New Perspective escrita por Boni


Capítulo 8
Temos um problema


Notas iniciais do capítulo

Podem vir com as foices e tochas pra cima de mim.
Eu sei que faz milênios que eu não posto nenhum capítulo de New Perspective, e não foi por falta de inspiração, foi por falta de reviws.
O último capítulo eu recebi pouquíssimos reviws e isso me chateou e me desanimou, então eu me envolvi no Miss Nothing e meio que abandonei New perspective, mas agr eu estou de volta!
Então, Enjoy
Sarut, bye
Boni



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Marti:

No exato momento em que o elevador parou, quase que em um gesto sincronizado, eu e Gus metralhamos Isaac com o olhar. Ele arregalou os olhos e foi chegando para trás, se afastando da gente.

–Calma, calma, calminha meninos e...Marti, vai tudo ficar bem!

Eu e Gus avançamos para cima dele, eu acho que nunca bati tanto em alguém...até agora. Isaac gemia, se debatia e se contorcia de dor.

–AH! Por favor parem! AH! Piedade!

Senti Gus me segurando por trás quando vi que as portas já tinham se aberto e que estávamos na portaria, com todos os parentes de Isaac nos esperando na porta, rindo e Richard e Lena furiosos.

Isaac, que estava encolhido num canto do elevador, saiu correndo e abraçou Lena.

–Por favor, posso voltar com vocês?!!

–Vocês está encrencado, mocinho!

–E vocês também!-Disse Richard apontando para nós dois.

Nos despedimos da família de Isaac, todos estavam felizes e sorrindo, até os velhos carrancudos! Todos diziam:" A guerra de comida foi hilário!" "Nunca me diverti tanto durante anos!".

Seguimos para casa. Cada um em um carro, eu e Gus em um e Isaac, Lena e Richard em outro. A volta foi bem silenciosa, nenhum de nós trocou uma palavra sequer. Eu estava me sentindo culpada por estragar o almoço, sentia raiva da cadela irritante da Alexandra e sentia muito, mas MUITO ódio do August.

Quando estacionamos o carro August quebrou o silêncio para me culpar.

–Mas que merda Sandlers! Cara, você não tem ideia de como esse almoço era importante para o meu pai e a Lena! Você estragou tudo! Estragou tudo para a única pessoa do universo que acreditava que você tinha crescido e mudado e por isso te aceitou na própria casa com o coração aberto!

Ele ia continuar com o sermão, mas eu o interrompi.

–Eu sei, sinto muito mesmo. Não devia ter feito aquilo, mas de qualquer modo, todos sabíamos do fiasco que seria aquele almoço mesmo.

Ele pareceu confuso, achou que eu ia discutir com ele, e que no fundo ele sabia que de um jeito ou de outro aquilo seria uma tragédia.Saí do carro e subi pela escada (não iria correr o risco de ficar presa no elevador de novo) e me tranquei no quarto.

Não queria ver ninguém. August ficou pela sala, pude ouvir o barulho da tv.

Fiquei deitada de barriga pra cima, encarando o teto branco por um tempo, até que senti algo molhado escorrendo pelo meu rosto. Aquilo seria uma lágrima? Nem sabia que eu podia chorar, afinal robôs choram?

Tomei um banho, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, coloquei um short jeans surrado, uma blusa preta com a imagem de um tigre branco que cobria o short e meias verdes.

Não sei por quê, mas eu adorava aquelas meias. Pensei em tocar violão, mas não estava muito inspirada. Fugi do quarto umas duas vezes para pegar uns pacotes de doritos e umas garrafas de Ice, não passaria o dia inteiro no quarto sem comida.

Depois de algumas horas Richard voltou para casa. Ele entrou no meu quarto e disse que queria conversar, deve ter feito o mesmo com o Gus.

–Marti, podemos conversar?

–Desculpa tio, eu sinto muito, muito mesmo!-Falei sincera.

–Imagino. Não entendi essa atitude infantil sua, a sorte é que, apesar de tudo, você tornou um encontro que seria um fiasco em um encontro divertido.-Disse sorrindo amarelo.-Confesso que foi hilário, e que apesar de serem carrancudos, os pais de Lena adoraram essa quebra de regras, então por consideração a isso, não vou falar nada para a sua mãe.-Uma sensação de alívio tomou conta de mim.-Mas...-Tinha que ter a porra de "mas" para estragar tudo.-Mas vocês não se livraram do castigo. Uma semana sem sair de casa.-Decretou.

–Como assim vocês? Além de ficar em cárcere privado vou ter que aturar o babaca do seu filho?!

–Vai.-Disse totalmente sacana. Corno filho da puta.

Me joguei contra a cabeceira da cama (o que doeu pra caralho!) e bufei.

Fiquei deitada encarando o meu mais novo amigo: A luminária velha, empoeirada e feia. O teto branco também interessante, mas nada se comparava a luminária. Fique lá por mais três horas, quando finalmente caí no sono.

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Eu já mencionei como eu odeio o amanhecer?

Quando eu morava lá no interior, mais ou menos às 05:30 o filho da puta do galo resolvia cantar e me acordar cedo, aqui em Nova Iorque não é muito diferente, só que ao invés de um galo temos o babaca do meu primo tocando violão...peraí, desde quando o babaca do meu primo toca violão?

Levantei e fui em direção ao quarto dele.

–Para de tocar seu acéfalo!

–Bom dia flor do dia!-Disse sarcástico.

–Não sabia que você tocava violão.-Falei bocejando.

–Você não é a única que sabe tocar algum instrumento.

–Você toca muito mal.-Menti.

Ele revirou os olhos e eu fui para cozinha fazer um sanduíche. Preparei o sanduíche e voltei para a minha caverna, ainda não queria sair de lá.

Aproveitei o tempo mais que livre e o computador no quarto de hóspedes/escritório para atualizar as minhas redes sociais. Abri o meu facebook, e vi que tinha uma solicitação de amizade de Jake e uma mensagem da minha mãe. Iupi! Ela se lembra de mim.

Oi amor,

Como está aí? Ainda não explodiu nada? Ou decapitou alguém?

Espero que esteja gostando daí.

Por aqui está tudo ótimo.

Ah! O seu irmãozinho andou chutando bastante depois que você se foi, dever ser saudades.

bjss Mamãe, Caetano e Zach.

Ah! Era tudo o que eu precisava a compaixão da minha mãe, do Caetano (meu padrasto, que me ODEIA) e daquele ratinho que ela está esperando!

Minha resposta:

Oi pessoa que não sabe o estrago que fez ao me colocar no mundo,

Não, ainda não explodi nada e nem decapitei ninguém ainda.

Ah, eu imagino como tudo por aí deve estar ótimo sem a minha presença, aposto que agora você e o Cateano estão brincando de casinha como desejavam.

E aquele ratinho resultado de uma péssima foda não é o MEU IRMÃO, ele é um feto, nem sabe da minha existência.

Devolvo a sua falsa saudade.

Tchau.

Nessa mesma hora Gus bateu na porta e entrou no meu quarto.

–Olha o meu pai está mandando você se arrumar porque nós vamos almoçar fora...Ai meu Deus, você está chorando?

Tinha uma lágrima escorrendo pela a minha bochecha, assuntos relacionados à família são muito complicados para mim. Não respondi.

Ele se aproximou e enxugou a lágrima com o dedo.

–Olha, se foi pelo que eu disse ontem...entenda, eu estava de cabeça quente, e eu só queria a felicidade para o meu pai e sim eu exagerei, me desculpe.- Disse com as suas órbitas verdes olhando para o meu rosto.

–Não tem nada a ver com você seu idiota!-Gritei, indo em direção ao banheiro. Ele me segurou pelo braço.

–Me solta.-Grunhi, e antes que ele pudesse falar alguma coisa me soltei e bati a porta do banheiro na cara dele.

Sequei as lágrimas com os pulsos. Tomei um banho relaxante e coloquei uma roupa fresca(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=112001846&.locale=pt-br) e prendi o cabelo em um coque alto.

Fui para sala. Me sentei ao lado de August, que estava vendo um filme de ação qualquer.

–Aonde vamos almoçar?-Me virei para trás, encarando o meu tio pegando as chaves do carro.

–No Lagoon.

–Quê?-Perguntei baixinho para o Gus.

–É o restaurante mais chique e caro de Manhattan.-Disse hipnotizado pelo filme.

–Ótimo! Tenho que ter classe para comer!-Bufei.

–Não precisa ter, no seu caso é só fingir.

Pulei em cima dele e comecei a arranhá-lo.

–Para! Aiaiaiai! Porra! Para Sandlers! Ai! Para!

–Marti larga o Gus e vamos logo.-Interviu o meu tio.

Larguei ele e continuei fuzilando-o com os olhos. Pela primeira vez fomos todos no mesmo carro, e como é de se esperar rolou briga pelo lugar da frente.

–Porra Sandlers vai continuar com essa briguinha! Eu vou sentar na frente e ponto!

–Vai sonhando priminho! Qual é o problema de eu me sentar na frente? Vai cair o seu cu por isso?

–Deixa de ser infantil!

–Vamos resolver isso como dois adolescentes maduros: Par ou ímpar?

–Ímpar.

–Par.

–Já!-Dissemos em uníssono.

–7 é ímpar, ganhei!-Disse com um sorrisinho convencido, abrindo a porta da frente.

–Vamos logo! Vamos nos atrasar e perder a reserva!-Falou o meu tio impaciente.

Aproveitei que Gus estava distraído enquanto se gabava da vitória no par ou ímpar, e joguei entre ele e a porta do carro me sentando no banco da frente e colocando o cinto.

–Rá!Agora 7 é número par!

–Vai se foder!-Bufou vermelho de raiva.-Eu que ganhei o par ou ímpar! Isso não é justo!- Choramingou enquanto abria a porta de trás.

(...)

O restaurante era chiquérrimo, abarrotado daquela gentinha de nariz empinado. Chegamos, sentamos e pedimos a comida, tudo até agora sem trocarmos uma palavra sequer com o outro.

A comida chegou, o silêncio ainda reinava entre nós, então tio Richard fez a pior coisa que ele poderia fazer naquelas condições: Abrir a boca e quebrar o bendito silêncio.

–Então, eu os convoquei aqui por dois motivos: O primeiro é que eu estava com preguiça de cozinhar o meu delicioso macarrão instantâneo, modéstia parte...

–Para com esses rodeios, te conheço. Qual é a notícia ruim?-Gus o interrompeu.

Ele calmamente limpou a boca com o guardanapo e fez uma pausa antes de falar, pude sentir Gus revirando os olhos ao meu lado.

–Vou ter que ir à uma conferência em Los Angeles amanhã, vou ficar por lá durante uma semana, e se vocês não estivessem de castigo eu até os levaria comigo, mas vocês estão, então vocês vão ter que ficar sozinhos, trancados em casa e juntos durante uma semana, e por favor não explodam a casa.

–Puta que pariu!!! Uma semana preso com essa peste!!! Tudo por culpa dessa monstrinha!!!!! Argh! Por que você a aceitou na nossa casa?!! Você deve me odiar!!!

–Porra!! Eu vou perder a chance de ver lindos Californianos pra ficar presa com a pessoa mais babaca do universo!!! Catar merda de cavalo é melhor que aturar esse idiota!!

–-----------------------------------------------------------------------

Voltamos para casa putos, não trocamos uma palavra desde o almoço. Richard, assim que chegou arrumou as malas, ele sairia cedo amanhã.

Aquela noite se resumiu em: Roubar comida, brigar com August toda vez que nos esbarrávamos no corredor, resmungar e ficar trancada no quarto. Mas dessa vez eu estava com raiva suficiente para tocar o meu violão.

Só que ao contrário de August eu não tocava muito bem, só sabia sete músicas, pois abandonei logo no início as aulas de violão, então o meu repertório não era muito extenso. Acabou que eu voltei a encarar a luminária até cair no sono.

–-----------------------------------------------------------------------

Meu tio saiu bem cedinho, mas dessa vez resolvi sair da caverna de manhã e assistir um pouco de tv. August acordou um pouco mais tarde do que eu, saindo do quarto direto para cozinha e da cozinha se jogando em cima do sofá caindo em cima de mim e me esmagando.

–Saí de cima de mim seu otário!- Gritei estapeando-o, enquanto ele revirava os olhos.

–Como ficou a tatuagem?

–Não sei. Tirei o plástico no mesmo dia.-Respondi sem prestar muita atenção nele.

–Quem vai preparar o almoço hoje?

–Você, é claro! Você é o lacaio.

–Então vamos almoçar um sanduíche.

–Contando que me alimente não tem problema.

Levantei do sofá, peguei a minha necessaire e fui tomar banho e coloquei uma roupa velha e pela primeira vez usei uma sapatilha (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=112008911&.locale=pt-br).

Voltei para a cozinha e me sentei na bancada, observando o meu lacaio preparar o meu sanduíche.

–Coloca creem cheese?

–Fala a palavrinha mágica.

–Vai à merda.

Depois que almocei voltei para a minha caverna, e resolvi atualizar as minhas redes sociais e tirar uma soneca durante a tarde. Não sei por quanto tempo eu dormi exatamente.

Senti alguma coisa fazendo cócegas no meu nariz, passei a mão achando que era um infeliz de um mosquito me perturbando, o problema é que essa cócega continuou, a segunda eu ignorei, mas na terceira eu tinha certeza de que era o filha da puta do Gus me pregando uma peça.

–August seu filho da puta!!-Gritei.

Me sentei na cama e fui caçar o meu chinelo para tacar na cara daquele puto, quando caiu uma gota d'água no meu braço.

Nesse exato momento Gus abriu a porta do meu quarto.

–O que você quer desgraça?...Ai meu Deus!!

O meu quarto estava todo ALAGADO. O que me fazia cócegas eram gotas caindo do teto, que estava negro de infiltração. Gus ligou para Richard falando a infiltração.

–Marti, temos um problema. Meu pai falou com o um carinha do conserto e ele só vai poder vir amanhã, ou seja, esta noite você vai ter que dormir no meu quarto.

–Tá. De. Sacanagem.

–É o apocalipse.

–Fodeu.

~fim~


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que vocês tenham gostado.
Exijo reviws rsrsrs.
kisses
sarut, bye
Boni
P.S: Desculpe-me pelos erros de português, não revisei o capítulo.



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