Never Let Me Go escrita por Strangers in Paradise


Capítulo 41
Capítulo 41. Cicatrizes.


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO ENORMEEEEEEEEEEEE
Primeiro de tudo: eu amo vocês.
Segundo de tudo: jaja vou responder os reviews.
Terceiro de tudo: A DOENÇA DA PIPER É MINHA INVENÇÃO. NÃO SEI SE É VERDADE OU SE EXISTE OQ ELA TEM MAS APRENCÍPIO FUI EU QUEM INVENTEI NÃO VENHAM PERGUNTAR PRA PROFESSOR DE BIO OU DE CIENCIAS SE ISSO EXISTE PELA MOR
Quarto de tudo: Sdds de vocês.
Quinto de tudo: PRÓXIMOS CAPS PODE HAVER PIPER E NICO.
Sexto de tudo: Vai ter Pecabeth no próximo cap.
Sétimo de tudo: acho que é só.
Amo vocês Ruffles.



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POV. Strangers In Paradise

– Foi uma das piores coisas que eu já tive que fazer, Angel. - Apollo olha para a caixa á sua frente e suspira. Piper não conseguia sair de sua mente. A cena dele na frente da garota, contando sobre sua doença... - Eu sinto tanto por ela.

– Foi melhor ela saber, Apollo. - Angélica, sua noiva, pegou em sua mão e apertou-a forte. Ela não sabia como consolá-lo. - Ela é uma lutadora. Saberá conviver com isso e fará o melhor para viver esse tempo determinado.

– Dois anos, Angélica. Só dois anos de vida. - Apollo estava inconformado. Quem poderia suportar saber dessa terrível notícia? - Quem consegue viver sabendo que possivelmente poderá morrer na próxima gripe? Eu sei que ela é forte, mas ela ainda tem Jason e o pai e...

Angélica sabia como ele se sentia. Sabia que sempre era uma tarefa difícil um médico contar ao paciente a terrível notícia. E era particularmente difícil para Apollo dizer isso para a sua melhor aluna. Piper sempre fora a pessoa que mais se esforçava em suas aulas, e sempre demonstrara um brilho na medicina. Apollo não conseguia aceitar que ela iria morrer jovem. Ele não conseguia aceitar que ela iria morrer desse jeito.

Angélica beija seu ombro e se escora em seu corpo.

– Vai dar tudo certo, amor. - ele olha ao redor pegando nas mãos de sua noiva em sua cintura. As caixas lotando a sala de estar do apartamento. Eles ainda tinham que desempacotar muita coisa no apartamento que eles iriam dividir. - Vai dar tudo certo.

Angélica não sabia se iria dar tudo certo. Ela só queria passar essa confiança á ele. Ela só queria que ele se sentisse melhor. Vê-lo assim, partia seu coração.

POV. Annabeth Chase

O tráfico da cidade era intenso, e vários carros buzinaram quando Argos estacionou na frente de um prédio de três andares na avenida movimentada. Quando saímos do carro, o ar gelado cortou minhas orelhas e meu rosto como se eu estivesse sendo pinicada por pequenas agulhas de gelo. Meu nariz estava irritado e vermelho enquanto eu olhava para os lados, esperando Nico ficar ao meu lado. Muitas pessoas caminhavam ao nosso redor, mas nenhuma realmente parecia se importar em ver dois adolescentes carregando mochilas grandes no meio da calçada em uma tarde fria de Londres. Quando Argos deu a partida, recebendo mais uma buzinada de diversos carros, Nico ficou do meu lado e retirou as chaves do bolso do jeans preto, ajeitando a bolsa preta grande de combate no ombro direito.

– Vamos nos divertir, Chase.

Um arrepio sobe pela minha espinha enquanto o seguia para a lateral do prédio. Não havia placas nas paredes e em lugar nenhum, só janelas com pequenas sacadas que se ligavam e formavam a escada de incêndio. Não havia nada além dessas janelas e a cor cinza desbotada nas paredes. Nico havia dito no carro que o treinamento seria intenso, sem intervalos, e que seria do nascer do sol até tarde da noite. Só teríamos dois dias de treino. Ele disse que queria fazer valer á pena.

Eu o sigo pela multidão até que ele para na frente de uma porta pequena e bem escondida pelas latas grandes latas de lixo ao seu lado. O cheiro fez meu estômago revirar e eu vi dois gatos cheirando um saco de lixo. Nico destranca a porta e entra rapidamente, pegando a chave novamente em um movimento ágil. Eu olho para os dois lados da rua, vendo o congestionamento das pessoas, carros e neve. Olho para frente e entro, sem saber o quê esperar. Eu não sabia do quê esperar do treinamento, ou de Nico também. E isso me deixava irritada. Sempre gostei de saber das coisas antes delas acontecerem. Eu estava, de certa forma, nervosa, ansiosa e com medo. Mas eu tinha que confiar em Poseidon. Zeus não teria mandado eu e Thalía para a Force Academy sem confiar nele.

Respirei fundo.

Entramos em um corredor escuro e fedido. Estava quente e úmido. Meu nariz coça com o cheiro estranho que vinha das paredes e meus ouvidos tem um chiado agudo baixo. Eu sabia que Nico estava na minha pois ele estava assobiando distraidamente o quê parecia ser uma música do Green Day. Seu humor tinha melhorado com o resto da viajem. Tomara que nos treinamentos ele esteja com esse bom humor. Ele para de repente, e eu sem querer, encosto meu corpo no do dele, e eu sei que ele me olhou pois tinha parado de assobiar.

– Cuidado por onde coloca seu pé. - ele fala e o som de uma porta sendo aberta ecoa pelo corredor escuro. Nico pega meu braço indicando o caminho e fecha a porta em seguida. O cheiro de poeira parece pinicar o meu pulmão e minhas mãos coçam com o ar úmido do lugar. Tudo quê vejo, além das costas de Nico, é luz. Uma luz forte. Meus olhos doem com a claridade, e Nico suspira. - Bem vinda ao meu lar, Annabeth.

Fico do seu lado e vejo então. Era muito mais iluminada do que a Force e a Deadly. Havia enormes janelas de vidro e de barras de ferro por dentro que iluminavam toda a sala só com a claridade do dia de neve. A sala estava toda decorada em vermelho, branco e preto. Estávamos no primeiro andar dos três, e este era da luta livre, ou, pelo menos, pensei que fosse. Sacos de areia pretos de diversos pesos e tamanho estavam presos no teto no canto da sala assim como em pedestais pregados no chão., em uma distância perfeita um do outro. No outro canto da sala havia uma pequena arena, mas de tamanho oficial para uma luta. Havia também, outros equipamentos para a ajuda da luta livre e para aquecimentos, o chão todo tinha tatames vermelhos. No centro da sala, estava vazio, um espaço livre para campeonatos, aquecimentos, e tantas outras coisas que poderiam se fazer.

Era uma academia pequena, mas perfeita para o nosso treinamento.

De repente, sinto uma rajada de ar quente me envolver assim como o som de um gerador sendo ligado. Me arrepio levemente enquanto o ar quente e novo beija meu rosto. As luzes no teto se acenderam, e pude ver melhor agora do quê antes, como a sala toda estava coberta em poeira. Nico volta sem as mochilas nas costas e cruza os braços, analisando o lugar. O chão estava imundo.

– É uma pena que o dono desta academia manteve-a fora dos negócios por mais de dez anos. - Ele olha em volta, seus olhos negros brilhando. Ele tinha disso que este lugar era a casa dele... - É claro que ás vezes aparece alguém para alugar esse lugar, mas tirando também as minhas poucas visitas ao ano aqui, fica totalmente abandonado.

Eu decido não falar nada. Ele estava tão conectado com qualquer coisa que estava acontecendo dentro dele que eu decidi não interromper. Seus olhos vagavam pela sala com admiração e um certo brilho. Eu olho novamente para o local, sentindo um pouco de pena. Tentei imaginar alguém treinando aqui, mas o local em si era solitário, depressivo. E eu não gostei disso.

– Coloca a sua mochila perto da minha ali, e venha comigo. - Nico me retirou dos meus pensamentos e recurou, retirando seu moletom. Eu também estava com calor agora. - Quero que conheça um pouco do lugar antes de começarmos.

Eu assinto e coloco minha mochila do lado da sua, e retiro meu moletom. Eu estava com uma blusa preta simples, levemente justa da Deadly. As letras em branco DEADLY FIGHTS ACADEMY. Minha calça de combate preta estava empoeirada assim como meu tênis de corrida por causa deste lugar. Nico estava com uma regata branca e uma calça jeans preta, e um tênis parecido com o meu. Amarro meu cabelo novamente no coque e ele começa a subir para as escadas de metal larga do nosso lado. Não pego no corrimão pois estava com tantas camadas de poeiram assim como os degraus, que eu duvidei que um pano úmido ajudariam a limpar.

– A academia foi construída em 1987, mas foi reformada em 2000. Ela já teve o nome de Golden Eagle, mas o atual dono dela mudou o nome para Foxcather, quando o time de luta livre perdeu em todas as categorias que foram selecionados nas Olimpíadas. - Nico fala, subindo devagar ao meu lado, nossos corpos levemente se encostando. - O primeiro piso, é de luta livre. O segundo, é de artes marciais.

Nico indica com o olhar para frente e paramos no andar das artes marciais. Tatames de cores brancas cobriam o chão, era como se eu visse neve ali. Também estava sendo iluminado pelas enormes janelas com grades pretas, e haviam estantes nas paredes e no meio da sala, contendo armas de corte, katanas, espadas, adagas, socadores, lanças, luvas... Eu fiquei maravilhada com tantas armas e objetos de lutas naquela sala. Dou um passo observando tudo, maravilhada.

– Kung Fu, Jiu Jitsu, defesa pessoal, karatê, taekwondo, esgrima, luta com armas de corte, entre todas outras modalidades que se pode ter nesse salão. - Nico fala admirado. Era como se ele tivesse voltado á um mundo só dele. Permaneço calada. - Esse sempre foi o lugar que eu mais gostei para limpar a minha mente. Meu pai costumava me mandar pra cá para poder ficar perto da Force, da minha irmã e da minha tia. Mas ela morreu e então, Bianca foi para a Force e eu fiquei com o trabalho definitivo de mensageiro.

– Isso foi há quanto tempo? - ouso perguntar, e ele me olha, com aqueles olhos negros brilhosos. Eram tão profundos. Era como se eu estivesse caindo em um buraco negro. Porque ele estava contando tudo aquilo para mim?

– Isso foi há doze anos atrás. Quando eu só tinha sete anos. - ele olha para baixo, e eu sei que ele está olhando para onde estava a cicatriz branca em linha reta logo acima do cotovelo. Nico tinha 19 anos. Tento me distrair. Eu olho para frente, tentando não ficar desconfortável com a sua avaliação em mim. - Eu comecei meu treinamento desde criança. Meu pai conta que quando eu tinha cinco anos, já sabia jogar uma faca no meio de um alvo. Era verdade. Tenho a gravação no meu computador.

Eu continuo olhando para frente e prendo a respiração discretamente quando sinto que Nico passa o dedo na cicatriz. Eu continuo encarando o nada, tentando não sentir nada.

– Foi uma luta bem feia que você teve essa cicatriz. - ele se afasta e começa a caminhar em torno da escada, para ir para o próximo e último lance. Eu ainda consigo sentir o calor do seu dedo em cima da minha cicatriz. - Eu vi. Você podia tê-lo matado. O Nakamura. Mas não matou. - ele faz uma pausa, como se ainda estivesse se perguntando algo que não sabia a resposta. - Porque?

– Tem coisas piores do quê a morte. E Ethan merecia cada uma delas.

Um milhão de memórias me atormentou naquele momento. Lembrei do dia em que estava eu e Ethan Nakamura no campeonato de luta na Deadly Fights Academy. Lembrei do modo como ele tinha quebrado meu braço, e de como depois, eu tinha feito uma chave em seu pescoço, sufocando-o até ele ficar inconsciente. Quíron não tinha me mandado parar. Eu continuei até quando vi que seus olhos começaram a girar em suas órbitas. Eu não tive pena. Não senti nada. Só adrenalina no meu sangue. E eu não podia parar. Não sem a ordem de Quíron.

Era só um teste. Só mais um teste.

– Ethan ainda diz nos registros que o seu golpe foi ilegal. - Nico meio que bufa e ri quando fala a palavra, como se Ethan estivesse se expressando de maneira infantil. - Que você devia ter sido expulsa pela chave de braço. - ele fala enquanto sigo ao seu lado. Sim. Era para eu ter sido expulsa. Mas tinha sido um teste.

– Foi tudo um teste. Aquela competição toda. Aquele campeonato todo. - digo, subindo um degrau depois do outro. O cheiro de pó e de mofo dominavam o local. Seu braço encosta no meu. - Eles queriam saber até quando um aluno estaria disposto a ir. A matar. A ganhar. Comigo não foi diferente. Quíron não tinha pedido nem mandado eu parar. Ele esperou. Ele tinha que esperar. Ver até onde eu conseguia ir. - respiro levemente, com minha cabeça começando a doer com as memórias. - Era só um teste. Eu quase matei Ethan. Eu devia ter sido expulsa. Mas Zeus gostou do meu golpe. Ele me manteve porque gostou de eu ter tido esse ato de matar. Ele me manteve porque gostou do meu instinto assassino. Ele me manteve porque eu obedeci Quíron.

Nico escutava atentamente. Era claro que ele sabia de tudo isso. Mas eu queria tirar esse peso dos meus braços. Era impossível esconder a amargura, a perda, e o desejo de vingança em minha voz.

– Foi por causa daquele golpe que ele matou Rachel. Foi por vingança.

De pé, pálida como a lua e imóvel como uma estátua, com olhos verdes assustados e estampados com puro terror, estava Rachel Elizabeth Dare, segurando entre suas mãos trêmulas, uma flecha que pingava gotas de um líquido vermelho. Gotas de seu próprio sangue.

– Eu conheci Rachel em uma visita na Deadly. - ele confessa e eu olho-o surpresa. Ele esteve na Deadly e eu nunca o vi. E agora ele conhecia Rach? A minha Rach? - Ela foi doce. Gentil. Eu estava ferido na enfermaria um dos idiotas da academia me empurrou da escada pelas costas e eu torci meu tornozelo. Ela tinha ido pegar um remédio para cólica. - ele sorri enquanto lembra. Eu quase conseguia vê-la. Seus cabelos ruivos, seu sorriso grande, as sardas em seu rosto, os olhos verdes brilhantes, cheios de vida, alegria, e estampados com um fogo acolhedor. Podia imaginá-la usando uma camisa grande demais com respingos de tinta de todas as coras, e uma leggui preta curta que aparecia suas canelas depois do All Star branco surrado. - Ela cuidou de mim. Foi aí que conheci sobre você.

Nós dois tínhamos parado na escada. Eu fiquei pálida.

Rach?

– Ela falou sobre mim? - eu tentei parecer calma. Ele sabia que eu não estava bem. Ele sabia como ela ainda me afetava. De alguma forma, ele devia saber.

– Eu quem perguntei na verdade. - ele olha diretamente em meus olhos, quase sem piscar. Eu não sinto o calor subindo pelas minhas bochechas, eu só sinto frio. Frio dentro de mim. Frio fora de mim. Rachel... - Ela estava com dois remédios de cólica naquela noite. Eu perguntei para quem era o segundo enquanto ela cuidava do meu tornozelo. Ela respondeu que era para você. Ela sabia que eu não te conhecia. Mas passei á conhecer no dia seguinte. E depois. E foi indo. Não tive interesse particular em você. Sabia quem você era. A órfã que era a favorita de Quíron. Mas somente isso. Sabia que você era popular na Deadly.

– Há quanto tempo foi isso? - pergunto fraco e ele se move, ficando de costas para mim. Ele avança para os últimos degraus, e eu quase paro, minhas pernas duras e meu estômago embrulhado.

– Faz três anos.

Ele subiu os degraus indiferente e eu me obriguei a mover meus pés. Eu não podia me perder em sentimentos. Não agora, pelo menos.

O terceiro e último andar da academia era sobre armas de fogo. Exatamente, quase todos os tipos de armas e arcos estavam ali, em pares, pendurados nas paredes e em estantes. Não tinha tatames, o chão era revestido com um material que eu não sabia descrever, e também não sabia o nome. Não era concreto, só sei que não era tinta por cima e não era lajotas no piso, teto e paredes. Era de uma espessura grossa, prova de balas, e á prova de som de cor meio bege. As janelas estavam com vidros especiais também. Tudo que acontecesse ali dentro, não poderia ser vistou ou ouvido do lado de fora.

Nico se aproximou da armazenagem de balas, e eu vi que ele as analisava. Elas estavam sem poeira. Alguém tinha usado-as a pouco tempo. Franzi o cenho.

– Não sabia que tinha alguém aqui antes de nós. - fala pensativo e eu vou me aproximando. - Faz pelo menos, umas seis semanas que alguém esteve aqui também de acordo com o dono. Não há digitais. Mas definitivamente, alguém esteve aqui.

– Muita coisa pode se acontecer em seis semanas. - comento, olhando ao redor. Tiros ao alvo esperando para serem atirados, armas, e mais balas. Manequins estavam empilhados em um canto da sala. Tudo cheio de pó, menos as balas e armas. - Podem ter alugado para treinar. A Polícia já usou a Deadly para praticar um dia.

– Não existe praticar nessa academia. - Nico assopra uma bala e o pouco pó se vai como uma leve brisa pela sala. - Só existe treinar. E treinar somente. - ele guarda a bala e sorri de lado para mim. - Então Chase, quer começar por qual sala?

POV. Strangers In Paradise

Thalía caiu no chão e tossiu, uma linha de sangue caindo pelo lado esquerdo de seu rosto saindo de seu cabelo preto, e Ares riu com gosto ao ver a filha de Zeus se levantar com uma fúria em seus olhos. Os alunos estavam sérios e tensos. Mais um minuto e logo a luta estaria acabada. Três minutos cada aluno. Três minutos com Ares. Três minutos.

– Vamos, Thalía. Seu pai deve ter ensinado melhores golpes do que esse. - provocou-a e Thalía queria parti-lo ao meio. Não importava se Ares foi ex-general de guerra antes de entrar na force há vinte anos atrás. Não importava se agora ele era seu professor. A raiva que Thalía sentia dentro dela era tão grande que estava quase deixando-a cega, sem deixar espaço para a razão. Ela só queria atacar.

Mirou no joelho e chutou o mesmo. Ares bloqueou o ataque e segurou em seu tornozelo. Thalía, com esforço e precisão, puxou sua perna, trazendo Ares para perto e teve um segundo onde, se errasse o golpe, Ares poderia quebrar seu tornozelo e sua perna inteira. Ela, depois de ter puxado sua perna, usou os braços de Ares para segurá-la, e com um giro de seu corpo, chutou-o com a outro perna em seu rosto. Thalía caiu de barriga e escorada em seus braços na parte do rádio e da ulna. Seu tornozelo doeu com a queda assim como os seus joelhos com o impacto. Mas o golpe foi bem executado. Ares estava de joelhos, com a mão esquerda na sua mandíbula. Thalía sentiu uma onde de satisfação e orgulho ao ver os olhos do professor brilharem de raiva. Ela havia conseguido atingir o professor. O sangue escorreu em uma linha fina do lábio inferior. Ares engoliu o sangue.

– Próximo.

Thalía saiu do tatame vermelho em direção aos alunos sem olhar para trás. Eles olhavam-na com certa admiração e medo enquanto ela passava. Ares estava fuzilando-a com o olhar. Os alunos da Force sabiam daquele golpe. Mas ninguém fora louco, insano ou burro o suficiente de tentar fazê-lo em Ares. Qualquer um que gostasse da própria vida não iria se arriscar tanto. Ela foi louca, insana e talvez burra de ter tentado. Mas ela ganhou a luta. O professor não tinha dito isso. Mas dentro dela, ela sabia que tinha ganhado.

De repente, sentindo o gosto de sangue que escorria da sua cabeça, uma mão puxou o seu braço levemente. Ela olhou e viu um garoto com olhos azuis claros como o dia e cabelos loiros. Thalía sentiu um arrepio subir pela sua espinha ao ver a cicatriz branca no lábio de Jason. Era tão parecida com a do seu irmão...

– Vem. Vou cuidar do machucado. - ela deixou Jason ver o machucado, que puxou delicadamente o cabelo preto com mechas azuis rebeldes.

Não. Não podia ser seu irmão. Ele tinha morrido no incêndio.

Ele a puxou para se sentar na mesa que haviam preparado para os primeiros socorros. Reyna estava cuidando da próxima luta. Thalía se sentou na cadeira e Jason pegou o álcool e a gaze. Vai doer, ele disse. Thalía assentiu e Jason puxou seu cabelo para cima, passando a gaze com um pouco de álcool na área que sangrava. Thalía sentiu como se tivesse sendo queimada. Ela fechou o punho e as unhas torturaram a palpa da sua mão, mas ela não gemeu de dor. Jason viu, depois que o local foi limpo que um corte bem feio estava exposto.

Thalía fechou os olhos quando ouviu um bac e um grito de dor do aluno que estava lutando com Ares.

– Terei que te levar para Apollo. Precisa ser feito pontos. - Jason sussurrou e entregou-a uma gaze seca para pressionar contra o ferimento. Ele se encolheu e olhou com dó para o garoto ruivo que Ares estava enfrentando.

– Poseidon permite que ele mate os alunos torturando-os daquele jeito? - perguntou Thalía enquanto eles desciam as escadas, quebrando o gelo que estava entre os dois. - Zeus não era louco de deixar um ex-general fazer o quê quiser com os alunos como Poseidon deixa Ares fazer.

– A relação de Ares e os alunos já foi discutida com Poseidon, Thalía. - Jason fala, olhando para os degraus. - Tudo o quê acontece agora entre Ares e os alunos é porque Poseidon aprova.

Meu pai nunca teria permitido isso, pensou Thalía. Pelo menos, ele não era louco o suficiente para aceitar isso. Ele teria juízo em ver que estava fazendo mal aos seus alunos.

– Vá. -Jason mandou-a, já dando as costas para a punk e indo em direção ás escadas. - Apollo vai te atender.

Thalía ao entrar na enfermaria, viu que não era Apollo que estava na mesa no final da sala.

Era Paul.

Com os olhos verdes musgos focados nos seus, como se ele desejasse agarrá-la e fugir da sala. E com um sorriso quase psicopata, ele se sentou ereto e disse numa voz baixa, que deu arrepios em Thalía.

– Srta. Grace, á que devo a honra de sua companhia hoje?

O estômago da punk se revirou.

[...]

Era um entardecer frio em Londres. Poucas pessoas estavam caminhando nas ruas cobertas de neves. Annabeth estava sentada na cadeira que estava colocada perto da janela. Ela observava silenciosamente as pessoas, os carros, e a neve. Tudo era uma combinação de luzes e branco. Annabeth gostou dessa combinação. Ela abriu mais a janela do pequeno quarto, sentindo o ar do inverno abraçá-la, e se sentou no parapeito da janela, começando a desenhar em seu bloco de notas. Desenhou exatamente o quê via. O contorno da janela, a neve, as luzes e as pessoas. Tentou desenhar o céu e o jogo de cores do por do sol com o preto com o brilho das estrelas.

Depois de um tempo, Annabeth ouviu o som do chuveiro sendo desligado e olhou parar trás. Nico estava saindo do banho. Ela guardou o bloco rapidamente dentro da mochila assim como a caneta. Fechou as janelas e fez o aquecedor ficar mais quente. Logo o quarto estava quente novamente.

Annabeth levantou-se e começou a dobrar a roupa que estava usando mais cedo, quando Nico saiu só de toalha do banheiro.

– Da próxima vez, tente mirar em outro lugar senão meu queixo. - ele queixou-se, mostrando o pequeno hematoma que estava se formando na mandíbula. - Já é a segunda vez que você o chuta nesses últimos dias.

Annabeth desviou o olhar. Ela sorriu levemente. - Prometo que vou mudar. - disse, mas na verdade, ela desviou o olhar porque Nico estava seduzindo-a. Ele estava só de toalha, com o cabelo bagunçado molhado, e agora estava com algumas gotas escorrendo pelo seu abdômen. Annabeth percebeu que a pele de Nico tinha muitas cicatrizes, parecidas com as dela em todo seu corpo. Mas não podia negar que Nico era gostoso e quente.

Nico pegou uma calça jeans e foi para dentro do banheiro, mas deixando a porta aberta.

– Se arrume para o frio, vamos sair do quarto para jantar numa lanchonete aqui perto. - Nico falou do banheiro e Annabeth estava prendendo seu cabelo. O motel que estavam hospedados era pequeno, tinha um banheiro, um frigo bar, uma cama de casal e um aquecedor. Sim. Cama de casal. Os dois iriam dormir juntos já que não havia sofá e o motel já tinha disponibilizado todas as cobertas que podiam fornecer. Isso não a incomodava. Só incomodava saber que teria que dividir a cama com um homem como Nico.

Annabeth, ao prender o cabelo, sentiu suas costas doíam ao fazer tal ato, assim como seus braços. Mas ela sabia que pela manhã, a dor já teria passado. Ela sempre passa. Tanto a emocional quanto a física.

FLASHBACK ON

– Mais rápido! Mais rápido! MAIS RÁPIDO! - Nico gritava enquanto Annabeth batia entre os combos que Nico havia passado-a. Chute, chute, soco, soco, chute e depois soco. Rapidamente, sem pausa. - MAIS RÁPIDO CHASE!

O suor escorria pelo seu rosto e por todo seu corpo. Suas pernas latejavam, seus braços pediam para serem abaixados e seu abdômen doía nas costelas. Seus pés pinicavam contra o tatame duro, e seu cabelo estava solto. Mas ela não parou. Não podia. Ela se obrigou a ir até o limite. Nico ficou impressionado no final, enquanto Annabeth bebia ferozmente uma garrafa de dois litros inteira quase. Ela respirava ofegante, e ele conseguia ouvir seu coração batendo acelerado.

FLASHBACK OFF

Annabeth havia escolhido o primeiro nível. Ele não teve dó dela. Eles lutaram quase todas as lutas, e Nico ensinou-a a jogar capoeira. Sim. Essa foi, de todas as lutas, a mais leve e divertida. Annabeth sem querer tinha pisado na mão de Nico, chutado seu abdômen, e quando foi dar a estrelinha, fez Nico cair de costas no tatame pois ele tinha tentado desviar das pernas da garota.

Durante todas as lutas, era como se fosse uma dança entre os dois. Se um atacava, um defendia e recuava. Eram um conjunto de movimentos sincronizados. E se havia erros, um dos dois saia vermelho e dolorido. E de novo, começava o treinamento. Ia, voltava. Ia, voltava. Sempre em sincronia.

Annabeth ajeitou seu moletom que tinha as letras GAP brancas em contraste do moletom preto. Ela usava uma calça jeans com meias grossas por cima do All Star de couro surrado. Ela estava aquecida, mas sabia que o inverno de Londres era rigoroso. Colocou as mãos dentro do bolso canguru e se sentou na cama.

Nico saiu do banheiro exatamente quando ela suspirou por causa de seus músculos doloridos, mas se arrependeu ao retirar todo o ar de seu pulmão.

O garoto estava com uma calça preta jeans, vans pretos e sem blusa. Ele a desdobrava enquanto Annabeth não conseguia retirar os olhos de seu corpo. A cueca box vermelha aparecia por cima da calça, mas somente o cós. A loira deu uma boa secada no abdômen do moreno, mas ficou intrigada com todas as cicatrizes que ele possuía. Eram tortas, irregulares e grandes. Como se ele tivesse sido arranhado com a ponta de uma faca ou algo afiado. Annabeth estremeceu com a ideia e desviou o olhar. Nico sabia que ela estava vendo-o. E se sentiu tenso por causa disso.

– Vamos? - ele pegou as chaves assim como o casaco preto de frio. Annabeth conseguiu perceber que o sotaque britânico de Nico era mais forte do que dos alunos da Force. Ele parecia estar recuperando o sotaque que não tinha quando se conheciam, por causa das conversas com a recepcionista e garçons. Eles haviam almoçado com a comida de um pub que tinha perto da academia. Nico havia ligado pedindo o almoço e depois foi correndo pegar. Annabeth teve em torno de dez minutos para tomar uma ducha nos chuveiros da academia pequena e se ajeitar para o almoço, onde comeram estrogonofe de carne com arroz e salada em cima da bancada da recepcionista do primeiro andar, em silêncio.

– Vamos. - Annabeth passou por Nico, olhando antes da porta se fechar, o bloco de notas que aparecia levemente dentro da mochila.

[...]

– Somente dois anos de vida?

– Sim. O tempo estimado é de dois anos.

Jason estava cansado enquanto comia seu iogurte, mesmo estando sem apetite. Falar da doença de Piper para Reyna o deixava mais triste e enojado. Tudo bem que Reyna era sua parceira, sua Supervisora de braço direito mas... Falar disso para ela, mesmo sendo parte de seu trabalho, não parecia certo.

Reyna estava sentada ao seu lado tomando café, com o seu estômago embrulhado. Ela ficou de certa maneira, feliz e triste ao saber da notícia.

– Nunca ouvi sobre essa doença, Jason.

– Apollo disse que essa doença é rara, e é genética. - fala, e se escora na mesa, não suportando lembrar que sua namorada vai morrer. Ele não aceitava. - Dois anos de vida no máximo, isso se ela ficar saudável e sem acidentes como o quê teve anteriormente.

Reyna dá mais um gole no seu café amargo. Era só isso que ela sentia. Amargo.

– E como você está sobre isso? - perguntou, não se contendo. Tentou disfarçar a raiva e a tristeza desviando o olhar e falando baixo. Mas Jason, conhecendo-a desdo momento que entrou na Force, sabia que algo estava errado.

– O quê quer dizer, Reyna? - sua voz foi cautelosa. Ele sabia que estava mexendo com fogo quando se tratava de Reyna.

A garota sentou-se mais ereta. Seu olhar levemente ameaçador e... brilhoso de uma forma quase louca.

– Qual é, Jason. - ela fala, mexendo no braço da xícara fumegante. - Realmente acha que ninguém desconfia do seu relacionamento com a McLean? Acha que eu não sei do seu namoro com ela?

– Explique-se, Supervisora. - Jason estava com raiva agora. Seu sangue estava quente, e seu coração parecia uma pequena bomba no seu peito. Reyna estreitou seus olhos. A raiva consumia ela também. Porque tinha que ser Piper, e não? Ela, que sempre esteve ao seu lado, fora trocada por uma filha mimada e vaidosa de um ator famoso de Hollywood.

– Faz parte do meu trabalho, querido, saber de todos os namoros e relacionamentos da Force Academy para relatar ao diretor. - ela para de batucar o braço da xícara, seu estômago revirando, sua boca, amarga por causa do gosto do café forte. - E isso inclui o seu, Jason.

– Meus relacionamentos não te interessam, Reyna. - Jason ficou bravo. A raiva subindo a sua cabeça. Como Reyna podia ser assim? - Não é da sua conta o quê eu faço e deixo de fazer; especialmente com quem eu me relaciono.

– Ah, eu entendo. - Reyna sente o gosto de seu próprio sangue enquanto mordia a bochecha ouvindo as palavras de Jason cortando-a lentamente em seu coração. - Você troca a garota que sempre esteve ao seu lado por uma puta filha de um ator que mal te conhece. Ótima escolha.

– O quê? - Jason fica confuso de verdade. O quê ela estava dizendo.

– Você é um idiota mesmo. - Reyna derruba a caneta e ela se quebra em pedaços no chão. O café derramado na mesa e no chão, fez o nariz de Jason arder. Era muito forte o cheiro. Muito amargo.

– Reyna! - Jason a puxa quando ela se levanta, e ele se levanta junto, pegando em seu braço por cima do casaco roxo que ela vestia. Ele estava confuso. O quê ela estava dizendo?

– Me larga, Jason! Volta para a sua namorada doentinha que ela precisa de você! Vai! - ela puxo o braço mas Jason a puxa, gritando com ela, para ela se acalmar, mas Reyna só se debatia.

E então, de tanto Jason puxá-la para si, Reyna deixou-se ser puxada, e caiu com força no peito do loiro, ficando na ponta de seus pés, e o beijou. Jason, arregalou os olhos quando sentiu os lábios amargos de Reyna nos seus. Soltou seus braços com força e a empurrou. Foi como se uma bomba atômica tivesse sido jogada no coração de Reyna. O choque percorreu todo seu corpo.

Ele a recusou?

– Você é cego, Jason Grace! Idiota, filho da puta e desgraçado! - Reyna soca o peito do garoto, que estava perplexo. Ele tenta pegar seus pulsos, mas ela se afasta depois de empurrar seu peito. Sua face era repleta de amargura, tristeza e raiva. - Eu te amo! Mesmo depois de tantos anos! Eu sempre te amei e você prefere a garota que nunca esteve do seu lado quando você precisou! - Reyna grita. As lágrimas caindo de seus olhos. - Eu te amei Jason. Eu sempre estive do seu lado. E o quê eu ganho em troca?

Reyna deixa um soluço escapar. Jason não conseguiu dizer uma palavra. Mas o silêncio era a resposta que Reyna queria ter para a sua pergunta. Ele não a amava. Nunca amou. Ela o amou, guardou-se para ele, e ele não sentia nada por ela. Nada.

Nada.

Reyna se vira e corre para a porta de vidro. Jason ficou para trás, mas quando gritou o nome da garota, já era tarde demais.

Ela já tinha ido embora.

[...]

A lanchonete era pequena, confortável e quente. Um jogo de futebol americano passava na pequena televisão enquanto a garçonete servia o chocolate quente para Nico e Annabeth. Os dois tinham se sentado no canto mais afastado por pedido de Nico, que parecia tenso. Annabeth sabia que era porque estavam fora da academia, e qualquer coisa poderia acontecer ali. Mas ela estava tranquila. O cansaço impedia-a de se importar com tantas coisas. Agora, ela só queria comer e dormir. Estava tão cansada que só tinha que se manter focada na conversa com Nico para não cochilar.

As bebidas quentes chegaram, e Annabeth deu uma boa olhada ao redor. Haviam poucas pessoas na lanchonete, mas provavelmente esse seria o movimento em uma lanchonete pequena dessas em uma noite fria de novembro. Era terça, não deveria ter tanto movimento.

Nico logo puxou o assunto do treino do dia seguinte. Começaram a discutir as armas que iriam usar. Annabeth não era boa com arco e flecha, já que na Deadly, essa modalidade não era muito exigida, e ela nunca se interessou muito. Nico já havia montado em sua mente, um circuito para Annabeth completar de manhã. Ele já havia quase todo o treinamento montado em sua cabeça. Ele só estava cansado demais agora para rever tudo. Os treinos com Annabeth foram mais intensos do quê ele previa. A garota conseguia manter o ritmo, raramente demonstrava que estava cansada e sempre se forçava a continuar. Ele admirou isso. Mas sabia que agora, ela deveria estar exausta.

– Vai ser de noite. - ele fala, comendo seu sanduíche de presunto, queijo, frango, vegetais, salada e molho especial da casa. - Provavelmente voltaremos antes do jantar, mas Poseidon vai querer conversar conosco.

– Por quê? - perguntou Annabeth, terminando seu pão de queijo. Ela queria algo leve, e a maioria das coisas ali na lanchonete eram fritas, e seu estômago negou inteiramente quando a loira viu as coisas fritas, mas deliciosas no cardápio.

– Relatório como sempre. Ele vai querer saber de cada detalhe. - Nico toma um gole do chocolate quente, se aquecendo enquanto o líquido descia pela sua garganta.

– Por quê Poseidon está tão interessado em mim, e não em Thalía? - Nico parou de mastigar com a pergunta de Annabeth. A garota tomou um gole do seu chocolate quente, seus olhos cinzas encarando os seus, negros. Nico ainda ficava meio bobo quando encarava diretamente o seu olhar. Não que estivesse apaixonado ou nada, mas era de um cinza tão intenso, uma tempestade contida dentro de um único lugar, que era impossível não ficar admirando. Mas esses mesmos olhos lhe causavam certo desconforto. Era como se Annabeth pudesse ler a alma dele, o mais íntimo dele, só com um olhar.

– Ele não quer que os patrocinadores saibam de você e Thalía. - ele dá mais uma mordida no sanduíche. - Não quer a atenção na filha de Zeus por ela ser a filha do cara que é dono de uma agência de aviões e de uma academia como a Deadly. - Nico falava mais baixo, já que algumas pessoas se aproximavam para se sentar perto deles. - Não quer que ela chame a atenção especialmente agora, com os acontecimentos da Deadly. - Annabeth assentiu sabendo do incêndio. Só que a loira não sabia que a academia tinha sindo bombardeada. E que agora, os alunos da Deadly tinham ido para uma outra academia menor, só para a reforma.

Nico continuou, e pelo vidro, viu dois caras altos e loiros, de porte físico trabalhado, e seu olhar ficou levemente frio. Continuou o olhar neles pelo vidro enquanto continuava a falar.

– Ele quer deixar ela fora da jogada, simples. E quer te treinar, porque sabe que você é muito mais qualificada do que Thalía em quase tudo. Desde habilidades mentais, físicas e emocionais. Você sabe controlar muito mais coisa sobre si mesma do que ela. E Poseidon admira isso. Ainda mais agora, que você tem algo com o filho dele.

Annabeth ficou desconfortável quando Nico mencionou Percy. Tentara, a todo custo, não pensar nem lembrar dele ou de Alec ou de Thalía ou Piper durante o dia todo. Mas agora fora impossível de não se lembrar deles. Ela tentou, jurou para si mesma esquecer deles, mas não foi possível. Sua mente sempre trazia os rostos deles quando ela menos esperava.

– Não temos nada. - ela responde cautelosa, e Nico avalia sua expressão. Eles tinham. Os olhos dela brilharam por um segundo. A coluna voltou a ficar ereta depois que ela se recompôs, bebendo um gole do copo quase vazio de chocolate quente.

– Ou, então, eu esteja errado e você tenha algo com Alec Sadler.

Assim que Nico mencionara o loiro, os dois caras que estavam sentados nos bancos altos na frente do balcão de atendimento olharam discretamente para os dois. O mais velho, que tinha cabelos loiros cor de areia, desviou o olhar primeiro, e continuou a encarar o menu a sua frente. O outro mexeu no celular. Os dois calados.

Nico se levantou.

– Vamos? - perguntou lançando um olhar significativo para Annabeth, qual se levantou de prontidão. Nico jogou o dinheiro da conta na mesa e logo a garçonete veio buscá-lo, enquanto os dois iam em direção á porta.

Annabeth teve a estranha sensação de estar sendo observada.

Will Solace tinha pegado a arma que estava do lado do seu bolso e colocado o dedo no gatilho, pronto para retirá-la e dispará-la contra os dois adolescentes. Nico abriu a porta, e saiu antes que o cara pudesse pegar a arma dentro do bolso. O moreno sabia que o loiro não teria coragem de fazer um tiroteio no meio de uma avenida movimentada de Londres. Mas Luke havia encostado no ombro de Will, alertando com o olhar. Não era hora para isso.

Nico sabia que agora, Alec Sadler não era o quê aparentava. Ele estava envolvido em algo.

Luke e Will saíram um pouco depois que Annabeth e Nico.

POV. Annabeth Chase

Meu corpo inteiro reclamou quando troquei de roupa e coloquei o pijama comprido. Era um pijama todo preto, sem estampas, comprido e grosso. Havia ganhado-o na Deadly no inverno passado. Todo o ano, a academia fazia isso, ou pelo menos, costumava: pegar as medidas dos alunos e fazer casacos, calças moletons, blusas ou pijamas. Faziam isso para sempre renovar as peças de roupas e para deixar os alunos iguais, sem ter aquela coisa de ter ou não ter. Você podia escolher mas, eu sempre preferira os moletons, blusas e pijamas e talvez, ás vezes, as calças. Para mim, eram os mais usados e que eu podia usar me sentindo confortável, e sem a diferença de roupas com os outros alunos.

Por anos, chamei a Deadly de lar. Tive Quíron como pai. E mesmo se pudesse admitir, não iria dizer em voz alta que sentia falta do subdiretor barbudo. Quíron sempre esteve ali por mim. Me ensinando, me conselhando, me criando. Mas fora ele quem concordara em me mandar para a Force, sabendo que era o melhor para mim. Mas o quê me magoou, foi que ele não disse adeus.

E eu não sei se voltaria a vê-lo novamente.

Nico sai do banheiro já de pijama e eu fico nervosa. Já estava de cabelos soltos, de dentes escovados e vestida com o pijama, e ele também. E ele também estaria deitado ao meu lado. E ele também dormiria ao meu lado.

Dormir com ele não seria o problema. O que poderia ser problema era que o que poderia acontecer enquanto estivéssemos dormindo. Nico havia colocado uma arma na minha cabeceira e uma debaixo do seu travesseiro por precaução. Eu também tinha visto que o loiro e o mais baixo dos dois, tinha pego a arma. Só que eu não sabia o motivo. Mas Nico talvez sim. Ele só disse para eu ficar preparada caso algo acontecesse.

Assim que Nico se deita, eu quase estava dormindo. Meu corpo inteiro doía, e agradecia pela cama confortável e quente. Antes de realmente dormir, sinto Nico se movimentar, e pelos sons, percebo que ele retirou a camisa cinza do pijama.

Droga.

Eu iria dormir com Nico di Ângelo sem camisa ao meu lado.

Tem certas coisas que não precisamos contar para as pessoas. Piper iria me matar se soubesse. E não quero saber da reação de Thalía quando eu voltar.

Thalía...

Foi a última coisa que pensei antes de uma lembrança transformada em pesadelo me domasse.

POV. Nico di Angelo.

Eu não consegui dormir. Estava cansado, meus olhos doíam assim como todo meu corpo, mas minha mente simplesmente não me deixava dormir. Muita coisa tinha acontecido hoje. Annabeth tinha-se provado ser uma aluna preciosa. Ela era tão habilidosa, tão pura em cada movimento de cada combate, de cada ataque. Eu me pergunto se Quíron foi quem a ensinou tudo o quê ela sabe. Era impressionante. Ela se forçava até o limite de tudo. E se não estava satisfeita, ela se esforçava mais. Dava tudo de si. Fazia tempo que eu não via uma pessoa assim.

Poseidon teria muito do que fazer com ela. Annabeth seria a ponte de ligação entre a Deadly, a Force e Santa Helena. Disso eu sabia, e apostava todas as minhas fichas. Ela era muito valiosa para Poseidon e Zeus. Logo seria para meu pai também. Eu só precisava concertá-la. Ajeitar os pequenos defeitos, transformá-la em uma máquina para uso dos três grandes. Não consigo entender como ela pode ser tão boa no que faz. Talvez, algumas pessoas já tenham nascido com o dom. O dom de matar.

Minha cabeça dói. Era muita coisa para pensar e ajeitar. Eu tinha que terminar o treinamento com a Chase para daí, começar o treinamento com a Grace. Poseidon sabia desde o início que eu tinha preferencia em manter o treinamento fixo com a Chase, mas ele queria que eu também treinasse Thalía. Não entendo o motivo. Ela já estava comprada. Zeus tinha vendido-a quando ela tinha doze anos para uma companhia de segurança para senadores, primeiros ministros e possivelmente, até o Presidente. Sim. Ele tinha feito isso. Só que, ela só iria ser transferida para essa agência de segurança quando completasse dezenove anos. Estamos em início de dezembro. Ela só tinha até fevereiro para ficar na Force.

Depois disso, ela iria embora.

E Annabeth ficaria sozinha. Mais uma vez, fadada ao fardo de ser sozinha. Não ter família, nenhum parente, e somente com Quíron e Thalía para confiar. Rachel estava morta. Seus pais estavam mortos. Logo, Thalía iria embora. Quíron está na Deadly. Quem ela tinha? Percy logo estaria fora das mãos de Poseidon. Alec não iria durar muito tempo. Eu não poderia estar do lado dela. Eu tinha Piper para cuidar.

Piper.

Minha cabeça dilata forte agora. Eu ainda não conseguia entender aquele ser. Tão pequena, tão delicada, tão bonita e gentil... Suspiero. Como uma pessoa com essas qualidades poderia ser tão mortal? Era claro que Piper fazia com que sua imagem fosse essa: gentil, pequena e meio indie hipster. Mas essa era a sua intenção. Não parecer uma ameaça. Se pelo menos, todos na Force soubessem de seu passado...

Ouço um gemido abafado ao meu lado e eu fico sem entender o quê estava acontecendo. Pela luz baixa do abajur que estava em cima do frigo bar, eu conseguia ver que ela estava suando. Sua respiração estava muito alterada, e seu peito subia e descia rapidamente. Annabeth segurava com força o travesseiro e o cobertor, e seus olhos giravam nas órbitas. Ela sussurra algo. Fala baixo algumas coisas que não consigo entender. Me endireito na cama. Annabeth Chase, tendo pesadelos?

Me preocupo, e considero a ideia de acordá-la. Mas gritos surgem rasgando sua garganta enquanto ela esperneava e chorava, tudo de uma vez.

– Annabeth! - falo alto e seguro seus braços tentando acalmá-la, mas ela me chuta com as suas pernas, e eu fico sem ar, deitado na cama. Ela grita para eu me afastar, grita por ajuda, grita por medo, e se levanta da cama em uma mistura de choque e terror. O som do abajur se quebrando foi a única coisa que se ouvia além dos gritos de Annabeth.

– PARA! ME LARGUE! NÃO! - sua face contorcida em puro medo e os gritos desesperados ecoaram pelo quarto. Eu olho, deitado, tentando respirar, seus olhos cinzentos que estavam chorando. Annabeth se abraça, tremendo involuntariamente quando percebe aonde estava, mas seus olhos ainda perdidos no medo. Seus gritos foram cessando, e ela se encolheu contra a parede, soluçando alto, com seu braço colorido de vermelho de seu próprio sangue.

Eu nunca pensei que poderia ver Annabeth Chase desse jeito.

POV. Annabeth Chase

A risada infantil preencheu o aposento onde a família se encontrava. Sentados no sofá, a menina de sete anos ria, enquanto seu pai fazia cócegas em sua barriga.

– Pára, papai! - ela tentava dizer entre as risadas. - Eu não consigo respirar!

Ela tentava se libertar do apego do pai, mas fora em vão. Ele, sorria ao ver a felicidade de sua filha, assim como sua esposa ao seu lado.

– Frederick, deixe-a respirar. - ela pediu sorrindo ao ver o rosto sorridente de sua filha avermelhar.

– Está bem! - ele afirmou, e assim parou de fazer cócegas em sua filha, que ainda ria. - Vem cá, Annabeth.

Ele a pegou e colocou entre os dois no espaço do sofá. Atena observou sua filha recuperar o fôlego enquanto seu marido ligava a TV com o controle remoto. Annabeth era muito parecido consigo, porém, com algumas pequenas diferenças: os cachos ela havia herdado da mãe, porém, em vez de castanhos eles eram loiros, iguais aos do pai. Annabeth tinha os olhos cinzentos iguais de sua mãe: misteriosos e belos. Desde pequena, Annabeth demonstrara uma inteligência superior do que das crianças de sua sala. E Atena não duvidava nada que Annabeth, era uma pequena cópia de si mesma. Ela, de certa forma, se sentia orgulhosa em pensar assim.

– Bota no Bob-Esponja, papai! - Annabeth pedia ainda um pouco sem fôlego.

– Quer uma água, filha? - Atena perguntou e ela assentiu.

Enquanto Atena se levantava para buscar a água, Frederick perguntou para a filha:

– Que tal olharmos um filme?

– Toy Story! - ela respondeu animada, fazendo seu pai rir.

E quando Atena voltou á sala com o copo d'água, as luzes se apagaram. Tudo ficou em silêncio por alguns instantes, até que o som da porta se abrindo paralisou todos. Nenhum ruído há mais fora ouvido, até que o som do copo se quebrando ao encontrar o chão ecoou pela sala. Frederick abraçou Annabeth, que estava quieta, domada pelo medo. Não muito diferente de seu pai.

– Atena? - ele perguntou com a voz trêmula, com a esperança de ouvir a voz de sua esposa.

Mas em vez dela, ele ouviu uma outra voz.

– Faça exatamente o que eu mandar e talvez eu não a mate.

Era o mesmo sonho, a mesma lembrança. Depois de todos esses anos, era como se ela estivesse vivendo aquele momento pela primeira vez, não importava quantas vezes já tinha sonhado, ou decorado cada detalhe. Era sempre o mesmo sonho. Era sempre a mesma lembrança.

– Frederick? - a voz de minha mãe falhou. Eu senti meu pai me abraçar mais forte.

– Cale a boca! - uma voz grossa e fria interrompeu-a.

– Quem é você e o que quer? - meu pai pergunto, o seu tom demonstrava medo, mesmo ele tentando escondê-lo.

– Ora Frederick, não acredito que você se esqueceu de nós... - uma segunda voz apareceu. Ela era masculina, mas seu tom era suave. Me encolhi ao lado de meu pai, ao perceber que a voz estava próxima do sofá. - Amigos antigos não deveriam ser esquecidos... Principalmente amigos do nosso tipo.

– Não sei do que está falando! - meu pai falou e eu gritei ao sentir um puxão violento em meu braço, me levando brutalmente dos braços de meu pai. - Annabeth! Não!

O homem me puxou como uma boneca velha para longe do sofá. Eu só consegui ouvir a minha mãe gritando - Fique longe da minha filha! - antes que ela fosse silenciada.

– Annabeth? Annabeth, Annabeth... - perguntou uma terceira voz. Parecia que ele testasse a intensidade de meu nome. Seu tom era calmo, quase como se não tivesse acontecendo nada ao seu redor. - Lindo nome, Frederick. Gostaria muito de conhecê-la, a sua filha. Deve ser uma menina muito inteligente e teimosa como a mãe, e sensível e sorridente como o pai. - ele disse, e se movimentou pela sala.

Senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto ao sentir meus braços doerem pela pressão que as mãos do homem que me pegara. Não consegui conter um soluço.

– Calma, Richard. Não estamos aqui por causa dela. - disse o terceiro homem. Richard soltou um pouco o seu aperto de mim, e eu só consegui sentir o medo controlar o meu corpo, e as lágrimas caírem de meus olhos. - Então, Frederick, temos antigos assuntos para discutir.

Era sempre a mesma falha. Eu só conseguia me lembrar disso. Era só isso a lembrança. Não importava o quê eu fazia para tentar recuperar os fragmentos, nunca dava certo. Era como se tivesse um buraco no meio de um papel. Uma parte importante fazendo falta.

– Não dê a eles, Frederick! Não importa o que aconteça conosco, não dê... - minha mãe fora silenciada com o som de um estralo, provavelmente um tapa forte que a calou no mesmo instante. Eu não conseguia ver o que acontecia ao meu redor. Estava tudo escuro.

– Que romântico Atena... "Não importa o que aconteça..." - ele repetiu, calmamente. Alguém riu ao meu lado e os braços me apertaram mais forte. - Frederick, será que você teria coragem de fazer o que a sua amada esposa tanto pede? Eu duvido muito... Jhonson, por favor...

O som de algo metálico caindo fez minha mãe dar gritar abafado, provavelmente tinha um pano em sua boca, ou algo tapando a mesma. Eu arregalei os olhos. O que estava acontecendo? Quem eram eles?

As luzes se acenderam. Eu gritei aterrorizada ao ver minha mãe, caída no chão da sala, seus cabelos negros e cacheados molhados com o seu próprio sangue. Ver ela se afogando com o líquido vermelho, aterrorizou minha mente. Eu não podia fazer nada. Sua garganta estava cortada, e um objeto afiado e fino estava caído perto de sua cabeça. Eu gritei.

Eu soluço. Eu me quebro ao meio sem me importar com nada. Não tinha como dizer como eu estava. Toda vez que eu sonho sobre isso, toda vez que essa lembrança vem em minha mente, eu me desmoronava. Não importava aonde eu estava. Aquela lembrança era o meu ponto fraco. Aquela lembrança me destruía.

Eu sinto braços fortes me levantarem do chão suavemente. O cheiro de perfume masculino e de sabonete enchem meus pulmões, mas eu não me importo. Nico me abraça e eu percebo como estava tremendo. Eu perdia noção de tudo quando essa lembrança me prendia. Eu me esquecia de tudo. Nico me pega em seus braços e caminha comigo até o quê parecia ser o banheiro. Eu tremia e chorava involuntariamente. Eu não conseguia me controlar. Mais um soluço escapa. Eu sinto uma ardência. Vejo sangue no meu braço, o pijama rasgado.

Ele me coloca sentada na pia e eu soluço, minha respiração descompassada. Ele espera pacientemente enquanto pegava e ajeitava o pequeno kit de segurança que tinha dentro da sua mochila. Eu fui me acalmando... Não sei quanto tempo levou. Eu não queria saber de nada.

– Eu vou cuidar do ferimento agora, tá bom? - ele pede e eu assinto, as lágrimas ainda escorrendo. Ele teve que cortar o pijama, pois o ferimento foi muito maior do que eu e ele esperávamos. Eu tinha quebrado o abajur quando saí da cama. Era um corte grande, mas superficial. Logo iria se curar.

Ele corta o pijama ao meio para poder cuidar do ferimento. Sim, meu sutiã preto apareceu e eu fico sem blusa na frente dele, mas não ligo. Nico estava focado em limpar o ferimento e fechá-lo. Eu fechei meus olhos enquanto ele colocava meu braço em cima da pequena estantezinha aonde guardávamos as escovas e o creme dental acima da pia. As lágrimas ainda caíam.

– Você tem muitas cicatrizes. - ele comenta baixo. Eu fungo.

– A maioria são de campeonatos ou de lutas. - sussurro. - Hoje ganhei mais uma para a coleção.

Ele não comentou, mas não deve ter achado graça no que disse. Eu limpo com o braço as lágrimas que caíam, e tento me controlar. Foi só um sonho, foi só um sonho. Isso nunca mais vai acontecer. Meus pais estão mortos. Onze anos mortos.

Nico terminou de limpar, mas o sangue ainda saía da linha no braço em pequenas quantidades. Ele pegou a gaze e começou a enfaixar meu braço com força. Ele respira fundo.

– Podemos esconder isso de Poseidon, se quiser. - ele deixa a frase no ar. Eu seco a lágrima que saiu do canto do olho. Nico olhou o meu movimento e logo desviou os olhos. Eu fico grata.

Ele termina de enfaixar e eu me levanto da pia. Nico analisa meus movimentos, pronto para me segurar ou impedir que eu tenha outro ataque... Eu dou um último fungo e saio do banheiro. Ele liga a luz do quarto, e eu vejo o sangue na parede e no chão. Mas Nico não comentou nada. Ele se deitou na cama, e se tapou, se ajeitando. Eu me deito do outro lado, de sutiã e com o curativo no braço. Nico não toca no assunto. Eu fico mais do quê grata. O silêncio entre nós dois dizia muita coisa. Ele sabia que envolvia algo do meu passado. Ele ia tocar nesse assunto ainda. Eu sabia que ele ia. Só que nessa noite, ele sabia que eu não estava pronta para falar sobre isso.

– Boa noite, Annabeth. - ele diz, puxando de leve o cobertor grosso.

– Boa noite, Nico. - digo, encarando o teto.

Eu não estava bem.

POV. Strangers In Paradise.

Percy estava preocupado sobre Annabeth. Thalía estava com Thomas no quarto dele. Piper estava chorando. A notícia de que Jason havia beijado Reyna se espalhou pela academia, até ela. Jason estava fazendo relatórios para Poseidon. Reyna estava chorando no quarto. Luke estava com Will, discutindo o plano com Reia no telefone. Poseidon estava com Sally, esperando Nico ligar. Elliot estava morto. Zeus continuava desaparecido. Paul estava com a amostra de sangue de Thalía no pequeno frasco. Era só algumas gotas, mas para ele, era o suficiente. Annabeth não conseguia dormir.

Londres estava coberta de neve.


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Notas finais do capítulo

Ruffles
SEGUINTE
Cap meio bosta né? mas tô em período de provas e trabalhos, mas eu tô sempre escrevendo e anotando coisas em todos os lugares possíveis quando tenho tempo.
EU AMO VOCÊS.
Não sumam. Eu tô com sdds de vocês.
Deixem reviews sobre o que acharam
NÃO ME ESQUECI DE VOCÊS
BORA FARRAAAAAAAAAA ARROCHA ARROCHA
SEXTA FERA É SEXTA FERA
TUTS TUTS TUTS
~~leia se: ficar em casa lendo comendo e vendo coisa boa.
USEM CAMISINHAS SEUS SAFADOS.