Happiness escrita por MissLerman


Capítulo 10
Capítulo 10 Believing


Notas iniciais do capítulo

Então, alguém mais quer me matar? HEUHEUEHUH poisé, olhem só quem reapareceu. Aiai esse ano está tenso. Sério, tem tanta coisa... Mas isto não é desculpa, preciso arranjar mais tempo para postar e tals. Eu sempre gostei mais de uma realidade alternativa mesmo kkkk bem, aqui vai mais um capítulo para vocês



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É engraçado como o tempo passa quando não estamos fazendo absolutamente nada. Mas depende de como é este tal "nada". Em meu caso, o meu "nada" se resumia em ter Percy dormindo em meu ombro por mais de três horas. As vezes eu o sentia se mexer, mas não sabia se ele estava despertando ou apenas sonhando com alguma coisa mais agitada. Meu coração apertou, de certa forma, porque Percy adormeceu muito rapidamente; talvez alguma coisa tivesse acontecido, afinal ele estava muito calado de manhã. Não o tirei dali, encostava, vez ou outra, minha cabeça na sua. Seus cabelos eram macios, e sua respiração seguia o mesmo compasso da minha.

Quase me esqueci que, aquele mesmo garoto deitado agora em meu ombro, fora o garoto o qual eu quisera matar em seu primeiro dia de aula por descobrir um de meus desenhos. Percy era um mistério. Eu sabia que ele não era como um livro infantil, simples de se ler, e com pouco conteúdo; estava mais para um livro de direito, daqueles que somente alguém com muita vontade e muito amor pelo que faz conseguiria ler. Imaginei o quanto poderia ser difícil para ele.

Respirei fundo algumas vezes, senti o sono chegar novamente. Deitei-me em Percy e fechei meus olhos. Sim, aquilo era muito bom, muito bom mesmo. Me peguntei, uma última vez antes de apagar novamente, por que eu gostava tanto daquele idiota que eu mal conhecia. E por que ele fazia tão bem para meu ser. 

Adormeci, novamente. Acordei um tempo depois meio zonza com barulhos de pneus cantando. Abri os olhos rapidamente e vi que Percy estava acordado e que era eu quem estava deitada em seu ombro. Assim que retomei minha consciência, esfreguei os olhos e disse:

- Parece que chegamos. 

Percy riu.

- Sim, chegamos. E a propósito, obrigada por me permitir te usar como travesseiro. - ele respondeu - Hum, só te aconselho a pentear este cabelo antes de descermos. Sabia que os fios de cabelos enrolados são ovais e não redondos como os de cabelos lisos?

Ainda meio grogue de sono consegui soltar uma risada tímida. Era a última coisa que eu precisava, saber que meus cabelos estavam horríveis. Olhei para Percy e vi que seus cabelos também não estavam lá aquelas coisas, mas aquilo lhe dava um toque rebelde, e o deixava ainda mais... Humm, lindo? Annabeth, pensou mesmo nisso? 

Balancei repentinamente a cabeça, só poderia estar ficando maluca. Mas, internamente, eu sabia que sim, Percy era lindo.

Uma certa força então nos jogou para trás. Isto era um sinal: chegamos! Alegre, sorri para Percy, como se soubesse que tudo daria certo. E eu realmente sentia isso. Por mais que fosse difícil, sabia que, por alguma razão, vir para Londres foi a coisa certa a fazer. Era como se houvesse alguma coisa lá, que precisasse, urgentemente, ser encontrada. Só não sabia exatamente o que era.

Nos levantamos e, com as coordenadas da aeromoça, saímos do avião. Assim que pisei naquele aeroporto, uma onda de nostalgia tomou conta de meu corpo. Até mesmo o ar me parecia diferente. Era só escutar com atenção que aquele sotaque estava em todo lugar. Sorri. Estava com saudades de Londres. Aquela era minha casa, minha única casa. Tudo me parecia estar muito mais bonito do que a um ano atrás. Fiquei feliz por me sentir tão bem naquele lugar.

Olhei para trás e vi Percy olhando atentamente para tudo. Ele tinha um olhar ainda mais curioso do que costumava ter. Para ele era uma novidade. Era um tanto engraçado ver aquele brilho todo em seus olhos. 

Caminhei até ele, não poderia deixá-lo sozinho.

- Melhor pegarmos nossas malas, meu pai disse que estaria aqui sem falta às... Deus, já é quase meio dia! Ele disse que estaria aqui às onze. Percy, precisamos correr! - digo segurando seu braço, e correndo para buscar nossa bagagem. Sem perceber, acabei segurando sua mão.

Seu toque me fez estremecer. Mesmo deixando tudo guardado para mim, meu coração pareceu bater mais forte enquanto corríamos de mãos dadas pelo aeroporto. Sim, não soltamos nossas mãos. Mesmo depois de termos pegado nossas malas. Mesmo depois de termos chegado até o lado de fora. Mesmo depois de meu pai chegar correndo desesperadamente como se estivesse atrasado para um compromisso muito importante. E, de fato, buscar sua filha no aeroporto me parecia um compromisso importante. Mas era meu pai, e ele sempre se atrasava.

- Estou chegando! - o escutei gritar.

- Humm, julgando o cabelo loiro, e o modo atrapalhado de correr, deduzo que ele seja seu pai. - Percy disse, rindo.

- Então quer dizer que e corro de um jeito atrapalhado? - eu disse o fuzilando com meu olhar.

Meu pai corria, mas tropeçara em alguma coisa no caminho.

- Annabeth, a garota loira de olhos acinzentados, posso te perguntar uma coisa? - Percy disse.

- Claro, Percy; diga.

Percy sorriu por um momento e, logo após, corou. Fiquei um tanto confusa, mas deixei que ele continuasse.

- O fato de ainda estar segurando minha mão, pode ser considerado um bom sinal? 

Só então notei que, realmente, ainda estava segurando sua mão. Soltei-a no mesmo instante, e tentei fazer algo para disfarçar minha vermelhidão. Meu coração bateu ainda mais forte. Não podia acreditar que coisas assim sempre acontecem comigo. Fiquei sem saber o que falar. Por sorte, meu bom velho nos alcançou. 

Meu pai me parecia ainda mais velho do que me recordara. Talvez pela grande quantidade de fios brancos que se encontravam em sua cabeça. Me surpreendi com aquilo. Mas ele era loiro, assim como eu, então o contraste não era assim tão intenso. Sorri ao vê-lo novamente. Por mais que ele não fosse o melhor pai do mundo, ainda assim continuava sendo meu pai. Fui até ele e o abracei. No fundo, eu havia sentido e muito sua falta.

- Perdão, filha, perdão! Tentei sair cedo da faculdade mas não consegui. Sua mãe disse que o avião chegaria às dez, mas eu perdi a noção do horário! - Frederick me disse. Claro, minha mãe havia lhe dado o horário errado. E, por coincidência, meu pai se atrasou duas horas, tempo necessário para o avião chegar.

Dei risada.

- Tudo bem, pai; na verdade, acabamos de chegar. Este é Percy Jackson, o amigo o qual minha mãe te falou. - digo apontando para Percy, que estava parado atrás de nós.

Meu pai o examinou por um momento. Talvez estivesse pensando em vários métodos diferentes para tentar apanhar Percy e eu no meio de uma noite de prazer. Coitado, digo apenas isto, coitado!

- Prazer, sou Frederick. E não me chame de Fred, é Frederick, apenas. Não gosto desta história de apelidos. O que é um tanto contraditório porque eu dou aula de história, e amo histórias. Mas que fique definido assim: me chamará de Frederick. E como é seu nome? A julgar que "Percy" seja um apelido.

Apesar de meu pai ser completamente pirado e ter algumas dúzias de parafusos a menos, no fundo, ele é um homem bom e normal exatamente igual aos outros homens. Percy deu risada. Achei que ele poderia se dar bem, são até um tanto parecidos.

- Meu nome é Perseu Jackson. - ele respondeu e fez reverência - Ao seu dispor.

Dei risada. Agora sim, era difícil saber qual deles era o pior. Meu pai pareceu ficar surpreso com o comentário de Percy. Ele, no fundo, esperava intimidá-lo já com este primeiro comentário. Porém não conseguiu. Muito pelo contrário, apenas conseguiu com que Percy sentisse uma certa simpatia por ele. Meu pai era um sujeito inteligente, com um sotaque britânico forte, e Percy uma vez me disse que gostava de pessoas inteligentes. Ao meu ver, Percy já havia sentido que meu era um homem culto, apesar de ser muito atrapalhado.

Frederick, Percy e eu seguimos para fora do aeroporto, e fomos para o carro. Minha antiga casa não era muito longe dali, pelo que me recordava. Foi só entrar naquele carro com a mão invertida que todo aquele ar inglês me inundou ainda mais. As ruas, as pessoas... Senti falta daquilo.  Nova York não era muito a minha cara, não como Londres era. Aquilo sim era a minha cidade, e, consequentemente, a minha casa.

Andamos um pouco de carro por diversas ruas até que avistei a fachada da casa. A casa era branca, com alguns tijolinhos a vista; possuía o telhado triangular e alguns desenhos nas janelas e nos beirais. O jardim já não estava tão verde, afinal quem gostava do jardim era minha mãe. Os arbustos, as flores, e até mesmo o cachorro barulhento da vizinha, todos continuavam em seus lugares. Minha casa era maravilhosa. E devo dizer que, assim que saí do carro e pisei naquela calçada novamente, somente neste momento me senti em casa. Senti falta de tal sensação. 

- Seus olhos estão com um brilho maravilhoso. As pessoas fazem isso quando estão felizes de verdade. - Percy disse parado logo atrás de mim.

- Sim, Percy, eu estou feliz. - digo lhe lançando um sorriso.

- Ei crianças, que tal me ajudarem a descarregar estas malas? Sei que sou o adulto aqui mas acho que não consigo carregar as malas sozinho. - meu pai disse.

Olhei para Percy e sorri de leve, ele sorriu de volta. Eu sentia que ele estava feliz também, tanto quanto eu. De alguma forma, podia sentir. Talvez fossem seus olhos. Talvez eles também estivessem com tal brilho especial que Percy mencionara. Não podia culpá-lo, ele estava a poucos metros e encontrar seu pai. Estávamos torcendo pra que tudo corresse bem.

Fomos até meu pai e o ajudamos com tudo. Descarregamos as malas e as deixamos na calçada. Meu pai foi na frente para abrir a porta para podermos entrar. Mas escutei uma voz conhecida e isto me deteve. 

- É assim então, chega e nem cumprimenta os amigos?

Me virei e avistei uma punk com mechas azuis. Seus olhos, também azuis contornados por um delineador preto se destacavam ainda mais. Ela usava uma calça preta rasgada, coturnos e uma camiseta preta com uma estampa que não consegui identificar. Seu cabelo estava mais curto do que eu me recordava, mas mesmo assim, Thalia ira inconfundível.

Corri e fui abraçá-la. Estava morrendo de saudade daquela vadia. E quando digo vadia, quero dizer vadia mesmo. Thalia não ligava para relacionamentos. Nunca ligou. E penso eu que nunca vai ligar. Mas eu não me importava com isto, ela sempre fora mais do que uma amiga para mim. Sempre me ajudou, não tenho do que reclamar. Então se ela gosta de dar para um cara diferente todo final de semana, o problema não é meu. O que importa é que ela está bem, não engravidou ainda e nunca pegou nenhuma doença sexualmente transmissível. 

Ficamos abraçadas e girando como duas loucas por um tempo. Parecia que não a via a eras. Mas o que importava agora era que estávamos juntas, novamente.

- Por Deus, sua vadia, que falta você me faz! - disse eu para ela.

- Nem me fale, santinha. Acredita que não achei nenhuma virgem pervertida como você ainda? E olha que eu procurei hein! - Thalia me disse.

Rimos. Mas fiquei pensando no que Percy me diria a respeito daquilo. E estava torcendo para que meu pai não tenha escutado aquilo. Afinal, Thalia na maioria do tempo fala sobre coisas pervertidas, e quando não fala disso está falando besteiras. Mas eu gostava dela, mesmo assim. Gostava do pacote todo.

A convidei para entrar, mas ela me disse que veio apenas me dar um abraço, e que uma outra hora ela aparecia para conversarmos. Apresentei Percy, e para minha não surpresa ela disse apenas:

- Poxa, Annabeth, então este é o cara com quem você anda dando uns pegas? Por que se não for gostaria de saber se ele gostaria de conhecer meu quarto qualquer dia desses.

Percy ficou ligeiramente vermelho. Mas respondeu a altura:

- Devo dizer que a oferta é tentadora, mas Annabeth e eu já marcamos de "arrumar" algumas mesas de sua casa nova. Sabe como é, para estrear. 

Thalia riu, e riu muito. Dei risada também. Ela então me lançou um olhar de "Aproveite, se você não pegar logo eu pego". Thalia me deu um último abraço e apertou as mãos de Percy, por considerar isto mais "seguro", segundo ela. Sussurrou para mim: "Além de ser gato ainda tem um sotaque. Annabeth, você é muito sortuda!" e então partiu.

Olhei para Percy e ele estava rindo. 

- O que foi? - pergunto.

- Olha, nem com todos os meus dons investigativos eu diria que você era são pervertida. Não ficou nem vermelha quando eu disse que íamos arrumar algumas mesas. - Percy respondeu.

- Mas você estava brincando - digo, mas Percy me lança um olhar safado - Não estava?

Ele sorriu daquele jeito único, que só ele sabe sorrir, e disse:

- Um dia, talvez, certo?

Ri também, e não respondi nada. Era mais seguro assim. Entramos, e nos pusemos a desfazer as malas. 


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Notas finais do capítulo

Capítulo grandão para vocês, para compensar os dias que não postei HUEHUEHEU até mais meus amores. Beijos e NHAC :3



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