Influência escrita por Pennedo


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, estive pensando sobre o que os Volturi fizeram durante os grandes acontecimentos históricos, e acabei escrevendo essa One-Shot. Espero que gostem!!



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30 de Abril de 1945. Fuhrerbunker. Cômodo de estudo pessoal. 14:45.


Um dos homens mais odiados e demonizados do mundo, tanto em seu presente quanto no futuro, continuava se escorando no dossel de mogno de sua cama de casal, enquanto suas costas se apoiavam na estante prostrada ao lado. Ele continuava fitando os dois seres estranhos paradas a sua frente, logo após a porta de seus aposentos. Um era um homem que não deveria ter muito mais do que 30 anos, longos cabelos negros lhe emoldurando o rosto como cortinas, roupas formais acinzentadas com um longo sobre-tudo negro aveludado por cima. Em cima da corte da gola, um broche dourado com um formado lembrando um grande "V" e mais símbolos não reconhecíveis a distância.

A outra companhia era uma menina de baixa, de feições infantis, madeixas louras arrumadas em um coque milimetricamente organizado. Vestia um vestido cinza escuro com um bolero negro de pele de animal. Também usava um colar de ouro com o mesmo ícone do broche de seu companheiro.

Mas talvez o que deixava o homem tão desprezado mais assustado ou incrédulo não fosse o fato deles terem entrado em seu quarto sem permissão, e sim algumas características diferentes.

Ambos possuíam a pele mais pálida que já havia visto na vida. Tão branca que se não tivessem cabelos de cor normal teria jurado que eram albinos. Eram excepcionalmente lindos, dotados de um semblante sem imperfeições, como se fossem anjos esculpidos por Michelangelo. E acimo de tudo, suas íris eram rubras. Não eram olhos castanho-escuros e nem tinham a esclerótica inflamada. Eles tinham olhos vermelho-sangue.
– Adolf, meu amigo - disse o homem mais velho em alemão, com um sorriso elegante, enquanto a mais jovem apenas olhava-o de forma ilegível, imóvel. - Já faz algum tempo que venho tendo vontade de lhe ver...

Hitler permanecia imobilizado no outro canto do cômodo, sem saber o que dizer, ou ao menos como reagir. Instantaneamente, olhou para sua companheira, do outro lado da cama, também estática, porém com um semblante ainda mais tenso.

– Ah, minha querida Eva Braun! - disse o estranho, também direcionando sua atenção para a moça de cabelos cacheados do outro lado do quarto. - Fico feliz que também esteja aqui.

Neste momento o anti-semita começou a praguejar, talvez mais para si mesmo do que para os dois seres peculiares em questão. Ainda estava com seu uniforme militar bege vestido, a suástica vermelha reluzindo sobre o círculo negro em suas costas.

– Devo dizer, meu caro, que embora seus princípios tenham me causado certos problemas, me identifico com alguns dos valores que seus seguidores pregam. Nazistas, estou certo? - O homem de longos cabelos negros questionou. - Aproveitei muito a leitura de sua obra, Mein Kampf, um trabalho esplêndido para alguém que, no momento de sua criação, vivia em tão miserável situação! - Ele disse de forma entusiasmada, com uma simpatia e vivacidade que não pareciam forjadas aos olhos de Adolf.

– Infelizmente... este conflito já está tomando rumos não recomendáveis, e pelo bem de meu povo e pelo bem da humanidade, tive que interferir. - O homem disse com a voz menos inflamada agora. - Já é hora de tomar medidas derradeiras.

Em um impulso pelo medo, Hitler se atirou para a gaveta da estante atrás de si, abrindo-a bruscamente, e de lá, retirando um revólver calibre 38, se virando rapidamente e apontando o cano metálico para o rosto do homem, que, inexplicavelmente, sorriu.

Não muito consciente para pensar, ele rapidamente puxou o gatilho violentamente contra o misterioso ser de sobre-tudo, e o próximo barulho que ouviu, foi o da bala, completamente achatada, caindo no chão. O homem, continuava observando-o quieto, sorrindo ironicamente.

– Não creio que tenha sido esse o propósito do disparo... - Ele disse de forma quase cômica, a voz carregada de puro sarcasmo, enquanto olhava os olhos de Hitler arregalados. - Não há mais tempo para diversões. Gostaria de terminar isso da forma mais rápida, e com certeza mais limpa, porém não posso me dar ao luxo de deixar vestígios. De minha posição, noto no cilindro de seu revólver, que ainda há um projétil disponível, estou correto? - Ele disse, já sabendo a resposta. - Se nós simplesmente o levarmos e você desaparecer do mapa, seus seguidores continuarão acreditando em seus exemplos, e os passando adiante, trazendo apenas mais desgraça e dor que podemos evitar. - Ele disse, com um discurso falsamente altruísta. - Contudo, se souberem que você cometeu o suicídio, então não haverá mais por quê continuarem, afinal se seu tão precioso Fuhrer terá desistido de suas próprias causas, qual credibilidade elas ainda terão?

– Nunca farei isso. - O grande responsável pelo Holocausto afirma, falando palavras conexas pela primeira vez desde a entrada dos sujeitos, embora ainda esteja tremendo por ter visto um homem, ou seja lá o que ele for, sobreviver a um tiro a queima-roupa, e intacto.

– Não mesmo? - O homem de olhos vermelhos diz, com a cabeça se inclinando ligeiramente para a pequena loura. - Jane?

A doce menina de rosto angelical então fez um breve aceno, e direcionou seu olhar para o alemão.

– Schmerz - Ela murmurou, e, para o horror de Eva, Hitler imediatamente caiu no chão, com um baque surdo. O homem se contorcia como se tivesse sido jogado em um tanque de ácido sulfúrico, e quando ele se virou para ela, ainda parecendo ter uma convulsão, ela viu a pura dor e o desespero desenhados a ferro e fogo em suas pupilas, e viu também o ódio. Hitler logo não aguentou e começou a gritar, mais alto do que qualquer grito que sua esposa já tinha ouvido, o que só a deixou mais amedrontada, pois se eles ainda não haviam sido socorridos pelos guardas do esconderijo, não seriam por mais ninguém, pois o mesmo estava cinco metros abaixo do solo.

E então Jane piscou os olhos, olhando para seu suposto mestre, enquanto Adolf parava de se contorcer e começa a cuspir no chão, enfrentando uma tosse asmático repentina.

– Se mate agora, ou lhe levaremos conosco, onde terá sessões particulares com Jane para o resto de sua pobre vida. - O homem com vestes escuras falou em um tom displicente, ao passo em que o tão chamado de "líder", agora humilhado, quase delirava pelo fato de aceitar a primeira opção. - E querida... - Ele disse para a jovem de cabelos cacheados no outro lado, ainda em transe pelo que acabara de presenciar. - Não se preocupe, não precisará sofrer tanto. Sinto cheiro de cianureto de potássio em algum lugar deste cômodo, acredito que na mesinha de cabeceira à sua direita. Adeus bons amigos, e caso não cumpram seus deveres, nós voltaremos.


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Notas finais do capítulo

Please, comentem depois de ler, please please kkkkkkkkkkkkkk



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