Pretérito Imperfeito escrita por ValValdez, Livia Dias


Capítulo 12
Capítulo 11 - Amigos para todas as horas




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– Cla...Clarisse?

Clarisse abre um sorriso enorme ao ouvir seu nome ser pronunciado. Seus olhos brilhavam e ela quase pulou em cima dele.

– Mamãe? – Ele vira a cabeça para encarar Thalia, que faz uma careta. Eu rio. – Vovó? – Ele chama ao olhar para mim. Fecho a cara. – Clarisse? Você é um anjo?

Thalia ri descontroladamente e eu a acompanho. Clarisse passa a mão por seu rosto.

– Chris... – murmura, enquanto Thalia e eu tentamos controlar o riso. – Como foi se meter nisso?

Chris volta a fechar os olhos e nada mais fala. Já está escurecendo, e Clarisse anuncia que terá de ir embora.

– Podem ir. Eu fico com ele.

As duas acabam concordando.

Thalia foi embora, mas depois, trouxe-me uma muda de roupas. Já devidamente instalado no sofá do quarto, levo um susto ao ouvir Chris.

– Elas já foram embora?

– Já – respondo, curioso. Ele suspira e se senta, aparentemente cansado, mas melhor que antes. – Você tava acordado esse tempo todo?

– Sim – ele ri torto. – Não, quer dizer...Depois cochilei de novo.

Assim que ele diz isso, entendo tudo.

– Não queria contar pra Clarisse o que tinha acontecido, sim? – o olho desconfiado. Ele confirma com a cabeça.

– Não queria que ela soubesse que não sei me defender. Eu sei, na verdade...Mas eram muitos. Não consegui fazer nada.

– Muitos? Chris tem idéia de porque fizeram isso?

– Não. Eu estava voltando pra casa à noite e passei por eles. Simplesmente me pegaram. Mal olhei pra eles, Percy.

– Certo. Acredito em você – começo a imaginar se Cronos está envolvido nisso tudo. Sinto-me mal só em pensar. – Melhor você descansar.

Chris concorda e logo, se deita. Imagino se vai dormir de verdade agora.

Saio do quarto e percebo que o hospital está menos movimentado. Sendo de noite, a maioria dos que esperavam foram atendidos e seguiram para a tranqüilidade de suas casas.

Vou até o Refeitório, com a intenção de tapear a fome. Mas logo que a vejo, paro na mesma hora.

– Percy! – Annabeth corre na minha direção, ansiosa.

Sinto o calor de seu corpo contra o meu, logo que me envolve em um abraço.

– Como aconteceu? – pergunta, soltando-se de mim. Em seus belos olhos cinzas, percebo grande aflição.

– Não sei bem – suspiro, nervoso e frustrado. Não quero admitir, mas a possibilidade de Cronos estar envolvido nisso, me assusta.

Annabeth morde o lábio inferior pensativa. Posso até mesmo ouvir as engrenagens em sua cabeça.

– Isso é estranho – diz, me encarando. – Quero dizer, Chris não é uma pessoa que envolve em encrencas, certo?

Concordo, com um leve aceno de cabeça, embora, meus pensamentos já estão bem longe daqui.

Sinto que o ataque a Chris envolve muitas coisas. Coisas que estou longe de descobrir.

(...)

Enquanto Chris se recupera no hospital, meus amigos e eu voltamos para a faculdade. Fico me perguntando o que Annabeth fazia no hospital àquela hora. Teria que conseguir uma resposta sem parecer enxerido, porque estou muito curioso.

Mas acho que será um pouco difícil.

Como o Chris é da minha turma de Engenharia, todos os trabalhos que os professores passam faço questão de levar para ele no hospital.

Hoje, apenas Clarisse estava em seu quarto. Logo que entro, percebo que ela diz algo a ele.

– Me desculpe por ter sido tão idiota – murmura, segurando sua mão. Chris parece dormir (ou está fingindo muito bem).

Tento sair do quarto sem que Clarisse me perceba, mas no meio do caminho, tropeço nos meus próprios pés e caio no chão (N/A: Estilo Vanessa Lima, lol õ/).

– Percy? – Clarisse me encara surpresa. – Pensei que viria só mais tarde.

– Ah...É – coço a nuca, sem jeito. – Vim trazer uns trabalhos que os professores passaram hoje e algumas anotações.

Clarisse encara Chris novamente.

– Bom, eu vou indo – diz, soltando a mão dele. – Até mais, Percy.

Clarisse sai do quarto, rapidamente. Deixo os cadernos na mesa ao lado da cama do Chris. Antes de sair, o encaro desconfiado.

Ele está mesmo dormindo?

Para confirmar minha dúvida, Chris começa a roncar de forma...Exagerada.

– Pode ir acordando, fingido – digo, cruzando os braços.

Chris ri e abre os olhos.

– Clarisse – murmura, sonhador.

– Ei, não me xingue – finjo-me ofendido.

– Ela me ama – Chris coloca os braços atrás da cabeça, com um sorriso bobo no rosto. Fico me perguntando se ajo dessa mesma maneira em relação à Annabeth.

– Olha, vou começar a duvidar de você quando estiver “dormindo” – falo, fechando a cara. – Melhor eu tomar cuidado com o que digo.

– Annabeth fala de você – Chris sorri, maliciosamente.

– O que ela fala? – pergunto, nervoso.

Chris ri.

– Mas quem é que agora mesmo me repreendeu por fingir que estou dormindo? Feriu meus sentimentos.

– Tecnicamente eu não te repreendi, amigo de longas datas – digo, com inocência. – Mas o que a Annie disse?

– “Mas o que a Annie disse?” – Chris faz uma voz fina e em seguida, ri. – Parece um bobo apaixonado!

– O QUE ELA FALOU, RODRIGUEZ? – berro, perdendo a paciência.

– NÃO GRITE COMIGO, JACKSON! PERDEU A NOÇÃO DO PERIGO? – retruca Chris, tão irritado quanto eu.

A porta se escancara e Thalia surge.

– PORQUE VOCÊS ESTÃO GRITANDO SEUS CORNOS? – berra, vermelha de raiva.

Chris se esconde embaixo do edredom. Eu, sem opções, vou para trás de uma poltrona.

– Nada não, Thaliazinha – diz Chris, ainda escondida.

Thalia bufa e sai do quarto.

Doida.

Suspiro aliviado, ao mesmo tempo que Chris o faz.

– Ela disse que você é um ótimo amigo e que acha você bem gato – fala ele, por fim.

Sinto meu rosto queimar, enquanto Chris ri da minha cara.

Annabeth disse isso mesmo?


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado!!! Até o próximo ;)

Comentem *-*

Beijocas!!!