Sacrifice escrita por Mielly Milena


Capítulo 11
Dor...


Notas iniciais do capítulo

desculpem a enorme demora...estava viajando e não tinha net la, quase morri de tedioo...maiis em compensação, escrevi dois capitulos enoormes!!!



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O mostrador do quarto piscava para mim, deixando bem claro, que com essa, faziam 3 horas que não conseguia dormir, vi o sol aparecer, preguiçoso, e iluminar o quarto, também, depois de um sonho daqueles duvidava que alguém fosse capas de pegar no sono novamente.

Então me levantei, caminhei preguiçosamente até o banheiro, lavei o rosto e encarei a garota a minha frente, não adianta arrumar, meu cabelo sempre vai ficar nesse meio termo irritante, em cima liso, em baixo cacheado, não poderia ser um ou outro? Se bem que nesse momento ele meio que parece um ninho, longo e emaranhado chegando a minha cintura.

Meus olhos cor de mel, mais parecem vermelhos por causa das horas perdidas, não que eu não estivesse acostumada a ser privada do sono, em épocas de vigia, você poderia ser selecionado para ficar até dois dias completos sem dormir, então provavelmente foi o sonho, senti um arrepio me correr a espinha, nunca pensei que algum dia teria criatividade para criar algo assim. Peguei a escova e puxei meu cabelo em um rabo de cavalo, coloquei a roupa de treino e sai, eu havia me atrasado para quase todas as aulas, treinar um pouco antes da hora não seria de todo ruim, sai e encontrei o corredor completamente vazio, achei mesmo que seria impossível encontrar alguém acordado a essa hora.

O ar gelado fez com que me arrepiasse assim que desci no setor 4, aqui em baixo estava realmente frio, me se sentei no chão e comecei a me alongar, queria aquecer o corpo o quanto antes. Estava me levantando para começar a correr quando ouvi um barulho, baixo e meio abafado, cenas da noite passada dançaram na minha cabeça, mais continuei andando, contornei com cautela cinco contenderes antes de finalmente encontrar a fonte.

E lá estava ele, sentado no chão ao lado de uma mochila preta, ele parecia concentrado num objeto grande e circular em suas mãos, sua testa estava vincada com evidente tristeza, ou desapontamento, o homem que invadirá meus sonhos a noite passada estava parecendo quase vulnerável daquele jeito. Me aproximei mais um pouco, hesitante.

– nicolae – chamei baixinho.

Meu coração parou de bater, ele não estava mais com aquele jeito vulnerável, e de repente eu estava com a mesma arma da noite passada apontada para o meio da minha cabeça, meus olhos se arregalaram, e não consegui me mexer. Foi então que ele pareceu me perceber, e então abaixou a arma.

– Amanda - sua voz saiu rouca.

Caminhei até nicolae com cuidado.

– você está bem?

Ele fechou os olhos e respirou fundo.

– sim, apenas um momento de nostalgia – olhou para mim – não esperava encontrar ninguém aqui tão cedo.

Me sentei no chão ao lado dele.

Meu deus, como ele podia ser tão lindo mesmo parecendo que passou a noite em claro?

Ficamos em silencio depois de alguns momentos.

– você está bem? – ele se virou para mim – não queria assustar você, foi apenas uma reação por reflexo.

Dei um sorriso amarelo.

– sem morte, sem culpa.

Mais uma vez o silencio dominou. Eu não queria que ele se tornasse um habito, respirei fundo.

– obrigado – sussurrei.

Ele pareceu surpreso.

– pelo que?

– você poderia ter atirado em connor, com motivos, mais você não o fez, obrigado.

Por mais que me esforçasse minha voz saiu muito baixa.

– eu não ia atirar no seu namorado Amanda – nicolae parou – mesmo que eu quisesse muito, você é minha parceira, se você estivesse brava comigo, como trabalharíamos juntos?

Me virei para nicolae, e ele estava olhando para cima.

– ele não é meu namorado nicolae é só...-suspirei – você não entenderia, ele é minha única família.

Nicolae se virou para mim e seus olhos estavam consternados.

– não vai me dizer que você é uma dessas adolescentes medíocres que odeiam os pais por terem permitidos que você fosse pega, sabe que eles não tem escolha.

Meu rosto ferveu instantaneamente, de raiva, vergonha, medo.

– respeito muito as famílias que estão lá fora tentando sobreviver, mais aquela mulher que me colocou no mundo. Ela é daqui, os guardas do fênix me disseram que eu era filha única, e mesmo assim, ela me entregou para que eu me tornasse um soldado – respirei fundo – então não me ache hipócrita por odiá-la.

– sinto muito – ele sussurrou – não fazia ideia.

– preciso ir.

– serio? – nicolae levantou a sobrancelha de modo curioso – onde vai?

Lugar nem um, meu ego ferido gritou.

– comer algo, estou com fome.

– ah...claro, tudo bem – ele se levantou e me ofereceu a mão.

No momento em que coloquei minha mão sobre a dele senti uma corrente elétrica emanando dele e vindo direto para mim, minhas pernas cederam assim que nós tocamos.

– Amanda – nicolae me pegou pelo braço – você está bem?

– sim, está tudo bem – ruborizei- me – acho que foi cãibra.

– devia se exercitar

– hum...claro, quem sabe depois.

Corri para o aerotubo.

O que foi aquilo? Meu coração estava a mil por hora.

Fui para a ala de alimentação, estava começando a encher de gente. Entrei na fila, e dez minutos depois, estava com uma bandeja, abastecida de chá verde, pão com chocolate derretido, e uma salada de frutas pequena.

Comi sozinha, ainda não conhecia ninguém por aqui, então engoli tudo rapidamente e sai.

Estava a caminho do dormitório, quando vi uma pequena luz verde no meu pescoço.

Toquei a pequena pedra em forma de lagrima.

– Amanda? – a voz de nicolae saiu da joia.

–...oi?

– esqueci de te avisar, hoje o seu treino em grupo será no setor 3 logo acima do nosso.

– tudo bem – concordei – obrigada.

E a luz se apagou.

– setor 3 então – murmurei – e tchau pra você também.

Voltei direto para os aerotubos, e sinceramente não foi muito bom viajar naquela velocidade depois de comer. As portas se abriram, me deparei com um longo corredor claustrofóbico, todo de metal que levava a duas portas, uma com os dizeres “guardiões” e a outra “aprendizes” em grandes letras douradas, peguei a segunda opção.

Por incrível que pareça já havia muitos alunos na sala, vi Gabriella e connor num canto e segui a trancos e esbarrões até eles, não dava para ver muita coisa daqui.

– Gabriella, connor – cumprimentei.

– oi amiga – ela sorriu.

Connor parecia desconfortável, desde que ouve aquela confusão entre ele e nicolae já se passaram mais de 3 semanas, mais connor continuava a me ignorar como se eu não existisse para ele.

– preciso ver que tipo de aula teremos hoje – e ele saiu, praticamente correndo de perto de mim.

Gabriella me olhou quase com compaixão, ela sabia o quanto ele era importante para mim.

Apenas dei de ombros no meu melhor estilo “estou bem”.

Era uma boa mentirosa.

– Bom dia a todos – reconheci a voz de tucano saindo do alto-falante – dirijam-se ao compartimento inferior da sala.

Franzi o cenho. Compartimento inferior?

Para a minha surpresa, a sala de treinamento tinha um enorme buraco no meio, por assim dizer, uma escada levava até uns 4 metros e meio abaixo do solo, deixando assim, uma visão ampla daqueles que estavam em cima, de todo o compartimento de baixo.

Desci em silencio, ao pé da escada, um sombra distribuía pequenas adagas de uns trinta centímetros, peguei a minha em seguida já estava pronta a fazer uma piada com Gabriella a respeito da arma quase primitiva quando notei que ela havia sumido, olhei em volta e bem que tentei procurar por cima das cabeças, mas, nem um indicio da sua cascata de fogo em nem um lugar. Fiquei nervosa, não gostava de deixa-la sozinha nas tarefas, precisava protege-la.

Ouvi um silvo que me assustou no quanto me parecia familiar.

– vocês treinarão, uma simulação de ataque real, mas nunca se esqueça, esse androides foram programados para o ataque, então, podem matar.

– espera – gritou um menino de cabelos escuros –espera que lutemos com eles usando essas faquinhas?

– exatamente – um sorriso cruel tomou conta do rosto de Vicente – então, boa sorte.

E depois disso vários compartimentos se abriram e os androides começaram a sair. Enormes e de olhos vermelhos, mortais.

Começou uma louca agitação por todo o lugar, os aprendizes estavam correndo como loucos, se éramos treinados? Claro, com armas, dispositivos e sempre que ocorria ataques corpo a corpo havia alguém com auxiliar, aqui não, era cada um por si.

Parei por um instante, minha maior qualidade era ser capaz de desvendar meus adversários, observando como se comportavam. Tentando ignorar os corpos que vi pelo chão, orando silenciosamente para que estivessem apenas desmaiados, observei que cada robô possuía pequenos círculos, um tom de cinza mais claro que o resto de seus corpos metálicos, e esses círculos estavam projetados especificamente nas juntas de cada um deles. Se eles tinham mais algum ponto fraco eu perdi, porque nesse momento um deles me notou, e veio com tudo para cima de mim. Pense Amanda, pense, eu estava em desvantagem de altura e de força, e minha arma era medíocre comparado ao tamanho de suas placas de aço. Olhei em volta, minha única vantagem seria uma luta mais aberta, com espaço para me movimentar, mas percebi lentamente de mais que não possuía essa opção. Só deu tempo de sentir, suas mãos envolvendo

Minha cintura num aperto esmagador, não conseguia respirar, e para meu desespero, ele decidiu me esmagar com a outra mão.

Seria minha única chance, me concentrei em tentar me aproximar mais de seu punho, com um esforço sobre humano, deixei o pouco ar vazar me meu corpo, comprimindo-o um pouco, dando o impulso que precisava para alcança o círculo, na curvatura em sua mão e o pressionei com força, nesse momento sua segunda mão se fechou sobre mim.

Então eu caí no chão, o ar invadiu meus pulmões quase dolorosamente, me levantei com um salto, e no momento em que o androide se abaixou para tentar me pegar, saltei, enfiando a adaga no centro do deu peito, e então ele se desfez, como pedaços velhos de sucata.

Estava quase começando minha dança de comemoração, quando ouvi o grito, mais não um qualquer, era o meu grito, pelo menos aquele que eu reconheceria diante a uma multidão, era o grito de Gabriella.

Minhas pernas começaram a se mover antes mesmo de terminar de processar a informação, conforme passava diante da carnificina que estava acontecendo ali, tive um vislumbre de seus cabelos pela multidão, Gabriella estava no chão engatiando de costas, fugindo de um androide que tentava esmaga-la com os pés, não havia sinal de sua adaga.

Minha fúria se sobressaiu a qualquer um naquele lugar, porem por mais que corresse ela ainda estava longe. Não vai dar tempo me desesperei.

Nesse momento quase ouvi a voz de wando no meu ouvido, pegue impulso nas coisas ao seu redor, você tem pernas fortes.

Olhei para a parede em desespero, era o único jeito, apertei o passo a toda velocidade, ignorando as reclamações obscenas vindo de meus músculos, com um giro, tirei os pés do chão e os apoiei ao mesmo tempo na parede, foi quase como voar, estava indo direto para eles, posicionei a adaga em seu pescoço, e assim que meus pés colidiram com o metal duro, afundei a adaga em seu pescoço com fúria, caindo junto com as peças que se desmontavam.

– Amanda? – ouvi a voz tremula de Gabriella me chamando.

Simplesmente abri os braços para ela, e minha ruiva voou, para mim, com os olhos molhados.

– shiii... está tudo bem querida – disse afagando seu cabelo – eu prometi que ninguém iria te machucar. E não vou.

– estão dispensados – a voz de Vicente me assustou.

Me levantei carregando minha amiga pelo braço.

– menos você senhorita st’clarer – meu coração deu um salto.

Connor apareceu correndo, suado e com um corte no braço, pelo eu notei, ele também deveria ter tentado ajuda-la, mas estava muito mais distante, ele a pegou e Gabriella apoiou a cabeça em seu peito.

– Amanda me desculpe – ela soluçou - estava tentando me livrar dele quando torci o pé e cai, me desculpe, não quero que machuquem você.

– Ei, para com isso - ralhei – provavelmente ele só vai dizer que fui muito bem – menti sorridente – daqui a pouco te encontro no refeitório.

Ela concordou com a cabeça sorrindo de leve e connor me lançou um olhar preocupado antes de sair, ele sabia que não era verdade.

Subi as escadas e esperei pacientemente para a saída de todos, antes que tenente tucano se dirigisse a mim.

– você se acha muito boa não é? – ele debochou andando em volta de mim.

Não respondi, isso apenas o atiçaria a continuar.

– você é uma ótima amiga st’clarer – Vicente debochou – mas sabe qual o problema dos amigos?

Não responda, repeti. Deixe-o falar.

Ele gargalhou alto, e então fez uma coisa inesperada. Fechou a mão e deu um tapa na minha cara. O lado direito da minha face começou a arder loucamente, ele tinha uma mão pesada, estava tentando manter o equilíbrio quando ouvi sua voz de deboche.

– nossa, você é forte mesmo, geralmente as meninas caem no primeiro tapa.

Primeiro? O que ele ia fazer? Senti um frio na barriga.

– sabe – ele continuou – você ainda não me deixou dizer qual o problema dos amigos. Sabe quando você se desconcentra do seu objetivo, para defender outra pessoa, você se torna fraca, e quando seus “amigos” veem o quanto está fraca, eles te apunhalam pelas costas.

Ouvi um “zuuup” baixinho, antes da dor começar, uma explosão sem precedentes de pura agonia invadiu minhas costas entrando em cada terminação nervosa e se espalhando pelo meu corpo. Cai de joelhos. Essa era uma dor no qual ainda não havia experimentado.

Senti um puxão forte no meu cabelo, forçando minha cabeça a levantar, esse movimento me causou outro acesso de dorme, me fazendo morder os lábios para reprimir um grito.

– e então quando você está no chão – senti uma lamina no meu pescoço – eles te matam.

Pensei que ele iria, abrir um buraco na minha traqueia, mais ao invés disso, senti seus lábios unidos e grudentos se esmagando contra os meus, a paralisia inicial foi substituída pela fúria, quando Vicente tentou entreabrir minha boca, mordi seu lábio inferior com toda minha força, até sentir o gosto de sangue, só parei quando senti sua mão pressionando a ferida recém aberta, me causando outra rodada de agonia. Cai no chão ofegando.

– você é guerreira – ouvi ele dizer e cuspir – gostei mais ainda. Anda, saia daqui antes que me arrependa e não te deixe mais sair. E se disser isso para alguém, te prendo em uma sala em que farei com você o que eu quiser, e ninguém vai notar seu sumiço.

Me esforcei para levantar mais a dor em minhas costas era torturante, tentei conseguir algum tipo de dignidade ao me levantar, sem nem um sucesso, foi humilhante sair da sala me arrastando o melhor que pude.

Quando cheguei ao corredor, com um grito quase primitivo, me levantei tonta, apoiando nas paredes, teria seguido meu caminho, se da porta ao lado não tivesse ouvido o nome de nicolae. Não sei por que, mais naquele momento precisava dele desesperadamente, cambaleei até a primeira porta, com luzinhas brilhantes piscando nos meus olhos, a sala de treinamento dos sombras era idêntica a nossa, só que havia armários aqui.

Caminhei até o banco próximo a arena e vi nicolae lá dentro, ele usava duas espécies de espadas longas, e as usava para lutar com androides idênticos aos que haviam acabado de treinar, no que lá dentro haviam 15...não, 20 deles, com apenas um oponente, nicolae. Ele lutava como se aquilo fosse apenas um jogo, como uma dança sensual e mortal, vi ele acabar com os robôs como se fosse um jogo. Ele não havia acabado com todos ainda, quando minha visão de luzes brilhantes foi se apagando e sentir a dor da minha cabeça batendo contra o chão, acompanhado de outra intensa explosão de dor…até eu me perder na escuridão.


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Notas finais do capítulo

E ai? gostaram??? ui...o que vai rolar?? kkk
comentem amoress