No capítulo anterior:

– O-o-o-o q-quê?

– Tire as roupas!

– Acho que eu n-não entendi m-m-muito bem-m.

– Está surda menina?! Quer que eu mande o Slender tirar pra você?! – E agora, o que iria fazer? Nesse momento um pequeno plano é feito na cabeça da jovem garota.

X

– Vamos! – O assassino encarou certo objeto no canto do cômodo, havia um pano negro que o tampava. – Tem uma coisinha esperando por você, Kate.

– Droga... – A menina murmurou baixinho. O que é aquilo no canto da sala? Tsc. Era óbvio, não tinha dúvidas, era o objeto que seria usado para ferir a garota. Ela encarou mais um pouco, tentando adivinhar o que era através do pano. Parecia um banco... Sim, um banco! Com uma forma geométrica em cima. Era uma pena não saber tanto sobre métodos de tortura, sempre estudou de tudo, menos coisas macabras, por algum motivo esses utensílios não chamavam a sua atenção. O foco nas matérias viradas para esse tipo de coisa era, geralmente, história. Mas mesmo assim pulou a parte maldosa do contexto, não gosta de crueldade, grande foi seu erro. Retirou a blusa sem pressa, aproveitando cada pequenino tempo que tinha. A cada peça de roupa o sorriso presente nos olhos de Jeff tornava-se mais macabro, tanto na boca quando nos olhos. Não era possível decifrar o que Slender pensava. A única coisa que via era a maneira rápida que ele movia os tentáculos, demonstrando ansiedade, ou não. Depois de retirar a blusa formal branca, abriu o primeiro botão da calça, lembrou-se do revolver que carregava nos bolsos traseiros. Tateou nervosamente e não encontrou nada.

– Está procurando por isso? – A morena virou-se seguidamente por Jeff para que encarassem a “pessoa” calada até o momento, a criatura alta e sem face segurava com um de seus tentáculos negros a arma, balançando-a para cima e para baixo, como se brincasse com ela.

– Nossa! Parece que alguém queria me dar um tiro! – O assassino soltou uma gargalhada alta, enquanto Slender soltou um leve risinho maléfico. A noite estava ficando cada vez mais assustadora.

– Que porra! – Kate gritou. Jeff se aproximou da garota com uma faca e ameaçou:

– Se você não tirar logo essa roupa eu vou arrancar um de seus preciosos dedinhos! – Kate empalideceu e rapidamente tirou a calça, desabotoou o sutiã e corou violentamente, nunca imaginou que passaria por uma merda dessas, era o pior dia da sua vida, e provavelmente o último. Agora estava seminua, na frente de duas terríveis lendas assustadoras, sem arma, sem concentração para utilizar seu cérebro, seu plano com a arma fracassou, estava COMPLETAMENTE indefesa. – Hum... Acho que já posso te mostrar a maior surpresa da sua vida, ou melhor, da sua morte!

– Argh... – Ela resmungou e engoliu o seco, esperando pelo pior, o moreno andou lentamente até o canto da sala, tocando na superfície do pano e depois nas correntes presas no teto que já haviam sido observadas pela garota. Segurou o pano preto com as duas mãos e retirou-o com certa brutalidade do objeto qual ele cobria.

...

O choque foi muito grande, DE TODAS AS FORMAS DE TORTURA EXISTENTES NO PLANETA, tinha que ser logo essa?

Flash Back On

Kate estava na sala de aula de uma faculdade, um amigo a convidou para participar de uma reunião onde seriam discutidas coisas políticas, assunto chato que interessava a garota, ela concordou.

– É aqui? – A garota olhou a faculdade, interessada, era enorme.

– Sim, vamos entrar.

A reunião corria normalmente, até um vídeo sobre a política – monarquia - da Idade Média ser passada para eles, em um vídeo, onde mostrava o que era certo, o que era errado e qual era a punição aos erros do povo. E claro, já era previsto as mais diferentes torturas no vídeo. Porém Kate não viu todas, na verdade, viu apenas uma, não aguentou ficar lá por muito tempo e foi embora. A tal tortura chamava-se “O berço de Judas”. Jamais iria esquecer aquilo, era gritantemente horrendo: Um banco, seu assento era uma pirâmide pontiaguda que tinha como objetivo ferir o indivíduo que era amarrado por correntes acima do assento e, logo depois, brutal e lentamente o corpo descia de encontro ao objeto geométrico, ferindo o órgão genital da pessoa.

Flash Back Off

– Vo-você está brincando n-né? – A garota sorriu franzindo a testa, mostrando sua melancolia ao saber o que aconteceria consigo. Olhou para a parede e viu uma alavanca, provavelmente era isso que mexia com as correntes.

– O que faz você pensar que eu estou brincando?! – O garoto sorriu satisfeito, ela já estava temerosa pelo futuro, sua vingança seria um sucesso. – Tire a calcinha!

A garota encarou o assassino que intensificou o olhar, garantindo sua superioridade. A garota derrotada apenas abaixou a cabeça e colocou os dedos na peça íntima, descendo a mesma, que escorregou caindo até seus pés. Estava muito envergonhada e assustada para encarar os homens presentes na casa, então manteve a cabeça abaixada e a visão tampada pelos longos fios negros e lisos. Sentiu os olhos lacrimejarem, mas não fez nada, apenas contraiu a agonia pelos acontecimentos da noite. Empurrou a peça com os pés para “longe”, parada, em pé, esperando pelo seu fim.

– Você sabia que... – Jeff caminhou lentamente em direção à garota, segurando seu queixo para ver o quanto a menina se sentia inferior, com o objetivo de intimida-la ainda mais. – Sentimos mais dor no frio? Quando estamos gelados... Sabia disso? – Ela apenas balançou a cabeça afirmativamente. O assassino encarou o homem esguio sentado no banquinho e ordenou.

– Pegue o balde, Slender Man. – O maior levantou-se e pegou o balde de água fria ao seu lado, caminhando pacientemente até os dois.

– Saia Jeff. – O moreno recuou alguns passos e observou o homem de terno balançar o balde e atirar a água contra a menina, que, toda molhada, surpreendeu-se. Levantando os cabelos para trás e abriu os lábios para tomar melhor o ar que perdeu nos breves segundos passados, sentindo sua pele arrepiar pelo frio.

– Agora sim. – Jeff puxou seus fios capilares violentamente, levando-a em direção ao assento. – Slender, amarre-a nas correntes. – A contragosto a criatura novamente se levanta para ajudar o criminoso. Segura a menina com as duas mãos e prende a mesma nas correntes acima do objeto de tortura extrema. Não estava se divertindo com aquilo, sua diversão era muito diferente do ponto de vista de Jeff. – PERFEITO! Acho melhor você não se mover muito, essas correntes são perigosíssimas, elas estão abaixo do seu peso. Ou seja, muito movimento resultará em um impacto muito violento com a ponta da pirâmide de encontro à... Você.

–... – Ela nunca havia se visto em uma situação como aquela, não teria como ser pior. Estava em uma posição muito constrangedora, morrendo de frio e prestes a “perder a virgindade” da forma mais dolorosa possível, sem contar que eles não a deixariam escapar com vida. Não tinha mais honra, não tinha mais sobrevivência. A única coisa que poderia fazer era manter-se submissa com o intuito de sentir a menor quantidade de dor possível.

– Então... – O moreno fez pequena pausa. – Vamos começar! Slender comece a puxar a alavanca.

– Afinal, quem está planejando vingança contra a garota? Eu ou você? – O esquelético homem lançou ao “parceiro” uma pergunta direta, demonstrando seu irritamento.

– Tsc. Você sabe que nós fizemos um acordo e-

– Aquelas duas crianças que você me entregou completamente machucadas e impuras? – Ótimo, eles começaram a brigar denovo. – Essas crianças não valiam nem o fato de eu tê-lo salvo da cadeia! – A briga começou a esquentar e o homem sem face distraiu-se, atacando a arma que segurava em seu tentáculo á um ponto qualquer. E esse ponto, por muito sorte da garota, era a pirâmide. Sim, o gatilho da arma havia ficado preso na pirâmide, que estava a poucos centímetros de Kate. Porém, se a mesma se movesse demais, iria cair dolorosamente contra o objeto. E agora? O que faria?!