POV Chris

            Passar uma noite ao lado dela, eu não iria conseguir dormir! Meus olhos estavam vidrados naquele olhar radiante daqueles belos olhos castanhos de Clarisse.

            - O céu. – Ela disse sem tirar os olhos daquele belo azul.

            - Eu sei - eu disse. – É tão lindo, e as estrelas tão brilhantes.

            - Não precisa ser tão clichê. – Ela disse, nós dois rimos. – Só ia dizer que sempre há uma estrela maior e mais brilhante que as outras. – Ela continuava observadora.

            Eu lancei a ela aquele olhar de “como é que é?” e ela me olhou volta sorrindo.

            - Você é mesmo uma graça. – Eu ri. – Por que ser tão durona, hein?

            - Não é tão fácil te odiar sabia? – Ela questionou. – Também não é fácil ser durona!

            “Okay, eu acredito.” Pensei, mas não disse. Clarisse La Rue dizendo que não era fácil ser durona?

            - Ta – Eu disse rindo. – Eu sei que eu sou demais e é impossível não me amar.

            - Para com isso. – Ela disse me dando um murro no peito. – Você é muito chato sabia?

            - Eu sei – Respondi rindo. – Sou bom nisso né?

            Nós rimos. Pus a mão em seu queixo e disse:

            - Tenho certeza que você não me odeia.

            Seu rosto se aproximou do meu, tão perto que sentíamos o calor do outro. Então ela virou a cara e disse.

            - Continue tentando garanhão. – Ela se deitou. – Agora eu vou dormir porque amanhã tenho que enfrentar aquela vadia da Melly.

            Ela se virou para o outro lado e começou a se debater.

            - Babaca. – Ela se virou e falou para mim.  

            - Diz. – Eu respondi rindo. Pensei que ela queria algo ou só estava me xingando mesmo.

            Ela se aproximou, dessa vez ela não virou o rosto. Podemos sentir o calor um do outro. Então ela me beijou.

            - Uau. – Eu disse como um idiota. Eu encostei perto dela novamente a procura de seus lábios, mas ela não cedeu. Eu continuei a gaguejar: - Como...

            - Sem comentários. – Ela disse e se deitou.

            Eu ainda estava sem acreditar...

                                               POV Zoë

            - Ei, espera! – Eu falei assustada enquanto corríamos ainda pelas ruas. – Cadê o Chris e a Clarisse?

            - Clarisse! Chris! – Silena gritou. – Bianca!

            - Que Bianca o que! – Thalia zombou. - Aquela ali deve ser a chefe dessa gangue.

            - Thalia não exagera.

            - Deixem isso de lado e me digam – Percy falou. – O que nós vamos fazer?

            - Não faço a mínima idéia. – Disse Charles que até agora estava calado.

            Todos nos viramos para Annabeth.

            - Ah droga! – Annie falou. – Ta, vamos para um lugar seguro. Mas, espera. E sua casa Zoë?

            - Minha casa não é no Brooklin, é em Queens, íamos pra lá no ônibus, mas ficou tarde.

            - Entra nessa casa aqui! – Percy bateu na porta.

            - Não Percy sua anta! – Disse Annabeth. Percy realmente a irritava. Mas já era tarde...

            - Olá. – Disse a mulher atendendo a porta. – Quem são...?

            - Ah, prazer – Disse Percy. – Eu sou Percy. Por favor podemos entrar?

            - Percy não! – Annabeth sussurrou.

            - Entrem. – Ela disse. – Sou Susan Hoff.

            - Sra Susan – Eu comecei. – É uma história meio louca. Podemos passar essa noite aqui? Ah, sou a Zoë.

            - Para com isso Zoë, sua idiota! – Disse Thalia.

            - Eu sei o que eu estou fazendo! – Murmurei.

            - Passar a noite aqui? – Disse Susan. – Que história é essa hein?

            - Sra Susan nós te explicamos a história! – Silena disse desesperada.

            - Tudo bem. – Susan disse. – Entrem.

            Nós entramos na sala. Era uma casa daquelas em que choramos só de ver com tantas fotos de momentos felizes. Eu vasculhava todos as fotos, sentia que conhecia os dois gêmeos que estavam presentes em quase todas as fotografias. Todos também vasculhavam, pelo olhar eles também conheciam os gêmeos, ríamos tanto com as fotos das travessuras daqueles dois que quase nos esquecemos da presença de Susan. Então me deparo com uma foto de alguém que eu tinha certeza de que conhecia.

            - É ela! – Eu gritei.

            - Quem garota? – Susan me perguntou.

            - Calma Zoë! –Charles falou.

            - A mulher ruiva! – Eu gritei.

            - Espera garota me explica i...

            - Eaê? – Um garoto falou. – Eu sou Travis. Acabou de saber meu endereço, qualquer coisa...

            Então eu percebi, eram os dois garotos da foto! 

            - E eu sou o Connor! – Ele foi até Thalia e disse: - Gata você fugiu do zoológico?

            - Não. – Thalia disse irritada.

            - Você tem que perguntar por que eu falei isso!

            - Ai ta bom. – Thalia disse. – Por quê?

            - Porque você uma pantera! – Connor disse. – Essa foi boa hein? – Ele olhou para Travis que fez um sinal de positivo.

            - Você também fugiu do zoológico Connor? – Thalia perguntou.

            - Por que eu sou um tigre? – Ele falou tentando ser sedutor.

            - Não. – Disse Thalia. – Porque você é um babuíno.

            Todos riram. Aqueles garotos eram completos idiotas!

            - Só mais uma coisa. – Disse Travis chegando perto de mim. – Meu celular, telefone fixo, e-mail, twitter e facebook. Qualquer coisa já sabe onde me encontrar.

            - Aqui tem dois números de celular. – Eu respondi só por educação.

            - Pra se você quiser algo melhor que ele. – Connor piscou.

            - Connor não lhe dei autorização pra colocar seu nome nas minhas idéias. – Disse Travis zangado.

            - Não preciso da sua... – Connor foi interrompido.

            - Chega! – Susan falou. – Voltem pro computador ou pro vídeo game ou para o que quiserem. Mas saiam daqui agora!

            - Mas mãe – Travis começou. – O que a senhora tem que não podemos ficar aqui?

            - Coisa nossa. – Susan disse apressada.

            - Até nossa mãe tem esquema e nós dois não? – Connor disse.

            - Saiam daqui meninos! – Susan repetiu.

            - Mas são dois garotos e quatro garotas? – Disse Travis indignado.

            - Suruba. – Connor falou imitando tosse.

            - Meninos saiam, por favor. – Silena falou calmamente.

            - É claro! – Os dois falaram.

            - Como você...? – Thalia começou. – Ah, esquece, prosseguindo aqui. Zoë continue.

            Eu acabei explicando tudo sobre Melly e os meus pulsos cortados, os tapas, Matt, tudo. Quando eu terminei de explicar Susan logo falou:

            - Melly Stewart? Por acaso ela seria casada?

            - Sim, sim! – Eu falei. – Com um ex lutador. Ares. Pai da nossa amiga Clarisse La Rue. – Susan estremeceu. – Você a conhece?

            - Bem, vejo que vocês estão mais interligados com Jane do que imagino.

            - Não tem nenhuma Jane. – Disse Percy confuso. – É Melly Stewart.

            - Vejo que vocês não sabem de nada mesmo. – Susan disse. – Melly Stewart, Lindsay Chay, Jane Rodriguez, todas são a mesma pessoa.

            - Espera – Silena disse assustada. – Lindsay Shay? A mulher de Hades? Madrasta de da Bianca e do Nico Di Angelo?

            - Essa mesma! – Susan assentiu.

            - Espera! – Annabeth falou assustada. – Jane Rodriguez? Chris Rodriguez? Diga-me que isso é só uma coincidência.

            - Não, não é coincidência nenhuma.

            - O que você exatamente é da Melly, Jane ou qualquer coisa?

            - Ah – Susan disse sorrindo. – Sou irmã mais nova. Bem, quase isso. Jane é adotada.          

            Todos nós estávamos em estado de choque, tantas revelações... Então de repente a campainha toca, Susan pede silencio e pergunta quem é pelo interfone. Annabeth sussurrava pra Percy algo sobre ele ser tão que bateu na porta de alguém sendo que a casa tinha campainha.

            - Abre logo a porcaria dessa porta! – Uma mulher gritou no interfone. – Sou eu, a Jane.

            - Ai não! – Susan sussurrou. – Jane não gostaria de ver vocês por aqui, ela deve ter uns “seguranças” atrás dela. Se escondam pirralhos!

            Geralmente eu não gostava de ser chamada de pirralha, mas não era hora de discutir. Fomos então para o quarto dos gêmeos (única opção) e ficamos quietos para escutar a conversa.

            - Ora, ora, ora quem está aqui! – Susan disse. – Não seria a vadia Jane?

            - Vim te fazer uma visitinha vaca Suh. – Jane rebateu.

            - O que você veio fazer aqui vadia? Fala! – Susan gritou.

            - Calma. – Melly, ops, Jane disse com sorriso sarcástico. – Por que você só me chama de vadia e não de Jane ou irmãzinha?

            - Porque quando o nome da marca representa o que ela faznão adianta chamar de outro jeito! – Susan falou com raiva. – Agora fale o que você quer Jay querida! – Ela disse com sarcasmo.

            - Oh, Susan Marie Hoffstaedter, minha pobre irmã caçula e mal amada. – Jane falou debochando.

            - Oh, Jane Effie Rodriguez, minha pobre irmã adotada. – Susan falou.

            - Já disse pra não tocar nesse assunto! – Jane falou furiosa.

            - Por quê? Você não quer que saibam que Jane Rodriguez veio do orfanato municipal de Manhattan? – Susan falou rindo, mas de repente mudou a expressão e falou: - Diz logo o que você quer ou vaza Jen.

            - Eu quero um favor! – Jane disse sem mais delongas. – Tentei arrancar informações da sobrinha do Matt, mas...

            Um fio percorreu o meu corpo inteiro, será que finalmente eu saberia quem era Matt?

            - Zoë você ta bem? – Thalia sussurrou.

            - Sim – Respondi. – Só estou confusa e curiosa.

            Voltei novamente minha atenção para a conversa de Jane e Susan:

            - Para com isso Jane! – Susan gritou. – Você sabe muito bem quem o nome dele não é Matt e fez isso só pra livrá-lo da polícia! Mas na verdade ele não fez nada, você o obrigou a fazer! – O nome de Matt, ou seja lá quem ele seja provocou uma reação imediata em Susan. – Você sabe que o nome dele é Hermes! E não, eu não sei onde ele está! O que você fez com ele?

            - Hermes? – Eu sussurrei.

            - O que foi Zoë? – Annabeth perguntou.

            - Esse homem! – Falei. – Esse Hermes! É o meu tio Hermes? Meu Deus eu não sabia? Como pode? Ele nunca me falou sobre esse nome de Matt! Ele disse que eu era a pessoa mais importante pra ele, então, por que ele fez isso?

            - Zoë tem certeza disso? – Disse Charles.

            - Sim Charles. - Eu disse. – Meu tio foi perseguido pela polícia e não voltou mais. Eu não faço a mínima ideia de onde ele esteja.

            - Calma Zoë. – Falou Silena. – Elas estão meio paradas. Melly parece estar examinando as palavras que vai falar.

            E enfim Jane prosseguiu com a conversa:

            - Suh – Ela disse. – Se eu tivesse feito algo com Matt/Hermes você acha que eu estaria te perguntando? Tentei buscar informações com a sobrinha dele. Qual é o nome dela mesmo? – Ela parou pra pensar. – Ah, é Zoë Nightshade, mas ela fingiu que não sabia. Além disso, era uma menina muito tola, você me servirá melhor.

            - Nem pensar! – Susan disse. – Por nada desse mundo eu faria algum serviço pra você.

            - Pense bem minha irmãzinha. – Jane provocou. - O quanto ele significa pra você, hein? O que seu amante significa pra você hein traíra?

            - Para com isso vaca! – Susan surtou. – Você sabe muito bem que ele tinha nojo de você! Vocês tiveram um filho, o Chris, eu sei, mas passou!

            - Passou porque você o tirou de mim! – Susan lançou um olhar para Jane que logo então passou a falar furiosa, porém baixo. Provavelmente pra que Travis e Connor não escutassem. – Susan ele teria ficado comigo se você não o tivesse iludido. E aliás iludido seus filhos também! Eles ainda acham que vieram da cegonha? – Jane debochou.

            Então Travis, Connor e Chris eram irmãos? Aquilo me deixava atordoada! Jane e Susan tiveram filhos com o mesmo homem? Mas que família, hein? Não era de me surpreender que aquelas duas vivessem em pé de guerra.

            - Você sabe que ele ó ficou com você por causa da perseguição da polícia por causa das drogas! – Susan retrucou. – E esse filho foi nada mais, nada menos que uma armação!

            - Ta bom. – Jane disse mudando de assunto. – Vamo0s achá-lo, só lhe peço isso e você vai se ver livre de mim.

            - Eu sei que você não fará isso Jane! – Susan surtou novamente. – Você não me engana mais! E se um dia eu encontrar Hermes eu faço o favor de arrancar lhe todo o dinheiro que demos para ele por causa dessas drogas malditas.

            - Não é por isso que eu o quero e você sabe! – Jane disse. – Hermes tem informações que nem eu tenho. Ele tem o poder em mãos, sem precisar fazer esforço! E eu precis0o dele.

            - Então procure outra peça para seu jogo estúpido! – Susan disse apontando para a saída. – Hermes só exagerava em bebidas e farras, e se drogava também, mas ele nunca foi uma pessoa ruim como você! Desiste Jane, desista! Agora saia daqui!

            Jane caminhou silenciosamente, então parou na porta e disse:

            - Você nunca se livrará de mim, irmã caçula.

            Esperamos até que ela ficasse fora de vista e fomos até Susan.

            - Você está bem? – Silena perguntou.

            - Sim, claro. – Susan disse. – Aliás, Zoë, vamos encontrar o seu tio Hermes! Nem que isso demore minha vida toda.

            - Hermes é nosso pai mãe? – Disse Travis.

            - Não acredito que nos enganou a vida toda! – Disse Connor achei que fosse garota de programa!

            - Meninos me desculpe. – Susan falou. – Vamos encontrar seu pai.

            - Está certa disso Sra Susan? – Eu falei.

            - Nunca estive mais certa Zoë. – Amanhã encontraremos Clarisse e Chris e começaremos a procurar Hermes.

            - Só mais uma coisa! – Disseram Travis e Connor como um coro. –Seja bem vinda a família prima Zoë!

         E então eles me abraçaram, mas não como se estivessem me flertando, foi um abraço de amizade...