Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 8
A vingança cheira a sangue


Notas iniciais do capítulo

Hey people :) Obrigada pelos reviews fofos *---* Eu demorei pra postar esse capitulo pq eu tô em semana de provas e pra completar peguei uma gripe... :(

Espero que gostem.



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–Você é louca? Matar pessoas inocentes por puro prazer?

–Não são inocentes. –Ela me corrigiu zangada – Eles mataram a minha irmã.

Ela me encarava séria, com os braços cruzados e um leve ar de superioridade sobre mim.

– Lorelei, o que eu ganho te ajudando? - Perguntei, vendo-a sentar na cama.

–Prova que me ama.

–Deve haver outro tipo de prova.

–Não vejo uma coisa melhor do que isso.

–Lorelei... – Murmurei confuso. Passei a minha vida toda enganando pessoas por troca de dinheiro, mas agora matar... Isso não é do meu feitio, não mesmo.

–E então Patrick? Vai ou não?

–Não posso fazer isso,não posso matar pessoas sem motivo algum.

–Então eu te dou um motivo. Ou você me ajuda a achar e matar essas pessoas, e eu magicamente esqueço que você e Teresa passaram uma noite juntos, ou... Bem, acho que não preciso dizer né?

Congelei, boquiaberto, com os pelos todos arrepiados e pele pálida. Eu não acreditava que Lorelei sabia. Não tinha como saber. Tentei dizer alguma coisa, mas me faltavam palavras. Estava tão nervoso que eu nem conseguia pensar em uma desculpa esfarrapada.

–E...eu e Ter.. Teresa não ficamos juntos – Gaguejei suando frio.

– Quando eu disse que você e Red John eram idênticos, eu me referi inclusive a fidelidade de ambos – Afirmou – Ele mentia pra mim, dava as mesmas desculpas ridículas que você dá... Por isso eu digo Patrick, não minta pra mim pois eu sei quando você o faz.

–Lore...

–E se você não me ajudar, você pode ter certeza que eu vou fazer questão de fazer uma visitinha pessoal a ela. – Concluiu sorrindo maliciosamente, enquanto colocava as pernas sobre a cama e as cobria com uma manta roxa fina.

–Você não pode machuca-la, você sabe disso.

–Não duvide de mim, amorzinho.

–Se você tocar nela eu te mato. – Ameacei aumentando o tom de voz.

–Já fiz a minha sugestão Patrick, você aceite se quiser. Também arque com as consequências.

Ficamos alguns minutos em silêncio, eu pensando sobre a proposta dela e ela esperando calmamente pela resposta.

Eu realmente não queria fazer isso. Mas se fosse para proteger Teresa, eu faria.

–Tudo bem eu te ajudo, mas deixe Teresa fora disso.

– Tudo bem. Agora, por que o senhor não tira essa roupa que cheira a vadia, e aproveita pra tomar um banho quente? – Sugeriu ironicamente, dando um sorrisinho – Depois você pode vir dormir aqui comigo...

–Vá se ferrar ,Lorelei – Murmurei já indo para o banheiro.

No dia seguinte, acordei no mesmo horário de sempre mesmo não precisando ir ao trabalho. Aproveitei o tempo livre para fazer algumas compras no mercado e levar o carro para lavar em um posto de gasolina perto do motel onde eu ficava.

Enquanto isso, deixei Lorelei em “casa”, fazendo uma listinha das coisas que ela precisava comprar para dar inicio a bendita vingança que ela tanto almejava. Entre elas havia desde roupas de couro extremamente confortáveis até armas de choque não letais, que serviam apenas para imobilizar instantaneamente a vitima.

Quando cheguei, Lorelei estava debruçada sobre a cama, com a lista pronta jogada ao seu lado.

–Oi Lore – Cumprimentei, colocando as sacolas do mercado sobre a mesa.

–Olá Patrick – Respondeu nada empolgada, já levantando da cama. – Como foi no mercado?

–Normal – Demos um selinho rápido antes de continuar com essa conversa “super interessante” – E você? Terminou a lista das coisas que você precisa?

–Terminei – Respondeu sentando sobre a cama, com uma cara emburrada. –Quer ver?

–Não agora. –Nós nos encaramos por um tempo até eu prosseguir, perguntando curioso – Como você pretende achar os culpados pela morte da sua irmã? Você conhece algum deles?

–Não –Respondeu sem hesitar – Mas eu conheço uma amiga de Miranda que me disse que minha irmã falava muito de uma mulher, Julia Howard, e que ela prometia melhorar a vida dela... – Disse em um tom melancólico. – Estranhamente essa proposta de vida nova acabou resultando em sua morte.

–E por que você acha que essa tal de Julia vai te dar alguma informação importante?

–Ah, você sabe... Algumas agressões aqui, outras torturas com arma de choque ali... Não há quem não diga – Afirmou com uma naturalidade espantosa na voz, como se fosse uma coisa comum.

–Lorelei... Acho que você está se arriscando demais.

–E estou. Mas faço qualquer coisa para acabar com os culpados da morte da irmã. Qualquer coisa.

–Red John é o principal culpado, Lore – Disse, retirando das sacolas algumas frutas e verduras que iriam para a geladeira.

–Ah, você de novo com isso. Red John eu deixo para depois.

–Lorelei... – Olhei para ela, ainda segurando as frutas – Por que sempre que eu falo sobre o Red John, você dá um jeito de fugir?

–Eu ? Eu faço isso desde quando? – Perguntou, apontando para si mesma – Eu não faço isso.

–Faz. O tempo todo.

Ela bufou, cruzando os braços e me encarando como se eu tivesse falado algo que não deveria.

–Patrick, parece que você não vê – Repreendeu-me raivosa – Red John é perigoso demais. Eu ainda não quero morrer, e se você também não quer, melhor a gente deixar esse assunto de lado.

Guardei os alimentos e voltei meu olhar a ela.

–Você vai fugir até quando disso? Até quando ele vier nos matar?

–Patrick, ele não va...

–Vai sim – Afirmei a interrompendo – Você mesmo disse que se ele quisesse nos matar, ele faria, a hora que ele desejasse. Não é?

–É, mas...

–Mas nada Lore. Se você quer que eu te ajude, você deve me falar quem ele é. Simples.

–Patrick... Se ele quisesse nos matar, ele já teria entrado pela aquela porta a dias, e teria nos assassinado enquanto dormíamos. Mas ele ainda não o fez. Então, não se preocupe ok?

–Ele não nos matou por que isso é um jogo muito interessante a ele, apenas por isso. –Afirmei, pegando a lista que estava na cama.

– Não adianta falar com você mesmo. Parece uma criança teimosa.

–Nós dois somos ... – murmurei, lendo atentamente os tópicos da lista. Um deles, o que mais me chamou a atenção além das armas de fogo , foi dois RGS falsos. –Pra que a documentação falsificada?

–Para conseguirmos as armas.

–E essas outras armas... aonde vamos conseguir tudo isso?

–Conheço um cara... Bob Colin, ele pode nos arrumar tudo nessa lista, menos as armas de fogo. Mas para isso, precisaremos desembolsar uma boa quantia.... –Ela passou a me encarar, dando um leve sorriso, que lendo nas “ entrelinhas “ dizia: “ Você que vai pagar, não tenho dinheiro”.

–Tudo bem, eu pago.

–Que ótimo amor. – Lorelei entrelaçou as mãos em meu pescoço, e me fitando amorosamente, sugeriu – Que tal nos irmos comprar as armas? Podemos aproveitar e passar em uma lanchonete... Estou enjoada de comida caseira.

–Ah, tudo bem. Vamos lá.

Deixei Lorelei dirigir. Na verdade, descobri que todas as mulheres do meu convívio social, preferem dirigir o carro, a me deixar no volante.

Chegamos a um bairro afastado de Sacramento. As ruas eram sujas e era comum ver mendigos passeando de um lado para o outro com cobertores nas mãos. Lorelei estacionou o carro na frente de uma loja sem pintura, praticamente caindo aos pedaços.

–Não sei se é uma boa ideia... As pessoas daqui parecem loucas para roubarem um carro. – Disse, olhando e volta e procurando por pessoas com sinais de “interesse fora do comum “ pelo meu velho automóvel.

–Não se preocupe Patrick, não iremos demorar. –Ela abriu a porta do carro, pegando sua bolsa, parando na porta daquele estranho lugar – Vem logo Patrick.

Parei ao lado dela, com um friozinho na barriga.

–Antes de entrarmos, aconselho a não dizer que é da policia. Pro nosso bem.

–Tudo bem, eu não direi. – Respondi.

Ela abriu a porta, que fez um rangido terrível. Entramos em um lugar meio escuro com apenas uma luz fraca vindo de uma das duas pequenas janelas que havia. As paredes eram decoradas com vários tipos de armas velhas penduradas, e o lugar todo parecia cheirar a maconha. Fiquei me perguntando em como Lorelei achou este lugar.

Logo que fechamos a porta, um homem gordo, quase sem cabelos e uma longa barba preta, levantou de sua cadeira atrás de um balcão, para averiguar quem era.

–Lorelei Martins – O homem disse, com um grande sorriso no rosto – O que devo a honra?

–Oi Bob – Eles apertaram as mãos e ela prosseguiu – Vim com meu amigo, Patrick. Precisamos de algumas coisas que só você pode oferecer.

Ele me analisou dos pés a cabeça, me encarando sério.

–Patrick? – Bob disse, cruzando os braços.

–Ele é confiável Bob, não se preocupe – Lorelei garantiu, colocando seu braço entrelaçado ao meu.

–Hum... – Ele me analisou pela ultima vez, logo voltando o olhar para Lorelei – E, o que você quer? Drogas?

–Não – Respondeu. – Quero armas.

Ela tirou de dentro da bolsa a listinha que havia feito mais cedo, e entregou confiante a ele.

–Precisamos de tudo que está ai.

Ele leu a lista com certa dificuldade. Depois de alguns segundos, respondeu:

–Eu não tenho as armas de fogo.

–Eu sei, por isso precisamos dos rgs. Você ainda os falsifica?

–Sim – Ele andou até o balcão e tirou dois formulários em branco, junto com um livro velho com a capa rasgada, sobre nomes de bebês e duas canetas azuis – Preencham com o nome, data de nascimento, cidade natal, tudo falso. Se tiverem dificuldades em escolher um nome, podem pegar o livro. Eu vou pegar esse material da listinha , lá dentro. Já volto.

–Ok – Respondemos em uníssono, com o formulário em mãos.

Comecei a preencher tudo rapidamente, escolhi o nome David Carter, nascido no dia 21 de maio de 1969, em Las Vegas- CA.

Olhei para a ficha de Lorelei, e vi que a mesma ainda nem tinha começado o nome.

–Está com dificuldade em escolher o nome? – Perguntei já sabendo a resposta.

–Sim – Respondeu sem tirar os olhos da ficha - Qual você acha mais bonito, Samantha, Emily ou Christine?

–Christine é o mais bonito dos três.

–Então vai ser Christine Harvey, que tal?

–Acho que tem a sua cara.

Terminamos os formulários, esperando Bob que havia sumido por mais de dez minutos, voltar com nossa “mercadoria”.

Olhei para as armas de fogo penduradas na parede, todas sujas e velhas e eu, curioso , questionei Lorelei.

–Lorelei... essas armas na parede são de fogo, não?

–São armas velhas, só pra decorar.

–Hum... decoração macabra. – Comentei baixinho.

A porta de trás da loja abriu-se, e Bob com agilidade, vinha trazendo uma caixa enorme de papelão, com tudo que Lorelei havia pedido.

–Aqui está – Respondeu colocando a caixa sobre o balcão – Toda sua mercadoria, novinha.

–Quanto ficou tudo? –Perguntei , temendo pelo meu dinheiro, já curto.

–Só a mercadoria, quatro mil dólares. O RG eu faço os dois por $300. – Ele pegou os formulários e os guardou em seu bolso – Quem vai pagar?

–O Patrick - Ela respondeu me encarando sorridente – Não é amor?

–É Lorelei, é...

Retirei do meu bolso um cheque e o preenchi na hora, com o valor que o homem disse.

Entreguei a ele que sorria muito contente com a venda, enquanto eu chorava internamente pelo dinheiro perdido. Vou precisar jogar mais se quiser recuperar todo esse valor.

–O RG será entregue via correio em uma semana no maximo, só que vocês terão que me mandar via e-mail a foto 3x04 de cada um. Você ainda tem o meu email Lorelei?

–Tenho anotado no celular.

–Então tudo bem. –Ele abriu a porta, assistindo-nos passar – Me liguem se precisarem de algo.

–Está certo.

Levei a caixa para o carro que por algum milagre, ainda estava parado no mesmo lugar que Lorelei estacionou.

Guardei a caixa no porta-malas e entramos no carro, voltando ao motel.

–Daqui duas semanas, quando os documentos e armas de fogo chegarem, começaremos o plano – Lorelei disse, olhando concentrada através a janela do carro.

–E quem vai ser o primeiro nesse seu “plano”?

–Já disse, vou procurar primeiro por Julia Howard. Ela vai me dizer quais foram os outros envolvidos.

–Se eu fosse você eu não teria tanta certeza – Afirmei, parando em um semáforo.

–Por que não?

–Se ela é alguém ligada ao Red John, ela não vai dedurar ninguém. Bem provável que prefira se matar do que contar o que sabe.

–Ah Patrick, isso acontece apenas com você. Você faz tudo certinho, daquele jeito policial que tenta persuadir a pessoa a contar... Não é desse jeito que eu vou fazer, tenha certeza.

– Eu sei disso, mas duvido muito que ela te diga algo.

–É o que veremos, amor... é o que veremos... – Murmurou, com um leve sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

Uhh, quem assistiu o episódio 5x16 "There will be blood" vai saber quem é Julia e o que Lorelei fez com ela... hehehe

A partir do prox capitulo, a fic vai passar por um pequeno periodo de tempo para que novas coisas aconteçam. :) Qualquer coisa é só dizer, adoro ler as opiniões de vcs, seus fofos *---*