Nc-16 AQUELE BEIJO. Dramione escrita por LandaMS


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Um cupido com uma missão. O casal escolhido: Draco e Hermione.
Será que Gabriel irá conseguir cumprir sua objetivo e colocar as mãos na chave dourada?
Leiam e Descubram.



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Presente De Natal Para 2011 Meus Leitores Dramionísticos. LandaMS.

Bom. Antes de mais nada, eu quero desde já agradecer a uma pessoa que me fez ter essa ideia  Ela não sabe, mas a partir de uma conversa com ela pelo Face isso me veio a cabeça.

Rouge, beta linda. Sei que vc não betou essa fic, mesmo porque era para ser uma surpresa. Mas sem querer ou saber vc me deu essa ideia de fazer uma fanfic para presentear todos os meus leitores de todas as fanfic’s que eu já escrevi e tenho postado aqui no feb. Eu não sei se vai agradar a todo mundo, mas aquelas(es) que deixaram pelo menos um comentário, vai estar aqui. Eu gostaria de que os meus... visitantes estivessem aqui também mas como não tem nome de todo mundo, vai ser só das leitoras(es) fiéis. Eu sinseramente espero que vcs gostem do meu presente e que se divirtam lendo meu trabalho. Muita gente considera excelente, mas eu sou um pouco mais modesta e acho ele razoável.

Mas sem mais delongas desejo a todos um Feliz natal e um Ano Novo cheio de leitura e muita paz. E que sejamos como Draco e Hermione. Brigamos feito cão e gato, gato e rato, mas que no fundo nos amamos acima de qualquer coisa, seja ela qual for. Não importa. O importante mesmo é AMAR. Portanto, muito amor para todas(os) vocês.

Bjos, bjos, bjos...  E boa Leitura.

                                                                                                 LandaMS

                                           ***********************************    

                                                              

                                                                    Aquele Beijo

Prólogo

_Muito bem Gabriel. Sua missão esta dada. Cumpra-a  e será promovido a chefe guardião da chave dourada do amor. Mas ouça, se não conseguir, você perderá o direito de exercer a função de cupido e será banido deste reino para sempre, você me compreendeu?

_Sim. Vou provar que sou capaz de ser o chefe dos guardiões. Ganharei sua confiança e a de todos do conselho.

O restante do conselho o olhou sob desconfiança, mas ninguém atreveu-se a falar nada.

E virando-se com ar determinado Gabriel saiu da sala do conselho disposto a achar o caso mais complicado e resolvê-lo.

Parando em uma nuvem por cima de um castelo enorme a beira de um lago ele ficou observando as pessoas que circulavam nos terrenos. Outros colegas já trabalhavam nos jardins e por isso seus serviços não seriam solicitaodos ali, então resolveu se esgueirar para dentro, talvez lá ele achasse algum caso que fosse realmente dificil o suficiente para resolver.  Teria que ser difícil, pois sua vida como cupido e guardião da chave dourada estavam em jogo e ele teria que ser muito eficiente em sua missão. Flutuou entre os corredores observando os jovens estudantes que ali passavam, mas não houve nenhum caso que chamesse sua atenção.

 Virou o corredor e se deparou com uma massa de alunos que seguiam o mesmo curso para um único lugar. Continuou a flutuar sobre a cabeça de todos atento a qualquer casal que lhe chamasse a atenção e antes mesmo que pudesse dizer: corações palpitantes, lá estava um casal complicado que ele ajudaria. O rapaz e a moça estavam discutindo, e analizando de perto Gabriel percebeu que era hora de agir. Preparou o arco e analisou uma de suas flechas especiais. Uma dourada que ele guardava para uma ocasião especial. E quem disse que aquela não era uma ocasião especial?

 Ele com sua futura promoção brilhando diante de seus olhos e um casal que quase estava se estapiando no meio de um monte de alunos não poderia perder a oportunidade de fazê-los se entenderem.. Ele deu um pequeno beijo na ponta da flecha e a atirou acertando os dois alvos em cheio. Bem no meio o peito. Pronto. Agora era só esperar que a mágica do amor surtisse efeito.

O casal não podia ver, mas a flecha se dividira em duas no momento em que se aproximara de seus corpos.

(***)                                                   Cap 1

Andou o mais depressa que suas pernas masculinas permitiram. Estava furioso consigo mesmo.  Ele era um Malfoy,  jamais deveria ter se aproximado da sangue-ruim daquela forma.   

Tudo bem que Harry Potter e Ronald Weasley eram amigos dela, mas ele chegar a ser...? Isso nunca.

Era amigos dos dois grifinórios porque de uma certa forma isso fazia com que tivesse algum prestigio com as outras casas. Ele sabia que não fazia muito sucesso com a população masculina da escola por ser o mais popular entre as garotas e isso despertava inveja, mas andar com dois heróis era satisfatório.  Além, é claro de considerar  os dois ótimos amigos. Porém toda regra havia uma exceção. E Hermione Granger era essa exceção. Ela não era ninguém perto dos amigos dele.  Que infelizmente eram amigos dela também.

Só aturava ela no grupo, porque não queria se indispor com os amigos que lutou tanto para conquistar. Harry e Rony gostavam muito dele, mas idolatravam Hermione Granger e com isso ele não podia lutar. A sabe-tudo conseguia conquistar a todos de uma maneira que ele não conseguira, por isso fazia de tudo para conservar os amigos que tinha até mesmo aturá-la. Porém, naquele dia ele não conseguira se segurar. Ela realmente lhe tirara do sério.

Estava numa conversa tensa sobre Quadribol com os meninos enquanto caminhavam para o grande salão quando ela se intrometeu, desdenhando do conhecimento dele sobre o esporte...

Já que ela não gosta porque teve que se meter? – Pensou amargamente enquanto parava  perto da janela da torre do relógio.

_Garota maldita!

Flash Back...

_Seu conhecimento é realmente limitado, não é Malfoy? Tem certeza que leu Quadribol Através Tempos?

_O que eu li ou deixei de ler não é da sua conta Granger. A devoradora de livros aqui é você.

Ela ficou encarando-o por alguns segundos, e sem que percebessem, tinham parado no corredor e metade dos alunos da escola também pararam para assistir a mais uma briga do “casal”, Malfoy e Granger.

_Seu grosso. – retrucou ela.

_Chata. – rebateu ele.

_Imbecil.

_Irritante.

_Idiota.

_Rata de biblioteca.

_Energúmeno.

_Sabe-tudo.

_Doninha.

_Sangue-ruim.

Nessa hora ela emudeceu. Hermione ficou encarando-o e Draco percebeu em seus olhos a solução salgada se acumular. Via-se perfeitamente que ela estava fazendo um esforço danado para segurar as lágrimas. Ele já havia a chamado de sangue-ruim antes, mas naquele dia a palavra saíra mais venenosa do que das outras vezes. E fazia tanto tempo que não ouvia o insulto que doeu ouvi-lo novamente.Draco sabia exatamente onde a ferida se encontrava e como fazê-la sangrar sem esfoço.

Ele também não desviou o olhar, como se desafiasse a grifinória a retrucar seu último insulto.

Porém a reação dela foi outra. Com um movimento rápido Hermione erguera o punho fechado e levara com toda a sua força na direção do rosto do sonserino. No terceiro ano fizera com maestria o que estava fazendo agora, mas... O que ela não esperava é que ele fosse segurar seu braço bloqueando seu golpe antes mesmo de tocar sua face esquerda.

Tanto Hermione quanto Draco – muito menos ele – imaginaram prever seus movimentos daí por diante.

Hermione tentou libertar o pulso das garras do sonserino, no entanto, ele fora decidido em direção a sua vítima.

Hermione sentiu suas costas se chocarem com a parede fria do corredor e seus olhos se arregalarem a medida que sua mente absorvia o que Draco estava fazendo.

Seu corpo ficou imóvel no lugar enquanto sentia o corpo dele pressionar-lhe contra o concreto do castelo. Os ruídos ao redor pareciam ter desaparecido no momento em que ele tomara aquela atitude. Sentia seu coração palpitar freneticamente contra suas costelas e imaginou sentir o dele também batendo no mesmo ritmo que o seu. Sentiu uma batida forte contra seus dentes frontais e algo macio e imperioso roçou seus lábios obrigando-a abrir ainda mais sua boca rosada e agora dolorida.

Draco forçou e Hermione instintivamente cedeu ao toque da boca possessiva do loiro. Seus belos olhos castanhos se fecharam.

O pulso antes segurado com brutalidade agora formigava com o contato da pele dele.

Uma nuvem de borboletas voavam dentro do seu estômago fazendo-a se sentir estranha.

Uma corrente arrepiante subia por sua espinha dorsal e terminava acendendo vários neurônios adormecidos em seu cérebro.

Um som rouco e que só ele pode ouvir escapava de sua garganta direto para o ouvido do garoto.

A língua dele enroscou com a sua por um momento e o beijo durou não mais que uns quarenta segundos. Tempo suficiente para perceberem que uma química rolava entre eles.

No entanto quando a razão voltou a dominar o primeiro movimento que a castanha fez foi empurrá-lo para longe. Draco não fizera nenhum movimento para impedir, pois estara petrificado demais para entender o que estava acontecendo. Num segundo ele estava brigando com a grifinória e no segundo seguinte sua boca encontrava-se grudada aos lábios dela como se sua vida dependesse disso para viver.

Hermione manteve a boca semi-aberta por onde sua respiração saia descontrolada. Seu cabelo um pouco bagunçado pela mão dele que esteve por um instante em sua nuca aprofundando o beijo grudava em seu pescoço úmido de suor. Draco não esboçou reação a não ser encará-la em choque. Via-se que seu peito musculoso arfava descontrolado e que sua testa escorria uma gota de suor na lateral.

De repente ele piscou voltando a realidade. E a realidade não era nenhum um pouco agradável. Todos a sua volta pareciam estar tão chocados quanto o casal, mas isso não parecia ser o pior. O fato de alguns garotos quererem acabar com sua existência naquele momento o perturbou principalmente por descobrir que o motivo não era ele e sim a garota de cachinhos petrificada a parede de pedra a sua frente.

Ele nunca ignorou o fato de Hermione ser uma garota atraente, mas jamais imaginou que ela atraísse tantos olhares masculinos. Isso o deixou enciumado.

E foi esse sentimento – o do ciúme – que o puxou de volta para o presente. Desde quando Draco Malfoy sente ciúmes de uma garota que ele detesta? E desde quando ela é detestável? Ela lhe parecia uma garota adorável, principalmente quando correspondera – por alguns segundos – o seu beijo.

Seu sangue correu mais rápido nas veias e um ódio mortal de si mesmo o fez se mexer e começar a caminhar para bem longe dali. Abriu caminho a força entre alguns estudantes, inclusive alguns dos admiradores dela e sumiu pelo corredor. Mas antes pode ouvir o burburinho que só fez aumentar à medida que ele ia se afastando do local. O ocorrido seria assunto por semanas em Hogwarts, ele não poderia evitar que falassem já que o tinha provocado.

O melhor era tentar esquecer...

Fim do Flash Back...

                                                                    Cap 2

Ele riu com o pensamento.

_Esquecer como Merlin? – Verbalizou o que pensava. – Estou aqui a um tempão e só no que consigo pensar é no gosto que a boca daquela garota maldita tem.

Levou a ponta dos dedos distraidamente aos próprios lábios para se certificar que ainda sentia o gosto adocicado de mel preso entre eles.

Aspirou fundo tentando livrar o pensamento da boca dela e se arrependeu, pois um cheiro cítrico invadiu seu olfato inebrinado seus sentidos.

Ela havia deixado seu perfume na roupa dele e isso o fez viajar para o contato que teve com o corpo dela.

Ela havia se moldado ao corpo dele com perfeição, mesmo ela se debatendo um pouco sentia a protuberância dos seios perfeitos, da barriga lisinha em contato com a sua. Da coxa torneada tocando a sua por cima da calça. Mesmo por cima da roupa ele percebeu as formas esplêndidas que ela possuía e essas lembranças recentes o fizeram querer sentir mais, muito mais.

Porém quando ia começar a imaginar como era tocá-la mais intimamente passos e vozes o tiraram de seu sonho.

_Ah, cara! Você está aqui? Rony e eu estávamos a horas te procurando. Cara o que foi aquilo mais cedo? – perguntou Potter descrente e curioso ao mesmo tempo.

_O beijo mais apaixonado que eu já vi. – Zombou o ruivo com seu ar típico brincalhão.

O loiro olhou para ele zangado.

_Apaixonado um ova. Estava tentando fazer a amiga de vocês calar a boca.

_E o único jeito que você encontrou foi colando sua boca na dela daquela maneira?

_Bela maneira de fazer ela calar a boca. Eu devia ter pensado nisso antes – Brincou Ronald. – Quem sabe assim ela não brigaria comigo  quando eu pedisse os trabalhos dela para copiar.

Draco não soube o que dizer perante a pergunta do amigo de óculos, porém olhou o amigo ruivo com raiva ao escutar o comentário. Mas saber que Harry tinha razão o deixou mais furioso. Ou talvez fosse o jeito que Rony falou que o deixou zangado?  Merlin! Outra vez o maldito ciúme? Ele podia muito bem ter tapado a boca dela com a mão, ou melhor, ainda, com um belo de um feitiço, mas nãããooo... Ele teve que beijá-la, e pior, na frente de um monte de alunos, que não sabiam fazer outra coisa a não ser fofocar sobre a vida dos outros.

_Eu sei Harry, mas é que ela me tirou do sério. Aí quando dei por mim eu a estava beijando.

Harry ficou encarando o amigo tentando buscar uma solução para o que tinha acontecido, mas o ruivo quebrou o silêncio que se instalara no local.

_Eu não sei quanto a vocês – falou Rony pensativo, – mas acho que Hermione gostou do que você fez. – Sem saber sua frase despertara curiosidade no loiro.

_Você acha?

A pergunta saiu mais intusiasmada do que ele pretendia e isso despertou a astúcia e a curiosidade dos amigos.

_E posso saber por que você quer saber? – perguntou Potter com um sorriso que não era nada típico dele.

Aquele sorriso insinuava alguma coisa. Algo que Draco não queria afirmar.

_É Malfoy – emendou Weasley. – Podemos saber por que ficou tão interessado no que Hermione achou? – perguntou cruzando os braços e fechando o semblante como se intimasse o amigo loiro a confessar.

Draco olhou para os amigos sem saber o que responder, e quando quis dizer alguma coisa as palavras ficaram presas na garganta. Não porque não tinha nada para dizer, mas porque Hermione acabava de adentrar a sala da torre do relógio com toda a sua imponência e porte de princesa. Não que ela fosse uma nobre, mas porque seu coração dizia que ela era. Isso o perturbou bastante. Merlin resolvera castigá-lo mesmo. Disto tinha certeza.

Ela trajava um vestido de gala todo vermelho cravejado de cristais na parte do busto. Uma fenda enorme revelava sua  coxa direita, uma bolsa de mão preta combinava com a sandália

A maquiagem leve e o penteado elaborado completavam seu visual terrivelmente sedutor... e fatal.

Os três garotos a encararam e ela se sentiu um pouco constrangida, por saber que estava chamando a atenção demais.

_Nossa Hermione, como você está gata! – Exclamou o ruivo se aproximando. – Até parece uma

rainha vestida com essa roupa. – E para ilustrar seu comentário, Rony pegou sua mão e deu um pequeno beijo fazendo uma reverência em seguida.

Hermione sorriu envergonhada.

_Não seja bobo Ron, é apenas um vestido de festa, nada demais.

_Festa...? Que festa? – Harry perguntou encarando-a mais atentamente, porém não deixou de observar a reação de Draco ao que ela responderia.

Desde que ela aparecera, ele não desgrudara nem por um momento os olhos dela. Harry podia jurar que uma gota de saliva escorria no canto da boca do loiro.

_McLanggen me convidou para um jantar na casa dele está noite.

Harry sorriu internamente ao perceber que um brilho feroz atravessou os olhos cinza do amigo. Draco estava enciumado até o último fio de cabelo. Ele detestava McLanggen mais até que Granger e saber que ela iria a casa daquele garoto e que passaria a noite com ele o fez ficar irritado. E a cada minuto que passava ele ficava com mais raiva ainda, principalmente porque Hermione parecia querer ignorá-lo. Ela estava fingindo não o ver ali parado perto da janela da torre.

Para não vê-la se gabar de sua ‘adorável’ companhia ele se virou de costas para eles e encarou o horizonte com uma linha vermelha terminando de sumir dando espaço para as estrelas e a escuridão.

Cruzou os braços na altura do peito e bufou irritado.

Continuou escutando os galanteios do ruivo para com ela e fechou os olhos com força, ao abri-los viu de relance ela se despedir dos amigos e lançar um olhar esnobador para ele.

Era como se dissesse a ele que o beijo que ele lhe roubara mais cedo não significara nada. Mas então porque Ronald dissera que ela gostara do beijo. Tinha que descobrir, imediatamente. O problema era: como fazer isso sem despertar a curiosidade dos dois amigos?

Hermione se foi e Draco viu a silhueta dela desaparecer no corredor.

 Virou de novo para a janela. Harry e Rony se aproximaram rindo e comentando do quanto ela estava bonita.

_Não sei como permitem uma coisa dessas! – exclamou o loiro mais zangado do que gostaria.

_Do que está falando Malfoy? – perguntou o ruivo fechando a cara.

Draco se virou para os amigos.

_Ora Rony, todo mundo nessa escola sabe que McLanggen é um tremendo conquistador. Volta e meia tem uma garota chorando as pitangas por causa dele em algum corredor por aí. Vocês não sentem medo pela amiga de vocês?

Os dois meninos se calaram. Pareciam só agora ter notado o grau do problema em que Hermione estava se metendo.

_Ele não faria isso com ela? – Falou Harry  mais para si mesmo do que para os outros. – Faria? – Voltou-se para os amigos.

_Eu acabo com ele se Hermione se queixar de algo – Retrucou o ruivo olhando por onde Hermione sumira.

Por um lado Draco tinha razão, mas por outro toda essa preocupação em relação a Hermione o estava  deixando em uma posição um tanto quanto complicada.

Draco sorriu ironicamente pelo nariz.

_É claro que faria. Você não viu como ela estava vestida. Parecia uma princesa...

Harry e Ronald olharam para o loiro rindo do comentário elogioso. Rony esquecendo completamente da ameaça que acabara de fazer.

_Está apaixonado pela Hermione, Malfoy? – Zuou o amigo ruivo.

 Harry riu com gosto da cara de espanto que o loiro fez.

_Não seja ridículo Weasley. – Argumentou o outro zangado. – Onde já se viu?! Eu apaixonado por aquela garota!

_Se você também achou que ela parecia uma princesa, é sinal que você sente alguma coisa por ela.

_Desprezo.  – Respondeu ele mais que rapidamente.

Mentira. Draco sabia que sua língua pronunciava palavras que ele não estava pensando e nem sentindo. O beijo despertara alguma coisa. Um sentimento bom que estava adormecido dentro dele.

O sentimento sempre estivera ali, mas ele se importava tanto em pertubá-la, irritá-la e desprezá-la por causa do seu sangue, que aquilo hibernou dentro dele até aquele dia. E foi ali na hora daquele beijo roubado que a fera resolveu despertar.

_Hum... Sei. – Desdenhou Rony da resposta do loiro.

Tanto Ronald Weasley, quanto Harry Potter não acreditaram nenhum pouco na resposta dele.

E sabendo que não conseguiria convencer nenhum dos dois ele resolveu ignorar as brincadeiras dos amigos e começou a caminhar para fora da saleta da torre do relógio.,

De uma coisa ele tinha certeza, ele já estava convencido de que nutria um sentimento diferente pela grifinória e pensar que ela estava fora do castelo, e com o ‘almofadinha’ do McLanggen não o agradava nenhum pouco. Rony e Harry o seguiram até certo ponto, porque no meio do caminho a sineta de aviso, alertou que já era hora dos alunos se recolherem. Os amigos se despediram e todos foram para suas respectivas casas. Draco Malfoy caminhou pelo corredor que dava acesso a sua sala comunal dos monitores com pensamentos e sentimentos perturbadores sobre Hermione.

(***)

A garota não parava de lhe sorrir. Seu cabelo flutuava suavemente com a brisa dos campos silvestres por onde ela caminhava descalça. Seu vestido branco e de tecido leve farfalhava a cada movimento  que suas coxas davam. Por um momento seu olhar fixou-se na pele daquela região e a vontade de lhe tocar cresceu dentro dele, porém ela se desviou com seu jeitinho sapeca e uma brincadeira divertida de gato e rato começou entre eles. Ela correu e ele foi atrás. A castanha se escondeu atrás de uma árvore e ele tentou mais uma vez alcançá-la, mas quando seu objetivo estava por se cumprir ela conseguia se desviar. Porém, ela não poderia fugir para sempre e foi numa dessas tentativas de fuga que ele a segurou firme. Ela riu feliz enquanto se deixava abraçar por ele. Ele também gargalhou enquanto a encostava no tronco da árvore a qual serviu de bloqueio segundos atrás.

Sua boca estava se aproximando da dela devagar, mas de repente o semblante apaixonado da moça se tornou sombrio e com um empurrão em seu peito a imagem com fundo azul do céu e branco das nuvens se tornou escura e assustadora.

A roupa que antes a transformava num anjo, se transfigurou para um vermelho sangue e brilhoso e o garoto que a colocava de encontro a árvore não era mais ele e sim McLanggen.

Ele a tocava de uma forma que ele jamais ousou tocar. Suas mãos percorriam o corpo dela de uma maneira obscena, e sua boca estava em lugares que a dele nunca iria conhecer.

A grifinória o encarava de uma forma desafiadora e fatal, como se quisesse mostrar  que ele jamais a teria. Seus movimentos também era provocantes e seu corpo se arqueava para que o garoto pudesse usufruir do que lhe era oferecido.

Mesmo quando McLanggen a beijou ela  não ousou fechar os olhos, pois queria ver a cara do sonserino para lhe mostrar que o grifinório beijava muito melhor do que ele.

Draco ficou encarando a cena que parecia surreal desenrolar a sua frente e fechou os olhos.

Fechou os olhos, mas não conteve o grito que escapou de sua garganta...

_Nãããããããõoooo...

(***)

Sentou-se na cama assustado. Seu corpo estava banhado em suor. Sua respiração estava descontrolada, seu corpo tremia, seu coração batia mais rápido que o normal e sua pele parecia um pouco febril.

Ele passou a mão na testa para enxugar o liquido que brotava em abundância e respirou profundamente. Pôs os pés para fora da cama e sentiu a textura lisa e fria do piso. Olhou ao redor para se certificar que seu grito não havia acordado os outros monitores  e se aliviou por saber que os outros três garotos tinham sono de pedra.

Apenas viu quando  Oliver CreweeK se virou na cama resmungando algo incompreensível.

Ele fechou os olhos  e respirou profundamente tentando acalmar a mente e o coração. Fizera sua ronda pensando no dia atribulado que vivera que até absolveu um casal de namorados que se agarravam no corredor do sétimo andar. Quando pegara o menino e menina aos beijos, Hermione logo ocupou sua mente, afinal poderia ser eles ali. Com a única diferença que ele era inteligente demais para dar uns amassos nela num lugar onde os dois poderiam ser pegos por outro monitor. Ele sorriu com o pensamento de ser ele e ela se beijando novamente, mas essa pequena distração de imagens o remeteu ao sonho e a outro beijo onde ele não era o protagonista.

Ele balançou a cabeça se enfurecendo com a lembrança do sonho...

_Sonho não, pesadelo, isso sim... Um pesadelo. – Verbalizou passando a mão na cabeça e tirando a franja da testa molhada de suor.

Draco Malfoy se levantou, passou a mão na toalha bordada com as iniciais DM e caminhou para o banheiro. Um banho com água  fria ajudaria a esfriar a cabeça e outras partes do corpo que vinham esquentando com freqüência desde mais cedo.

(***)

                                                                         Cap 3       

Ficar no quarto e voltar a dormir estava fora de cogitação. Primeiro o pesadelo o tinha feito despertar, e depois a água fria a qual tomou um longo banho espantou o sono de vez. Ele se vestiu com um jeans, uma camiseta, e jogou a capa com o broche de monitor chefe por cima das roupas e saiu do quarto para caminhar. Sua intenção era caminhar perto do dormitório dos monitores chefes, para o caso de alguém o flagrar ele inventaria que escutara um barulho suspeito e que tinha vindo investigar, mas o destino quis que ele fosse mais longe, que suas pernas o guiassem para o andar de cima. Conhecidentemente para um dos corredores que dava acesso as portas principais do castelo. Draco só notou que estava lá porque naquele momento um grupo de quatro pessoas passavam pela porta. Malfoy arregalou os olhos no momento em que Hermione saiu de trás da garota loira e riu alto de alguma piada idiota que McLanggen acabara de contar. Ele para não ser visto acabou se escondendo atrás de uma das estátuas.

Draco olhou no relógio de pulso. Eram 1:45 da madrugada. Logo o sol daria boas-vindas ao sábado.

Draco se escondeu mais um pouco atrás da estátua quando o grupo passou por ele.

_Eu e Ângela vamos subir Córmaco, você vem? – Draco ouviu Lucas, o irmão mais novo de Ângela perguntar.

_Não Lucas, vou acompanhar Hermione até seu quarto.

_Não precisa Córmaco, eu posso...

_Shiii... – Draco fechou a cara quando viu McLanggen tocar com a ponta do dedos os lábios de Hermione calando-a. – Eu faço questão “Linda”. – Hermione ficou toda corada. E Draco fez uma pequena nota mental: fazer Hermione Granger ficar vermelha a deixa mais linda ainda.

Ângela e Lucas olharam-se divertidos. Ambos sabiam que o amigo tinha uma queda pela monitora chefe da grifinória.

Lucas pigarreou chamando a atenção do casal.

_Bom, eu e Ângela já vamos subir. Dumbledore disse que o caminho ficaria livre até as três da manhã, mas estou tão cansado que não agüento mais um minuto em pé.

_Eu faço suas palavras as minhas Lucas. Ainda bem que hoje é sábado, podemos dormir até mais tarde.

Todos riram do comentário da garota loira enquanto ela se adiantava e se despedia dos amigos de casa.

Lucas cumprimentara McLanggem com um gesto muito comum entre os garotos e se despedia de Hermione com um beijinho no rosto.

A dupla começou a subir as escadas que davam acesso ao salão comunal da Grifinória enquanto Córmaco e Hermione pegavam um corredor que levaria ao dormitório feminino das monitoras.

Sem que eles percebessem, Draco começou a segui-los.

Ele se escondia atrás das estátuas e nas sombras onde a luz dos archotes não alcançavam e sua roupa escura ajudava na camuflagem.

Ele procurou se manter bem perto do casal e portanto podia ouvir todo o diálogo que se desenrolava entre eles.

_A festa na sua casa foi bem legal Córmaco. – Dizia Hermione toda animada. – Sua família é bem divertida, principalmente seus pais.

_Obrigado. Eles gostaram muito de você também.

_Sua mãe cozinha muito bem, adorei aqueles pasteizinhos que ela me serviu e...

Enquanto Hermione elogiava, McLanggen parecia não prestar nenhum pouco de atenção. Draco notara que o garoto estava mais preocupado em averiguar se o corredor por onde eles caminhavam estava deserto.

A mudança de comportamento do moreno despertou uma luz vermelha no cérebro de Draco e ele ficou atento para qualquer movimento em falso do jovem.

_Aquilo que ele fez foi muito engraçado e...

Hermione continuava tagarelando sobre os fatos da festa até ser interrompida pela voz firme do colega:

_Hermione é verdade que Draco Malfoy beijou você ontem?

A pergunta pegara a castanha de surpresa e só então ela percebera que ele havia parado no corredor alguns passos de distância.

Hermione ficou muda, pois não queria falar disso. Só ela sabia o quanto aquele beijo mexera com seu íntimo. Com seu coração.

Já dera com a língua nos dentes demais dizendo a Gina Weasley que achara o beijo muito bom quando a ruiva lhe pressionara. Mas daí contar a um cara que ela mal conhecia sobre algo tão pessoal já era demais.

_Desculpe?...

_É verdade? – Perguntou ele mais ríspido.

 Hermione se assustara com o tom de voz do rapaz.

_Córmaco acho que isso não lhe diz respeito. – Respondeu a garota se irritando com a insistência do grifinório. – Isso é um asunto meu e...

Hermione não saberia dizer como ou quando tudo aconteceu, mas quando deu por si, Córmaco McLanggen havia coberto a distância que os separava com apenas três passos e a segurava pelo braço com força. Força demais para o gosto dela.

Hermione arregalou os olhos e deu um passo para trás tentando se afastar do aperto em seu braço, mas o garoto era muito mais forte e não a deixou escapar.

Ele estava transtornado agora e isso assustou a garota.

Draco deu um passo para frente quase saindo de seu esconderijo, mas algo o impediu de continuar. Sua curiosidade de saber o que Hermione faria falou mais alto.

Ele ficou esperando o punho dela se levantar e acertar o nariz do infeliz.

_Eu te fiz uma pergunta – continuou o garoto, desta vez mais zangado.

_Já disse que isso não é da sua conta. – respondeu ela no mesmo tom. – Agora me solte. – Exigiu ela tentando não demosntrar o medo que estava sentindo.

Porém a reação do moreno não foi a das melhores. Em vez do punho de Hermione viajar até o rosto dele, foi a mão de Córmaco que flutuou violentamente contra o rosto da moça, fazendo-a soltar uma exclamação de dor.

O golpe foi tão forte que fez o corpo dela se desequilibrar e ir de encontro a parede do corredor.  Com outro movimento rápido McLanggen  bateu nas mãos de Hermione jogando a bolsa pequena dela longe. E por azar sua varinha estava dentro do objeto. Ela só não caiu no chão porque ao mesmo tempo em que deferia o golpe ele já estava perto dela o suficiente para segurá-la com mais força dessa vez e de encontro a mesma parede ao qual ela se apoiara segundos atrás.

Draco ficou tão chocado com o que tinha acabado de ver que a sensibilidade de suas pernas desapareceram, deixando-o completamente imóvel atrás da estátua do guerreiro com armadura metálica.

Hermione gemeu e se debateu tentando se livrar do corpo que a prendia ali, mas teve os movimento instantaneamente privados por ter a varinha dele encostada em sua garganta.

_Então é verdade, não é sua vadia? Você o beijou, não beijou? – Hermione tinha começado a chorar baixinho implorando para ele soltá-la. – Cala a boca. – Gritou ele asperamente, fazendo ela quase engolir o choro quando apertou a varinha outra vez contra seu pescoço. – Passei a noite inteira tentando te dar um beijo e você sempre se esquivando – enquanto falava Córmaco havia dado um jeito de juntar os punhos dela acima da cabeça e os prendia com um feitiço a parede atrás dela – mas só foi ele abrir uma brecha que você já foi logo cedendo, não é? Pretendia abrir as pernas para ele também, cadela? – Ele puxou os cabelos dela com força descarregando um pouco da raiva que estava sentindo. – Heim?

Hermione gritou por socorro, mas ele a calou colocando a mão na boca dela abafando o grito.

_Fica quieta – grunhiu ele perto do rosto dela.

Hermione começou a chorar de novo só que mais forte dessa vez.

 McLanggem agitou a varinha jogando um feitiço silenciador no corredor. Pensou em jogar um

desilusório, mas analisou a situação e imaginou que já estava tarde demais para qualquer

pessoa estar andando pelo castelo naquele horário. Ninguém os incomodaria e ele estava livre

para fazer o que tinha em mente desde que a viu sair pela portas do castelo. Daquela noite

não passaria. Hermione lhe daria o beijo e muitas outras coisas que Draco não teve e não teria

a oportunidade de ter.

Córmaco se afastou um passo e ergueu a varinha na direção de Hermione. Seu olhar luxuriante e cheio de ódio acompanhou a ponta da varinha deslizar suavemente do pescoço até a pequena fenda entre os seios e com um feitiço não verbal Hermione viu através das lágrimas seu vestido se rasgando até o umbigo.

Córmaco mal se conteve quando a viu seminua em sua frente. Avançou para ela como um animal faminto. Hermione se debateu mais ainda quando sentiu ele lhe apertar contra o próprio corpo e a parede.

_Você vai ser minha Granger – dizia enquanto explorava o corpo dela com as mãos e com a boca. – Malfoy nunca a terá.

_Córmaco, não faz isso, por favor. – Implorou entre os soluços desesperados.

 McLanggen não a ouvia, seu inconsciente apenas deslanchava as palavras dela como sussurros de prazer.

As suplicas dela eram como gasolina no fogo. E um grito ao ter o seio mordido com força trouxe de volta do transe momentâneo o loiro que estava parado ali perto.

Draco piscou e voltou sua atenção a cena que se desenrolava bem a sua frente. Havia se passado apenas alguns segundos do momento inicial em que ele achou que McLanggen conheceria o poder do punho fechado de Hermione bem no meio do nariz, até aquele instante em que via Córmaco enfiar as mãos por debaixo do vestido da castanha e tentar lhe tirar a peça íntima. Draco Malfoy não pensou duas vezes em tirar a varinha das vestes e correr em direção aos dois lançando um feitiço, que por falta de ângulo acertou bem perto dos pulsos amarrados da menina.

Os estilhaços da parede chamaram rapidamente a atenção do garoto que se esquivou para o lado evitando assim que uma pedra bem grande caísse sobre sua cabeça. Hermione caíra logo em seguida aos pés dele, porém ele não se importou que algo a machucasse, ele estava mais interessado em saber quem o tinha atacado de surpresa.

E para o espanto de seus olhos escuros seu atacante era Draco Malfoy.

_Malfoy. – Sussurrou com desgosto o nome do rival.

_Seu idiota. O que pensa que esta fazendo? – Perguntou o loiro ensandecido de raiva.

Ambos podiam ouvir o choro de Hermione que tentava a todo custo segurar os lados do vestido rasgado com os dedos trêmulos.

_Isso não é da sua conta seu imbecil. – retrucou o outro apontando também sua varinha.

Porém com o objetivo de acertar o sonserino em cheio. Draco se esquivou e dessa vez tendo mais sorte do que antes, estuporou o outro que bateu com um barulho horrendo na parede logo atrás dele.

_Acho que uma tentativa de estupro no corredor do dormitório dos monitores é da minha conta sim.  – Terminou triunfante.

Deu aquele sorriso de lado ao notar que  McLanggen demoraria a acordar, mas seu sorriso morreu na hora quando outro soluço alcançou sua audição.

Draco se virou para a vítima que continuava sentada no chão chorando e se aproximou dela.

_Granger, você está bem?

Hermione se encolheu amedrontada, mas Draco não percebeu e sem pensar ele tirou a capa e jogou sobre os ombros dela cobrindo sua pele exposta. Hermione agarrou as laterais do tecido e sem hesitar se jogou contra ele, chorando copiosamente.

Draco caiu sentado no chão e suas mãos automaticamente envolveram o corpo da garota confortando-a.

_Shiii...  Já passou, ele não vai lhe fazer mal nenhum.  – Disse baixinho.  – Eu prometo. – E olhou mais uma vez para o corpo desacordado do grifinório a alguns metros de distância de onde estavam. Voltou sua atenção para o corpo que saculejava em seus braços e sentiu o cheiro dos cabelos dela ao respirar profundamente. Fechou os olhos angustiado. Vê-la chorar agitava-lhe o corpo de uma maneira inesplicável. Sentia-se impotente diante do sofrimento dela. Queria protegê-la de tudo e de todos. Aquele novo sentimento estava esmigalhando seu coração. E pela primeira vez na vida ele teve medo. Medo desse novo sentimento. Medo de não ser correspondido. Medo desse amor. Medo de si mesmo.

(***)

Bateu três vezes na porta do escritório do gabinete do diretor.

Em segundos a porta se abriu.

O problema é que o diretor não estava sozinho, Snape estava com ele e o professor fechou a cara ao constatar que um de seus alunos estava fora da cama as três  da madrugada.

_Senhor Malfoy, o que faz fora de seu quarto a essa hora? – perguntou com uma voz sombria o professor de poções.

_Ah... Boa noite professores, mas é que aconteceu uma coisa e achei que devesse vir lhes contar.

Dumbledore saiu da sala e olhou ao redor – Snape o acompanhou – seus olhos arregalaram ao ver que Draco não estava sozinho.

Hermione estava parada a certa distância da porta e logo atrás do aluno de olhos cinza encontrava-se outro aluno desmaiado.

_Tenho certeza que o jovem Malfoy tem uma explicação absolutamente plausível Severo.

Dumbledore olhou Hermione e fechou o semblante. Algo estava errado, pois a garota olhava para o chão com olhar desfocado, seus olhos estavam vermelhos, seu rosto estava inchado e molhado e seus cabelos antes num penteado perfeito estavam desarrumados e cheios de poeira. Aos olhos do diretor ela parecia ter chorado bastante e seu ar desconfortável lhe indicava que a garota não conseguiria explicar o que havia acontecido.

_ O que aconteceu Draco? – Perguntou Severo Snape curioso.

 Draco não lhe respondeu. Apenas levou a mão ao bolso da calça e tirou um frasco que ele havia conjurado vários andares abaixo da torre que dava acesso a diretoria.

O sonserino havia retirado sua memória e aprisionado ao frasco. Assim não teria que submeter Hermione a um interrogatório constrangedor do diretor. Embora sabia que o diretor era sensato demais para constranger qualquer aluno, mas mesmo assim ele não quis se arriscar. E quando foi até Dumbledore imaginou que o encontraria sozinho e que nunca estivesse acompanhado do diretor de sua casa. Snape sim era cruel ao ponto de fazer a garota chorar mais ainda.

Snape pegou o frasco e olhou profundamente os olhos do garoto. Draco imediatamente tratou de fechar a mente, pois se seu diretor lesse sua mente comprometeria toda a mudança que fizera no inicio da lembrança. Apenas deixara o momento em que McLanggem agarrava Hermione a força e ele chegava e atrapalhava os planos do garoto. Porque o resto do assunto eles já podiam imaginar. Draco fazendo feitiço de levitação para McLanggen, ajudando Hermione a caminhar até ali, e por aí vai...

_Encontrará todas as respostas aqui senhor. Boa noite.

E dizendo apenas isso, ele se distanciou, passou as mãos em torno da cintura da grifinória e levou-a dali, deixando um adulto curioso e com raiva, outro sorrindo marotamente com a cena do garoto abraçando a menina que supostamente odiava e um garoto caído no chão desacordado.

(***)

                                                                          Cap 4

O caminho de volta ao dormitório foi feito devagar. Eles não falavam absolutamente nada e quando passaram pelos escombros da parede onde tudo tinha ocorrido Draco viu quando Hermione virou o rosto escondendo-o no ombro dele.

Por instinto ele a puxou para mais perto do seu corpo. Aquele lugar sempre traria péssimas lembranças, tanto para ela como para ele. Pois ver que McLanggen havia tocado nela sem nenhum pudor, o deixava furioso. Seu sangue chegava a correr mais rápido nas veias.

Eles viraram o corredor que levaria ao dormitório das monitoras e quando estavam parados em frente a porta do quarto Hermione fechou os olhos, pois sabia que teria que entrar.

Teria que se afastar do corpo quente e forte que a abraçava.

Meio sem graça ela ficou de frente para ele, deu uma olhada para a porta e só então fixou seu olhar nos olhos acinzentados. Malfoy olhou a porta do dormitório dela e tentou soar divertido quando abriu a boca:

_Está entregue senhorita.

Draco tentou desviar o olhar, mas era como tentar não sentir fome ou sede.

As íris âmbar hipnotizavam e ele gostava de sentir assim: encantado.

Encantado por ela... A sangue ruim que um dia atrás tentara lhe acertar outro soco no rosto, mas que por ironia do destino fora surpreendida por um beijo roubado.

Mesmo com o rosto borrado pelas lágrimas ela continuava parecendo uma princesa saída dos contos de fadas. Mesmo com um uniforme que não lhe pertencia e que não fora feito para realçar suas formas de menina-mulher, ela ainda lhe parecia um anjo. Mesmo sendo grifinória e tendo o sangue diferente do seu... Ah, que se dane o sangue e a casa a qual ela pertence... Draco Malfoy estava apaixonado... Apaixonado não... Amando. Isso. Essa era a palavra correta. Amando. Amando Hermione Granger. E bastou apenas um beijo capturado sem permissão para que ele percebesse isso. O cupido resolvera lançar sua flecha encantada bem naquele instante em que ele a agarrara no corredor do salão principal.

Mas será que a flecha acertara apenas ele?

Quem sabe algum dia ele descobriria.

Pensou tudo isso sem saber que um certo ser os observava de perto. Suas asas se agitaram ao ler o que o jovem pensava. Quem dera ele descobrir que estava certo.

Olhou mais uma vez para a porta do quarto e depois para ela para se despedir:

_Boa noite, Granger.

 Ele começou a se virar para ir embora.

_Obrigada. – A voz rouca dela chegou aos seus ouvidos como um sopro do vento.

Ele voltou-se e focou sua atenção nela.

_Obrigada por ter me ajudado. Não sei o que seria de mim se você não tivesse aparecido.

Um sorriso singelo apareceu nos lábios do sonserino.                                                              

_Não precisa me agradecer, eu só fiz o que qualquer outro faria e...

Ele não conseguiu terminar sua frase, pois a aproximação da garota o fez perder a conclusão de sseu raciocínio.

_Preciso sim...  – Agora ela estava bem perto a ponto de ver todas as matizes de cinza dos olhos dele. – E acho que não existe uma maneira melhor do que...

Draco flutuou até o céu. Ele podia sentir seu coração disparando como um unicórnio de corrida.

Sua coluna lhe enviou arrepios para todo o corpo, suas mãos suaram dentro do bolso da calça jeans, suas pernas tremeram levemente e suas pálpebras tremelicarem sob os olhos evitando se abrirem.

O beijo foi rápido e calmo, bem diferente do dia anterior. Hermione não aprofundou o beijo como ele fizera com ela, apenas pressionou os lábios sobre os dele e os moveu suavemente por no mínimo dez segundos, mas foi o suficiente para ambos saberem que não dormiriam pelo resto da noite.

Não ouve toques de mãos ou de corpos, apenas de lábios e isso foi o suficiente para que o bicho vermelho do amor remexesse inquieto dentro dos corações dos dois jovens.

Quando Draco Malfoy se deu conta que os lábios de mel não mais tocavam os seus, foi que ele voltou a terra.

_Boa noite – sussurrou ela se afastando quase correndo ao perceber o que acabara de fazer.

Quando Draco abriu os olhos, Hermione já girava a maçaneta da porta e sumia atrás dela.

Ele passou a ponta da língua nos lábios para certificar-se que tudo era real. E sim, tudo havia sido muito realístico. O gosto de mel estava lá, adocicando sua boca.

Seus lábios se esticaram num sorriso vitorioso. Ele sabia que o primeiro passo estava dado para conquistar Hermione Granger. Parecia que a flecha do cupido não acertara apenas um alvo afinal.

Virou-se e saiu assoviando de volta para seu quarto sem se preocupar que o dia estava quase amanhecendo, afinal como escutara Ângela dizer: hoje poderiam dormir até mais tarde...

Do alto Gabriel sorria contente pelo progresso que sua missão estava alcansando.

(***)

Na hora do almoço. O colégio estava um alvoroço só. Boatos sobre os escombros no corredor despertaram muita curiosidade dos alunos. E o fato dos pais de Córmaco McLanggen aparecerem  por lá para buscar o filho com mala e cuia, só fez os boatos aumentarem.                                                    

Muitos acreditavam que o aluno tinha tudo haver com o fato. E eles tinham razão, o que não tinham era alguém para confirmarem suas suspeitas. Apenas Ângela e Lucas podiam afirmar com certeza que o amigo estava ligado ao fato, mas não tinham coragem de comentar algo que parecia ser tão sério.

Muitos ficaram observando o garoto se levantar da mesa da Grifinória e passar pelo corredor até a porta principal do grande salão. O que o rapaz não esperava era que fosse encontrar o motivo de sua saída para a Durmstrang bem ali,  parados embaixo do portal.

Os cinco jovens encaravam o trio, porém apenas quatro pares de olhos fitavam verdadeiramente o garoto. Hermione evitou olhar o motivo de sua angustia.

Ao se aproximar ele parou e sorriu sinicamente. Seu olhar estava fixo em apenas uma pessoa.

_Podia ter dado certo Hermione.

Foi a única coisa que conseguiu dizer, pois várias coisas aconteceram em frações de segundos.

Hermione dera um passo para trás escondendo-se atrás de Harry e de Rony.

Rony e Malfoy deram um passo na direção do grifinório, porém foram impedidos. Harry segurara o braço do loiro enquanto Gina segurara o braço do irmão ao mesmo tempo em que o pai de Córmaco o puxava pela gola da camisa para longe do grupo.

Ao ver que o garoto estava fora do castelo Hermione se sentiu um pouco enjoada e resolveu voltar por onde veio. Ficar na presença – mesmo que por alguns isntantes – do seu algoz a tirou do eixo.

Gina tentou segui-la, mas Rony não permitiu.

_Acho que ela precisa ficar um pouco sozinha, irmã.

Gina olhou a castanha se afastar e tinha que admitir: seu irmão estava certo.

Todos olharam ela sumir pelo corredor e então um pouco desanimados resolveram se juntar aos restante dos alunos que assistiram a tudo de forma mais que curiosa. Com exceção de um aluno que não deixou de ser seguido por alguns pares de olhos, incluindo os de Pansy Parkinsom.

Gabriel os seguiu de perto. Precisava estar em todos os lances de sua missão e perto do casal.

Ao fundo do salão um rosto com nariz curvo e que sustentava um óculos de meia lua sorria sozinho. Dumbledore havia acompanhado toda a cena e não hesitara duas vezes em expulsar o aluno da Grifinória pela ousadia e pela perda de limites com a sua aluna mais inteligente.

Não que ele tivesse alguma preferência por ela, porque todos na escola sabiam que Harry era seu aluno preferido, mas porque ele não podia deixar algo tão grave acontecer dentro de seu colégio. O  ocorrido era inadmissível e ele tinha que tomar providências drásticas.

Mas o fato dele estar sorrindo agora, não era porque os amigos dela tentaram defendê-la de novo, e sim o fato de ver seu segundo melhor aluno ir atrás dela para tentar sabe-se lá o que  com a garota.

Sua atenção foi desviada da cena pela professora McGonnagal que insistia em adiantar a visita de Hogsmead da semana que vem para amanhã.

(***)

O dia estava bonito  e quente e Hermione fechou os olhos quando sentiu o vento bater em seu rosto e agitar seus cachos. A brisa aguçou seu olfato e ela sorriu ao sentir o cheiro da essência da árvore ao qual parara embaixo.

Aos poucos seu corpo cedeu ao peso e ela se sentou encostada no eucalipto perto do lago negro. A Lula Gigante nadava tranquilamente ali perto e ela se perdeu em seus próprios pensamentos olhando o horizonte. Pequenos raios de sol ultrapassavam os galhos e as folhas da árvore e tocavam o rosto da grifinória como um afago carinhoso. Ela se sentia tão leve naquele momento que não percebeu nem por um segundo a aproximação do sonserino.

_Tudo bem? – Perguntou em tom de curiosidade.

Hermione abriu os olhos e levantou-se num pulo por causa do susto.

Malfoy percebendo que a assustara caçou imediatamente um modo de acalmá-la.

_Desculpe. Eu não queria te assustar.

_Malfoy?! – Exclamou ela meio desconcertada. Afinal ela não havia olhado para ele desde que se encontraram no corredor a caminho do almoço. E agora ele estava ali olhando para ela com aquele olhar penetrante e sedutor. Ela sentiu o ar faltar e suas pernas ficaram bambas. E a única solução foi apoiar as costas no tronco da árvore.

Ela engoliu em seco quando ele dera outro passo na direção dela.

_Eu fiquei um pouco preocupado com sua reação diante do McLanggen. – Ela desviou o olhar em menção ao nome do ex-aluno. – Vim ver se você está bem.

_Sim. Não se preocupe. Eu já me recuperei do susto. Conversei muito com meus amigos sobre o que aconteceu e...

Nessa hora ela parou de falar, pois ia mencionar o beijo de agradecimento que ela não contou para nenhum deles.

_E...? – Insistiu ele dando outro passo na direção dela que não se moveu.

Hermione hesitou por alguns segundos antes de abrir a boca novamente:

_E não precisa se preocupar, porque não mencionei sobre o beijo.

O rapaz fechou o semblante. Estaria ela renegando o beijo que ela mesma havia dado nele? – Pensou com tristeza e voltou a olhá-la interrogativo:

_E por que você não disse que nos beijamos outra vez?

Hermione parecia um imâ, pois toda coisa que ele dizia suas pernas o levavam para mais perto dela.

Outra vez a hesitação.

_Porque... Bem, porque achei que você não gostaria que soubessem.

_E por que você achou que eu não gostaria que nossos amigos soubessem?

 Agora Draco já estava bem perto. Perto o suficiente para Hermione ter que erguer a cabeça um pouquinho para encará-lo nos olhos. E Merlin, que olhos... e que boca, e que cheiro, e que vontade louca era aquela que ela estava sentindo de beijá-lo?

A presença dele tão perto de seu corpo fez com que Hermione o respondesse de forma meio que automática e sussurrada.

_Porque você me odeia. – Foi a resposta dela.

Draco deu aquele sorriso típico que faria qualquer garota desmaiar.

_E quem disse que eu odeio você Hermione? – Retrucou surpreendo-se por ter dito o primeiro nome dela. E como o nome dela ficava bonito sussurrado pelos lábios dele. – Talvez no inicio sim, mas depois era mera implicância.

_Eu sempre achei que sim.

Ele sacudiu a cabeça negando, mas sem desgrudar os olhos do rosto dela.

_Eu nunca odiei você Hermione. Apenas gosto de irritá-la, você fica muito linda quando está brava.

Hermione tremeu diante do comentário. Outra vez ele punha em prática o poder de deixá-la ruborizada.

_Você me acha bonita?

_Não – e antes que pudesse se conter seu dedo contornou delicadamente um lado do rosto dela até ir parar nos lábios rosados. Hermione deixou que suas pálpebras se fechassem, pois seu corpo queria apreciar o toque suave da mão dele e Malfoy imaginou que ela mal ouvira  o inicio da frase.  – Te acho maravilhosa.

Hermione sentiu o coração martelar contra suas costelas com o contato.

Por que Draco Malfoy de algumas horas para cá vinha dominando seus sentidos e sentimentos?

Era uma pergunta que ela passou o resto da noite se fazendo. E que até agora não havia obtido uma resposta. A única resposta que tinha era sensação de milhões de borboletas batendo as asas dentro de seu estômago e de seu corpo começar a suar frio.

Esquecendo completamente o motivo que o trouxera ali ele resolveu que precisava fazer uma coisa antes que todos os seus órgãos vitais parassem.

_Hermione? – Chamou-a meio que inconsciente, pois o cheiro dela entrando pelo nariz causara aquele efeito no corpo dele outra vez.

_Sim. – Respondera. Ela parecia estar no mesmo estado entorpecido que ele.

_Estou louco para fazer uma coisa...

_E por que você não faz? – o interrompera.

_Porque quero saber se você não irá se zangar.

Ela respondeu com outra pergunta:

_E como vou saber se me zangarei se você ainda não fez?

Diante da resposta-pergunta, Draco Malfoy não teve mais dúvidas, cobriu os centímetros que separavam seus rostos – e que não eram muitos – e capturou a boca dela num beijo calmo, porém  avassalador.

Ao poucos suas línguas se enroscaram e ambos puderam absorver tudo de bom que aquele beijo representaria dali por diante.

Hermione teve sua cintura envolvida pelos braços de Draco e o garoto sentiu um leve aperto em seus bíceps. Mas logo em seguida foram seus cabelos que tiveram atenção dos dedos delicados da garota.

Hermione estava se deliciando em tocar os fios loiros. Ela sempre teve uma fascinação por cabelos bonitos e poderia se dizer que estava realizando um sonho tocando os cabelos de Draco.

Mas, no entanto, tudo que é bom tem que acabar, e o beijo teria que cessar porque seus corpos precisavam de ar.

Draco se afastou com relutância da boca da castanha, mas manteve sua testa colada a dela enquanto deixava a respiração voltar ao normal. Pelo menos a respiração ele poderia controlar, já que seu coração estava em um galope sem fim. Ambos mantiveram os olhos fechados, pois imaginaram que se abrissem os olhos o sonho acabaria.

Entretanto, a curiosidade de saber se aquilo era real dominou Hermione.

Ela abriu os olhos e comprovou o que seu coração palpitante já sabia.

Draco Malfoy, o príncipe sonserino, estava bem ali, parado a sua frente, com os braços envoltos em sua cintura e respirando contra a sua boca, ela fechou os olhos por breves segundos e sentiu o cheiro amadeirado do perfume dele.

Quando voltou a abrir os olhos novamente ele estava com os dele olhando-a cheios de interrogações.

Perguntas que ela não queria responder, porque já sabia as respostas.

Ele se afastou um pouco, mas manteve as mãos na cintura dela antes de indagar:

_O que faremos agora. – Não era uma pergunta.

Ela sorriu pelo nariz e sugeriu:

_O que você acha de mantermos em segredo por algum tempo? Se contarmos a alguém agora, eles podem ligar os pontos... E eu não ia me sentir muito bem. Você entende, não é?

Draco sabia muito bem do que ela dizia.

A escola já estava barulhenta demais a respeito do beijo que ele deu nela na manhã de sexta-feira, e algum espertinho interpretaria o ocorrido da manhã anterior com a saída de McLanggen da escola. E ele não queria que Hermione fosse alvo de buylling por parte das garotas que adoravam o batedor da casa. Ele já teria que fazer um esforço estupendo para ignorar o assédio que Hermione sofria por parte de muitos garotos do colégio, imagina ter que enfrentar um monte de garotas com dor de cotovelo. Mas por Hermione ele enfrentaria até o mundo se fosse necessário.

Ela o tirou de suas divagações quando envolveu os braços ao redor do pescoço dele.

_Você não vai responder minha pergunta? – Ela disse bem próximo ao rosto dele.

Ele olhou nos olhos dela e sorriu sapecamente.

_Vou adorar ter um caso secreto com você, cachinhos.

Ela afastou a cabeça com o semblante divertido.

_Já entramos na fase dos apelidinhos carinhosos? Evoluímos bem rápido, você não acha?

_Com você eu quero evoluir todo dia.

Hermione riu divertida enquanto via ele se aproximar para mais um beijo que os tiraria de órbita por alguns minutos.

Depois que mais esse beijo interrompeu-se. Hermione foi a primeira a falar:

_Acho que devemos voltar. O almoço já esta quase no final e não quero que alguém nos veja juntos – ele deu um selinho nela interrompendo-a – pelo menos por enquanto. – Finalizou.

Ele concordou com a cabeça.

_Tem razão. Se for para ser um romance secreto, não queremos que descubram logo no primeiro dia, não é?

Ele fez a pergunta, mas não esperou que ela abrisse a boca para responder, pois encheu os lábios dela de beijinhos cálidos até fazê-la rir divertida.

_Sim. – riu mais um pouco ao ter os lábios beijados de novo. – Acho melhor você ir na frente. Eu vou logo em seguida para não levantarmos suspeitas.

_Ok. – Concordou soltando-a. – Mas quero te ver hoje à noite.

_Na torre do relógio depois da ronda. – Confirmou ela toda animada.

Draco sorriu ao constatar que ela pegava as coisas bem rápido. Tinham acabado de marcar um encontro com apenas duas frases.

_Para mim está ótimo. – Confirmou ele se aproximando de novo e a beijando.

Hermione flutuou, mas dessa vez sentiu que o beijo foi mais quente do que os anteriores. Draco estava motivado pelo fato do romance secreto e isso era divertido. Hermione também achava divertido, mas era mais contida nessa questão. Ela lhe daria limites e esses limites seriam ultrapassados quando ela se sentisse pronta para isso.

Até lá ele teria que se contentar apenas com os beijos.

Draco sentiu as mãos dela espalmarem em seu peito e uma leve pressão tentar afastá-lo dela.

A grifinória era só cautela e ele tinha que dar razão a ela por isso. Afastou-se relutante e com a respiração descontrolada.

_Mais tarde, está bem? – Ele respirou fundo e confirmou com a cabeça. – Agora vá. Depois eu vou.

_Vai ser uma tortura esperar a noite chegar – alegou-o tristemente.

Hermione Granger riu divertida.

_Também vou morrer de saudade. Mas prometo te recompensar com muitos beijos.

Ele deu aquele sorriso intitulado Malfoy antes de responder:

_Vou cobrar. – E lhe deu outro delicioso beijo na boca.

Ela retribuiu com gosto, mas novamente suas mãos voaram para o peito dele empurrando-o para longe e ele não tendo outra alternativa a deixou sozinha embaixo do eucalipto sorrindo de felicidade enquanto o via desaparecer dentro do castelo.

_Isso foi extremamente romântico.

Hermione se virou rapidamente na direção da voz, pois o susto que acabara de ter não se comparava a nenhum outro que já tivera.

Ela olhava a garota como se estivesse sida pega pelos pais fazendo algo que não devia.

_Gina! – levou a mão ao peito numa tentativa absurda de segurar o coração no lugar. O órgão queria sair pela boca dela.  – a quanto tempo você está aí?

Gina Weasley sorriu.

_Tempo suficiente. – Ela respondeu curtamente. – Por quanto tempo pretende esconder seu romance com Malfoy dos garotos? – Gina se aproximou da amiga e encostou o ombro na árvore cruzando os braços na altura do peito.

Hermione fechou os olhos desviando o rosto para o lago. A Lula Gigante arrastava uma Vitória Régia pelos tentáculos. A ruiva observou a colega grifinória ao abri-los.

_Ai amiga – começou desolada. – Eu não sei. Eu queria contar agora mesmo. Mas se a escola me visse com ele agora iriam descobrir o que ocorreu hoje de madrugada e eu não quero ter que ficar dando explicações a ninguém. O diretor queria chamar meus pais, mas eu não quis expor eles dessa forma. Meu pai é uma pessoa muito autoritária, ele ia me tirar daqui no mesmo instante e eu não quero ter que deixar Hogwarts, olhou o,caminho que Drao fez ao voltar para o castelo. Gina sorriu divertida.  – Eu não quero me afastar de vocês. – Olhou para a ruiva agora.

Gina sorriu e ambas se deram as mãos.

_Não se preocupe, não vou contar a ninguém...

_Obrigada. – Disse Hermione interrompendo-a no meio da frase.

_Não me agradeça, não vou contar a ninguém contanto que você me mantenham informada sobre os detalhes sórdidos desse romance.

Hermione pôs as mãos na cintura com ar indignado.

_Gina Weasley! – repreendeu a ruiva com certo ar zangado. Gina riu com gosto da cara que a amiga fez. – Meu romance com Draco Malfoy não irá ter detalhes sórdidos, ta ouvindo?

Gina fez cara de paisagem e depois franziu o cenho.

_Duvido. Eu vi como vocês se beijaram. Logo, logo você estará cheia de coisas para me contar, e quando acontecer eu quero saber de tudo, ouviu?

Hermione sentiu as bochechas esquentarem violentamente. Gina Weasley não tinha jeito mesmo. Ela sempre teria uma mente poluída e não haveria nada que a fizesse mudar. Hermione teria que se acostumar.

_Pois pode aguardar sentada, pois o que você imaginou vai demorar muito a acontecer – assim espero, pensou. – Eu e Draco vamos apenas nos curtir, mais nada.

_Hum, se você diz...

_Digo sim. Não deixarei que ele tome nenhuma ‘liberdade’ comigo.

Gina fez uma cara descrente e Hermione deu um empurrão no braço dela.

Ambas se olharam e desataram a rir.

_Vamos. Os meninos já devem estar atrás da gente... – Argumentou a ruiva olhando a entrada do castelo.

A castanha concordou e ambas voltaram para o castelo.

Hermione mantinha-se com um único pensamento: manter as mãos do sonserino longe suficientemente de lugares indevidos do seu corpo.

 Mas será que ela conseguiria manter as dela longe daquele corpo cheio de músculos definidos por Quadribol?

(***)

                                                             Cap 5

Ela correu porque não queria se atrasar. A ronda nunca pareceu tão longa. Duas horas de pura agonia. Sua mente não conseguia se concentrar no trabalho. Ela só visualizava o rosto de Draco lhe sorrindo. E isso, apenas isso, parecia lhe satisfazer. Subiu o ultimo lance de escadas que dariam para o pequeno corredor que dava acesso a porta da torre do relógio quase sem fôlego e quando entrou parecia que tinha corrido mais dez quilômetros.

Malfoy vira a porta se abrir e ela aparecer. Seu coração saltitou tão rápido que ele achou que se o órgão batesse assim mais um pouco logo ele teria uma parada cardíaca.

Eles se olharam por poucos segundos, porque uma necessidade enorme abateu sobre eles de tal forma que nenhum dos dois perceberam qual dos dois deu o primeiro passo para juntarem seus corpos e suas bocas num beijo devastador.

Eles estavam tão necessitados um do outro que Hermione nem se deu conta que Draco a tirara do solo e a encostava em uma das paredes próximas.

No entanto Hermione havia feito uma promessa a si mesma, e seu subconsciente estava avisando que estava deixando ele passar um pouco dos limites. Embora estivesse gostoso ter os lábios dele em seu pescoço sugando-o, mordendo-o, e lambendo-o como se fosse um sorvete, ela não poderia deixar que ele fosse mais além.

Mesmo porque ela não estava preparada para qualquer contato mais íntimo com o sonserino. Ela queria que fosse especial, num lugar especial, com um clima especial e não na torre do relógio onde ventava muito e era desconfortável.

Sentiu a boca dele mudar de lado no pescoço e isso foi a brecha que ela achou para interromper o que ele queria fazer.

_Malfoy? – chamou quase sussurrado. Ele grunhiu alguma coisa e ela teve que ser um pouco mais firme. – Draco?

Ele parou na hora. Não porque ela falara seu nome mais alto que o normal, mas sim porque ela dissera seu nome. Seu primeiro nome.

Ele a colocou no chão olhando fundo nos olhos dela e ela meio que sorriu, meio que quis ficar séria, mas a tentativa de manter o rosto com cara de paisagem não deu muito certo.

_Você disse meu nome. – Afirmou ele meio que para comprovar que seus ouvidos não tinham lhe pregado uma peça.

_Sim. Eu disse. Achei que de agora em diante eu devia lhe tratar de uma forma mais íntima.

_Mas não se esqueça que na frente dos outros eu ainda sou o Malfoy.

_E eu a Granger.

 _Sim, a minha Granger. – Ele confirmou envolvendo a cintura dela outra vez.

_Eu sei, mas não foi por isso que te interrompi.

_Ah, não. Então foi por que?

Ele a olhava sério agora e ela estava envergonhada. Não queria tocar nesse assunto com ele, pelo menos não agora, mas ela não se esquecera com quem estava ”ficando” e sabia que Draco não agüentaria ficar muito tempo apenas nos beijos, logo, logo ele iria cobrar mais contato. O problema é que ela não estava segura disso ainda. E mesmo porque esse era o primeiro encontro as escondidas que os dois marcavam. Tinham tantas coisas para resolverem que seria impossível ela se entregar assim.

Seu coração saia em disparada quando o via, mas sua mente ainda era racional, e se algo acontecesse agora ela iria se culpar pelo resto da vida caso o romance viesse a fracassar.

Ele sorriu com o que acabara de ouvir e por incrível que pareça ele concordara com tudo que ela lhe explanara. Se conheciam a anos, mas isso não era o suficiente. Pois o relacionamento amoroso não fazia nem vinte quatro horas que havia começado.

Até pouco tempo ambos se detestavam e agora, tudo havia mudado, mas eles sabiam que o sentimento teria que estar bem claro em suas mentes e em seus corações, para que dessem um passo tão grande.

_Tudo bem – tranqüilizou. – Eu compreendo perfeitamente tudo que você me disse e respeitarei. Sei que um dia você terá plena confiança em mim, Hermione. E quando esse dia chegar... Bom , quando esse dia chegar, aí veremos o que acontece.

_Mas até lá – completou ela segurando a mão dele e o puxando para mais perto dela – acho que uns beijinhos não farão mal nenhum.

Ele sorriu e não perdeu mais tempo.

(***)

Já havia se passado dois meses e o romance ia de vento em polpa. O romance não era mais escondido porque um certo dia Draco dera uma crise de ciúmes no meio da aula de Transfiguração por causa de um dos admiradores de Hermione e eles foram obrigados a revelar o romance a todos.

_O bom é que agora eu posso te beijar em qualquer lugar. – Fora o argumento dele para acalmar os ânimos entre os dois.

Ele tinha um poder sobre ela que nem mesmo Hermione era capaz de explicar. Ela achava que ele conhecia todas as vontades e gostos dela. Embora ela sentisse em seu íntimo que ele sempre seria um enigma que ela ainda estava tentando desvendar.  E volta e meia ele aparecia com algo que ela gostava. Semana passada ele veio com uma novidade que deixou até os amigos deles boquiabertos. Hermione não acreditou quando ele disse que tinha ido até sua casa e pedido aos pais dela para que ele pudesse namorá-la. No começo ela levou um susto, mas depois o telegrama de sua mãe convidando-os para jantar a surpreendera mais ainda.

Embora seu pai tenha ficado o tempo todo de marcação serrada Draco ainda conseguiu roubar um beijo dela escondido do futuro sogro. Agora os papeis teriam que se inverter. Era a vez dos pais dele conhecerem sua futura nora.

(***)

_Nem acredito que estou aqui com você. E ainda mais na sua casa.

_Para lhe ser sincero: nem eu. Até parece um sonho.

Os dois estavam sentados, abraçadinhos em frente a lareira se esquentando do frio terrível que estava fazendo. Hermione se sentira extremamente nervosa em conhecer o casal Malfoy, mas tudo que havia ouvido falar dois eram realmente apenas boatos. Os pais de Draco eram bem legais, mas Draco sempre dissera que eles eram um pouco rígidos com ele. Também pudera, sempre fora um garoto mimado demais, aí já viram, né!

Eles estavam de férias para o feriado de Natal e na semana que viria eles teriam que voltar a Hogwarts para terminarem o ano letivo. Eram as provas finais e logo ambos estariam fazendo algum curso profissionalizante.

_Quer passar as festas aqui em casa com sua família?

Ela não respondeu de imediato. Pensou um pouco.

_Eu iria adorar, mas tenho que falar com meus pais, eles sempre programam uma viagem para casa de algum parente que mora mais perto.

_Fale com eles, depois você me dá a resposta.

 _Ok.

Hermione olhou no relógio de pulso e viu que sua chave de portal sairia em dez minutos.

_Ahhh – resmungou contrariada.  – Eu tenho que ir. Minha chave sai em dez minutos.

_Mais já? Está tão bom com você aqui.

_Eu sei – falou ela se virando para ele e aproximando seus rostos. – Também estou adorando a companhia. – sussurrou no final dando um sorriso. Draco inclinou a cabeça e a beijou.

_Vou sentir sua falta Cachinhos. – Argumentou ele depois que pararam.

_Não mais que eu, Loirinho. Mas agora realmente eu tenho que ir. Não posso dar motivos para o meu pai pegar no meu pé.

Draco fez uma careta enquanto se levantavam. O pai de Hermione era osso duro de roer. Tinha um enorme ciúme da filha. As vezes ele ficava imaginando que realmente era um cara de sorte por estar namorando a filha de um homem tão ciumento. O seu ciúme nem se comparava. Era mero grão de areia perto de uma praia inteira.

_Tem razão. Não vamos dar motivos para meu sogro afastar você de mim.

Hermione riu.

_Não seja exagerado – falou ela se virando para ele depois que chegaram ao jardim. – Ninguém vai me afastar de você.

_Eu sei. Não permitiria que te afastassem de mim.

Hermione fez uma cara cômica ao escutar as palavras dele.

_É mesmo sr. Malfoy? Posso saber como evitaria?

Ele deu aquele sorriso que ela adorava e se aproximou.

_Bom, primeiro eu raptaria você – envolveu ela pela cintura e a apertou um pouco contra o corpo. – Te levaria para bem longe... Havaí ou Brasil, talvez. Depois nos casaríamos e você seria minha para sempre.

_Humm, é um plano muito ambicioso – completou ela entrando na brincadeira.

_Eu teria que elaborar um pouco mais a questão do rapto, mas o resto seria bem simples.

Hermione ficou um pouco desconcertada diante da afirmação. Ele parecia não estar brincando agora e isso a deixou sem jeito.

Sagaz como era Draco não deixou que isso passasse despercebido.

_Tudo bem? Ficou séria de repente.

A grifinória esticou os músculos da boca num meio sorriso antes de responder:

_Não é nada, só estava pensando...

_Se o que eu disse, eu teria coragem de fazer? – completou ele olhando bem fundo nos olhos dela.

Ela ergueu as sobrancelhas de modo a confirmar e deu de ombros.

Ela não precisou responder, porque ele mesmo respondeu a própria pergunta:

_Sim Cachinhos. Eu teria coragem e sabe por que?...

_Não, porque? – perguntou ela sentindo um aceleramento do coração.

 _Porque... – ele se aproximou um pouco mais do rosto dela e terminou a frase sussurrando. -

Porque eu amo você.

Hermione Granger sentiu um arrepio por todo o corpo ao escutar aquelas palavras, mas não teve nem tempo de pronunciar qualquer palavra porque Draco cobriu sua boca com um daqueles beijos que os tiravam de órbita.

Esse beijo tinha sido diferente para Hermione. Ele acabara de declarar que a amava e quando ele libertou a boca da garota ela foi incapaz de abrir os olhos. Aquilo tudo era surreal demais e sua mente custava acreditar que era verdade.

Ela deu um suspiro e só então abriu os olhos.

O sonserino sorria para ela.

_Merlin como você é bonita. Sinto-me muito sortudo.

_Exagero seu. – comentou ela encabulada.

_Exagero nada – disse ele levando-a para onde a chave estaria. – Você é a garota mais bonita que eu já conheci até hoje. – Ele virou-se para ela quando chegaram, Draco olhou no relógio dela para averiguar as horas. – E a única a quem pedi em namoro aos pais. – Passou as costas da mão no rosto dela de forma delicada. – A única a quem amo.

E com isso ele a beijou de novo.  Ele teria mais alguns segundos para amá-la. Mas quando o beijo estava no ápice a luz branca da miniatura de anão de jardim começou a piscar fortemente.

Draco queria que ela não fosse embora e tentou segurar ela no beijo por mais alguns segundos até a chave partir sozinha, mas Hermione era responsável demais e o empurrou para que pudesse tocar a chave e partir com ela.

Draco teve uma última visão da namorada lhe mandando um beijo no ar e depois acenando. Ele fingiu que agarrou o beijo invisível e o colocou na direção do lábios e depois no coração.

Depois que ela foi embora, ele caminhou pelo jardim rapidamente para se livrar do frio, mas seus pensamentos estavam em Hermione e  em como sua vida amorosa havia mudado.

Antes ficava com uma garota aqui, outra ali. Pegava uma de jeito aqui, outra acolá.

Mas agora... agora era outro tipo de rapaz. Mais sério e compenetrado. Centrado em gostar de uma única garota. E melhor... respeitar essa garota de todas as formas. Aceitando as decisões dela em relação ao namoro dos dois.

_Se fosse outra eu já a teria feito se deitar comigo a muito tempo – pensou rindo consigo mesmo.

O destino era mesmo imprevisível. O que ele não suportava antes, agora fazia parte de sua vida e ele tinha certeza que não conseguiria viver sem ela.

_Hermione já foi, filho? – Perguntou Narcisa assim que ele fechou a porta atrás de si.

_Sim mãe. Deixou-lhes um beijo. – Respondeu ele indo na direção dela.

Narcisa não disse nada por um momento.

_Jovem encantadora. – Elogiou a mulher.

_Realmente. Ela é encantadora. -  argumentou o loiro desfocando o olhar e sorrindo.

_E você está caidinho por ela. – A loira mais velha fez o comentário tirando o filho do transe momentâneo.

Draco apenas sorriu e deu de ombros fazendo a mãe rir.

_Mais que isso mãe. Amando. Estou amando.

Narcisa o abraçou pelo ombro e o conduziu a sala de jantar onde Lucio já os esperava sentado.

(***)

Como Hermione já havia previsto John e Jane já haviam programado viajarem para casa de algum parente. Ela insistiu com o pai que a deixasse ficar na casa de Draco ou na Toca com os amigos, mas John estava mais cauteloso do que de costume. Ele tinha um pressentimento de que algo iria acontecer com sua princesinha e por isso não permitiu que Hermione ficasse em nenhum desses lugares. Mas como ninguém é dono do destino de ninguém, John não poderia evitar que sua filha de dezessete anos amadurecesse ainda mais. Era um caminho que sua filha teria que descobrir, ele proibindo ou não. Querendo o destino que fosse com Draco ou com outro Hermione descobriria a forma mais sublime de amar. Ela um dia teria que trilhar esse caminho, sendo perigoso ou prazeroso. Intenso ou normal. Ruim, ou bom. E ela pregava que fosse todas as palavras positivas.

(***)

                                                      Cap 6

De volta aos corredores do castelo, uma semana depois , Hermione andava apressadamente para acompanhar o passo do namorado. Eles passavam no meio dos alunos que iam em direção contrária.

Alguns os olhavam com curiosidade, sendo que estava na hora do jantar seria natural que todos fizessem o mesmo curso. Hermione sorria nervosa, pois tomara uma decisão importante, a qual mudaria sua vida. Na verdade, uma parte de sua vida. Era um passo importante que faria seu namoro com Draco Malfoy dar uma guinada de trezentos e sessenta graus.

Draco parara com ela em frente a uma porta e a olhara, procurando qualquer sinal de que ela queria desistir. Ele entenderia se essa fosse a vontade dela.

Ele a olhou profundamente procurando algum vestígio nos olhos dela. Ou ela não estava com nenhuma vontade de desistir ou ela disfarçava muito bem.

_Você quer desistir? – perguntou ele cauteloso.

A castanha olhou em volta procurando algo invisível, porque estavam tão sozinhos naquele andar que nem uma mosca passaria por ali naquele momento.

Ela deu um enorme suspiro antes de fechar os olhos e negar com cabeça. Draco sorriu de lado e beijou de leve os lábios da namorada.

_Me espere aqui. – ordenou enquanto entrava na saleta e a deixava no corredor.

Hermione estava sozinha. Merlin! Sozinha e desesperada. Estava com medo. Medo dele não gostar. Medo de fazer tudo errado. Medo de dizer alguma coisa na hora errada. Medo de começar a chorar. Medo de dizer que não queria mais fazer isso. Medo que ele se zangasse e terminasse com ela, medo, medo, medo, medo.

Ela já ia gritar quando a porta se abriu e ele a convidou a entrar mudamente. Apenas pegou em sua mão e a guiou para dentro. Hermione vacilou no passo e Draco percebeu o nervosismo da grifinória.

Ela andou para dentro do quarto e se surpreendeu com o cuidado que ele teve em preparar o aposento em poucos minutos. Magia era mesmo muito eficiente.

Havia algumas velas acesas por todo o cômodo. Um caminho de pétalas brancas ia do chão até a cama se espalhando pelo lençol vermelho.

Um abajur sobre o criado-mudo iluminava fracamente a parede branca dando um toque aveludado ao lugar. A cama era enorme e um pouco alta, e cortinas de organza branca davam um toque todo romântico. Ela imaginou se fora por acaso que ele escolhera as duas cores que ela mais gostava. Hermione preferia acreditar que não fora por acaso, e sim um modo que ele achou para agradá-la ainda mais.

Draco transfigurara a sala em um belíssimo e aconchegante aposento.

Depois de trancar a porta ele se postou atrás do corpo dela e falou sussurradamente em seu ouvido:

_O que achou?

_Muito bonito. – Falou pausadamente.

Ele riu pelo nariz e completou:

_Não mais bonito do que você. – Hermione respirou com dificuldade, ao ter a pele atrás de sua orelha beijada e o rosto do namorado esfregando em seus cachos.

Ele não se atraveu a tocá-la com as mãos, mas o gesto foi o suficiente para Hermione ficar tensa. Draco percebeu e passou para frente da moça com todo cuidado.

_Você ainda quer fazer isso? – perguntou apreensivo. Não queria pressioná-la de forma alguma. – Eu posso esperar se você não tiver certeza e...

Hermione engoliu em seco antes de balbuciar um tímido “sim” interrompendo-o no meio da frase.

Ergueu o rosto para o loiro e Draco sorriu ao notar que o rosto e algumas partes do pescoço se tingiam de um rosa escuro indicando que ela estava envergonhada. Ela ficava cada dia mais linda e ele cada vez mais apaixonado.

Sem esperar mais, ele a beijou. Hermione retribuiu desejando imensamente que ele não parasse. Por que se houvesse qualquer pausa ela desistiria imediatamente e por isso se entregou aquela sensação maravilhosa que os lábios do Loirinho – do seu Loirinho – proporcionavam.

Como se lesse os pensamentos dela – e foi exatamente isso que ele fez – Draco continuou a beijá-la apaixonadamente. E aproveitando o estado de torpor de sua “Cachinhos” ele começou a despi-la, e aproveitando o ensejo fez o mesmo com sigo mesmo, deixando-os apenas de peças intimas. Hermione em todo o processo não se permitiu abrir os olhos e quando o fez viu-se em pé ao lado da cama. Como Draco fez para guiá-la até ali ela não saberia dizer, pois queria – e estava – totalmente concentrada nos beijos que ela mal notara serem interrompidos para ter a roupa arrancada do corpo. Ela engoliu outra vez em seco quando visualizou o peito dele nu, e desviou o olhar por breves segundos, para em seguida se arrepender, pois a visão de certo volume de Draco a deixou tremendo e Malfoy não percebeu por estar distante dela. E mesmo quando entrou em contato com a pele dela, ele não notou, pois não podia parecer mais ele também estava um pouco nervoso. Mas como era um cara experiente ele soube se controlar. Ele se aproximou deslizando os dedos das mãos pelos braços nus dela até a alça do sutiã vinho. Hermione respirou profundamente, mas Draco Malfoy não parou. Seus dedos correram para o fecho e desfizeram o amario com uma facilidade incrível. As alças caíram pelos braços, revelando a curva perfeita dos seios femininos. Mais delicadamente ainda, ele – com a ponta dos dedos – retirou pelo restante do braço a peça que ainda cobria os bicos róseos.

Draco ofegou ao ver as duas belezas arredondadas apontando para ele. Sua língua molhou superficialmente a parte interna dos lábios. Hermione continuava tremendo, mas o sonserino sequer  notara tal reação.

Hermione estava despida da cintura para cima e Draco podia ver leves manchas rosas em sua pele. Ela estava mesmo com vergonha. E seu olhar devorador a fez querer se cobrir com os braços.

_Por favor – disse aproximando-se. – Não se cubra.

Seus olhos se encontraram quando ela ergueu a cabeça novamente, mas logo ele sumiu de vista quando suas pálpebras fecharam-se ao sentir que a boca dele capturava a sua num beijo ardente e ao mesmo tempo suave.

Sem perder o contato do beijo, Draco terminou de guiar sua namorada para a cama, ao qual ela subiu de costas sendo impulsionada pelo namorado. Hermione suspirou entre o beijo ao sentir que o peso de Draco estava um pouco em cima dela. O beijo estava muito bom, mas o sonserino queria, e precisava sentir mais.

E como se adivinhasse, a castanha virou um pouco a cabeça o deixando explorar seu corpo.

Ele começou pelo pescoço foi até o colo, voltou até o pescoço outra vez e sussurrou:

_Relaxe. Garanto que vai gostar disso, meu amor.

Hermione sequer ousou abrir os olhos para negar qualquer coisa. Apenas ficou curtindo a boca do seu Loirinho voltar a passear pelo seu pescoço, colo e tocar os seios. Ela arqueou o corpo um pouquinho ao sentir essa nova sensação. A língua dele em contato com o bico intumescido a arrepiou e isso só fez com que seus seios ficassem mais túrgidos.

Draco percebendo isso se concentrou um pouco mais naquela região, quando se cansou de acariciar ali deslizou a língua um pouco mais perto do umbigo, chegou a contorná-lo com a mesma, mas seu objetivo era outro. Um muito mais ambicioso.

Afastando o corpo de cima do dela, Draco posicionou os dedos nas laterais da calcinha, também vinho, da garota e deslizou, acompanhando o caminho que a lingerie fazia pelas pernas dela até a ponta dos dedos dos pés.

Quando Hermione sentiu que o peso havia sumido, ela imediatamente abriu os olhos, mas se arrependeu, porque Draco fisgou seu olhar e daí por diante foi impossível desviar das íris cinza.

Ele usou novamente aquele poder invisível que a hipnotizava e isso foi o estopim para uma nova onda de vergonha. Ele evitou focar sua visão entre as pernas dela, para não constrange-la ainda mais, mas uma rápida olhada o fez ofegar. Ela havia se preparado para isso. Seu corpo estava limpo e perfumado e com um leve sabor de framboesa. Seus pêlos eram escassos e sua pele estava mais sedosa do que qualquer outra coisa. Se ela queria impressioná-lo, conseguiu.

No entanto ele não queria ficar só admirado, Draco queria provar. E provar cada pedacinho do corpo magnífico que Hermione possuía. Era um desejo que ele reprimia a meses e agora estava tendo a sua oportunidade.

Céus! Como ela é maravilhosa – pensou. Seu coração disparou. – Obrigado Merlin! Obrigado por me deixar ser o primeiro. E por favor, que eu seja o único.

Fez uma pequena prece antes de deitar-se sobre o corpo dela. Agora ambos estavam completamente nus e Hermione endureceu o corpo ao perceber isso.

Draco tentou acalmá-la:

_Fique calma. Se você ficar tensa demais, vai ser desconfortável. E quero que isso seja sublime... Para nós dois.

Hermione ofegou audívelmente ao concordar com um aceno de cabeça.

Respirando fundo ela soltou o ar e tentou fazer o corpo relaxar, mas Malfoy percebeu que ela ainda não estava preparada. Que ela teria que ficar menos tensa, então a beijou.

Hermione tentou relaxar através do beijo, mas o loiro tinha outro método em mente e Hermione tentou impedí-lo quando percebeu que ele estava abaixando a cabeça demais.

Draco erguera-se rapidamente até o rosto dela.

_O que está fazendo? – Perguntou com a respiração entrecortada.

_Shiii... – Calou-a com os dedos. – Apenas aprecie.

E sem mais delongas, Draco pulou todo o caminho que adoraria refazer pelo corpo dela e foi direto ao ponto final. Ponto crucial. Ponto mais prazeroso para uma mulher.

Hermione arqueou-se completamente. Ela jamais esperou que ele fosse tão ousado. Tão audacioso, ou malicioso.

Seus dedos agarraram o lençol com força e sua boca liberou um gemido que ela jamais imaginou deixar escapar de sua garganta. Um prazer imensurável invadiu seu corpo ao mesmo tempo em que uma vergonha sem sentido também. Draco não sabia, mas Hermione era a pessoa mais vergonhosa que alguém poderia conhecer. Por isso ela se vestia igual a uma freira. Seu uniforme era muito diferente de todas as garotas do colégio. Tudo mais comprido e comportado do que das outras estudantes. Talvez por isso ela chamasse tanta atenção dos garotos. Todos tinham curiosidade de ver o que ela escondia debaixo de tanta roupa. O que as outras tinham e faziam questão de mostrar, Hermione tinha e fazia questão de esconder atraindo atenção da população masculina do castelo.

Sentindo o rosto esquentar feito uma pimenta, ela tentou fechar as pernas, mas seu namorado não permitiu. Ele não tinha a intenção de deixar ela atrapalhá-lo. Mesmo que para isso ele tivesse que usar de um pouco de força. Hermione seria dele esta noite, assim, como ele dela.

Vendo que não tinha como lutar com a força dos braços do loiro, Hermione rendeu-se. Rendeu-se a sensação estupenda que a língua de Draco estava provocando em sua intimidade. Rendeu-se a maravilha de ter um namorado que estava preocupado em lhe dar prazer ao invés de obtê-lo sozinho. Rendeu-se aos gemidos que sua boca começou a liberar cada vez mais alto. Rendeu-se a todas as sensações espasmódicas que seu corpo começou a ter. Rendeu-se a respiração descompassada de seu pulmão. Rendeu-se a tremedeira que as carnes de suas coxas começaram a ter. Rendeu-se as correntes elétricas que subiram por sua espinha. Rendeu-se ao pequeno, mas primeiro orgasmo de sua primeira, mas inacabada relação sexual. Rendeu-se ao amor.

Draco erguera-se, encaixando-se entre as coxas dela, após saborear o pouco, mas essencial liquido viscoso, beijou-a por um momento, fazendo-a saborear seu próprio gosto. Hermione estava imersa demais em suas próprias reações para perceber que ele demorara um pouco para tocá-la, portanto nem percebera quando ele cobrira sua satisfatória ereção com uma fina camada de látex ao qual ele pegou na gaveta do criado mudo.

_Eu te amo. – murmurou contra os lábios suspirantes dela.

Hermione tremeu as pálpebras como se indicasse a ele que seus ouvidos haviam captado o recado.

Tendo os lábios dela ainda roçando os seus, ele procurou – achando com certa agilidade – seu canal escorregadio e orvalhado, e perdeu-se dentro dele.

Hermione arqueou a coluna, gemendo contra sua boca aberta. Draco penetrou fundo e logo sentiu a barreira da inocência de sua amada romper-se com sua força.

Só depois que estava todo dentro dela é que sentiu uma dor na região de sua cintura. Hermione encravara as unhas em sua pele, como se quisesse evitar que seu quadril se acomodasse entre suas coxas. Foi uma forma que ela achou de estravasar a dor da penetração.

Ignorando a leve dor ele moveu-se e ela soltou um gritinho. Movendo-se de novo, Hermione gemeu mais alto e com os lábios ele abafou um pouco as lamúrias dela.

Em pouco tempo Hermione abandonara a dor incômoda e perdera-se no prazer que o sonserino estava lhe proporcionando.

Hermione estava agora apenas concentrada no peso do corpo dele sobre o seu, no encaixe de seus quadris, e no ritmo perfeito que ele exercia sobre ela. Ele parecia gostar de brincar com os movimentos e cada estocada o corpo dela se mexia de acordo com o dele. Se ele fosse rápido o dela balançava no mesmo ritmo. Se ele se debruçava sobre ela o balanço era igual para os dois. Mas ela gostava mesmo era de quando era beijada, pois se sentia menos exposta.

Quando seu namorado afastava-se, Hermione se sentia um pouco perdida e por isso mantinha os olhos hora fechados, hora vidrados no teto da cama.

Percebendo isso Draco voltou a se abaixar preparando-se para beijá-la, mas não o fez, porque sua boca parou a centímetros da garota.

_Quero que olhe para mim, meu amor. – falou tão calmamente, que parecia que não estava fazendo esforço nenhum. – Quero que desfrute esse prazer comigo, não com o teto. – E como que para provocá-la ele saiu por inteiro e voltou com certa força fazendo ela engolir o gemido em vez de liberá-lo... Sem que ela tivesse qualquer reação a não ser obedecê-lo, Draco Malfoy a trouxe para seu colo com uma facilidade invejável. – Quero que olhe nos meus olhos enquanto lhe faço amor.

Hermione piscou lentamente tentando se acostumar com a nova posição, mas uma leve pressão em seus cabelos da nuca, a fizeram ficar com os olhos abertos e encarar o rosto de arcanjo de seu amado.

Os olhos dele brilhavam como duas pedras preciosas e Hermione se viu refletida neles.

Ele obrigou-a se mover e mais uma vez ela se perdeu nas sensações maravilhosas que o corpo de Malfoy a fez sentir.

Os rostos próximos transformaram a atmosfera do quarto deixando-a luxuriante e sensual e isso elevou o clima de sedução.

Mesmo estando aprendendo sobre a arte de amar, Hermione conhecia muito bem a teoria, afinal não era só em livros de ervas e poções que ela vivia enfiando a cara. Ela lia sobre conteúdo adulto – escondido – também. Afinal, saber e entender de outros assuntos também seria importante um dia.

Quem sabe numa próxima vez ela tomaria coragem para cometer um ato de ousadia com o loiro. Primeiro ela teria que abandonar toda a sua timidez do lado de fora do quarto para lhe proporcionar um prazer diferente. Um que surpreenderia o seu Loirinho, mas agora deixaria que ele a introduzisse nesse caminho de descobertas e sensações. Ela seria completamente dele e ele dela.

_Me beija.

O pedido a pegou um pouco desprevenida, pois ele fizera um movimento inesperado deitando-os no colchão outra vez. Sem esperar por qualquer coisa Draco cobriu os lábios dela e abafou um gemido agudo da garaganta dela assim que ele movimentou o quadril rapidamente. Hermione sentiu as paredes internas de seu corpo intimo apertarem aquela massa endurecida dentro de si, e aí nem a boca suculenta do pedaço de mal caminho que era seu namorado conseguiu segurar o grito escandaloso que sua garganta expulsou para fora.

Hermione chegou a encravar os dedos no lençol, pois seu cérebro começou a imaginar coisas.

Ela estava flutuando entre nuvens de algodão doce e Draco estava lá com ela sentindo a mesma emoção.

Enquanto sua Cachinhos tremia da cabeça aos pés, ele se esforçava ao máximo para não chegar muito atrasado ao paraíso em que ela devia estar naquele momento.

Movimentou-se cada vez mais rápido, e quando menos esperou sua tão almejada recompensa explodiu dentro do preservativo.

Hermione piscou ao sentir por um momento o corpo masculino dele vibrar dentro de seu órgão e isso desencadeou um segundo, porém pequeno – mas intenso – orgasmo.

Draco abafou metade do rugido que sua boca liberou mordendo o pescoço da grifinória.

Com certeza mais tarde ela teria que usar um cachecol. Embora fosse chamar mais atenção do que a mancha roxa que ele havia de ter deixado em sua delicada pele.

Respirando com dificuldade ele caiu sobre ela e lá ele permaneceu sentindo o cheiro de seus cabelos misturados com suor adocicado dela.

Hermione sentia a respiração do garoto bater de leve contra seu ouvido e imaginou que ele estivesse sentindo a mesma coisa em relação a ela.

A palma de sua mão pequena e delicada grudou-se ao suor das costas dele e a ponta de seus dedos deslizaram até a cintura do garoto.

Forçando o corpo a girar para o lado, o sonserino caiu ao lado dela no colchão e relaxou o corpo.

Hermione pôs a mão um pouco abaixo do umbigo, na esperança que aquela ardencia passasse, mas ao fechar as pernas ela notou algo viscoso espalhar-se em sua pele e acabou levando os dedos até lá.

Quando os trouxe de volta seus olhos arregalaram-se em surpresa ao notar que era sangue.

Ela erguera-se na cama e puxara o lençol até a altura do pescoço.

Tinha lido que em sua primeira vez quase todas as mulheres sangravam, mas nunca imaginou que isso pudesse acontecer com ela. Se ela estava suja de sangue, certamente Draco estaria também.

Ela fechou os olhos com medo de encará-lo. E sem preâmbulos ela puxou o lençol consigo e caminhou até o banheiro.

_Tudo bem Hermione? – Draco perguntou de onde estava. Hermione respondeu que sim e fechou a porta do baneiro na cara dele. Draco ficou na cama tentando entender o que haveria de ter acontecido e só quando se ergueu e olhou para baixo é que entendeu. Seu preservativo estava manchado de sangue. Com cuidado para não sujar a cama com seu sémem, ele retirou a camada fina de latex e caminhou até o banheiro. Escutou a água caindo no box e viu a silhueta de Hermione embaixo do chuveiro. Ele jogou o conteúdo da mão na lixeira mágica e em vez de sair ele entrou no box causando um certo desconforto a sua namorada.

_O que faz qui Draco? – perguntou ela cobrindo os seio outra vez de modo desajeitado

 Ele deu aquele sorriso torto que a encantava antes de responder maliciosamente:

_Vim tomar um banho, e você?

Ela o olhou, ele estava totalmente desinibido e nu, assim como ela, mas a diferença e que não havia desejo entre os corpos de ambos e Hermione, apesar de minutos atrás tê-lo deixado possuí-la, não se sentia confortável com ele olhando-a daquele jeito cobiçoso.

Ele se aproximou todo imponete e pôs a cabeça debaixo da ducha molhando todo o corpo. Ela deu um passo para trás, mas seu olhos não conseguiram desgrudar da água escorrendo pela nuca, peito, barriga e...

_Algum problema? – Perguntou displicentemente. Ela ergueu o olhar. Era como se ela não o afetasse.

Ledo engano.

Ela o afetava mais do que nunca. Toda essa timedez dela o deixava em brasa. Adorou ver ela corar com cada toque, cada beijo, cada posição.

Riu pelo nariz por causa da palavra. Existia tantas posições a serem usadas. E que Merlin o perdoasse, mas ele pretendia ensinar todas a ela, só para vê-la corar e gemer seu nome alucinadamente. Mas antes porque não brincar um poquinho mais?

Olhou para ela e se aproximou. Hermione se encolheu no canto da parede e por um isntante pensou em fugir. Ele parecia um predador agora e isso a assustou.

_Você não vai terminar de se ensabuar?

_Vou, só vou... quero pegar o sabonete. – Disse se atrapalahndo um pouco com as palavras.

Seus olhos estavam grudados um no outro.

Céus por que se sentia uma idiota perto dele assim? Estavam namorando a tanto tempo e agora que era a hora dela se soltar e aproveitar, sua timidez a fazia ficar travada e encabulada.

Parecia a meninha de cinco anos que ficava envergonhada quando um adulto falava com ela perto dos pais.

Draco nem sequer ao menos deu chance dela se mover, pegou ele mesmo a bucha e o sabonete líquido no suporte e com cuidado começou a passar pelos ombros dela. Fez caminhos aleatórios por todo o corpo dela sem mencionar uma palavra sequer. Na hora de enxaguar é que as coisas mudaram.

Ele sequer pediu permissão para o que planejava fazer. Sem pestanejar, o loiro puxou os dois para debaixo do chuveiro e a prendeu pela cintura.

_Se toda vez for dessa maneira acho que morro antes de completar 18 anos. – Comentou ele referindo-se ao desejo enlouquecedor que fazia queimar seu corpo.

Obviamente Hermione entendeu o que ele dizia assim que seu lábios se encontraram.

Ela estava tão imersa em sentir as mãos dele passeando por seu corpo com a bucha que nem notara que ele já estava excitado de novo.

Ela envolveu seu pescoço com os braços e ele agarrou sua cintura com força tirando-a do chão.

Por instinto e de saber que dessa vez deveria ousar um pouco mais Hermione envolveu as pernas em torno da cintura dele.

Draco enlouqueceu com o gesto e sem calcular a distância andou com ela até a parede fria do banheiro. As costas dela chocaram-se junto com uma das mãos dele amortecendo o contato.

_Eu te desejo tanto.

_Eu também. – Falou ela ofegante.

_Eu quero que seja só minha Hermione, só minha, por toda vida.

_Eu quero o mesmo Draco. Que você seja só meu, de mais ninguém.

_Eu prometo.

E a amou ali mesmo, em pé no banheiro. Esqueceram de tudo e de todos.

(***)

Mais tarde deitados na cama abraçados e enrrolados no lençol que voltara com eles do banheiro, o casal ria e fazia planos para o futuro mesmo sem saber se teriam um futuro juntos.

_E se você ficar grávida? – perguntou assim que ela parou de rir de um outro assunto que envolvia filhos.

_Eu já disse que não estou no meu período fértil. – Argumentou ao ouvir a pergunta.

_E como sabe?

_Eu sei. Uso uma tabelinha e pelo que eu vi ontem só irei ficar lá pela semana que vem. Por enquanto estou segura. Mas não acho bom que façamos sem preservativo, podemos pegar alguma doença...

_Eu sei que não tenho doença nenhuma. – Falou ele logo diante a afirmação dela. – Fui ao médibruxo semana passada e fiz alguns exames de sangue que exigiram para fazer o concurso para auror, e recebi os resultados segunda de manhã.

Era recente, então ela poderia tranquilizar-se sobre isso. Mas achou que ele deveria saber que todo mês visitava sua médica ginicologista, pra que não houvsse duvidas de ela também era uma pessoa saudável.

Mas ela riu diante da reação dele em saber o que era um ginicologista, e quando ela explicou ele logo perguntou se o médico dela era mulher. E depois de saber que sim, ele ficou mais relaxado.

_Se não fosse, iria agora mesmo pedir que arrumasse uma mulher para ser sua médica. Não quero nenhum marmanjo tocando seu corpo.

Ao terminar de falar ele girou o corpo e ficou em cima dela.

_Merlin! Que namorado mais ciúmento eu fui arrumar.

Ele sorriu e ela o acompanhou no riso.

_É que eu morro de amor por você Cachinhos. E me corroou por dentro ao saber que outro a deseja.

_Não se preocupe. Enquanto eu sentir que você me ama tanto quanto eu amo você, eu jamais vou olhar para outro.

_Você jura?

Ela deu um pequeno sorriso antes de dizer que jurava e depois deu um pequeno selinho nele.

Mas Draco jamais iria se conformar com essa pequenina amostra de carinho. Ele sempre iria querer mais e mais e ele teve mais quando tomou a iniciativa de aprofundar o beijo.

Mais uma vez eles se entregaram ao amor e daí por diante nunca mais se separaram.

(***)

                                                                        Epílogo

Nove Anos Depois...

Draco andava de um lado para outro na sala de espera.

Hermione havia sido levada para a sala de parto a mais de uma hora e ele estava impaciente. Em função de seu nervosismo ele fora proibido pelos médicos de ficar com ela. Nervoso do jeito que estava poderia atrapalhar em vez de ajudar.

_Fica calmo Draco, assim vai fazer um buraco no chão. – Dissera Gina que começara a ficar irritada pela impaciencia o loiro.

Todos, Harry, Gina, Rony, Luna sua nova namorada, os pais de Hermione, John e Jane, os pais de Draco, Narcisa e Lucio, o casal Weasley, Arthur e Molly, Gui e Flair, os irmão gemeos Fred e  Jorge cada qual com suas respectivas esposas, a de Fred esperava gêmeos, Sírius, Ninfadora e Lupim estavam na sala de espera junto com ele.

Mas o loiro parecia o único que estava nervoso.

A porta da sala de parto se abriu e o médico veio em diração ao grupo, Draco foi o primeiro a ir de encontro ao grupo e nem esperou que o medibruxo falasse.

_Minhe esposa doutor. Como ela está? –perguntou de pronto.

_Excelente, senhor. O parto foi um sucesso. Parabéns, o senhor ganhou um lindo casal de gêmeos. – Falou o médibruxo cumprimentando o pai.

Draco estava fora do ar e por um momento Narcisa viu o filho ficar pálido. Hermione conseguira manter segredo direitinho. Ela só ia ao consultório quando o marido estava em alguma missão e nunca contou que eram dois. Ela tão pouco. A pedido de Hermione guardara o segredo até agora. Hermione queria fazer uma surpresa e acabara conseguindo. Tanto que fizera com que Draco tivesse que ser sustentado pelos amigos até uma cadeira enquanto de sua boca saiam coisas desconexas como: gêmeos, duas rianças, dois filhos, uma menino e uma menina.

A mãe do moço até rira um poquinho com a confusão do filho.

Enfim duas lindas crianças para alegrarem aquela mansão enorme em que Hermione morava com o marido e os sogros. Moravam era modo de falar. Porque Hermione insistira tanto em ter uma casa só para eles que Lucio acabou passando para o nome dela, uma parte das terras da manção onde Draco contruiu um pequeno – mas muito – confortável chalé.

A construção era um dos sonhos conquistados de Hermione. Ela sempre desejou morar em um lugar com ares campetres e Draco ao saber disso quando namoravam , não polpou esforços em realizar os sonhos dela.

Agora ali sentado naquela cadeira esperando o momento de entrar no quarto dela e lhe dar um beijo de agradescimento por ela ter realizado o sonho dele e lhe ter dado um filho, ou melhor, dois filhos de uma vez, estava sendo angustiante.

Esse sentimento só passou quando a enfermeira saiu do quarto e avisou que ele poderia entrar, no momento sozinho, só depois é que o restante da familia poderia entrar no quarto.

Ele respirou fundo antes de abrir a porta, e suas pernas tremeram ao bater os olhos na cama onde ela estava deitada.

Os cabelos presos em uma trança e o sorriso radiante que ela exibia, não poderiam ser mais lindos. Só ficou melhor quando ela olhou para ele.

_Vem meu amor. Vem conhecer seu filhos.

Draco não sabia se ria, se chorava, se cantava, se pulava...

E optou por sorrir. Ao se aproximar olhando todo derretido para os dois embrulhos, um verde e um branco nos braços da esposa.

_Oi me amor. –Beijou os lábios dela por algum tempo, para só depois dar toda atenção a suas crias.

_Eles são lindos. – Explanou emocionado

_Se parecem com você. – Argumentou ela sorridente.

_Não – contradisse ele. – Ela tem sua boca e meus olhos. E o garoto tem seus olhos e o contorno da minha boca. Os cabelos dele são seus e os dela são meus, mas acretido que serão cacheados, os dele serão lisos como os meus.

_Não importa. O importante é que serão extremamente amados.

_Por nós dois.

Draco se aproximou dela mais uma vez e lhe roubou outro beijo apaixonado.

_Eu te amo. E sempre vou te amar.

_Eu também te amo, muito. Mas agora quero ver nossos amigos. Devem estar todos em cólicas para ver os mais novos membros da familia.

_Você e a esposa de Fred, Marissa, vão ter muito o que conversar a respeito de gêmeos. Embora com uma pequena diferença. Ela não escondera de  ninguém que irá ganhar dois.

_Espero que tenha gostado da surpresa.

Draco riu para ela e a beijou de novo.

_Adorei meu anjo. Adorei mesmo.

_Que bom. Agora vai chamá-los.

O quarto quase não coube a procissão, mas Hermione estava tão feliz que deixou esta questão de lado e deixou que Gina e Luna segurasse cada uma um filho seu.  

E aproveitando que já estavam ali, ela perguntou a Rony, Harry, Gina e Luna se eles gostariam de ser os padrinhos de seus dois filhos.

Enquanto conversavam e apreciavam a mãe e as duas crianças, Draco aproximou-se da janela do quarto e apreciou o horizonte. Estavam no décimo segundo andar do hospital e o sol já se punha no horizonte. Cores larajas e vermelhas já tingiam o céu e uma brisa fresca entrava pela janela agitando seu cabelos loiros. Ele voltou-se para o grupo ao redor de sua Cachinhos e depois novamente para a janela. Fechou os olhos e sorriu. Estava feliz. Nossa! Como estava feliz. E imagina que tudo começou por causa de um beijo. Ele deu uma risada baixinha.

_Não foi um simples beijo, foi aquele beijo. – Balbuciou baixinho para si  mesmo.

Virou-se ao escutar seu nome e foi se juntar aos amigos e familiares.

Do lado de fora da janela um ser com asas, um arco e flechas com pontas de corações sorria feliz por saber que mais uma missão estava cumprida. Estava na hora de procurar um novo casal para proporcionar mais felicidade. Agora como chefe dos guardiões da chave dourada do amor suas obrigações havaim almentado ainda mais. Fora difícil juntar esse casal, mas ele se sentia orgulhoso por ter conseguido realizar a missão mais complicada de sua existencia.

Fim.

Lista dos nomes de acordo com o primeiro comentário de cada fic que não houvesse nome repetido:

Josy Chocolate  Steph Granger Malfoy  Karla Dumbledore  Laly Lima  Gyovana Ramos de Souza

Lizzie Riddle  Angel_Slytherin  Sarah-Malfoy  Déia Santos  Miss Caroline  Maiy  Brenda Chaia

Aryane Angelique  Delli  Hermione_Granger  Leticia Franciele Borghi  Byanca  Naah Mont

AlanaDcezar  Srta.Rouge  Felipe S.  Fernanda Silva Weasley  Juuh_Mamedi  Senhorita_Potter__

Landa_   Leleu_mione  Lah  Vênnice Ravine  Milk Black  Serena Sly Crik Snap

Ane e Lyra B.Malfoy  Ligia madison  Katarina Mateus  Audrey Belliux  Naaty A. Silva

Jaque Granger Malfoy  Srta Hermione Jane Granger Malfoy  Nana-moraes malfoy

Charlotte and Helena  Say Bonnes Malfoy  Morgana Flamel   Yasmim De Carvalho  Mione03

Lúh.C.P.  Mari01  Yasmim  ...enviado por (data da postagem do comentário)...  Amélia Linton

Tonks Fenix  Belikac  Thata_Malfoy21  Jheni Weasley  Gabi Santana Thai Evans Potter 

Always forgotten  bbta black  Tamara J. Potter  Mika.taka  Láh Jane Weasley  Fê Castro Black

Lady Ly Malfoy  Agatha  Beatriz Alves  Ana Clara SN  Lady Mah  Futy  Scarleth  Paula Barbosa

Elaine marins Vaz  Noturna_Potter  Natasha leitora.potter  Sissi_Malfoy  Mariáh B.  Juh Gaspar

Kássia bell  Srta Cullen  Aqua  jessica salicio da silva  Fernada Toledo  Artemis Granger

Alana_miguxa  Natinha  hellen  Patty Jane  xCamila  Rah_Malfoy  Juliana Goulart malfoy

Josiane  Amanda I.  JessyRibeiro  Ines Granger Black  Aylane Cristina Macedo

Lilian Granger Potter  Melissa Resende  Alicia Reinaldo Sabala  Circe Potter Weasley

Ana Isabela Potter  Mariana Pattinson  Lisa Granger  juh granger988  Thainá Araújo

hayli.shaidy  Fabiana_Oliveira  Jucimara Pererira de Souza  Her Granger Malfoy

Danny Evans  Claudiomir José Canan   Hiorrana Thamires  Shammy  T.M.  Hermione

Láari Felton  Gabriela k luz  Natália  Luh_Lovegood  Margarida  Mickky  tetys20  Nah black

Lola B.  Sally black  joanaidf  Marcela Reginato  bia granger malfoy  Clara santis   Letícia Gx

Mari Nery  Lara Malfoy  Juliana Malfoy  Juliana Malfoy Poynter  Maiara T.

karen cristine granger  patricia m prongs  Undiscovered  Gleek  Fréya  Leticia F Malfoy

Gabrielle Rosier Black  Lie Malfoy  Ilana da Silva Sodré  vanzhan  Cristie  Livias

Srtá Malfoy  Cris Granger malfoy  Débora Granger Potter Malfoy  Nikki W. Malfoy 

Presente De Natal Para 2011 Os Meus Leitores Dramionísticos. LandaMS.

Bom. Antes de mais nada, eu quero desde já agradescer a uma pessoa que me fez ter essa idéia. Ela não sabe, mas apartir de uma conversa com ela pelo Face isso me veio a cabeça.

Rouge, beta linda. Sei que vc não betou essa fic, mesmo porque era para ser uma surpresa. Mas sem querer ou saber vc me deu essa idéia de fazer uma fanfic para presentear todos os meus leitores de todas as fanfic’s que eu já escrevi e tenho postado aqui no feb. Eu não sei se vai agaradar a todo mundo, mas aquelas(es) que deixaram pelo menos um comentário, vai estar aqui. Eu gostaria de que os meus... visitantes estivessem aqui também mas como não tem nome de todo mundo, vai ser só das leitoras(es) fiéis. Eu sinseramente espero que vcs gostem do meu presente e que se divirtam lendo meu trabalho. Muita gente considera excelente, mas eu sou um pouco mais modesta e acho ele razoável.

Mas sem mais delongas desejo a todos um Feliz natal e um Ano Novo cheio de leitura e muita paz. E que sejamos como Draco e Hermione. Brigamos feito cão e gato, gato e rato, mas que no fundo nos amamos acima de qualquer coisa, seja ela qual for. Não importa. O importante mesmo é AMAR. Portanto, muito amor para todas(os) vocês.

Bjos, bjos, bjos...  E boa Leitura.

                                                                                                 LandaMS


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