Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 29
Apenas não me deixe partir


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente *----* Tudo bem??
Eu agradeço pelos reviews fofos u.u Mucho obrigada '-'

Espero que gostem deste cap ♥

Boa leitura :))



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-Jane... Você tem certeza que esse plano vai dar certo?

-Claro que tenho. Quando um plano meu não deu certo?

-Muitas vezes.

-Meh, eles deram certo sim, só que demoraram mais um pouquinho...

-Isso não é uma coisa legal de se ouvir agora, Patrick.

-Relaxa, é só fazer tudo o que planejamos... E até o final do dia, nós estaremos juntos dos nossos amigos... Vivos e felizes, ok?

-Ok.

-Agora – Eu me levantei, dando um ultimo beijo na testa de Teresa – É hora de atuar. Lembra-se de fingir bem e não ficar com raiva de mim... Estou fazendo isso por você, e pelo nosso bebê também – Eu acariciei sua barriga – Eu te amo, meu amor.

-Também te amo.

Dei alguns passos possíveis – já que eu estava com os pés acorrentados a uma corda de ferro que ia de encontro com a parede – E gritei, tão alto que senti todo o ar saindo de meus pulmões.

-VOCÊ NÃO PODIA FAZER ISSO COMIGO!

Teresa abraçou as pernas e começou a chorar. Fazia parte do plano, que ela ensaiasse um choro. Conversamos sobre isso naquela manhã mesmo.

Foi um plano totalmente elaborado de madrugada. E eu não consegui dormir desde então. A cada minuto, um detalhe novo surgia em minha mente, e aos poucos, planejei aquilo. Depois, apenas esperei Teresa acordar e contei tudo a ela. No começo, ela achou que seria uma loucura da minha parte. Mas, depois de ver que não teria outra opção, acabou aceitando, afinal.

-O que está acontecendo aqui? – Lorelei abriu a porta com presa. Provavelmente estava assustada, pois nunca me ouvirá gritar assim.

Um detalhe importante do meu plano: Lorelei teria que estar sozinha. O que não seria difícil, já que Bob e Ray trabalhavam no período da manhã e não poderiam faltar de jeito nenhum no emprego, uma vez que poderiam ser considerados suspeitos, e provavelmente sabiam disso.

Então, nada mais óbvio que colocar Lorelei para vigiar a casa. Ela teria as chaves das portas – mesmo as mantendo trancadas – e cuidaria para que nós dois não tivéssemos a chance de fugir. Perfeito, não?

Não muito.

Lorelei tem seus pontos fracos, e infelizmente – para ela – eu sei os principais. Então, por que não usa-los para minha fuga? Ela não fez isso comigo?

-Essa... Essa... – Apontei para Teresa, fingindo uma perplexidade tão grande, que não conseguia terminar a frase – Essa... Essa vadia... Ela mentiu pra mim, ela me enganou... E eu estava acreditando.

-Nossa, o que a vagabunda fez?

-Não é da sua conta, Lorelei.

-Ah, agora quero que me conte... Ou terei que tortura-lo novamente – Lorelei passou as unhas delicadamente, pelas minhas costas, como se estivesse me ameaçando, entretanto ao mesmo tempo , tentando me seduzir.

-Tudo bem, tudo bem. Essa vadia... Ela disse que o filho que ela está carregando é meu, mas era mentira. Era uma grande mentira.

-Wow, como assim?

-Ela acabou de admitir que estava saindo com outros rapazes, enquanto estávamos juntos... Exatamente da mesma forma que fiz com você, Lorelei.

-Olha só, a vingança é doce, hein... Como se sente, sabendo que é um corno?

Fiz uma careta.

-Como você acha que eu me sinto? – Soquei a parede com força. Aquilo machucou. –Me sinto péssimo, traído... Ainda teve coragem de querer que eu fosse pai de uma criança que, nem minha é. Vaca... –Me virei para Teresa – Pelo menos Lorelei estava certa. Você não passa de uma vadia. Deveria ter ficado mesmo com ela. Me arrependo do dia que botei as minhas mãos em você!

-Patrick, me desculpe... Olha, eu não sabia o que fazer. Eu não podia ter um filho sozinha... Então eu achei que...

Teresa estava com o rosto todo encharcado de lágrimas. Até que estava atuando bem, para quem não tinha desonestidade em si própria.

-Achou errado. Eu nunca iria aceitar ter um “filho” com você – Falei a palavra “filho” com nojo, desgosto. Teresa começou a chorar mais. Aproveitei que Lorelei a encarou, e parado atrás dela, dei uma piscadinha amigável.

-Bom, eu sempre te disse que ela não prestava. Mas você não me ouviu...

-Eu queria voltar atrás... Queria impedir que aquela noite acontecesse. Queria te agradecer, Lorelei...

Ela virou-se para mim, sorridente.

-Você ainda pode, você sabe...

-O que você quis dizer? – Gesticulei, tentando me fingir de bobo.

-Ah, você sabe... Uma vingança perfeita contra essa piranha... Algo que nós dois poderíamos fazer...

Olhei para Teresa com aquele olhar de “não me mate depois por isso”, e me aproximei da Lorelei, fixado em seus olhos escuros e pele tão clara. Uma mão minha foi em suas costas, puxando-a delicadamente para perto de mim, e a outra em seus quadris, os alisando.

Teresa deveria estar querendo me matar a esta altura, porém nós combinamos o que seria feito, e que eu provavelmente teria que beija-la, para o plano ser mais real.

Inclinei a minha cabeça e deixei que meus lábios tocassem os dela. Logo o beijo ficou mais intenso, fazendo minha mão descer pelas suas costas, a procura de pele quente, ao invés do tecido da blusa.

Quando nós terminamos o beijo, eu sorri maliciosamente para Lorelei, e ela sorriu de volta na mesma intensidade.

Pois Lorelei tem pontos fracos, e eu sou um deles.

O segundo era o seu bebê, que por acaso era meu também.

E o terceiro era sua irmã.

E para a infelicidade de Ray, eu sabia como usar todos esses três ao meu favor.

-Eu sentia falta desse beijo – Murmurei no pé de seu ouvido – Você não acha que devemos terminar isso em outro lugar?

Ela deu uma risadinha, alternando seus olhares entre Teresa e eu.

-E o que me garante que você não irá me matar e fugir com essa vaca?

-Fugir com ela? Sério? – Fiz uma cara de incrédulo – Você realmente acha que eu vou salva-la, depois do que eu descobri nessa manhã?!

-É... Eu acho que não... – Lorelei tirou do bolso as chaves, agachando-se e me libertando das correntes – Venha. O meu quarto fica bem aqui do lado.

-Ok.

Deixei Teresa lá. Logo, eu voltaria para busca-la.

Foi um alivio quando eu passei pela porta e confirmei que tanto Ray quanto Bob não estavam mesmo lá. Assim eu iria conseguir dar continuidade ao que estava inicialmente planejando.

Lorelei me levou para o quarto do casal. Havia uma cama de casal enorme, paredes de madeira pintadas de branco, cômodas, algumas fotos, roupas e algemas, tudo espalhado pelo ambiente.

Como Lorelei estava me guiando, ela foi indo na frente, em direção a cama.

Sem que ela percebesse, peguei de cima da cômoda, dois pares de algemas. Os coloquei no bolso de trás da calça.

Eu e Lorelei começamos a nos beijar apaixonadamente. Eu a coloquei deitada na cama e fiquei sobre ela, segurando seus pulsos contra o colchão, fingindo estar louco pela morena.

-Como eu senti falta desses beijos – Ela afirmou, enquanto eu beijava o seu ponto fraco: o pescoço.

-Também, minha Lorelei.

Segurei suas duas mãos com apenas uma mão minha só, e rapidamente retirei um par de algemas do bolso.

Tudo aconteceu muito rápido. Quando Lorelei se deu conta, seu pulso já estava algemado na cama.

-O... O que você está fazendo? – Ela ainda me questionou, enquanto eu prendia o seu outro pulso na cama.

-Me desculpe, Lorelei. Mas entre você e Teresa, eu escolho Teresa.

-NÃO! – Esbravejou, sacudindo-se na cama. Me afastei antes que eu levasse um chute – Você não pode fazer isso comigo, nós iríamos ter um bebê. Eu tinha sentimentos por você!

-Você escolheu o Red John. Você escolheu torturar uma mulher grávida, apenas para suprir sua vingança pessoal contra mim. – Respirei fundo. Eu estava nervoso. O plano estava dando certo. – Você sabe muito bem que você não tivesse feito tudo isso, eu também te salvaria.

-Canalha, imprestável! – Ela gritava, chorando. Não liguei. Precisava encontrar as chaves das correntes que prendiam Teresa no quarto ao lado, e claro, a chave da porta da frente.

Procurei sobre a cômoda e achei um molho de chaves. Certamente alguma delas deveria ser a da porta.

As chaves que libertariam Teresa das correntes estavam dentro do bolso da Lorelei. Depois de rouba-la, corri até o quarto do lado e abri o cadeado da agente. Soltei um alto suspiro quando vi as correntes desgrudando do corpo dela.

-Obrigada meu amor – Ela me beijou como forma de gratidão – E agora? O que nós vamos fazer?

Aquilo iria ser difícil, tanto para mim quanto para Teresa. Mas era necessário.

-Você vai embora daqui.

-O que? – Teresa me encarou como se eu fosse um louco – Como assim?

-Isso mesmo que você ouviu. – Respondi, a ajudando a levantar – Você vai embora desta casa, antes que o Ray chegue. Lorelei deve ter um celular e um car...

-Não – Ela me cortou – Não vou te deixar aqui.

-Vai sim. – Eu me aproximei dela – Teresa, você não pode ficar aqui. Agora é a hora da minha vingança contra o Red John. Eu posso morrer por isso.

-Por isso mesmo que eu tenho que ficar aqui... Eu tenho que ficar aqui com você.

-Não. – Coloquei minha mão sobre sua barriga – Teresa, você carrega uma vida em seu ventre. Você não pode se arriscar mais. Precisa ir embora e salvar o nosso bebê.

-Não Jane, não posso te perder... – Seus olhos brilhavam e ela ameaçava chorar a qualquer instante. E até mesmo eu queria chorar.

Afinal, eu não sabia se eu sairia vivo dali.

-Você não vai me perder, ok? – Eu beijei sua testa – Lembre-se que eu sou o seu súdito leal. É o meu dever salvar a princesa raivosa.

Ela sorriu com o olhar cabisbaixo.

-Promete que não vai me deixar?

-Prometo.

Nós demos um forte abraço, me fazendo ficar com o rosto soterrado em seus cabelos.

Aqueles cabelos. Aquela voz. Aquele jeito.

Eu iria sentir muita falta daquela mulher.

Mas era assim que as coisas deveriam ser. Teresa já estava muito envolvida nisso e infelizmente o nosso bebê também.

Era hora disso terminar, ou nós três nunca teríamos paz.

-Espere ai – Fiz sinal para que ela ficasse no quarto – Vou buscar uma coisa.

Corri para o quarto onde Lorelei estava, e comecei a remexer as coisas dela que estavam sobre a cômoda. Achei um celular com bateria. Perfeito.

Voltei para o quarto e entreguei o celular para a agente. Ela me encarou confusa, mas logo entendeu o que precisava ser feito.

-Assim que conseguir sinal, ligue para alguém da CBI e diga onde você está... Ou se quiser, apenas enrole o suficiente no celular para que eles rastreiem a sua ligação – Sorri. – Aposto que Bertram está louco atrás de nós.

-Eu concordo.

Demos um ultimo e longo beijo indo juntos até a porta da frente. Com o molho de chaves em mãos, testei uma por uma até encontrar a chave que fez a porta se abrir.

-Bom... Então é isso? É esse o nosso adeus? – Teresa perguntou. A tristeza estava nítida em sua voz.

-Não, não é um adeus. É apenas um até logo, minha princesa. – Olhei para fora e constatei que não tinha ninguém. Sai junto dela e procurei por algum tipo de veiculo que ela pudesse escapar.

Logo perto da casa, havia o mesmo carro que Lorelei tinha usado, estacionado com os vidros abertos. Puxei a maçaneta e a porta se abriu. A chave também estava na ignição, então apenas precisei ajudar Teresa a se posicionar dentro do carro, fechando a porta e dando a partida.

-Até logo, Patrick Jane.

-Até, Teresa.

E era assim que terminava a segunda parte do meu plano: Dizendo adeus a pessoa que eu mais amava.

Ou melhor, até logo.

**

Voltei para dentro da casa, indo até o quarto onde Lorelei estava. Sentei na beirada da cama e suspirei alto, me curvando para frente.

-Você é idiota... Ele vai matar a todos nós.- Ela começou.

-Pelo menos eu salvei a Teresa.

-Nossa, que ato heroico! – Ela disse sarcasticamente – Deveria ganhar um premio por isso.

-Lorelei... Por favor...

-Por favor nada. Por que você gosta tanto dela? Por que você não gosta de mim, como gosta dela?

-Talvez seja porque ela nunca tentou me matar ou algo do gênero.

-Ela nos espancou, Patrick. Foi ela que me fez perder o nosso bebê, e você ainda a salva? Você é louco...

-Quer que eu conte para você como você perdeu o seu bebê?

Ela me olhou surpresa.

-Como assim? O Ray dis...

-O Ray te enganou. – Fui direto – Foi ele que fez você perder o nosso filho.

-No que você se baseia isso?

-No fato que na prisão não se ganha docinhos de morango, principalmente a ex-namorada de um serial killer.

Lorelei ficou perplexa. Acho que finalmente ela entendeu o que tinha acontecido, ou melhor, o porquê disso ter acontecido.

-Não pode ser...

-Mas foi. E agora, como você se sente sabendo que o Ray te manipulou e te usou para conseguir terminar sua vingança contra mim? Ou melhor, como você se sente sabendo que quase causou o aborto de uma mulher que não teve nada a ver com a perda do nosso filho?

Não esperando por resposta alguma, me levantei e fui até a cômoda, procurando por alguma arma ou faca onde eu pudesse atacar o Red John. Lorelei nada respondeu.

Então quando eu olhei para ela, vi seus olhos cheios de lagrimas.

-E... Como ele pode fazer isso comigo?

-Ele não tem sentimentos, Lorelei. – Abri uma gaveta e achei meias e cuecas, porém nenhuma arma – E antes que venha dizer que eu também não tenho, saiba que eu tentei te salvar diversas vezes. E como eu já disse, eu teria te salvado se você quisesse. Mas você não quis.

-Eu... Eu sempre imaginei que o Ray me mataria. Mas agora... – Ela desabafou comigo, como se fossemos algo beirando a amigos – Agora eu estou com medo.

-Talvez você não morra hoje. Talvez eu não morra hoje. Ninguém sabe.

-Como você pode dizer isso com tanta naturalidade?

-E adianta ficar nervoso?

-Ele vai nos matar, Patrick. – Ela ignorou a minha pergunta – Da mesma forma que ele fez com a minha irmã, com sua esposa, filha e mais um monte de gente.

-Pode ter certeza que ele também vai morrer hoje. Eu garanto isso.

Dizer aquilo me deixava nervoso. Eu francamente não gostaria de matar alguém, porém era necessário.

Só assim eu teria paz.

Todos teriam paz.

Após achar apenas um canivete na cômoda, voltei a me sentar perto de Lorelei, que agora estava bem mais calma.

-Eu não acredito que vamos morrer... – Ela voltou a lamentar baixinho – Eu que...

-Shiii- Coloquei o meu dedo na boca, pedindo por silêncio – Eu acho que ouvi algo.

E eu estava certo. A porta da frente – a mesma na qual eu havia deixado Teresa – se abriu soltando um rangido. Passos pesados e gritos abafados podiam ser ouvidos. Eu me assustei, afinal os gritos abafados se pareciam muito com os gritos de...

De Teresa.

Corri para o corredor e vi na cozinha, algo que eu não gostaria de ter visto: Bob segurando uma corda, ao lado de Ray, que estava com um sorriso sádico no rosto e uma faca apontada para o pescoço de Teresa, esta que estava amordaçada e sendo fortemente agarrada pelo Red John.

Não não não, isso parecia um pesadelo sem fim.

Era para ela estar livre.

O que ela estava fazendo nos braços do Ray?

-Surpresa, Patrick. – Ray disse com uma voz levemente afinada – Achou que Teresa estava livre de mim? – Ele gargalhou alto. – Alguém aqui se enganou, não é, Tessy?

Teresa...


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Notas finais do capítulo

Ahhhhhhh a fic está chegando ao fim. Jurava que iria demorar mais.
Bom, como eu sei como a fic termina, (não? jura Mia? ) eu andei pensando, vcs vão querer um tipo de "capitulo extra" totalmente jisbon, onde mostra a Teresa e o Patrick juntos, cheios de filhos ciganos e um gato chamado felino?
Se quiserem é só pedir. Vamos dizer que eu tenho as ideias na minha cabeça já. :))
Beijos e até prox domingo ♥
ps: vamos torcer para o epi de hj ter jisbon *--*