Save Me escrita por Effy


Capítulo 27
Irresistible


Notas iniciais do capítulo

Demorou pra caramba, mas agora as coisas voltam ao eixo.
Quero muitos comentários!



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POV Megan

Tentei tomar um banho relaxado e arrumar o jantar pro Mark e pro Harry. Como sou a rainha da esperteza, marquei com Harry aqui em casa às sete e meia, e com Mark as nove. Mark não vai arruinar minha noite com meu quase-não-namorado. Bom, Harry ainda não pediu, então tecnicamente, a gente tá só “se conhecendo”.

Troquei de roupa, tentei usar nada extravagante, mas também nada sem graça. Coloquei um short jeans meio rasgado, com um crop top azul escuro e sapatilhas. Me olhei no espelho e me perguntei porque Deus me odeia. Meu cabelo tava um emaranhado escroto vermelho, sério, senti inveja dos carecas.

Tentei terminar de me arrumar, eram quase seis horas e eu ainda precisava fazer algo comível, porque jantar eu já não sei fazer, só preciso preparar alguma coisa que não vá matar Harry e Mark com intoxicação alimentar. Desci as escadas e vi Mandy arrumando o cabelo no espelho da sala.

- Vai sair? – perguntei absorta

- Aham, vou pro bar com os meninos, ver o jogo dos Lakers – ela disse animada… aí tem

- Uai, porque não fica em casa, Mark e Harry vão vir

- Ficar no meio do seu encontro embaraçoso com seu pai e quase-namorado? Não obrigada, eu passo – ela sorriu e saiu pela porta da frente

Ótimo, até Mandy sabe que essa noite vai ser daquelas…

[…]

Já me conformei, sou uma negação na cozinha. Tentei fazer o que seria, hipoteticamente, macarrão, só espero que não mate Harry, não antes dele me pedir em namoro…

O relógio de cobre da cozinha marcava dez para sete da noite, Harry já deve ta chegando. Saí da cozinha e fui pra sala, arrumei um pouco os sofás, empilhei os jogos de vídeo games que estavam espalhados pelo carpete. Percebi que uma das lâmpadas estava meio fraca, ótimo, vou ter que trocar isso. Não sei como se faz, Danny sempre troca. É, o dia de hoje tá destinado a ser um terror.

Bufei desanimada e caminhei até a dispensa, acho que tinha uma lâmpada lá. Abri a portinha que ficava depois da lavanderia, quase perto do quintal. Subi no banquinho pra alcançar a última prateleira que tinha a lâmpada para que eu pudesse trocá-la. Peguei a lâmpada e ouvi batidas na porta.

- Pode entrar! Tá aberta! – gritei

Provavelmente é o Harry

Saí da dispensa e vi Harry com sua costumeira calça preta, sapato social, camisa cinza escura meio larga e desarrumada e, o que eu mais gosto, seu gorro. Ele tava encostado no sofá e tinha um buquê de Tulipas, minhas favoritas. Abri um sorriso largo

- Não precisava trazer flores – falei sem jeito e fui até ele

- Mas é claro que precisava! Vou jantar com Mark, que além de ser seu pai, é meu chefe – ele disse brincalhão.

Rolei os olhos em sinal de divertimento, Harry riu

- Não role seus olhos pra mim! – ele disse e me puxou pra perto de si – Prefiro quando eles riem pra mim, e não de mim – ele fez biquinho

Abri um largo sorriso e a luz do cômodo apagou de vez

Rolei os olhos com raiva

- Maldita lâmpada – praguejei

- Pega uma nova que eu troco – Harry disse e colocou as flores em cima da mesinha de centro

Entreguei a lâmpada a ele e apreciei meu alto quase-namorado a trocar a lâmpada da minha sala. Sorri por causa da cena. Harry pegou um banquinho de madeira que tinha perto da mesinha do telefone e subiu nele pra trocar a lâmpada.

Ao levantar os braços para trocar a lâmpada, sua camisa cinza se levantou, me dando a vista da sua cueca preta e algumas tatuagens localizadas em seu quadril. Sabia que ele tinha tatuagens, já vi as que tinha nos braços, mas não sabia que ele tinha mais

- Não sabia que você tinha mais tatuagens, além das do braço. – comentei enquanto ele descia do banquinho, depois de trocar a lâmpada

- Ah – ele disse sorrindo – tenho mais um monte. Depois que faz a primeira, as outras vêm em sequência, quase um vício – ele disse e ficou de frente pra mim

- Sei bem como é – sorri.

Ele tocou meu ombro esquerdo com delicadeza, onde tinha a tatuagem do Dreamcatcher.

- Qual é a sua favorita? – ele perguntou. Pensei um pouco

Levantei levemente minha blusa, revelando a lateral esquerda do meu quadril, onde eu tinha tatuado “But my mind knows the difference between wanting what you can't have and wanting what you shouldn't want.” [1]

Ele percorreu a extensão da tatuagem com seus dedos mornos, um arrepio atravessou pelo meu corpo. Era como se queimasse, mas era bom, tudo ao mesmo tempo.

Ele sorriu.

- Gostei dessa também – ele disse

- E a sua, qual é? – perguntei suscita

Ele levantou a manga da blusa, na altura dos músculos do braço, e apontou pra tatuagem de pregos.

- Não sei por que fiz essa tatuagem, mas a amo incondicionalmente. – ele disse sorrindo

Ele conseguia ficar mais lindo daquele jeito, sem segredos, sem pretextos, sem organização. Ele era só o Harry de gorro cinza, com tatuagens sem sentidos que ele amava. E eu era só a Megan, a ruiva de olhos verdes, que preferia à tinta e pele, ao papel e a caneta.

Era espontâneo, e sexy ao mesmo tempo.

- Vem cá, quero te mostrar uma coisa – segurei sua mão e subi as escadas, em direção ao meu quarto

Subimos as escadas e entramos no meu quarto, cuja as paredes eram uma mistura de desenhos absortos, recortes de revistas, um pisca-pisca que Nick amava e uns quadros não terminados. Ele pareceu interessadíssimo em descobrir cada milímetro da minha bagunça, do meu mundo.

Fui até o closet enquanto Harry se ocupava com as prateleiras de livros desorganizados. Peguei uma caixa de metal azul marinho. Voltei pro quarto e Harry estava encostado na parede, com um livro em mãos

- Vem cá! – chamei-o para sentar-se na cama

Sentei de frente pra ele e abri a caixa

- Desde os meus dezesseis anos, eu tenho essa caixa, guardo idéias pra tatuagens futuras. – falei rindo. Soava muito ridículo, mas já fizera quase todas as tatuagens que continham na caixa

- Sério? – ele parecia fascinado

- Sim, já fiz a maioria – eu disse o observando, completamente encantado

- Isso é muito dahora – ele disse revirando a caixa – Pera – falou rindo

Pegou um papel com um desenho do mapa mundo tatuado nas costas quase inteiras

- Você já fez essa? É incrível!

- Ainda não, vai ser a próxima. Só preciso de tempo – falei em um riso fraco. Ele guardou o desenho de volta pra caixa

- Amo quando você sorri desse jeito – ele disse sorrindo. Sorri meio sem graça. – É simplesmente irresistível.

Eu queria Harry. E eu o queria agora. Tinha que ser a noite perfeita. Sem Mark pra dar uma de “paizão”.

Tirei a caixinha entre nós e me aproximei mais dele. O beijei lentamente. Acho que ele entendeu o recado. Passei minhas pernas ao redor de sua cintura. Ia o beijar novamente, mas Harry foi mais rápido. Quando nos separamos, puxei sua blusa pra fora de seu tronco tatuado e comecei a achar que tinha ganhado na loteria. Mas fui interrompida pelo meu celular que vibrou na cômoda. Rapidamente Harry o alcançou e me entregou. Era uma mensagem de Mark:

“Sinto muito filha, não vou poder ir jantar com você e o Harry, surgiu um imprevisto e vou precisar viajar hoje mesmo. Quando eu voltar, a gente remarca esse jantar. Te amo”

Sorri pervertidamente. Sim, seria a noite perfeita.

**

[1] "Mas minha mente sabe a diferença entre querer o que você não pode ter e querer o que você não deveria querer"


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Notas finais do capítulo

Comentem, recomendem, sei lá, façam alguma coisa.



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