-Há um arcanjo muito poderoso, o nome dele é Marius. Vocês não chegaram a conhecê-lo porque ele é do alto poder. –começou Nacadiel.

-E como você o conheceu? –indaguei sentando-me em uma cadeira à sua frente.

-Naquela vez em que estive na Itália. Eu matei um arcanjo que bebia em um bar de Roma. Então, alguns soldados celestiais me perseguiram e me alcançaram em Gênova. Eles me matariam. Então esse cara apareceu. Disse que devolveria minhas asas e limparia minha ficha se eu matasse a filha do Cipriano.

-E por que ele não veio atrás da Emily? –indaguei

-Porque ele não pode se sujar com sangue inocente. Se ele assim fizesse ganharia uma passagem só de ida para o inferno.

-Mas eles ordenaram que eu a matasse, não consegui, por isso eu caí. Por que eles não mandaram soldados para matá-la?-perguntei.

-Eles estão agindo por conta própria. Quando mandaram que você a matasse, essa idéia partiu deles, não dos serafins como eles lhe falaram. Esse cara é a cabeça por trás de toda essa história.

-Ele parece perigoso. –disse Seth suspirando.

Nacadiel riu sarcasticamente.

-Ele tem um poder imenso. Nunca senti algo assim. Ele entrou na minha mente e ferrou com a minha cabeça, desde então não consigo mais pensar direito, é tudo escuro aqui dentro. –Nacadiel falou batendo a cabeça contra a parede. Ele começou a repetir esse movimento com mais força. A cabeça dele começava a sangrar. Seth tentou segurá-lo, mas não conseguiu. Era como se ele estivesse possuído. Tentei pará-lo, mas não consegui. Tão rápido quanto aquela loucura começou, terminou.

Nacadiel estava com a cabeça baixa. Ele levantou a cabeça de repente. Seus olhos estavam virados. Assustei-me e dei um passo atrás. A voz dele mudou. Ele começou a rir descontroladamente.

-Esperei ansiosamente por esse dia Liu Desperete e Seth Cerythoug.

-Lamento não corresponder à sua emoção já que não te conheço pessoalmente Marius. –eu disse irônico.

-Uma rebelião. Nunca imaginei que vocês fossem capazes de se rebelar. Esse é o nosso papel-disse Seth.

Marius/Nacadiel riu.

-Rebelião?! Vocês não entenderam ainda. Isso vai muito além disso, está muito acima de você ou de mim.

Ele olhou diretamente para mim.

-Quando isso tudo acabar vou fazer questão de matá-la. Vou cortá-la parte por parte na sua frente e jogá-la no inferno. –ele disse lambendo os lábios.

Meu corpo inteiro estremeceu com o ódio que eu sentia.  Agarrei seu pescoço levantando-o para cima com prego e tudo.

-Eu vou te matar antes disso. -Apertei minha mão com força e senti o sangue escorrer, colei minha mão na de Marius/Nacadiel. –Juro que te matarei, sem piedade, sem remorço, sem arrependimento. Não deixarei que ninguém te mate antes de mim. Você é meu. Se eu quebrar esse juramento, eu mesmo me acorrentarei no inferno.

Ele riu.

-Que os jogos comecem. –ele disse antes de deixar o corpo de Nacadiel. Eu soltei sua garganta. Nacadiel soltou um grito muito alto que me fez tapar os ouvidos e sua cabeça explodiu. Então o corpo dele virou pó.

-Do pó viestes, a pó voltaste. –disse Seth tocando meu ombro.

-Eu vou atrás da Emily. Você fala com a Katherine?

Seth assentiu com a cabeça.  Peguei minha moto e acelerei o máximo que pude. Não queria admitir, mas eu estava com medo. Não queria pensar na possibilidade de perder Emily, ela é tudo na minha vida. Já passava das 2 da manhã, percebi que Emily deveria estar em casa então fui até lá. Entrei pela sua janela. Meu coração que se encontrava em alta velocidade acalmou-se ao vê-la que ela estava sã e salva. Ela estava se trocando.

-Liu!-ela ia me abraçar, mas notou as manchas de sangue. -O que aconteceu?

Contei-lhe tudo que havia acontecido. Fui interrompido por uma mensagem de Seth: “Mataram a Katherine.”

Emily me abraçou.

NARRADO POR EMILY ****************

Ouvia atentamente tudo que Liu me dizia. Tudo aquilo parecia irreal para mim. Eu estava no meio de uma guerra e me sentia totalmente indefesa. Eu estava com medo, muito medo. Contudo, quando eu estava com Liu, era como se todos esses problemas desaparecessem e só existisse eu e ele. Olhei para Liu e ele estava visivelmente abalado. Beijei-o, um beijo calmo e lento. Liu correspondeu me deitando na cama. Ele se encaixou entre minhas pernas. Segurei sua nuca. Ele tirou a minha blusa do pijama. Suas mãos passeram pela minha barriga.

-Emily você já chegou? Eu não acredito nisso! –esbravejou meu pai entrando no quarto.