- Então ele disse: você preste muita atenção com o que vai fazer com o coração da minha irmã, mas preste ainda mais atenção com o que vai fazer com o corpo dela. - Edward falava enquanto tomávamos nosso café da manha, ou melhor, da tarde. - Sabe, Jasper disse como se eu não te amasse. E foi desnecessário, porque tudo que eu faço com o seu corpo, ele com certeza faz com o da Alice.

Nessa hora eu fiz uma careta do tipo não-quero-saber-detalhes-da-vida-sexual-deles e Edward riu.

- Para Jasper sempre há apenas duas opções: se eu estou solteira, ele enche a minha cabeça com merda de que eu tenho que sair com alguém porque sou centrada demais; quando estou namorando sério ele vai lá e não me fala nada, só para encher de merda a cabeça do meu namorado.  - Eu respirei fundo.

Nós estávamos sentados na cozinha, a mesa lotada de doces e suco e coisas de café da manha; eu sentada no colo de Edward vestindo apenas uma camisa dele e uma calcinha, e ele com um moletom que estava aqui há algum tempo.

Nós conversávamos sobre o quanto Jasper estava sendo chato com todo esse ciúme de irmão. Poxa, não é como se eu tivesse trocando ele por alguém.

- Mas vamos esquecer disso, por hora, Bee, a comida ta muito boa para conversarmos sobre isso. - Rimos.

Bee. Porque esse apelido agora?

- Amor? - Chamei a atenção dele. Ele olhou em meus olhos. - Porque Bee?

Ele abriu um sorriso brilhante que me fez prender a respiração.

- Porque você gosta de doce. Assim como uma abelha, mas "abelha" é grande, e Bee é mais... Você.

Abri um sorriso carinhoso. Eu mereço isso? Suspirei.

Ficamos alguns minutos em um silêncio confortável quando Edward disse um pouco alto demais:

- Ei. - Eu pulei de susto em seu colo e ele riu. - Desculpe. Mas sabe o que é? Hoje ainda é seu aniversário. - Eu o olhei como uma cara do tipo jura?. - Não, sério. Tipo, além disso, é sexta. Tem jantar especial, ceeeeeerto?

- Certo. - Respondi desconfiada. - O que tem em mente, Sr Sempre sei o que fazer?

Ele riu.

- Eu tenho em mente um clube de dança, onde, é claro, você só poderá dançar comigo. - Ele levantou as sobrancelhas sugestivamente. - O que acha? Nós jantamos algo muito não-saudável e vamos dançar?

- É, - respondi. - isso pode dar certo.

Eu fui me arrumar. A noite estava quente para algo no meio de setembro então decidi aproveitar. 

A roupa que coloquei fora totalmente aprovada por Edward, pois, apesar do tamanho do shorts e das alças finas da blusa, o escrito principal chamava muito mais atenção. 

I ♥ my boyfriend

Eu estava preparada para uma balada, uma boate ou algo desse tipo. Minha maquiagem forte marcando meus olhos enquanto meu salto me deixava apenas meia cabeça mais baixa que Edward. 

Eu realmente não estava esperando ir jantar em algum lugar luxuoso e aposto que, principalmente depois de ver minha roupa, Edward também não.

Nós saímos da minha casa no carro dele por motivos óbvios e fomos para a casa dele. Eu fiquei jogada no sofá dele enquanto Edward terminava de se arrumar. A espera valeu a pena.

Edward vestia uma blusa cinza meio desbotada e uma calça marrom que o deixava mais lindo possível.

Seus olhos verdes brilharam em minha direção e ele sorriu.

- Vamos? - Ele perguntou. E, sem esperar uma resposta, ele continuou a falar. - Eu estava pensando em um Subway para janta. - Eu sorri. Subway era minha paixão secreta.

Nós tivemos um jantar saudável, tirando o fato de que Edward ainda estava com fome e comeu um lanche de 30 centímetros. Colocamos tudo que temos direito e saímos satisfeitos.

Bar Geni. 

Chegamos ao local que era conhecido por Edward dos "tempos da faculdade", palavras dele. Nós passamos na frente de todos que estavam na fila. O segurança olhou para mim de cima a baixo, sorriu e olhou para Edward, acenando com a cabeça em um gesto de reconhecimento.

Nós entramos sem complicações e fomos para o bar. Depois de beber alguma coisa de nome que só Edward sabia, nós fomos dançar.

Mas, por algum motivo, as pessoas me encaravam como se eu fosse o algo especial. Algumas ainda disseram oi, outras acenaram. Mas o pior foi ver que tinha gente ali que eu conhecia. Eram do trabalho, ou da minha faculdade, alguns amigos ainda que eu conhecia do colegial. 

E eram essas pessoas, as que eu conhecia, que me evitavam. Depois de algum tempo desconfiada, decidi ignorar. 

Eu e meu namorado dançávamos agarradinhos, os lábios dele quase sempre tocando os meus, as mãos dele na minha cintura, a conversa tranquila, os olhos sempre brilhando para mim e em mim.

Mesmo parecendo ter passado tanto tempo, ainda eram 23:15 e eu nem estava com sono.

Ri com esse pensamento.

Edward me olhou como se esperasse uma explicação. Eu abri a boca para dar o que ele queria quando a musica para e o som de alguém batendo em um microfone preenche o silêncio.

Um pigarro.

- Boooooooooa Noite, pessoaaal! - Uma animada voz masculina soou pelo salão. - Temos o prazer de anunciar que hoje, além da balada comum, há também uma reserva especial de convites para uma amada aniversariante. Isso mesmo. Mas nós temos que cantar parabéns para ela. 

O coro de parabéns para você foi tão alto que eu fiquei entretida nas pessoas e não percebi que a única luz ligada no salão inteiro estava virada para mim e, consequentemente, Edward.

Eu só fui perceber que a "amada aniversariante" era eu, quando, no final da musica, todos gritaram "Bella, Bella". 

Olhei para Edward, meio chocada, meio agradecida, meio sem reação, e ele sorriu. Aquele sorriso torto que eu tanto amava. Ele me puxou para um canto qualquer e, quando fui perceber, me vi em cima do palco.

- Puta que pariu. - Xinguei alto. Dava para ouvir as risadas. Me deram um microfone e alguém gritou "discurso" no meio da multidão. - Eu também odeio vocês. - Eu disse no microfone.

Mais risadas.

O que eu falaria?

- É... - Respirei fundo tentando encontrar os rostos que eu sabia que haviam planejado isso tudo. - Ah, aqui vocês.  - Encontrei-os. - Eu sei que não sou um padre, mas... Estamos aqui reunidos hoje para celebrar o nascimento da linda amiga de vocês... Mentira, gente. Estamos aqui mesmo por causa de cinco pessoinhas que têm a mente um pouco fora do lugar. Na minha cabeça, essas cinco pessoas deveriam ser as homenageadas, mas não agora. - Eu ri. - Agora eu só vou agradecer por todos terem vindo, mesmo quem eu não conheço, e mesmo quem não foi convidado. - Eu estava me virando para sair do palco quando tive a ideia mais genial da minha vida. - Esperem. Vocês querem realizar um desejo da minha vida? - A multidão gritou que sim. - Eu posso pular e vocês não vão me deixar cair, certo? - A animação passou por todos. E a realidade do que eu estava fazendo não me bateu. - 1... 2... 3 e... jááááá. - Pulei.

Eu tinha razão.

Ou melhor, meus sonhos tinham. 

Era muito bom ser carregada por uma multidão de pessoas. 

Meu corpo foi tocado em todos os lugares por centenas de mãos, eu passava pela boate sem encostar no chão, passei por todos que conhecia sem me importar porque eu estava no meu momento.

Quando eu fui colocada no chão novamente, eu estava parada em frente a Edward e a mais duas garotas que eu conhecia muito bem, por sinal.

AAAAAAAAAAAAAAA

Três gritos foram escutados. Eu, Ângela e Jessica gritamos de saudades e de felicidade. A musica alta impediu de sermos ouvidas, mas para quem olhasse de fora, três loucas se abraçando no meio do salão.

As duas meninas tinham estudado comigo no colegial e eu havia perdido contato no primeiro ano da faculdade, mas foram as minhas melhores amigas durante meus 18 primeiros anos de vida.

Bom, passado o momento abrace-a-todos a festa acabou às 04:50. Fomos para a casa de Edward e dormimos por lá. Estávamos cansados dessas surpresas felizes. 

Estava tudo muito bem, certo?