Muito Bem, Parabéns, Aqui Estamos. escrita por bksbm


Capítulo 2
2º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância.
Serei apenas memória, alivio. (...)"



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Os meses passavam e tudo continuava na mesma. Alexis aproveitava suas últimas férias antes de finalmente ir para a universidade e só voltar para casa nas comemorações. Martha continuava ensaiando o seu mais novo espetáculo, aparentemente mais um monólogo o qual ele era obrigado a ouvir todas as manhãs se quisesse salvar os últimos momentos de folga da sua filha.

Nada sobre Katherine Beckett. Ou melhor, tudo sobre Katherine Beckett. Passar um tempo nos hamptons, afastado da delegacia, não tinha sido uma boa forma de esquecê-la por quatro anos, e não passaria a ser num passe de mágicas.

 A cada momento que o celular vibrava e ameaçava cair de cima dos móveis, seu desejo era simplesmente atender e acabar com toda a angústia, mas no fim tudo se resumia num deslize sobre o botão que menos tinha vontade de pressionar: “Recusar”. Não foram duas nem três vezes, mas dezenas, talvez até centenas delas. Em algum momento ela iria desistir. Mas será mesmo que era isso que ele queria? Que ela desistisse? Talvez fosse apenas uma tentativa de convencer a si próprio, e de vê-la correr atrás dele se sentindo da mesma forma que ele, desde que “Nikki Heat” entrou na sua vida.

Num daqueles momentos de nostalgia que o impediam de prestar qualquer atenção ao monólogo matinal de sua mãe, é que a mesma resolveu parar e lhe dar um ‘puxão de orelha’ definitivo. Ele sabia que ela faria de tudo para vê-lo feliz e sabia também que desde a chegada da Beckett, ela tinha se tornado um dos motivos para isso. Não era a primeira vez que a ouvia dizer para responder os e-mails, as mensagens e as ligações.

E Martha tinha razão. Se fosse para cortar relações, ou para reforça-las, era necessário que as tentativas fossem respondidas e tudo fosse resolvido de uma vez. O ponto é que não era assim tão fácil quanto parecia. Se ele respondesse, o que diria? “Oi, como vai? Quanto tempo, não?”. Com certeza não. Seria impossível agir como se nada tivesse acontecido e eles não se vissem por acaso do destino.

Por um lado Castle realmente acreditava em responder e ver as coisas se ajustarem novamente. Porém, por outro ele achava que, pouco a pouco, a sua importância (se é que existia alguma) iria reduzir e no fim das contas ela o esqueceria. Sua presença seria apenas memória, alivio. Lembrança de um tempo onde o trabalho foi diferente e ela teve um pouco de diversão. Isso. Apenas isso.

            [...]

Dias de reflexão, sempre no meio do monólogo, sob olhares penosos de sua filha, o fizeram chegar a uma conclusão. Responderia ao menos um e-mail. Não, melhor, responderia sua última mensagem. Não, ainda mais rápido, atenderia suas ligações. E por que não ligar para ela? Ele já estava convencido de que não havia hipótese de que fosse esquecê-la, sabendo que, de uma forma ou de outra, ele estaria sempre por perto. Nikki Heat o acompanharia eternamente como um de seus maiores sucessos, então, porque não manter sua inspiração por perto também?

O problema tinha que ser resolvido. Mesmo que a solução não fosse a desejada. O telefone finalmente sai de cima dos móveis por onde costumava estar, desta vez não para ser pressionado o botão ‘recusar’. Em questão de minutos olhando a foto dela nos contatos, ele finalmente se decide, e aperta ‘discar’.

Ela não atendera. O telefone já tinha chamado cerca de sete vezes e ela ainda não tinha atendido. Ela poderia estar ocupada, talvez tomando banho, ou dormindo, até. Mas a mente que corresponde a um coração apaixonado, depois de uma situação indesejada, jamais atentará para essas situações óbvias. O único motivo que ele conseguia pensar era que ela já teria desistido. E então não adiantava mais tentar. Sua vida voltaria a ser tão normal quanto fora um dia, depois do seu segundo divórcio com a mulher que continuava sendo sua companheira de trabalho e que ele já não suportava mais ter por perto. Com a vida de escritor rico, dentro de casa, com muitas mulheres e milhares de fãs. Simples assim. Apenas Richard Castle.

No entanto, ele ainda tinha outras opções. Decidiu responder sua última mensagem. Uma mensagem, e uma resposta tão breve quanto.

- “Estou disposto a te ouvir. Ainda tenho essa chance? Onde quer que você esteja, e como quer que seja, precisamos conversar”.

- “ 62, rue Mazarine, Rive Gauche, Paris. França. Daqui a uma semana.”.

Simples. A primeira coisa que lhe vem à mente com a resposta é: “Ela está me esperando em Paris?”. Uma semana era tempo suficiente para pensar e decidir se valia a pena seguir em frente depois do acontecido. Se valia a pena deixar os últimos dias com sua filha para decidir uma parte do seu futuro. Se valia a pena percorrer uma distância tão grande, por um final incerto. Ou talvez não tanto assim. Vamos lá. No final das contas a decisão tomada é sempre a decisão certa, a depender dos olhos de quem vê, não!?

Sem hora exata, nem como deveria acontecer, Paris os esperava juntos, dali a uma semana. E as coisas aconteceriam como o destino decidisse que deveriam acontecer. 


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