America's Sweethearts escrita por Hissetty
Notas iniciais do capítulo
Muito bem, como eu disse, é a primeira história de comédia que eu escrevo, então vamos relevar, certo? õ//
Bem, talvez vocês não achem graça... mas é um prólogo... então... sabe 'comé! xP
Agora, pulando aquela ladainha de autor, esperoquegostem,nosvemosláembaixo,tenhamumaboaleitura,deixemsuaspalmitoopiniões ^^
Família é uma coisa linda.
Não, é sério. É linda mesmo. Não estou sendo irônica – certo, talvez esteja, mas quem liga?
Jerry e Glenn – meus irmãos mais velhos, tapados e devidamente malvestidos –, estavam montando algo parecido com um relógio/sapato na mesa da cozinha. Meu pai estava na porta tentando resolver um problema com a madrasta número 7 e a número 14. Minha tia estava resmungando alguma coisa para a novela, sentada na frente da TV da sala. Nenhum deles estava fazendo algo produtivo, não como eu; eu estava queimando algumas panquecas, que eu estava fazendo de bom-agrado para o novo vizinho que tem um puta carro.
Não que eu quisesse lhe dar as panquecas, mas minha tia com uns parafusos à menos me pediu isso, e como ela é a ÚNICA PESSOA nesse mundo que eu gosto, eu fiz.
Mas, como eu disse, de bom-agrado.
Pus mais um punhado de wasabi, depois umas pitadas de pimenta, e complementei com um farelo de Doritos. As panquecas estavam convidativamente verdes. Ugh. Coitado do infeliz que irá receber essa gororoba.
– Dêh – chamou meu irmão. – Ô, Dêh!
Nem preciso dizer que fingi não ouvir, certo?
– Cacete, Dêh! – Jerry se levantou. Cutuquei a massa grudenta da panqueca com a colher de pau. Ele me sacudiu.
– Que que tu quer, cacete? – me virei. Irmãos...
– Me alcança uma batata?
Oi? Como assim, uma batata? Confesso que em 16 anos eu NUNCA entendi meus irmãos. Acho que por eles serem gêmeos têm uma ligação e não precisam que ninguém além deles mesmos os entenda, então são tapados de propósito porque no fundo planejam dominar o mundo com suas bugigangas esquisitas.
Peguei a batata e entreguei para ele.
– Você fez o Jerry muito mais feliz – disse Glenn, sem olhar para mim.
– Nhé, nhé, nhé – murmurei. Estava faltando alguma coisa naquela gororoba. Fui até a geladeira e achei pasta de alho. Coloquei uma colher também.
Tive que esconder o pote assim que ouvi a porta bater; meu pai entrou na cozinha, resmungando alguma coisa.
– Não entendo... - ele disse, e então o resto virou um resmungo.
– Quê? – perguntei quando ele se apoiou na bancada.
– Não entendo – puta merda, porque as pessoas só repetem as partes que entendemos?
– O quê?
– Como essas mulheres podem ser tão espertas. A Dana contou pra Lori, que contou pra Amélia e agora a Jessica sabe de tudo!
Levei um momento para processar tudo. Ah, claro! As madrastas. Eu não sabia o nome delas, mas provavelmente a Amélia era 21, a loira chata que trabalhava na delegacia. E Lori, a 14, que só enchia o saco. Previsível. A pobre Dana era a ruiva das Crocs rosa-bebê, a número 7, e Jessica, a 39, última madrasta oficialmente numerada, que largou meu pai num restaurante quando a 21 ligou avisando sobre a falcatrua do quarentão e das mil e uma madrastas.
Tentei não rir. A cara de tacho do meu pai era impagável.
– Você não vai terminar isso aí? Sua tia tem que entregar pro vizinho.
– Você já viu o vizinho?
– Não.
– Então cala a boca, ele pode ser um traficante e querer sequestrar a Mama. Então sossega aí que tá quase pronto.
Meu pai ficou quieto. Espiou a frigideira com cara de nojo quando eu joguei mais um pouco de wasabi. O cheiro era algo parecido com ferro picante.
– Eu tô com fome – queixou-se Glenn, me encarando sobre a mesa. Dei de ombros.
– Se vira, tem mais três bocas no fogão, três panelas secas, umas quinze na pia e tem coisas na geladeira.
– Tudo tá vencido.
– Azar o teu, então.
Ideia de gerico, a que eu tive, mas podia funcionar. Desliguei o fogo e toquei a frigideira na mesa, empurrando delicadamente as bugigangas dos meus irmãos – leia-se ATIRANDO-AS para fora da mesa. Olhei o sapato/relógio com uma batata em forma de estrela no ponteiro despencar no chão. Saltaram parafusos por tudo quanto é lado.
– Droga – murmurou Jerry, triste. Ele fez biquinho, mas eu só chutei a canela dele.
– Tá com fome?
Jerry espiou a frigideira também. Negou rapidamente.
– Eu tô, Dêh! – burro. Como o Glenn era burro. Por isso ele era o CARA. – Que isso?
– Tua janta.
Glenn olhou para a panqueca, desconfiado. Pegou dois palitinhos de comida chinesa na gaveta e cutucou aquela coisa, que grudou ligeiramente no palito. Eu e meu pai nos entreolhamos. Glenn tomou coragem e enfiou um pedaço verde na boca. Mastigou por três minutos, enquanto eu, Jerry e meu pai esperávamos para ver se ele iria desmaiar ou criar guelras.
Infelizmente, nada disso aconteceu. Ele pegou outro pedaço.
– Até que isso tá bom, Dêh – ele deu um sorriso, que murchou segundos depois. E murchou, e foi murchando, murchando... comprimiu os lábios... franziu as sobrancelhas... ficou com o rosto roxo... – PUTA MERDA, O QUE É QUE TEM AQUI, DÊH?!
Ele enfiou a cabeça debaixo da torneira, ligou e começou a ofegar e beber ao mesmo tempo. Depois pegou um copo e foi enchendo e atirando em si mesmo. Enchendo e atirando em si mesmo. Enchendo e atirando em si mesmo... Bem, só não ri por causa do olhar traiçoeiro do meu pai e do desespero de Jerry dando tapões nas costas de Glenn, que tirou a camiseta e começou a se abanar com ela.
– Wasabi – respondi depois. – Muito wasabi.
Assim era uma quarta-feira.
Típico meio de semana.
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Então? Eu mereço o quê? xP
Bem, nem preciso¹ dizer que preciso² da opinião de vocês, certo? Porque eu preciso³. Então, se puderem fazer essa proeza, por favor? ^^