America's Sweethearts escrita por Hissetty
Notas iniciais do capítulo
HEEEEY, Macarena!! *u*
Enfim, talvez o capítulo anterior não tivesse ficado bom... mas, bem, eu exagerei MESMO nesse aqui xP Espero que gostem!
Eu tinha uma quantia considerável de bebidas na mão, quando Henri me puxou.
- Quê?
- Eu... eu perdi minha carteira.
Encarei ele. Eu devia estar com uma puta cara de tacho, porque Henri sacudiu a mão na frente dos meus olhos. Quase mordi.
- Eu sabia que não podia confiar em você! – olhei para as bebidas. Se eu fosse roubar, eu não poderia ter pego todas elas nas mãos e carregado. Ou seja: a confiança de Henri já me atrapalhou. O senhorzinho ruivo com uma revista surrada do Batman me encarava por cima dos óculos. – Porque você não conferiu antes?
- Cara, eu sou o bom, eu não precisava conferir antes! – Henri olhou para trás. – Mas acho que alguém roubou a minha carteira!
Revirei os olhos.
- Como tiraram a carteira do seu bolso de trás e você não sentiu nada?
- Seu cachorro – acusou Henri. – Foi ele, aquele vira-lata! Ele mordeu minha bunda enquanto eu estava te esperando!
Opa. Opa, opa, opa, opa. Olhei para ele. Meus olhos lacrimejaram instantaneamente e eu comecei a rir. Me curvei, largando as quatro garrafas de cerveja no chão.
- Você está prestes a se ferrar e está rindo de mim?! – exclamou ele, indignado. Cruzou os braços e se virou de costas. – Cara, ninguém merece. Você é muito filha da puta, Delilah.
Quando eu fui erguer os olhos para falar... eu vi. A parte de trás da calça jeans tinha sido rasgada – todo o bolso direito. E aparecia uma cueca de estampa rosa e branca.
- Henri! – me agachei no chão, esfregando as bochechas. – Você está usando uma cueca rosa?
E comecei a rir de novo.
- Eu... eu... o quê? Qual o problema, hein? – as bochechas dele estavam vermelhas. – Pera, como você...? – ele esticou a cabeça por cima do ombro para enxergar. Arregalou os olhos e apontou para mim. – Você, sua filha da mãe! Você e aquele demônio preto e branco que você chama de cão!
Eu ia responder. Ia mesmo. Mas aí...
- Henri... – o velho da revista do Batman vinha na nossa direção. – Henri, cala essa boca.
- Se você não tivesse feito a merda daquelas panquecas... sabe, eu não estaria passando por isso!
Me virei para ele, mal-humorada.
- Se você não tivesse me beijado, você não teria que vir na festa comigo, ô inteligente.
- Ia, sim! – insistiu ele. O senhor; Johnsismith – eu juro! Estava escrito no crachá! –, olhou com desprezo para nós dois, do jeito que Amélia e Jay olharam antes para Henri. – Eu viria porque seu pai iria mandar você me trazer.
Pisquei.
- Agora eu sou sua babá? Você que tem 21 anos, cacete!
- Minha mãe é a nova pseudo-namorada do seu pai, Duende – ele me encarou. – Você tem que tomar conta de mim.
- Mas você que é o mais velho! – insisti. A discussão sem pé nem cabeça estava me cansando.
- Caham – pigarreou – leia-se CUSPIU – Johnsismith. – Posso saber o que vocês, pirralhos, estão fazendo na minha loja?
- Nós estamos tendo uma discussão, cacete, dá pra dar licenssss... – Henri me interrompeu, cutucando rapidamente meu braço.
- Cala a boca, Delilah – ele olhou torto para as mãos do velho e eu demorei dois segundos para ver uma espingarda gigante. Recuei dois míseros passinhos para mais perto das prateleiras. – Er, senhor... veja bem...
- VOCÊS NÃO PODEM COMPRAR BEBIDAS! Será que vocês, jovens, não entendem porra nenhuma? – e mirou a arma em Henri.
Henri me puxou na frente dele.
- Calma aí, tio, não precisa... – POW. Ele estourou uma lâmpada. – AI, CACETE!
- Me solta, filho da puta! – me sacudi, mas Henri continuava me segurando como escudo humano. Mordi seu braço, indignada. – Qual o teu problema, porra?!
- John... Johnny, não fode, cara – tentou Henri. – Eu sou maior, posso pagar pelas coisas... eu...
- CALA A BOCA, MOLEQUE! Você e a sua cueca cor-de-rosa ficam fora disso, minhas contas são com a mocinha! – ele olhou para Henri. – A não ser que você seja uma também.
Henri arregalou os olhos.
- Pode ficar com ela! – e me empurrou. Cretino.
- Você tem a cara de pau de aparecer na minha loja com um pirralho de 5 anos, sua almofada verde? – ouch. Então o moço simpático se lembra de mim. – QUERO VOCÊS FORA DAQUI AGORA OU VOU ATIRAR!
- HENRI! – gritei. – HENRI, CHAMA A POLÍCIA, PUTA QUE PARIU!
- Merda nenhuma! – respondeu ele. – ELES VÃO NOS PRENDER TAMBÉM!
- SAIAM! – gritou ele. Lhe dei um chute bem dado no meio das pernas. O velho se curvou, ainda segurando a arma. Peguei duas garrafas de cerveja e enfiei na jaqueta do Jay, depois corri pelas prateleiras e agarrei mais algumas, enfiando nas mangas. Por último, peguei a pamonha do Henri e voei porta afora.
Corri, caralho, como corri, mas só da porta até o estacionamento da loja. Quando estávamos chegando no meio fio...
Clahclah; POW!
- Ele tá atirando, cara! – gritou Henri.
- JURA? – gritei de volta. – JURA?! TEM CERTEZA?!
Clahclah.
- O carro, Duende! – Henri apontou para um Porshe estacionado seis ou sete metros na nossa frente.
- Não!
POW!
- Nós vamos morreeeer! Eu sei fazer ligação direta!
- NÃO, caralho! Vamos ser presos!
- ELE TÁ ATIRANDO NA GENTE, PORRA!
Clahclah.
- Eu não posso ter mais uma ocorrência, poxa!
- Então deveria ter vindo roubar aquelas porras!
POW!
- VOCÊ DISSE QUE IA PAGAR!
- FODA-SE! Te dou 200 pratas e mais a sua vida!
No mesmo instante do próximo clahclah, derrapei no chão e segui outro caminho. Uma garrafa de cachaça escorregou da manga e se espatifou no chão.
- TÁ, BOM, MERDA! – retruquei. – DUZENTAS PRATAS!
Henri pegou as chaves do bolso e jogou no vidro, que não quebrou. Ele começou a xingar enquanto uma série de clahclahs, pows e clahclahs novamente chovia em cima de mim. Ainda bem que o velho era meio cegueta e atirava no chão.
- Quebra, porra! – apressei. Henri se atrapalhou e, de repente, puxou uma garrafa da minha blusa e bateu na janela. As duas quebraram. Dei a volta correndo no carro. Ele entrou, abriu a porta para mim, se abaixou e começou a mexer nos fios. – Henri?!
- Calma aí, cara!
O alarme começou a tocar. Henri se assustou, levantou, e deu com a cabeça no painel. Xingando, ele voltou a mexer nos fios. O alarme continuava apitando como a sirene do inferno.
POWCRASH!
Isso foi o tiro quebrando os vidros traseiros do carro.
- Puta merda, puta merda, puta mer... daconsegui! – gritou Henri. O carro deu um solavanco para frente e ele pulou no assento. Entrei.
- Vambora!
Ele se virou para mim e sorriu, fechando a porta.
- Sou foda, não sou?
Clahclah.
Me inclinei para frente e puxei ele junto. Eu quase bati a cabeça no painel, mas parei antes. Só esqueci de segurar Henri também. Ele deu com a cara no volante.
POW!
- Puta que pariu, já não basta meu dente, filha da mãe? – rosnou.
- Pé na tábua, muchacho!
E não é que ele meteu o pé no acelerador mesmo?
(...)
- Vocês podem me explicar, pelo amor de Deus, o que aconteceu?
Estava na cara que Amélia estava se esforçando para ser simpática. Ah, é. Deixe-me contar uma (outra) sequência de fatos, para vocês saberem o que estava acontecendo:
Fato 1: Henri dirige como um louco.
Fato 2: o Johnsismith também!
Fato 3: o velho nos seguiu no seu Fiat preto quase sete quarteirões, da loja até a praia.
Fato 4: no caminho, a polícia nos achou e seguiu também.
Fato 5: Amélia e cia nos capturaram na peixaria do Zé.
Fato 6: estávamos, agora, plantados na delegacia, com Johnsismith, uma garota vestida de pato, um garoto de samba-canção e outro velho com bigode italiano.
- Ele começou a atirar em nós! – exclamou Henri, apontando para o velho rabugento.
- Vocês estavam roubando minhas bebidas! – retrucou o velho, como um adolescente.
- Eu sou maior de idade, seu velho chato – devolveu Henri, como uma criança. Tsc.
Amélia, então, olhou para mim. Ela não duvidava.
- Mas vocês roubaram um carro.
- E derrubaram um poste – contribuiu Kevin. Acenei animadamente para ele; talvez ele me tirasse dali, afinal, era o irmão de Jay, o meu melhor amigo... – Pelo menos dois meses no xadrez.
Meu queixo caiu.
- Você só pode estar brincando! A culpa foi do mané aqui!
- Ela que roubou!
- Você que roubou o carro!
- CALEM A BOCA – gritou Amélia. Tsc, se meu pai soubesse... ah... opa. Porque ela estava sorrindo daquele jeito? – Você, loirinho – apontou para Henri. – Isso é seu?
Ela estendeu a carteira mordida dele. E não é que ele tinha 21 mesmo? Olhei, emburrada, para o velho.
- Pede desculpas.
- Diabos, não.
- Pede.
- Olha só, guria, nem que me caiam os butiá dos bolso, EU N-Ã-O PEÇO DESCULPAS PRA VOCÊS!
Henri me cutucou.
- Não tem problema, Delilah. Ele só fez o trabalho dele...
- CACETE VOCÊ TAMBÉM, GURI DE MERDA!
- CARALHO, VOVÔ, SEJA MAIS EDUCADO!
- Titica de pombo – murmurou Johnsismith.
Amélia bateu palmas para chamar nossa atenção. Eu não podia me sentir melhor, sentada no banco frio da delegacia, com Henri na minha direita, vovô na minha esquerda, a garota vestida de pato e o garoto seminu na minha frente e o outro vovô rabugento – o do bigode, vale apena citar, usava calças jeans pretas rasgadas, que podiam ser usadas pelo garoto seminu, luvas de couro à lá motoqueiro e pulseiras de tachinhas. Tsc.
- Delilah, querida, você não vai precisar ficar na prisão, porque serei solidária com você – oh, merda. Não, não. Não quero solidarismo dela... ela vai patifar... – Nem você, loirinho. Como você é maior de idade, e Delilah é só uma adolescente burra e irresponsável...
... eu quase pulei no pescoço da puta. Mas Henri e Johnsismith seguraram meus pulsos. Droga. Caí sentada no banco.
-... vocês vão passar um mês em prisão domiciliar na casa de Henri McClay, por ele ser o mais velho responsável no ocorrido.
Arregalamos os olhos e, quase como combinado, dissemos juntos:
- Você só pode estar de sacanagem.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E então...?
Bem, vocês sabem, né? Deixem suas críticas/comentários/palmito/opiniões/ideias aí pra mim! Vocês, leitores, fazem nós, escritores, muito felizes quando se manifestam!
Até o próximo capítulo.
õ/