POV BRAIAN*

Eu ainda estava sentado no sofá, com a cabeça entre as mãos, cantarolando a musica da aranha, para ver se a Rose saia da minha mente, mas não estava funcionando, cocei meus cabelos em puro desespero e me levantei do sofá, comecei a andar de um lado para o outro.

—Droga, droga, droga… Eu não estou gostando dela, eu sei que não, eu não posso estar gostando dela, não posso. —Falei ainda desesperado, e com ódio de mim mesmo.

Pêra… Quando as pessoas estão estressadas, ou preocupadas, geralmente as pessoas vão atrás de diversão ou uma distração para esquecer os problemas, então se eu juntar…

Diversão + Distração = Layla !

É ÓBIVIO ! Layla, ela vai ser ótima para me fazer esquecer essa loucura de gostar da Barbie Emo, é isso, vou levar ela na sorveteria, depois levo ela para a casa da Amber ou da Isa, depois passo na casa da Layla, levo ela ate um motel, e ai eu finalmente vou me esquecer dessa loucura, de beijo, e de gostar de alguém.

POV ROSELIE*

Peguei meu shorts preto surrado e coloquei ele por cima da minha meia arrastão preta, peguei minha blusa branca com o desenho de uma caveira com uma lagrima nos olhos, segurando um coração partido, e meu All star surrado preto, penteei meu cabelo e o prendi em um coque frouxo e desarrumado, passei um pó, blush, e um lápis preto.

Encarei-me no espelho e gostei do que vi, peguei meu celular, e encarei o canto daquele quarto, sentindo falta do meu adorável skate, desci as escadas e encontrei o Braian andando de um lado para o outro, como se fosse um louco.

—Você ta bem? —Perguntei me segurando para não rir dele.

—To… Acho que to. —Ele disse super sério.

—Ta, então… Vamos ? —Falei já percebendo que esse vai ser o passeio mais tenso da minha existência.

—Primeiro as damas ! —Ele disse sorrindo e me dando passagem para passar pela a porta.

—Huum.... Que cavalheiro, isso é coisa de Gay. —Falei rindo da expressão de raiva que ele fez quando eu disse isso.

—Vou fingir que não ouvi isso Roselie. —Ele disse pegando a nota de 100,00 reais e guardando na carteira que ele guardou no bolso.

—Me diz, porque seu pai te deixou 100,00R$ reais se o sorvete é só 3,00R$ á 4,50R$ ?  Falei andando ao lado dele em direção ao carro dele.

—Típico da família Albuquerque, gastamos muito exageradamente,Mas o meu pai é o pior de nós, para ele 100,00R$ reais é a mesma coisa que 1,00R$ real. —Ele disse abrindo a porta do carro para mim.

Entrei ainda raciocinando as palavras dele, ele deu a volta e entrou no carro logo em seguida, ligou e arrancou em direção ao centro, onde fica a soverteria.

Um silêncio torturando te instalou no carro, comecei a me sentir incomodada, mas não por causa do silencio é sim porque estávamos indo para o centro da cidade, aonde o Derick fica, e se eu me encontrasse com ele, pior, e se ele e o Braian se encontrassem.

—O que foi Roselie ? —Braian perguntou percebendo o meu estado, ele parou o carro no sinal vermelho e me encarou.

—Nada… Só estou, com dor de cabeça. — Falei mentindo na cara dura.

—Sabe, pra uma menina que desafia a autoridade, você mente muito mal, me fala o que foi…

Sorri ao perceber que eu minto mesmo muito mal, suspirei derrotada e apontei para o sinal que já tinha aberto, ele arrancou com o carro, mas ainda esperava minha resposta.

—É o De Rick… Ele fica aqui no centro. —Falei olhando pela a janela vendo a paisagem que se arrastava através do vidro.

—E você ta com medo de encontrá-lo, é isso? —O Brian perguntou parando o carro na frente da soverteria.

—É… Muito infantil da minha parte? —Perguntei olhando para o fundo do carro.

—Lógico que não, sentir medo é normal, mas fique sabendo, que eu to com você, e eu não vou o deixarele chegar perto de você. —Brian disse fixando meus olhos profundamente.

—Mas e se… — Eu ia terminar a frase mais o Brian me interrompeu.

—Roseli, confia em mim.… - Ele disse me interrompendo e ainda me fixando.

Só então eu percebi, que novamente estávamos com o rosto muito próximo um do outro, Brian alternava os olhares entre meus olhos e meus lábios, e eu só conseguíamos manter meu olhar nos olhos dele, algo ali me prendia aquele olhar, algo, diferente.

Então ele se aproximou mais, quando de repente eu vejo alguém através da janela, uma pessoa que fez meu coração parara por alguns segundos.

—De Rick… —Sussurrei com meus lábios que estavam bem próximos dos lábios do Brian.

Braian me olhou confuso e então virou a cabeça para trás, e viu o Derick, que ainda não tinha nos visto, Braian voltou a me olhar e viu o meu estado, de puro choque.

—Quer sair daqui ? —Braian perguntou segurando meu rosto me fazendo encará-lo.

—Abaixa ! —Falei abaixando a cabeça dela porque eu vi Derick olhando para o carro ainda estávamos.

Meu corpo tremia, Braian segurava minha mão, mas ele não estava com medo, por ao contrario, ele estava bem tranqüilo, o que me deu raiva, porque eu nunca fui de ficar com medo, e agora to aqui, quase morrendo de convulsão de tanto tremer ! Rs’

Vimos ele passar pelo o carro, e graças a DEUS ele não nos viu, suspirei aliviada, mas quando eu ia me levantar, ouvimos alguém, batendo no vidro, olhei rapidamente e vi o Derick, que me encarava com um olhar mortal.

—Braian ! — Falei esperando que ele tivesse alguma reação.

—Roselie, fica aqui, eu já volto. —Ele disse soltando minha mão.

—Não Braian, não sai, por favor, ele ta armado !! —Falei segurando o braço dele.

—Eu também estou, fica calma, não saia do carro ! —Ele disse saindo do carro e fechando a porta logo em seguida, a qual eu travei rapidamente.

Olhei pelo o vidro e vi o Braian indo em direção ao Derick que ainda me olhava através do vidro, Braian o afastou do vidro e o Derick rapidamente tirou a mão do Braian dele, Braian disse alguma coisa, super calmo, Derick riu, como se estivesse debochando.

Então Derick, empurrou o Braian, que ainda estava calmo, Derick apontou o dedo pra mim, e parecia que ele estava gritando, como o vidro estava fechado não deu para eu ouvir o que eles estavam falando, Braian olhou pra mim, e depois para o Derick, Braian balançou a cabeça em sinal positivo, e então Derick se descontrolou.

Derick deu um soco no carro e partiu pra cima do Braian, Derick descontou um soco bem no nariz do Braian que caiu no chão, Derick balançou a mão, em sinal de que aquele soco também doeu nele.

Braian levantou e partiu pra cima do Derick, lhe dando uma sessão de socos, Derick desviou do ultimo soco e deu um chute na canela do Braian e logo em seguida um soco na barriga do Braian.

Braian caiu no chão, Derick se aproximou dele e falou alguma coisa antes de dar mais um chute na cabeça do Braian, eu ia sair do carro, mas eu vi Derick falar algo, e então Braian se levantou enfurecido, e deu um chute no membro do Derick, o mesmo se abaixou em sinal de dor, e então Braian pegou a cabeça dele e deu uma joelhada, fazendo Derick cair no chão.

Á essa hora a rua estava lotada de gente que observava a briga, todos indignados, tinha gente gravando, tirando fotos, e gente ligando acredito eu para a polícia.

Braian disse algo e logo em seguida um cara venho e ajudou o Derick a se levantar, Braian olhou pra mim, eu o encarava assustada, ele limpou o nariz que escorria de sua boca e deu a volta no carro, entrou e fechou a porta logo em seguida.

A respiração dele estava pesada, o nariz, a boca e a testa dele sangravam, e a mão dele também, senti uma necessidade de saber o que aconteceu, mas parecia que ele não queria falar nada agora, então resolvi ficar em silêncio.

Braian arrancou com o carro de volta para a casa dele, e seguimos o caminho sem falar nada, ás vezes eu ouvia os gemidos abafados dele, por conta da dor dos ferimentos.

Assim que chegamos, ele saiu do carro deu a volta e abriu a porta pra mim, eu saio ainda meio confusa, ele foi ate a porta abriu e deu passagem pra eu passar, não tinha ninguém na casa, nem a Luzia, (empregada).

Braian sentou no sofá e soltou mais um gemido de dor, o olhei preocupada e me sentei ao lado dele ainda o encarando.

—Eu to bem. —Ele disse lendo minha mente.

—Não faça isso… — Falei fechando meus olhos me sentindo culpada.

—Fazer o que ? —Ele perguntou com a voz rouca, por conta do dor dos ferimentos.

—Falar que você ta bem, quando ta na cara que não esta nada bem ! —Falei me levantando e o encarando.

—Desculpa… —Ele disse me encarando sorrindo de leve.

Sorri de volta e fui em direção ao banheiro de baixo, abri os armários e só tinha escovas e pastas, fui ate o outro armário, toalhas, e papel higiênico, fui ate o armário que tinha embaixo da pia, e finalmente achei a maleta que tinha curativos e remédios, peguei a maleta e voltei á sala, coloquei a maleta em cima da mesinha de centro, abri e peguei água oxigenada, peguei um algodão, e molhei o algodão na água oxigenada, levei o algodão até o ferimento que estava na testa dele.

—Aii… —Ele disse fechando os olhos em sinal de dor.

—Que drama. —Falei sorrindo, não perdendo a oportunidade de zoar com ele.

—Aii…Drama? isso ta doendo sabia !? — Ele disse segurando minha mão e me encarando bem sério.

—Ta bom… Desculpa —Falei voltando a passar o algodão delicadamente. —Você vai me contar o que aconteceu, ou eu vou ter que ficar na curiosidade ? —Perguntei pegando outro algodão e passando na ferida do nariz dele.

—Eu sai do carro, e disse para ele que eu não queria arrumar confusão, então ele riu, ai ele perguntou se… se… —Braian disse parecendo se embaraçar com as palavras.

—Se ?… —Falei o incentivando a continuar, ainda limpando o nariz dele com cuidado.

—Ele perguntou… Se agente tava junto. —O Braian disse me encarando, para vem minha reação.

Olhei para o Braian, meio surpresa, mas balancei minha cabeça levemente e me concentrei no ferimento.

—E você disse o que ? —Falei ainda meio surpresa com aquilo.

—Eu disse que estávamos juntos… —Braian disse encarando o chão. —Aii… —Ele disse se afastando de leve.

—Desculpa, não vai acontecer de novo. —Falei voltando a limpar o ferimento. —Continua.

—Então, ele ficou bravo e partiu pra cima de mim, eu cai no cão, ai ele disse que iria acabar com você bem gostoso, eu fiquei com ódio, e parti pra cima dele, quando ele estava caído no chão, eu disse se alguém poderia levar ele pra o Hospital. —Braian disse fazendo uma cara de desconforto por causa do ferimento.

—Isso não devia ter acontecido, desculpa, eu não queria ter te colocado nessa roubada. — Falei limpando o ferimento da boca dele.

—Eii… —Ele disse segurando minha mão me fazendo encarar ele.— A culpa não é sua, na verdade, você que é a vitima aqui, não a culpada, não se sinta culpada, foi minha escolha. Meter-me nisso, ok ?  —Ele disse ainda segurando minha mão.

—Ta.…—Falei ainda meio triste com aquilo.

—Roselie, eu queria… —Ele disse me colocando sentada ao lado dele.

—Não Braian, não fala nada. —Falei já percebendo que ele queria falar sobre o beijo que rolou hoje mais cedo.

—Mas, agente precisa conversar. —Ele disse me encarando super sério.

—Não tem o que conversar Braian, foi só um “acidente”, uma coisa momentânea, nada mais além disso, e não vai acontecer de novo. —Eu disse em um tom roco.

—Sua voz não transmite tanto segurança assim. —Ele disse ainda segurando minha mão.

—Mas pode acreditar, não irá acontecer novamente. —Eu disse fixando o chão.

—Tem certeza ?  —O Braian disse se aproximando de mim.

—Tenho c-certeza. —Falei me xingando mentalmente por eu ter gaguejado.

Ele sorriu, como quem não acreditou, e me beijou, e infelizmente eu não tive forças para impedir, o beijo foi calmo, e sereno, ele levou uma das mãos ate minha cintura e a outra foi pra minha nuca, me causando arrepios, acho que ele percebeu, porque ele sorriu de leve por cima dos meus lábios, leveis minhas mãos ate o peitoral dele, e constatei que ele também tinha o coração acelerado, então, fomos interrompidos pela a campanhia.

Afastei-me do Braian, e o mesmo me encarava com um sorrisinho no rosto.

—Acho que você não tinha tanta certeza assim. —Ele disse rindo de mim e acariciando meu rosto.

—Cala a boca e vai atender a porta. —Falei o afastando de mim me sentindo uma idiota por ter o beijado.

Ele sorriu e me deu mais um selinho, se levantou do sofá e foi ate a porta, ele abriu e eu vi alguém o abraçando e lhe dando um selinho, Braian ficou estático.

Então a pessoa entrou, e eu pude ver quem era, nada mais, nada menos que a Layla.

—Rockeira ?  O que você faz aqui ? —Ela perguntou colando as mãos na cintura me olhando com desprezo.

Olhei para o Braian e o mesmo me encarava meio sem graça, me levantei do sofá e sorri, me sentindo uma idiota.

—Nada, só estou indo embora, aproveitem. —Falei passando pelo o Braian que segurou meu braço.

—Espero, eu posso explicar. —Ele disse me encarando super sério.

—Eu não quero a sua explicação, Aliás, eu não quero mais nada seu, nem sua ajuda, nem sua amizade, nem seu ódio eu quero mais, Tchau Braian. —Falei me soltando dele e saindo dali.

Como eu pude me deixar levar pelo os encantos dele ?? Que droga Roselie.

—Eu bem que mandei você focar no Peter, você não me ouviu, agora bem feito.

Minha consciência disse mostrando a língua pra mim, alguém aí quer minha consciência ? To vendendo ela de graça, quem quiser é só avisar !

Andei a passos largos ate minha casa, e assim que cheguei estranhei o carro que estava no quintal, mas resolvi ignorar, entrei em casa e me deparei com uma cena que me assustou, e me irritou profundamente.

—Roselie !!? —Meu pai gritou parando de beijar uma vadia loira que estava deitada embaixo dele no sofá.