesse mudado!

-Do que você esta falando? Eu não disse para ninguém fazer nada.

-Você nunca foi bom em mentiras, Malfoy... Pelo menos, eu nunca achei.

-Eu não estou mentindo! Acredite em mim.

-Por que eu acreditaria?

-Podemos conversar em algum outro lugar?–Ele perguntou olhando para os lados. –Onde está a Alícia?

-Ala Hospitalar. –Respondeu Hermione rispidamente.

Draco ficou em silêncio por um tempo. –Podemos conversar em outro lugar? Por favor...

Hermione assentiu.

Eles foram até a sala precisa, e lá surgiu um lugar que parecia a sala de estar de uma casa.

Os dois se sentaram no sofá e ficaram observando o lugar por um tempo.

-Então, o que você quer? –Perguntou Hermione impaciente.

-O que o tal garoto te disse?

-Ah, Malfoy... Não se faça de desentendido!

-Eu não sei sobre o que você está falando, eu juro.

-Ok, deixe-me ver se eu consigo esclarecer um pouco as coisas pra você: O garoto, na qual você mandou dar um jeito em mim e na Alícia, nos contou sobre tudo.  Principalmente sobre o seu plano de se aproximar de mim para depois me humilhar de um jeito que eu tenha grande dificuldade para superar.

-O que? –Perguntou Draco irritado. –Eu não planejei nada, eu juro. A gente pode ter se odiado de um jeito absurdo nos últimos anos, mas isso mudou. Eu não te odeio Hermione...

-Eu não consigo acreditar em você, Malfoy.

-Eu te entendo. –Falou Draco em um tom fraco. –Mas saiba... Que a perda da Rafaela me fez mudar muito, agora uma das únicas coisas que eu sinto é medo.

-Medo? Draco Malfoy com medo? –Perguntou a garota em um tom debochado.

-Sim. –Ele falou abaixando a cabeça. –Tenho medo de perder alguém novamente, tento ser forte e suportar a falta que ela faz, mas não sei se consigo por muito mais tempo.

Hermione ficou sem jeito, não sabia o que falar. –Calma. Você consegue, eu sei que sim. –Ela disse colocando a sua mão sobre a do loiro.

-Como você pode ter tanta certeza? Eu sou covarde, Hermione... Até mais do que eu pensava.

-Você não é, acredite em mim.

Ele a olhou nos olhos e então sorriu fraco. –Você é surpreendente.

A garota riu e se levantou puxando a mão de Draco. –Vamos... Precisamos jantar.

Quando Draco e Hermione chegaram ao Salão Principal lado a lado receberam centenas de olhares, alguns de desaprovação. Mas eles pareciam não se importar, despediram-se e foram para a mesa de suas casas.

-Mione, nós precisamos falar com você mais tarde. –Falou Gina olhando para ela e, depois para Harry e Rony.

-Sobre o que? –Perguntou a castanha se servindo de pudim.

-Só queremos resolver as coisas entre nós... –Disse Rony.

-Tudo bem, mas pode ser depois de eu visitar a Alí na Ala Hospitalar?

Gina olhou para Hermione com uma expressão chateada em seu rosto. –Sim...

-Silêncio! –Pediu Dumbledore, fazendo com que os alunos se calassem. –Eu gostaria de dar um comunicado a vocês: Durante a próxima semana alguns alunos escolhidos por nós, professores, passaram três dias na Floresta Proibida... Isso será como um teste para um outro que acontecerá daqui alguns meses.

Quando ele terminou a frase, grande parte dos alunos trocou olhares, alguns ansiosos e outros assustados.

Agora Minerva havia levantado e estava ao lado de Dumbledore com uma lista. –Os alunos são: Alícia Stonem, Blásio Zabini, Cho Chang, Draco Malfoy, Gina Weasley, Harry Potter, Hermione Granger, Neville Longbottom e Pansy Parkison.

Neville olhou para todos os lados, assustado. –Eu? Por que eu?

Os alunos que estavam na mesa da Grifinória riram da cara dele, exceto Rony.

-Como assim eu não fui escolhido e todos vocês foram? –Reclamou Rony.

-Provavelmente os professores saibam do seu medo de aranhas, Rony. –Falou Gina, fazendo todo mundo rir.

-Muito engraçadinha, Gina. –Falou o ruivo sério.

Hermione aproveitou o momento, se levantou e foi para a Ala Hospitalar. Chegando lá ela bateu na porta algumas vezes, mas como parecia que ninguém havia escutado ela entrou. A sala estava escura, e ela não viu ninguém na cama onde Alícia devia estar.

-Madame Pomfrey! –Chamou ela.

Hermione pegou sua varinha e pronunciou o feitiço: Lumus. Então viu uma cama no canto da sala na qual a cortina estava fechada, aproximou-se achando que era a da Alí e abriu a cortina.

Ela ficou parada, em choque com o que viu.

“Nada é o que parece”. Escrito na parede junto a uma foto de Rafaela com um “X” em cima, outra de Alícia e ao lado um espelho.