Muito Bem, Parabéns, Aqui Estamos. escrita por bksbm


Capítulo 9
9º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Já repararam como, em dias quentes e azuis na beira da praia, no Rio, todos parecem deuses? Nesse dia, pareciam. Não só as adolescentes de cintura fina e cabelos encharcados de sal, mas também as mulheres um tanto passadas, e os homens também, e até os velhos pareciam deuses cansados, mas deuses. As cores, talvez, as peles, não sei ao certo. Há sempre um toque de divino no humano em dias assim, pensei.



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Já repararam como em dias frios os casais gostam de sair abraçadinhos na rua, esfregando na cara de todos aqueles que têm de se contentar com um casaco, que eles têm alguém para abraçar por perto? E como nos dias quentes todos parecem brilhar dentro de suas roupas de banho, sorrindo, jogando frescobol, pulando as ondas, ou apenas esperando uma marca de biquíni?

Já repararam que quando se faz parte de um desses casais, ou um dos felizes rostos andando sobre a areia, o mundo gira de uma forma diferente? Neste caso, o mundo de um escritor deixara de ser sua mesa com suas letras e milhares de rascunhos, e passara a ser sua musa, agora sua no literal sentido da palavra.

Nikki Heat saiu do papel para a realidade e era tudo ainda melhor do que o próprio Rook seria capaz de imaginar. Quatro anos em Nova Iorque levaram à Paris. Às ruas mais desejadas pelos casais em todo o mundo. E não era a toa, diante de todas as luzes da noite e todos os casais estranhos que pareciam caminhar sobre o mesmo ritmo e seguindo a mesma melodia.

Já repararam que em dias de briga o mundo parece cinza e coberto de neblina mesmo durante a tarde? E já pararam para reparar como nos dias de reconciliações os raios de Sol tomam sua parte e dissipam a neblina da manhã apenas convertendo-as em luz e boas vibrações? E era assim o dia para um casal, desde sempre conhecido como um, apesar de não sê-lo, fisicamente falando.

Suas mãos dadas, o vento frio passando pela cidade, a torre, famosa torre, ao longe, parada como sempre, no mesmo lugar, sem nenhuma mudança, mas que, naquela manhã, tinha para eles um significado tão diferente. Talvez fosse isso que eles precisavam. Enlouquecer um pouco, sair da cidade, brigar de verdade, se afastar, para ver como realmente não precisavam um do outro, mas apenas queriam ter um ao outro. Porque precisar de alguém não faz do amor um sentimento nobre, mas sim saber viver sem e apenas querer tê-lo por perto.

           

- Quando muitos me perguntaram, anos atrás, se nós tínhamos alguma coisa, eu jamais imaginaria estar num momento como esse. – Ela quebra o silêncio apaixonado, enquanto estava confortável no abraço dele.

- Já tive muitas chances na vida. Muitas mesmo, você sabe...

- Ok Castle, não precisava lembrar...

- Não. – E os dois sorriem – A intenção não é essa. É dizer que eu jamais imaginei que estaria em Paris, com a mulher que eu mais amei em toda a minha vida. – Ela desfaz o abraço, e se põe de frente para ele.

- Eu sou a mulher que você mais amou até hoje?

- Sim. Por que mais você acha que eu esperaria quatro anos por você? Por que eu arriscaria minha vida para tentar salvar a sua tantas vezes? É você, Kate. Sempre foi você. Sempre será você.

- É covardia namorar um escritor, sabia? – Devolve, antes de um beijo calmo, enquanto duas lágrimas escorriam pelo seu rosto disfarçadamente.

- É o mínimo que ele pode fazer para sua musa. – E dão um longo beijo.

O assassinato de sua mãe não estava resolvido. O atirador que tinha colocado uma bala no seu peito ainda estava a solta. Mas naquele momento, a única coisa que importava era o fato de poderem ser livres de toda a movimentação de NY, pelo menos por alguns dias. Estando longe das regras, estando longe dos riscos, estando longe de tudo que remetesse aos seus grandes problemas.

A vida não era perfeita, e não se tornaria agora, mas, pelo menos, agora seria mais fácil seguir em frente podendo libertar todo o amor que tinham no peito. Uma preocupação a menos, e, de alguma forma, a vida seguia a passos mais tranquilos. 


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