Happiness escrita por MissLerman


Capítulo 12
Capítulo 12 Let Her Go


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, então, quanto tempo né? HEUHEUHEU sim, devo desculpas, porque prometi que postaria no próximo final de semana e sumi u.u certo, a culpa não foi totalmente minha, culpem meus professores por passarem muitos trabalhos, culpem os vestibulares que me deixavam uma pilha, e culpem meu namorado, que ficava me distraindo HEUHEUH o resto da culpa podem colocar em mim. Mas ok. Voltei. E aí vai mais um capítulo...



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Preparei meu cérebro diversas vezes, pensei e pensei e pensei, porém não podia sequer imaginar o que Percy estava prestes a me dizer. Ele estava claramente incomodado com o que quer que fosse, porém meus neurônios não conseguiam raciocinar direito. Ele ficara estranhamente diferente depois que saímos da loja de Deméter. O que quer que tenha escutado lá o deixara tenso.

Assim que entramos em casa, e meu pai ligou o chuveiro, Percy me olhou, mas não disse nada, e mesmo sem dizer nada entendi que ele queria privacidade. Seguimos para o quarto onde eu estava. As malas ainda estavam em cima de minha cama, ainda não havia feito questão de arrumá-las, pensei eu que tinha coisas melhores para fazer do que me preocupar com uma mala desarrumada. Encarei Percy por alguns segundos, seu olhar estava baixo, quase como se ele estivesse completamente envergonhado. Me perguntei o que estava passando por sua cabeça naquele determinado momento.

– O que houve, Percy? - arrisco e pergunto.

Percy tentou sorrir, mas não conseguiu direito.

– Aconteceu alguma coisa? - pergunto novamente.

Ele suspira.

– Não, não aconteceu. É algo que eu fiz, e continuo fazendo. - ele me respondeu.

Estranho aquilo. O que ele pode estar fazendo de tão sério a ponto de ficar neste estado? Assim que Percy sentou-se em minha cama, sentei-me a seu lado. Nossos braços estavam se tocado, assim como nossas pernas.

– Você lembra do que Deméter disse? - Percy começa - Você se lembra que ela falou que aquela joalheria fechara por volta de 1993? E depois você me disse que minha mãe poderia ter vindo até aqui em outra época, porque, se tivesse vindo apenas quando falou que veio, minha idade não bateria? Pois bem, minha mãe não mentiu. E creio que, você, Annabeth, a garota loira dos olhos acinzentados, já entendeu porque estou dizendo isso.

Fiquei um tanto sem ação. Não estava entendendo onde Percy queria chegar.

– Percy, eu não... - começo, porém ele me interrompe.

– Entende sim, Annie. Você é o tipo de pessoa que não vê apenas o que os outros te mostram, você vê além disso. Agora me diga, eu te disse que minha mãe não mentiu, e Deméter disse que aquela foto fora tirada por volta de 93, qual é a única explicação para isto tudo?

Percy então me cedeu sua última peça. Ele estava agitado, e falava sem olhar em meus olhos. Agora eu entendia, portanto, sua face de vergonha. Era apenas uma questão de interpretação. Soltei um suspiro baixo, e notei que Percy estremeceu. Ele estava, provavelmente, completamente envergonhado por tudo aquilo, mas não vi motivo algum para envergonhar-se. Pelo contrário, ele deveria estar orgulhoso de si mesmo.

– Foi por isso que não me deixou ver sua identidade no aeroporto? - pergunto.

Percy apenas assenti com a cabeça.

– Foi esta mudança... Não aceitei de boa vontade vir para Nova Iorque, pelo menos não no começo. Digamos que eu relaxei bastante, durante vários anos. Eu meio que não conseguia acompanhar o ritmo de vocês, americanos, e, depois de um tempo, parei de me importar com isto. Entrei nesta escola este ano, mas eu já estou aqui desde antes, bem antes. Três anos para ser mais exato.

Escutando suas palavras um tanto amargas, senti-me mal por Percy. Podia sentir o quanto ele se sentia mal. Me aproximei um pouco e toquei seu ombro. Ele, assustado, olhou para mim, como se não entendesse o que estava fazendo. Sorri para ele, porque era o máximo que poderia fazer. Não precisava dizer nada, apenas mantê-lo bem. Sorri e lhe disse:

– Não se envergonhe. Não tem motivos para isso. Você, Percy, é o melhor intérprete que já conheci. Você entende as coisas muito bem. E, se você repetiu estes anos todos, não ligue, pense que pelo menos você está em pé e tentando. Pelo menos você não desistiu.

Percy me lança um sorriso de canto.

– É um meio difícil, porque eu tento esconder minha idade ao máximo. As pessoas descobrem sobre isso e logo pensam que eu sou algum preguiçoso, ou alguém que não dá a mínima para os estudos. Julgam antes de saber o que realmente aconteceu, por isso não entendem. - ele me disse.

– Este é o problema das pessoas. - respondo.

– Obrigado por entender. - Percy diz agora sorrindo.

– Obrigada por me contar. - digo sorrindo com a mesma intensidade.

Sorrimos então, um para o outro. Percy fecha os olhos rapidamente, e logo os abre novamente, respirando fundo.

– Me sinto aliviado. Sinta-se lisonjeada por ser a primeira garota a saber sobre isso. - ele diz sorrindo, e fazendo sua melhor cara de convencido.

– Ah então quer dizer que nenhuma de suas antigas namoradas ouviu sobre isso? - pergunto.

– Na verdade, nunca namorei alguém por tempo suficiente para contar algumas verdades sobre mim.

Revirei os olhos.

– Então quer dizer que estou no lucro, porque apesar de não namorar você, já sei algo a mais. - digo sentando-me mais para o centro da cama e cruzando meus braços.

Percy olhou em volta e riu. Depois sentou-se ao meu lado, exatamente ao meu lado, e disse:

– Claro, e estaríamos mais no lucro ainda se namorássemos. Porque agora assim, olhando para você, esta cama, nós dois, seu pai no banheiro... Annabeth, a garota loira de olhos acinzentados, não faz ideia do quanto esta cena me parece sensual.

Ri alto. Percy e seu humor cômico e pervertido ao mesmo tempo.

– Perdão, prometo que não faço mais cenas sensuais assim para te seduzir. - respondo descendo da cama.

Percy ficou onde estava, mas ficou olhando para mim. Não apenas para mim, mas para todo o mim. Senti seus olhos passarem por meu corpo, darem voltas e mais voltas por mim, e finalmente chegarem até meu rosto. E ele olhou no fundo de meus olhos. Filho da mãe. Aqueles enormes olhos verdes estavam grudados em mim, e eu estava grudada neles. Completamente grudada neles. Droga. Aqueles olhos, aqueles lindos olhos, eram minha kriptonita.

Senti que poderia ficar a tarde toda ali, apenas o olhando, mas foi então que escuto algo desengonçado e barulhento se aproximar.

– Annabeth, o que este garoto está fazendo deitado em sua cama te olhando deste jeito?! Pensaram que eu fosse ficar eternamente no chuveiro? Pois vocês se enganaram! - meu pai gritou.

Percy pareceu segurar a risada, pois a cena que presenciamos fora extremamente engraçada. Meu pai estava apenas de toalha e pantufas, e estas eu me lembro que eu usava. Eram cor-de-rosa e completamente felpudas. Coloquei a mão no rosto e tentei escondê-lo para segurar a risada. Não podia acreditar que meu pai, meu próprio pai, aquele que ajudara minha mãe a me fazer, havia feito uma cena como aquela. E com Percy junto que, visivelmente, segurava ao máximo para não dar risada.

Meu pai provavelmente se tocara que a situação em que ele se encontrava era ridícula, porque nos lançou olhares suspeitos, virou as costas e saiu, nos deixando a sós novamente. E, assim que ele sumiu de nossa vista, soltei minha gargalhada a um tempo presa. Como eu, Annabeth, posso ter um pai como este?

– Você é a cara dele. - Percy disse saindo de minha cama.

– Agradeço seu elogio. - digo.

E Percy estava fazendo de novo. Estava me olhando, daquele jeito, apenas me olhando. Mas droga, para mim não era apenas um olhar, parecia mais um jeito de me cativar. Um jeito o qual eu não conseguia sequer me mexer. Algo que me prendia por completo. Ou me prendeu, até meu celular começar a tocar. Levei um susto. Tive que pensar alguns segundos e depois atender. Era Thalia.

– Alô? - digo.

– Annabeth, será que você poderia, por favor, parar de se agarrar com aquele gato e me dar um pouco de atenção? - ela disse.

Dou risada. Claro, tinha que ser Thalia.

– Okay, demos uma pausa aqui. Agora sou sua. - respondo.

– Ainda bem. Mas não vai demorar, só liguei para te lembrar que vocês têm uma festa para ir hoje. Aqui em casa. Às oito. E não vou tolerar atrasos. Adeus!

E ela simplesmente desligou em minha face linda. Bem típico. Dei risada por Thalia ser tão Thalia.

– Era aquela punk que tentou dar em cima de mim? - Percy perguntou.

– Sim - respondo - E é melhor se arrumar, porque temos uma festa para ir. Thalia deixou claro que não toleraria atrasos.

Percy sorriu. Ele pareceu até ter gostado da ideia de ir a uma festa, mas eu não. No fundo, estava com medo do que aquela noite estava nos reservando. Mas iria, não por quem eu provavelmente encontraria lá, mas por Thalia, e por Percy. Principalmente por Percy.


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Notas finais do capítulo

Sim, ainda não contarei sobre a festa da Thalia porque não HEUHEUHU mas calma ok? Porque semana que vem alguém está de férias ebaaaaaaaaaaa, e aí terei mais tempo para tudo. Beijos e NHAC, até o próximo :3