Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 4
Quando nós nos encontramos


Notas iniciais do capítulo

Obg novamente pelos reviews *--*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/343107/chapter/4

Com o final do outono na Califórnia se aproximando, eu já me preparava para a longa temporada de chuvas e ventania também conhecida como inverno. No inverno passado descobri que o meu quartinho de motel era gelado demais para ficar e me fez repensar na ideia de me mudar para um lugar mais quente,ou com um piso de carpete ou um aquecedor perto da cama.

Essa noite não seria diferente. Com duas cobertas finas nos cobrindo, Lorelei e eu tentávamos pegar no sono, ignorando o barulho dos carros e dos gemidos que vinham do quarto ao lado.

–Sério mesmo? – Lorelei perguntou baixinho,com a voz embargada pelo sono, claramente se referindo aos gritos da minha “vizinha” que aos poucos ficavam cada vez mais intensos.

–Melhor se acostumar, eles não vão parar tão cedo – Respondi, me aconchegando um pouco mais perto dela. Ela estava cheirando doce como chocolate.

Mesmo com os gemidos incessantes, Lorelei logo dormiu profundamente, como uma criança pequena. Eu ainda fiquei um bom tempo acordado, culpa da minha insônia maldita que não me deixa repousar sossegadamente.

Passaram-se duas horas depois que eu consegui dormir um pouco e o meu celular toca. Era Teresa com um caso novo, uma morte de um homem em Newport Beach, seis horas daqui, quase na fronteira dos Estados unidos com o México.

Com muita má vontade e preguiça, me levantei da cama e fui me vestir. Lorelei nem se mexeu, nem quando eu acendi a luz para procurar um par de meias limpas entre as roupas que ela deixou dobrado sobre a mesa. Pensei em deixar um bilhete avisando que eu voltaria apenas após o amanhecer, talvez somente na hora do almoço ou quem sabe na hora do jantar. Mas eu não deixei. Ela tinha meu número e um telefone bonitinho ao lado da cama. Qualquer coisa ela me ligava.

Peguei o meu carro e sai, dirigindo até a cena do crime.

Após seis horas de viagem exaustiva e continua, apenas com uma parada para tomar um chá em uma padaria já na metade do caminho, finalmente cheguei a cena do crime.

Era um píer velho de madeira, com algumas tabúas podres. O corpo do homem estava jogado de bruços perto da beirada, com várias facadas nas costas . O sangue dele escorria por toda a madeira até cair, tingindo a água escura do oceano.

–Bom dia Patrick – Teresa veio ao meu encontro, cumprimentando alegremente – Pra quem me atendeu com aquela voz no telefone, até que está de bom humor.

–Meh,claro que sim. Você me salvou sabia?

–Ah te salvei? Como?

–Os meus “vizinhos” de uma noite só estavam fazendo amor, e bem... A mulher parecia que estava dando a luz a uma criança. –Respondi sorrindo.

–Você também mora em um motel Jane, o que você queria?

–Meh, vivo em um motel e não em uma indústria de filmes pornôs, eles deveriam fazer menos barulho...

–Jane, você já pensou em procurar um lugar melhor para viver? Tipo alugar uma casa ou um kit net? Seria o ideal pra você – Aconselhou-me enquanto observava o corpo da vitíma.

–Não sei se eu quero uma coisa assim Teresa, estou bem lá.

–Mas Jane, você acab....

–Chefe – Rigsby a chamou, interrompendo-a - O nome da vitima é Math Avila, 48 anos, pescador, encontrado morto por um turista de Seattle. Está separado há quatro meses da esposa Beth Schmall. Tiveram duas filhas, uma de dez anos e a outra de vinte que está a caminho.

–Certo, você e o Cho podem ir falar com a filha dele quando chegar, eu e Jane vamos falar com Beth – Ela ordenou seriamente.

–Certo chefe – Rigsby saiu em direção ao Cho, nos deixando sozinhos novamente.

–Vamos Jane?

–Vamos.

Fomos para a casa da senhora Schmall. Era uma casa simples de madeira, perto do píer.

Fomos recebidos pela filha mais nova de dez anos, uma garotinha de cabelos pretos e cumpridos que nos cumprimentou alegremente.

– Ei garotinha, somos da policia, sua mãe está? – Lisbon se apresentou, mostrando o distintivo. Seu tom de voz estava mais carinhoso que o normal, provavelmente por que sempre que ela vê alguma criança que tem algum parentesco próximo a vitima, fica se sentindo mal e até um pouco culpada por ser a responsável de ter que dar a noticia.

– Sim está, vou chama-la – Ela se virou para trás e berrou – Mãe, a policia quer falar com você.

Logo uma moça muito simples com lindos cabelos curtos e loiros, veio correndo desesperada na nossa direção.

– Destiny, o que eu disse sobre atender a porta? Vá para seu quarto agora e fique lá até segundas ordens.

–Mas mãe eu s...

–Sem mais mocinha, vá agora.

A garotinha aborrecida obedeceu a mãe e foi para o quarto correndo.

Eu e Teresa nos entreolhamos assustados antes da mulher começar a falar. Eu fiquei com um pouco de raiva daquela mulher que se autointitulava “mãe”. Afinal a menina nem deveria saber ainda, mas acabará de perder uma parte preciosa de sua vida, o pai.

–O que vocês querem? – Beth perguntou áspera.

–Viemos falar sobre seu ex-marido Math Avila. – Teresa respondeu friamente.

–O que aquele filho da mãe fez agora?

–Ele morreu – Respondi instantaneamente.

–Morreu? – A mulher ficou me encarando como se não acreditasse no que ouvia. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas antes que eles pudessem deslizar rosto abaixo, ela limpou delicadamente os olhos com as mãos. Para alguém que odiava o ex marido, até que ela estava bem emocionada.

–Senhora, você está bem? – Teresa perguntou claramente preocupada.

–Estou, estou sim... – Ela fez uma pausa, respirando fundo – Eu disse pra ele não se meter com aquela gente, eles eram perigosos...

–Eles quem?

–Um grupo de defensores ambientais que alegavam que os pescadores locais estavam comprometendo toda a vida marinha presente na costa da cidade.

–Mas eles chegaram a ameaçar os pescadores?

–Sim, um deles o Ryan Thal, ameaçou Math e seus amigos, dizendo que se ele voltasse a pescar nas águas da cidade, ele o mataria e nos mataria também, por isso nós nos separamos, ele dizia que a pesca era sua paixão, sem se importar conosco, sua familia...

–Acho que temos um novo suspeito Jane. Vou ligar para Grace me passar o endereço e vamos lá fazer uma visitinha. – Respondeu tirando o celular de dentro do bolso – Muito obrigada senhora Schmall, qualquer coisa nós voltaremos.

Teresa se afastou um pouco de onde estávamos e começou a falar no celular com a Van pelt. Eu olhei para ela e confirmei que ela estava ocupada o suficiente e não veria o que eu estava prestes a fazer.

–Até logo Beth – Me despedi apertando na mão dela, enquanto mantinha um contato visual constante com a loira. Vagarosamente subi minha mão até o pulso dela, e pressionei dois dedos sobre a artéria ulnar dizendo com a voz calma – Toda vez que você pensar em maltratar sua filha de qualquer forma possível, você se recordará daquela menina pequena e triste que era, criada por um pai bêbado e uma mãe drogada, e pensará duas vezes antes de trata-la da forma que está tratando. Agora vá lá dar um abraço nela e sugerir que vão dar uma volta no parque. – Tirei minha mão do seu pulso e fiquei observando a cara dela de choque.

–Você é louco, sabia?  – Ela disse, entrando logo em casa e batendo a porta com força, na minha cara.

Eu andei até Lisbon, satisfeito com que tinha feito. Sei que salvei o futuro de uma criança.

–O que foi Patrick?

–Nada... Falou com Grace?

–Falei – Afirmou caminhando até o carro, estacionado perto dali – Mora aqui perto, em uma cabana no alto do morro. Você vai no meu carro ou no seu?

–No seu. Podemos aproveitar e passar em um restaurante, estou com fome. –Sugeri.

–Patrick, estamos no meio de um caso sério, não podemos sair agora para comer –Respondeu séria.

–Meh, vamos Lisbon, deve ter vários pratos deliciosos derivados de peixe aqui, tipo robalo ao molho de camarão, torta de atum com batata assada, cação assada com batata e ceno...

–Para Jane, assim eu fico com fome – Repreendeu-me sem sucesso.

–Tainha ao vinho do porto com penne ao alho e óleo, peixe com molho de mostarda, barracuda frita com mo...

–Patrick Jane para com isso agora.

Eu dei um sorriso de ponta a ponta, me divertindo com a situação.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

como eu havia dito,a história começa a esquentar por esses capitulos,mais precisamente no cap 6.eu sei que parece q eu viajei mt mas esse crime é apenas pano de fundo para o que vai começar a acontecer.