You escrita por Leloty


Capítulo 1
You


Notas iniciais do capítulo

Baseada na música "You", do The Pretty Reckless... Lá pelo meio eu vou avisar a hora de colocar e mandar o link. Se a música acabar antes do fim da fanfic... é só colocar pra repetir ;)



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Ártemis caminhava silenciosamente pelo Olimpo, com um destino em mente. Ela andava pelo lado menos movimentado do palácio, um caminho onde quase ninguém passava, só ele. Ao chegar onde queria, pôde ver a porta que dava para a sacada entreaberta, e lá estava ele.

Apolo não era visto há dias, e Ártemis logo soube que ele estaria ali. Era como “O Jardim Secreto” de Apolo, um lugar que apenas os gêmeos conheciam.

Ela o via apoiar a cabeça sobre o violão envernizado, com os olhos fechados, sentado no chão e com um caderno sobre a perna. Fechando sorrateiramente a porta atrás de si, ela se sentou ao lado dele, sentindo os raios mornos do sol de finzinho de tarde em seu rosto.

Ele, provavelmente sentindo sua nova companhia, abriu vagarosamente os olhos, e deu um sorriso fraco logo que viu a irmã sentada ao seu lado.

–Olá, irmãozinho – ela sorriu para ele, ao que ele nem respondeu, apenas levantou a cabeça do violão e olhou para ela – por onde você esteve? Todos sentiram sua falta...

–Por aí – ele suspirou – Pensando na eternidade.

    You>

–O que houve? – ela perguntou, dirigindo seu olhar ao caderno que estava no colo dele e pegando o objeto para dar uma olhada. Como ele não respondeu nem disse mais nada, ela se pôs a ler a música que ele provavelmente estava compondo.

You don’t want me, no;

You don’t need me...

Like I want you, oh;

Like I need You…

Artemis arqueou uma sobrancelha, ajeitando uma mecha do cabelo cor de ônix atrás da orelha, ciente do olhar dele sobre si. Ela olhou nos olhos azuis de Apolo, sem entender aquele novo estilo de música dele, romântico e um tanto deprimente. Ele permaneceu em silêncio, bagunçou os cachos dourados como de costume e soltou um suspiro. Ártemis então continuou a ler:

And I want you in my life...

And I need you in my life…

–Apolo… você está… hm, apaixonado? – perguntou a deusa.

–Não... paixão é algo passageiro – ele baixou o olhar – eu descobri que amo alguém.

Por essa ela não esperava. Apolo, o festeiro, galinha e pegador do Olimpo amando alguém.

–E por que os versos tristes? O amor é algo lindo, certo?

–Certo, quando é correspondido. – ele murmurou, deixando Ártemis um tanto surpresa. Como alguém não amaria Apolo?

–Ela não te ama?

–Ela me odeia.

–Como? Quero dizer, as mulheres te amam.

–Ela odeia os homens, então, consequentemente, ela me odeia.

Opa.

Que a deusa conhecesse, só ela, Thalia e as outras meninas da caçada odiavam homens. Isso é, nos últimos meses Ártemis tinha percebido que não odiava todos os homens...

–É uma das minhas caçadoras? É Thalia? – ela perguntou – Vi em algum dos seus haicais dizendo que ela era quente...

Ele deu uma gargalhada melodiosa, jogando a cabeça para trás como se fosse uma criança, fazendo Ártemis abrir um sorriso terno por ver Apolo dar a primeira risada em semanas.

–Você viu aquilo? – ele ainda ria.

–O Olimpo todo viu, até ela ficou sabendo. Como era mesmo?

–Era assim:

“Tenho algo a dizer

Thalia, você também é quente

Mas vou parar por aqui,

Pois não quero ser indecente” – eles riram.

–Apolo, você não tem jeito! – ela riu olhando para ele. O deus do sol agora sorria, com a cabeça baixa e riscando algo no all star surrado. Como, por Zeus, como alguém não amaria Apolo?

–Em quem você pensou quando escreveu essa música?

Ele parou de sorrir, mas não estava mais melancólico e cabisbaixo como antes.

–Na mulher que eu amo – ele falou, se aproximando da deusa.

–Disso eu já sabia – ela rolou os olhos, mas riu nervosa pela aproximação dele – Quero saber quem é. Ela é uma deusa?

–A mais bonita dentre todas elas – ele se aproximou mais, encostando uma mão na dela, com um sorriso estonteante.

–E ela... ela é... hm, como você diz... gostosa?

Ele riu novamente, entrelaçando seus dedos aos dela.

–Ô! Só o olhar dela causa sensações constrangedoras em mim, imagina o corpo dela...

–Que tipo de sensações? – ela franziu o cenho. Bonita... gostosa... seria Afrodite?

–Hum... quando ela sorri eu fico sorrindo junto, feito um bobo. Quando ela me olha, caramba, meu estômago gela e eu fico preso no olhar dela... quando ela toca em mim, ou melhor, quanto eu toco nela, minha pele queima, mas de um jeito viciante. Eu não entendo – ele franziu o cenho – Ah, e claro, tudo nela causa reações... hm... lá embaixo, sabe?

–Ok, ok, eu já entendi. – ela balançou a cabeça, evitando os pensamentos que vieram com aquela última frase dele - E quando você a beija? Dizem que o beijo é como uma sinestesia*, então se misturar tudo isso... – ela suspirou, sonhadora.

–Eu nunca a beijei – ele falou, chegando ainda mais perto, aproximando seus rostos, quase colando seus narizes - Você acha que eu deveria beijá-la?

–Acho – ela falou, pouco antes que ele colasse os lábios quentes e experientes dele aos macios e inocentes lábios da deusa. Ártemis não conseguiria nem queria resistir a isso, então levou instintivamente uma mão aos cachos loiros de Apolo, ainda com os dedos da outra mão entrelaçados aos dele, enquanto o mesmo aprofundava o beijo.

Ártemis sentia o sangue fervendo, o estômago esfriando e uma vontade completamente louca e incontrolável de nunca mais soltar Apolo.

E aquele era o desejo de ambos, mas infelizmente eles precisavam respirar. Com a respiração descompassada, eles se separaram, sem se afastar, no entanto.

–Você... você.... eu... eu não entendo. – Ártemis murmurou, confusa.

–Eu amo você – ele falou, sorrindo e ajeitando a franja dela atrás da orelha.

–Eu... – ela começou, mas ele interrompeu:

–Não diga nada agora, só... me beija.

E ele não precisou pedir duas vezes, pois Ártemis nada disse e juntou seus lábios aos dele. Afinal de contas, ela não precisava dizer justamente naquele momento que sentia muito por deixá-lo pensando que ela o odiava, que sentia o mesmo que ele quando ele a tocava, quando olhava no azul dos olhos dele ou simplesmente quando o via.

Ela não precisava dizer justo naquele momento que também o amava. Por ora, eles estavam juntos, e isso era tudo que importava.

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*Sinestesia: figura de palavra que consiste em agrupar e reunir sensações originárias de diferentes órgãos do sentido: visão, tato, olfato, paladar e audição.

Por exemplo: “O sol de outono caía com uma luz pálida e macia”.

É, fanfiction também é cultura ;)











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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews? É minha primeira Apolo/Ártemis. É um casal meio sem sentido que nem todo mundo gosta, mas... ah, vá lá, eles são muito lindos.