Você Me Daria A Honra De Sobreviver? escrita por Wah


Capítulo 2
Capítulo 1 - O início do inferno


Notas iniciais do capítulo

espero que vocês gostem!



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- E então... – Toquei o chão com a minha mão, procurando cegamente o meu anel dourado embaixo das folhas que, com o vento, amontoavam-se sobre a aliança. O encontrei e coloquei-o novamente em meu dedo, era uma lembrança de Scott, um grande admirador de minha Inteligência. – Quando começaremos a investigação? – Perguntei animada.

- Não acha muito precipitado? Há coisas incríveis para fazer por aqui, investigaremos o local amanhã. – Elliot cruzou os braços sem se importar com a minha reação, a preguiça dele me deixa chocada.

- Elliot Strength! – encarei-o de maneira desafiadora, esperando que ele cedesse ao trabalho e fossemos ainda hoje investigar a famosa “Floresta de Epping” cujo lugar já fora esconderijo para vários criminosos.

- Sempre que diz meu sobrenome é porque está brava ou me desafiando... Kate Light. – Elliot me encarou com um enorme sorriso de canto, eu conheço essa expressão, ele vai ceder.

- Podemos passear em Londres pela tarde. Quando anoitecer nós vamos para casa descansar e comer, quando forem dez horas da noite, vamos investigar a Floresta de Epping, local que a vítima estava na hora do ocorrido. Tudo bem assim?

- Eu concordo com isso se você aceitar a minha condição. – Ele olhou para mim novamente.

- E qual seria ela?

- Vamos passear agora mesmo, pois não quero perder nada!

- Primeiro vamos almoçar, depois desfrutamos dessa maravilhosa capital. – Sorri para ele, que retribuiu e adentrou o hotel junto comigo. Fomos bem recebidos e logo pedimos nossos quartos, eram bonitos e possuía uma característica que eu gostava, suas cores eram escuras e foscas, sem vida. Pulei sobre a cama e peguei o telefone, iria pedir o almoço para mim e Elliot, estávamos famintos. Pedimos comida japonesa e logo nos deliciamos com aquele sushi macio e cremoso, a comida em Londres era muito melhor.

Depois eu atendi aos pedidos do meu parceiro, fomos passear pela capital. Aquele lugar era lindo, mágico e prazeroso, era como estar em um sonho. Eu disse que ficaríamos até o Sol começar a se pôr, mas fiquei até a noite fixar-se totalmente no céu, eu imaginei que seria tão incrível quando o dia, mas me enganei.  A noite era tenebrosa, sombria, assustadora e me atrevo a dizer, macabra. Não era a mesma coisa, dava-me um frio na barriga, uma sensação de desespero e angústia, eu não queria ficar mais lá. Disse a Elliot que estava tarde e deveríamos voltar para casa com o objetivo de comer e descansar para mais tarde, começarmos a investigação.

Entrei no meu quarto e olhei para o relógio digital, seis e quarenta e cinco, dava tempo e dormir umas duas horas e depois comer. Desloquei meu corpo da porta e deite-me na cama, adormeci e novamente vivenciei um terrível pesadelo.

“Presa em uma árvore enorme, Kate encontrava-se desesperada, procurava ajuda para libertar-se daquela árvore sinistra. Seus olhos e lábios estavam libertos dessa vez, era capaz de ver tudo e gritava apavorada por ajuda. Na sua frente, podia ver seu parceiro, amigo e companheiro dos mais diversos mistérios, morto, fora decepado. Kate observava o sangue vermelho escorrer do pescoço aberto, mesmo que a noite estivesse muito escura e sinistra, ainda era possível presenciar a carne ferida que não parava de jorrar sangue e possuía um cheiro grotesco. A cabeça dele estava muito próxima de seu pé, era possível ver a dor nos olhos de Elliot, que demonstrava ainda estar gritando com os olhos e boca bem abertos. A garota preferia fechar os olhos fortemente chocando suas pálpebras já doloridas de tanto chorar a ter que ver aquela cena, mordia os lábios e tentava inutilmente afastar seu pé da cabeça decepada de Elliot, estava perdida. Viu alguém aproximar-se de si, um par de pés chegou bem próximo à cabeça de seu amigo e chutou-a para longe, logo depois, o ser presente naquele local virou-se de frente para ela e começou a abaixar-se lentamente. Kate observou seus pés enormes e pernas longas, rolou os olhos mais para cima e o que viu era exatamente o que a vítima descreveu naquele dia, um homem de terno, albino e sem rosto. Viu-o levantar o dedo indicador coberto de sangue e desenhar um sorriso maligno em seu próprio rosto macabro e único...”

- Kate! Acord-

- Meu Deus! O que houve?! – Olhei para Elliot que me encarava com preocupação, logo desfez sua expressão em um sorriso confortante.

- Imaginei que estivesse tendo um pesadelo, aliás, você está dormindo há três horas, não ouviu o despertador tocar uma hora atrás. Incrível, você dorme muito rápido e começa a sonhar na velocidade da luz, eu nunca vi ninguém ass-

- Por que não me acordou?

- Eu tentei, mas você ficava falando que queria dormir mais, então eu deixei. – Encarei-o como se ele fosse o ser mais burro do mundo.

- Você é um... Esqueça, vamos comer e depois nos arrumarmos para começarmos a investigação.

- Eu já comi, vou me arrumar e esperar você fazer o mesmo. Vou pegar duas lanternas que tenho dentro da mala, nós iremos precisar.

-Sim, faça isso. Vou comer. – Levantei-me rapidamente e jantei um dos divinos pratos que são preparados em Londres, não sei se eles são realmente tão bons, talvez eu seja um pouco exagerada. Depois de comer, coloquei uma roupa confortável no corpo e um casaco, pois estava muito frio. Peguei uma arma, era a segunda vez que eu usaria uma na minha vida, a primeira foi há dois anos, quando estava atrás de Jeff. Era uma 38 cano longo, apenas por precaução. Peguei a lanterna, luvas e uma lupa, logo depois fui até o carro junto com Elliot e dois seguranças, Jack e Dennis. No caminho até lá foi muito tranquilo, estava nervosa apesar de não ser a primeira vez que eu estava colocando a minha vida e de parceiros em risco. Mas o meu nervosismo estava muito maior do que era de costume, tudo isso por causa do meu pesadelo, logo eu que não acredito em visões e coisas do tipo.

Quando chegamos, procurei manter à calma e junto a Elliot, Dennis e Jack, adentrei o local e comecei a investigar. Elliot separou-se de mim e foi investigar o norte com a companhia de Jack, eu e Dennis fomos para o sul, pedi para o “Mr. Strenght” me ligar uma vez a cada dez minutos, para dizer que estava bem. Enquanto procurava pela parte sul, fui passando por várias árvores e pedras que possuíam escrituras esquisitas e sem fundamento, não teria como usar aquilo como prova. Continuei a andar pelo local até algo assustador me surpreender, era aquela árvore, a árvore do meu sonho. Recuei dois passos e observei em choque aquele enorme tronco gordo com poucos galhos que ficavam no topo dela, longos e secos. Aproximei-me devagar e lentamente comecei a rodeá-la procurando alguma pista. Terminando de caminhar de maneira circular pela árvore, encontrei uma folha de papel com algo escrito.

- Help me... – Disse Dennis, lendo a folha com um pouco de dificuldade por causa da escuridão. “Ajude-me...” Estava escrito com todas as letras maiúsculas, dando ênfase à palavra, aquilo era sinistro. Isso foi escrito por alguma vítima? Bem, parece que sim. Slender Man deve ser um assassino extremamente cruel, ele deve ser levado à justiça! Essa pista será muito útil, fico ainda mais feliz em saber que tem várias dessas por aqui, se encontrarmos alguma digital do famoso Homem Esguio em uma delas...

-Dennis, acho que já sei por onde devemos prosseguir! – Ao virar-me para encara-lo, percebo que ele não estava mais lá. – Dennis? DENNIS! – Entrei em desespero, comecei a correr de um lado para o outro e gritar por ele, sem obter nenhuma resposta. Liguei para Elliot, talvez ele soubesse de algo, mas ele não atendia. Liguei várias vezes, sem parar, estava ficando assustada, até que na sétima vez, ele atendeu.

- K-Ka-Kate!

-Elliot! O que está acontecendo?

-Kate fuja! – Era possível ouvir passos do outro lado da ligação, passos rápidos. Entre suspiros o detetive tentava falar, mas não conseguia. Logo se escondeu atrás de uma árvore e conseguiu voltar a falar. -  V-você precisa sair daqui o mais rápido possível! Esqueça tudo, não importa o que... – Elliot respirava pesadamente enquanto tentava falar. – aconteça... Eles vão pegar você! ELES QUEREM VOCÊ, KATE!

-Quem?

-FUJA! – Ele gritou e foi possível escutar o barulho do celular caindo no chão, ouvi passos e gritos desesperados e risadas assustadoras. O último som fora o mais pesado, o grito mais alto e desesperado de Elliot, talvez eu tenha ouvido ossos se quebrando ou uma serra, mas a partir daquele momento eu já não entendia nada, eu já não era eu mesma. Caí de joelho no chão e encarei as pedras com os olhos arregalados, eu poderia morrer ali mesmo, mas isso não aconteceu. Senti algo molhado cair do céu e molhar minhas roupas, era a chuva, ela me acordou e lembrou-me de Elliot pedindo para eu fugir. Levantei-me e cegamente corri no meio da chuva a procura da saída, eu iria sair daquele lugar, eu iria sobreviver independente dos acontecimentos.


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