Os Mortos Também Amam - Livro 1 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 46
Tempo Negro - Season Finale


Notas iniciais do capítulo

Queridos, este é o último capítulo do Livro 1.
Espero que não queiram me matar como fui muito ameaçada da primeira vez que postei este capítulo.
Fiz muitas modificações, sinceramente não por causa da primeira reação, mas eu mesma não consegui lidar com o fato. Voltei atrás, mudei, este parece mais aceitável.
Tenho certeza de que futuramente, no Livro 2, a minha decisão mexerá muito com a história que já tinha começado também e até postado alguns capítulos.
Sem amais delongas.... Cá está o último capítulo.



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Tinham chegado a Olympia e esperado cerca de meia hora para o próximo voo para Salem. Inevitavelmente Damon ficara sentado desta vez na janela, Edward ao seu lado e na ponta Emmet. Estavam nervosos e quase não falavam e nem se mexiam. Em suas mentes a imagem de Bella nas mãos de Klaus os alucinava. Estavam por um fio.

Mas parecia que tudo isso ajudou em algo. Damon já não era tão arisco com os Cullen e todas as vezes que precisou falar com Edward, o chamou pelo nome e não de “Topetudo” ou “Cullenzinho”. Havia sido estabelecida uma trégua, por Bella, e o amor que sentiam por ela. Os dois queriam o mesmo, queriam o bem dela, a sua segurança e felicidade.

Stefan tinha sugerido que trocasse de lugar, ele poderia muito bem sentar com Edward e Emmet, mas Damon negou, dizendo não ser necessário. Damon estava absorto em seus pensamentos. Tudo o que queria era ter Bella em seus braços novamente. Se Klaus a tivesse machucado... Damon tinha certeza de que poderia dar a sua vida em troca da dela. Damon tornou-se consciente ao seu redor com o suspiro profundo de Edward.

– Acho que ela te mataria de novo se fizesse isso. – Damon virou levemente o rosto, seus olhos voltaram-se para o lado. Edward estava olhando para frente imóvel, nem parecia que tinha sido ele que proferiu aquelas palavras.

– Seria capaz mesmo. – Durante todo esse tempo, foi a única vez que Damon ensaiou um sorriso e Edward também.

– Nós o pegaremos e a terá de volta. – Falou com toda a certeza que tinha. Os lábios de Damon se repuxaram para baixo nos cantos. Ele tinha um mau pressentimento sobre as coisas... Ele conseguia sentir... - Pare de pensar sobre isso. Bella ficará bem, ela é forte. – Edward falou agora com autoridade, por debaixo disso Damon sabia que ele sofria também e que só estava se agarrado a esperança de resgatá-la. Ele a amava. Edward sorriu triste ao detectar aquela conclusão que Damon chegara. Foi a vez dele respirar fundo.

– Ela é mesmo fácil amar, não é? - Ele sorriu triste, assim como os seus pensamentos estavam. - Quando a vi pela primeira vez foi um choque. Como um sentimento pode evoluir tão rapidamente? Quando a vi, de alguma forma soube que viveria algo importante com ela. Não sabia o quê, mas sentia. - Ele levantou os olhos devagar encarando Edward. Seu olhar agora era resignado. – Há essa sensação...

– Eu sei, mas isso é besteira. – Edward o cortou.

– Não posso ignorar esse pressentimento.

– Ora essa você não é a Alice. – Edward sabia do que ele estava falando, por duas vezes captou aqueles pensamentos em Damon.

– Temo magoá-la. – Damon falou triste. Stefan que estava um pouco distante sentiu aquelas vibrações do irmão. Do que eles estariam falando? Preocupou-se.

– Então não o faça, Damon! - Edward implorou lendo sua mente. Naquele momento não era apenas um pressentimento de morte. Sim, era isso que Damon estava tendo. Sentia a morte o rondando, mas naquele momento ficou claro para Edward. Damon estava disposto a servir-se de isca para distrair Klaus mesmo que ele o matasse e Edward terminar o serviço levando Klaus para o inferno. Edward arregalou os olhos.

– É... Pensei bastante sobre isso. Deve fazê-lo se for necessário. – Damon disse. Ele sabia que se Damon levasse o seu plano adiante, Bella ficaria despedaçada.

– Isso não será necessário. – Edward disse ríspido. – Estamos todos juntos nessa. Não terá como ele escapar. Não permito que a magoe dessa maneira Damon. - Damon sorriu novamente com a mesma tristeza ao ouvir a proposta do outro vampiro. Damon pensara mesmo sobre aquilo, queria Bella bem, queria-a fora de perigo, com seus tios, com seus amigos vampiros, ele podia se sacrificar para que ela não os perdesse. - Também posso fazer isso. Seria eu o mais indicado para isso. – Damon riu.

– Será mesmo? Se eu estivesse em seu lugar e você estivesse tomado essa decisão por livre e espontânea vontade, te daria o maior apoio. Porque só assim teria certeza de que ficaria com ela. Bella ficará triste e vulnerável, você a consolará e ganhará seu coração, mas você parece não se importar com isso. – Stefan compreendeu então do que se tratava. Até Emmet que até aquele momento tentava ignorar a conversa particular dos dois olhou para Damon e o desaprovou.

– Prefiro a felicidade dela.

– É por isso Edward, que tenho certeza que posso fazer isso sem problemas, se isso for possível. Ela ficará bem e segura. De alguma forma será feliz, você... E ela. - Ele pronunciou as palavras com dificuldade revelando o tamanho da sua dor. – Talvez seja você que ela precise.

– No momento ela precisa de você e não me perdoaria se eu permitisse isso.

– Ela não precisa saber sobre essa conversa.

– Não mentiria pra ela se me perguntasse. – Rebateu.

– Terá que ser mais forte do que isso com ela, garoto. Bella é teimosa e consegue nos moldar a sua maneira, terá que ser esperto com ela também. A minha princesa é uma leoa, transforme-se em um leão ou não a acompanhará. - Damon já falava como se o seu plano fosse mesmo levado adiante.

– Céus! Não há razão para termos essa conversa. Klaus com certeza estará só. Ele não pode ser páreo pra todos nós. – Edward parou um pouco antes de continuar. - Volte para ela Damon. - Edward estava começando a ficar aflito por Bella. O que ele pensava que iria fazer? Não poderia permitir que ele a ferisse dessa maneira. Ficaria de olho nele. Eram os pensamentos de Edward no momento. Damon pareceu captá-los, mesmo não tendo essa habilidade. Seu sorriso era de desafio.

– Não vai me deixar sossegado nessa, não é? – Depois de muito tempo ele usou seus poderes para saber o que Edward planejava.

– Não. - Edward não teve escolha, a resposta lhe escapou dos lábios sem que se dessem conta. Ele sabia que Damon estava usando a sua habilidade, tinha lido a mente dele.

– O que pretende fazer, Edward? - Edward tentou manter seus lábios cerrados.

– Se no último momento for necessária uma isca, eu o manterei longe de Klaus e farei esse papel. Não vou permitir que se sacrifique e a deixe infeliz.

– Não faria isso. - Damon sibilou.

– Ok, agora já deu, seus loucos! Eu acho melhor vocês se acalmarem. – Emmet falou ao lado. – Estamos quase chegando e agora com certeza todos nós ficaremos de olho em vocês. Não precisaremos dos serviços de mártires por hora. – Eles se calaram ainda se encarando. Damon estava certo de que faria isso se necessário e Edward estaria de olho nele. O celular de Damon vibrou e ele o pegou curioso.

“Não me ligue, não mande mensagem. Entrarei em contato logo quando puder. Amo vocês. Bella. ”

– O quê?! – Edward perguntou ao seu lado.

*****

Klaus estava perigosamente perto, mesmo com um sugestivo sorriso nos lábios e uma expressão calma, parecia perigoso. Tinha se assustado, pois ele pulou perto dela tão rápido que não viu com aquilo aconteceu. Em um minuto ele estava deitado na cama preguiçosamente e no outro estava segurando-a pelos braços e olhando para ela intensamente. Aquilo não era nada bom, pensou.

– Você é muito bela. – Disse suavemente.

– Você disse que queria ter filhos, mas porque esse súbito desejo agora? – Quis ganhar tempo, sabia que ele tentaria algo ali. Ela só tinha que se lembrar da faca no momento certo.

– A solidão não é o mau do século como dizem, ela está presente desde os princípios. Estou andando sozinho por muito tempo, agora quero ter alguém para me fazer companhia e para nos proteger também. – Acariciou-a levemente. – Venha deitar-se comigo. – Bella sentiu-se enjoada.

– Terá que me forçar Klaus. – Falou trêmula e o fez rir.

– Imaginei que sim. – Bella mesmo sabendo que era uma luta perdida, desvencilhou-se dele e se afastou. Klaus olhou divertido para ela. – Não fará isso, não é mesmo? Se tentar fugir de mim só fará com que a minha fome de você aumente, assim como a fome de sangue. Somos caçadores Bella, quando sentimos o medo da nossa presa, o ímpeto de atacar é mais forte assim se dá quando correm é irresistível.

Bella lembrava-se do que havia dito para Damon a quase dois dias sobre ter quantos filhos Klaus quisesse em troca da vida deles. Mas naquele momento seu estômago embrulhava e sentia asco. A faca, ela estava com a faca, mas o que poderia fazer com aquilo? Poderia tentar acertá-lo, mas teria que saber usá-la ou não adiantaria nada.

Em uma fração de segundo ela se lembrou de como ele ficava fraco ao provar o sangue dela e logo depois tentar penetrar na barreira mental que ela possuía. Se ao menos tivesse forças para ficar consciente e poder empunhar a faca para acertá-lo...talvez desse certo, ela teria que tentar, ela faria aquilo. Foi com esse pensamento que ela correu até a porta, como ele mesmo disse não iria resistir aquilo. Klaus pegou-a pelo ombro e a jogou no chão. Sentiu o impacto causado pelo seu corpo batendo contra o piso liso do hotel e o som oco de sua cabeça. Klaus a ergueu, seus olhos surpresos com a tentativa tola de fuga.

– Pensei que tivesse juízo. – Ele resmungou. – Olha só o que fez. – Falou como um pai repreendendo o seu filho. Klaus olhava para a testa de Bella fixamente. Ela sentiu arder, seu supercílio sangrava. Delicadamente passou o dedo limpando o sangue que surgia sobre a sua pele, Bella tremeu com o toque. Klaus lambeu com prazer o sangue em seu dedo e logo seus olhos negros eram vistos, assim como suas presas.

– Pelo que vejo você não está seguro de seus poderes agora. – Klaus ficou curioso pelo o seu raciocínio.

– Não? – Adorava brincar com aqueles jogos com Bella.

– Parece que agora é o momento em que me toma a força. – Ela riu tentando manter o timbre de sua voz certa, firme e sarcástica. – Vou tentar ficar quieta já que não vou retribuir aos seus toques como faria apaixonadamente se você conseguisse me impelir a isso. – Um brilho cortante transpassou os olhos de Klaus.

– Duvida dos meus poderes? Eu posso muito bem fazê-la se entregar a mim de maneira apaixonada. Sou forte o suficiente. – Então é agora, Bella pensou. - Espero que sobreviva a isso. – Ele a jogou na cama e a mordeu no pescoço, parecia faminto.

Klaus sugava-lhe o sangue ao mesmo tempo em que ela sentia as suas emoções, ele estava ansioso e desejoso de seu corpo. Queria muito tê-la em seus braços, mas preferia que ela se doasse também. Foi então que Bella percebeu algo incomum, a mente dele estava acariciando a sua, era como vários tentáculos procurando uma brecha a mínima que fosse.

Bella repetia como mantra em sua cabeça que não deveria se entregar, que não deveria desmaiar. Tinha que usar a faca, tinha que golpeá-lo, precisava fazer aquilo e correr. Mas as nuvens brancas tomavam sua mente enquanto ela tateava suas roupas a procura da faca. Encontrou-a, mas sentiu a sua mente sendo violada, seus olhos se fechavam mesmo sem a sua vontade. Ela sentiu o cabo da faca e então despertou, seus olhos mantiveram-se abertos. Pediu por força suficiente para fazer o que pretendia e empunhou a faca enfiando nas costas de Klaus com toda a força que tinha. Ele parou de sugá-la, mas ainda continuava em cima dela.

Bella respirou fundo e retirou a faca do corpo dele enfiando agora mais fundo e uma terceira e quarta vez. Klaus olhou-a com os olhos arregalados, estava surpreso pelos golpes sofridos e mais pálido do que o normal. Ela o jogou para o lado, as mãos dele estavam voltadas para trás tentando retirar a faca. Era a sua chance, se não corresse o mais depressa possível talvez não sobreviveria. Pegou a chave do taxi que ficara com ele em cima da cômoda e correu porta fora saindo em disparada. Chegou a garagem com dificuldades, suas pernas estavam moles e sua cabeça flutuava, perdia muito sangue do pescoço e sua blusa estava empapada. Entrou no carro e saiu cantando pneus enquanto ela partia. Suas mãos tremiam assim como seus lábios, tentou respirar fundo dirigindo para o mais distante que conseguia. Com dificuldades pegou o celular em seu bolso e discou o número de Damon, ele saberia o que fazer aquele momento.

– Damon, Damon. Preciso de ajuda, por favor, eu não sei o que fazer agora. – Atropelou-se nas palavras aflita. Sentia-se tão fraca, mas tinha que prosseguir, tinha que voltar para os braços de Damon.

Bella?!– Damon fora pego de surpresa assim como os outros. – Calma meu amor, diga-me onde você está e o que aconteceu?

– Estou em Salem, eu-eu, Damon eu fugi de Klaus, estou em um taxi roubado. Não sei se ele virá atrás de mim. Se ele estiver atrás de mim o que eu faço? - Ele franziu o cenho. Bella tinha conseguido fugir de Klaus, mas e se ele a pegasse novamente. Do que seria capaz? Ele olhou para Edward, mas nenhum amparo viu ali, o vampiro ao seu lado estava petrificado prevendo os perigos daquela fuga solitária dela.

Acha que consegue ir até o aeroporto? Pare um minuto e pergunte a alguém depois siga para o aeroporto o mais rápido que puder, estaremos indo encontrar você.

– Vocês estão aqui? – Ele percebeu a voz trêmula dela sair com uma lufada de ar. As lágrimas desciam pelo seu rosto.

Sim, Bella, não te abandonaremos, nunca... – Bella sentiu-se grata por eles estarem indo ao seu encontro, teve esperança que tudo sairia bem. – Não desligue o celular, fique comigo o tempo todo.

– OK. – Neste momento Jasper recebia uma ligação de Alice dizendo tê-los visto encontrando-se com Bella em uma via de mão dupla. Alice estava feliz por Bella ter escapado de Klaus e contou o ocorrido para as vampiras que esperavam seus companheiros e Bella.

Bella seguiu para o aeroporto assim como um vendedor de rosas que perambulava pelas ruas provavelmente voltando para a sua casa tinha lhe explicado. Damon e os outros saíram do aeroporto e pegaram dois taxis. Em um deles estavam Stefan, Damon e Emmet, no outro Carlisle, Jasper e Amun. Mesmo que encontrassem Bella, estava acertado que matariam Klaus, o encontrariam e o matariam de uma vez por todas.

Ela estacionou o carro no acostamento quando viu os taxis com os vampiros passarem na pista contraria. Ela buzinou, mas eles também a tinham visto e já pararam no acostamento. Bella saiu do carro e quase seus joelhos cederam, sentiu muito frio enquanto tentava atravessar a pista sendo quase atropelada. Damon foi o primeiro a alcançá-la e a abraçá-la. Beijou-a no rosto com todo o amor e preocupação que transbordava em seu ser. Ele tocou em seu rosto, mas seus dedos deslizaram pelo pescoço machucado, Bella retraiu-se.

– O que há? – Quando Damon olhou para os próprios dedos viu o sangue neles. Bella não suportou mais o peso de seu corpo e cedeu, Damon a segurou assustado enquanto os outros se aproximavam também. Stefan chorou pegando a sobrinha nos braços. – Ela está machucada. – Damon falou e sem perguntar ao irmão mordia seu próprio pulso e o dava para Bella.

Bella tornou-se cada vez mais consciente enquanto tomava do sangue de Damon sentindo os dedos do tio em seus cabelos. Damon retirou seu pulso dos lábios dela e acariciou seu rosto. Stefan a abraçou. Edward não conseguia falar, só a manteve por longos segundos junto ao seu peito. Carlisle e Jasper também estavam eufóricos ao encontrá-la e até Amun a abraçou.

– Deve nos contar o que aconteceu. Precisamos pegá-lo. – A voz de Amun soou como a de um rei, lembrando-a de que ele fora quase um milênios atrás.

Resumidamente Bella contou para eles o que tinha acontecido durante o caminho e onde ficaram hospedados. A todo o momento ela lembrava-se de manter a calma, mas não pode evitar a sua voz sair esganiçada algumas vezes. Suas mãos ainda estavam trêmulas sob as mãos de Damon assim como suas pernas. No final dos relatos Carlisle cuidou dos motoristas que ainda os estavam esperando. Eles agora estavam sob suas ordens, não reclamariam da espera e nem os questionaria. Damon tirou as impressões digitais do carro em que Bella dirigia, já que Klaus matara o motorista. Quando o carro fosse pego Bella não estaria envolvida.

– O que acham que devemos fazer agora? Bella está aqui, mas se Klaus estiver vivo pode reclamá-la novamente. – Stefan parecia muito atormentado ainda aos olhos de Bella, nunca vira o tio naquele estado, parecendo exausto. Pela primeira vez olhou para todos os rostos ali e todos pareciam replicas, estavam nas mesmas condições.

– Ele fica fraco quando tenta entrar em minha mente. – Bella tentou ajudar com algum fato. – Por isso me arrisquei em enfiar-lhe a faca.

– Você agiu bem. – Damon aprovou. – Temos que terminar de matá-lo. Se Bella diz que ele tentava tirar a faca, talvez não tenha sido fundo o suficiente, ela não deve ter acertado o coração.

– Seria tolice acharmos que ele estará lá ainda. – Amun expos o seu ponto de vista.

– Não lá, mas próximo. Se ele fica fraco, precisa procurar alimento. Deve estar nas redondezas. – Carlisle disse.

– Tem certeza de que ele não a seguiu? – Stefan perguntou a sobrinha.

– Não. Eu apenas corri, não tenho certeza. – Bella falou ainda assustada.

– O que temos que fazer é ir ao local onde eles ficaram e sondar pela redondeza. – Edward falou decidido. – Damon pode ficar em algum lugar com Bella, afastados e em segurança. – Edward lançou um olhar para Damon cheio de significados que só os dois compreendiam agora. Não era só para proteger Bella que Edward dizia aquilo, Damon sabia que ele estava cumprindo com o que tinha prometido no avião. Mantê-lo-ia longe de Klaus para que não se sacrificasse.

– Então sugiro que façamos logo isso antes que ele escape. – Emmet falou. – Lá teremos que nos separar para cobrir uma área maior.

– Vamos encontrar um local aqui perto para que nos esperem. – Stefan disse para Damon mostrando que aprovava que o irmão ficasse ali protegendo Bella. Damon hesitou por muitos segundos antes de assentir rendido. – Vamos. – Stefan falou.

Todos eles adentraram na mata ao lado da rodovia e encontraram uma pequena clareira. Ali seria o refúgio dos dois enquanto os outros procuravam Klaus. Se encontrariam ali quando tudo acabasse. Bella pediu para que eles tomassem cuidado e eles partiram ficando a sós com Damon. Quando se viu só ela desabou no chão coberto de grama, sentia-se cansada e atordoada. O céu parecia triste dali, poucas estrelas podiam ser vistas. Parecia que toda a noite transparecia como ia a sua alma. Damon sentou logo atrás dela abraçando-a. Bella sentiu-se reconfortada com aquele carinho e começou a chorar. Damon não pediu para que não chorasse, apenas continuava abraçado a ela tentando confortá-la com seu amor.

– Só queria que isso acabasse. – Disse entre os soluços. – Queria que acabasse e que todos vocês ficassem seguros, mas tudo isso aconteceu por minha culpa. Se não fosse essa coisa que trago comigo nada disso estaria acontecendo.

– Bella, nada disso foi sua culpa, você só é muito especial de várias maneiras. E não precisa mais se preocupar, tudo isso acabará logo, tenha certeza disso. Klaus veio atrás de nós por Katherine no princípio, e estava muito entediado o que nos garante que ele tentaria algo de qualquer forma. Você não é o problema, é a solução, não vê? E é a pessoa mais linda que já conheci porque todas as escolhas que fez foi para manter sua família e seus amigos em segurança e te amamos muito. Eu te amo muito, Bella. – Bella ergueu o olhar para Damon, estava com a face banhada em lágrimas. Ver o rosto de Damon sempre era glorioso para ela, ele a fazia bem.

– Eu te amo muito, Damon. – As mãos que antes a envolviam subiram até o seu pescoço. Com as pontas dos dedos ele procurou o colar e encontrou o pingente em formato de coração do relicário que dera a ela em seu aniversário.

Per tutta l’eternità...mio amore. Ti amerò per tutta l’eternità – Sentiu a veracidade daquelas palavras ditas e seu coração transbordou de amor assim como seus olhos transbordaram de lágrimas, mas estas de amor.

– Ho anche, mio amore. Pert tutta l’eternità... – Damon sorriu, sempre achava bom ouvi-la falando sobre o que sentia. Nunca imaginaria que encontraria o amor, que seria capaz de sentir algo tão sublime e que seria correspondido. - Sei o quanto a minha decisão de ir com Klaus te magoou, e mesmo querendo salvá-los, Deus, quando me vi sozinha com ele, eu só queria estar com você, fiquei tão enojada...

– Shiii...agora acabou, estamos juntos. – Damon a beijou, sentiu os lábios macios de Bella nos seus ainda trêmulos e os seus próprios tornaram-se trêmulos ao toque.

Ele não tinha pressa naquele momento, nenhum desejo avassalador, apenas carinho e vontade de acalmá-la, dizer que tudo acabaria bem. Foi o beijo mais cândido que dera em sua existência e o que sentia enquanto a beijava só reafirmava o tamanho de seu amor. Um calor acolhedor passava dos lábios doces de Bella até os seus e irradiava para o seu corpo, teve a sensação de seus dedos estarem mais quentes do que o normal, quase humanos. Era assim que ela o deixava, humano.

Ficaram assim abraçados em beijos longos e afetuosos por um longo tempo até eles mesmos perderem a noção. Bella sentia-se mais calma e nos braços de Damon encontrara a paz que a muito tempo havia perdido. Parecia que naquele momento nada os atingiria, nunca mais. Era como se tivesse sido tirada do mundo louco em que estava vivendo e lançada a outro muito mais acolhedor e gracioso. Damon interrompeu o beijo e sorrindo encostou sua testa na dela.

– Isso é o mais próximo do paraíso que jamais alcançarei. – Ela riu com o que ele disse.

– Que tal vivermos rondando esse paraíso para sempre?

– Você sabe que sim, sabe que quero muito passar a eternidade em seus braços. – Damon tocou o seu nariz no dela. – Nunca amei ninguém como amo você. Jamais senti algo tão poderoso como o que sinto por você. De toda a minha existência você foi o que tive de mais especial e valioso. Eu me sinto tão... Completo e realizado. Pensei que nunca amaria dessa forma, pensei que nunca me sentiria verdadeiramente amado e depois de dois séculos ganho você de presente. Sim... Eu poderia partir em paz...

– Não fale dessa maneira. – Ela o repreendeu.

– Bella, mas tenho que dizer isso, tenho que dizer que se a minha existência acabasse agora eu saberia que tinha valido a pena, pois você me amou e eu a tive. – Bella o beijou novamente, sentia-se da mesma forma. Tudo teria valido a pena, pois eles se amaram. O beijo deles foi aquecido com os primeiros raios de sol que surgiam. Damon mais uma vez afastou-se para contemplá-la.

– Uau! – Ouviu-se uma voz mais adiante.

– Klaus! – Bella ficou horrorizada ao vê-lo sentado olhando para eles com seus olhos negros ardendo e apenas um lado dos lábios repuxados no que seria um sorriso. Damon ergueu-se com Bella e a colocou atrás dele.

– Tantas palavras profundas... Tantos sentimentos intensos... Quase sinto pena, pena por ter que estragar o romance do casal. Em minha opinião vocês são muito melhores do que Romeu e Julieta, mas... Que pena, terão o mesmo triste fim do casal. – Então seria mesmo daquela forma? Klaus mataria os dois, pensou Bella. Por um momento ela temeu, mas depois seu pensamento anterior lhe invadiu novamente, se morresse ao lado de seu amor, teria valido a pena. Klaus gargalhou sobressaltando-a. – Você me pegou desprevenido, Isabella. Como pôde me trair daquela maneira? Estou cego de raiva, sabia? Tive que me satisfazer com um mendigo, um rato de rua! Mas tive forças para segui-la, caçá-la como a presa que é.

– Deixe-nos em paz, Klaus. – Pediu.

– Nunca, vou ter que dar-lhes uma lição. – Falou sério.

– Vai lamentar tudo o que a fez passar. – A voz de Damon era ameaçadora. Teria ele chances contra Klaus? Bella não tinha certeza.

– Quem irá lamentar será você por ter se posto em meu caminho. – Klaus levantou-se tranquilamente como se não estivesse sido ameaçado e nem como se estivesse ameaçando alguém. – E você Isabella... – Ele olhou diretamente para ela. -... Vai lamentar ter me apunhalado pelas costas e ter corrido para os braços desse porco. Eu te daria tudo, mas já que não quer, eu te apresentarei a morte dolorosa e lenta depois de ver o seu querido vampiro ser esquartejado e depois ter seu coração esmagado. Não parece para vocês um bom plano?

– Não estamos sozinhos Klaus. – Bella tentou fazê-lo hesitar. Ele olhou em volta lentamente.

– Me parecem sozinhos.

– Eles irão atrás de você. – Bella sabia que eles iriam mesmo.

– Estarei esperando. – Nada o abalava.

– Bella, vá para longe daqui. – A voz de Damon era baixa e grossa. Ela se sobressaltou com a gargalhada de Klaus.

– Você acha mesmo que deixarei que ela vá?

– Ficarei aqui com você. – Bella disse teimosa, não o deixaria sozinho com Klaus nunca.

– Vá Bella. – Damon mandou.

– Ficaremos juntos. – Disse decidida pegando a mão dele e apertando na sua.

– Como eu disse, feito Romeu e Julieta. – Klaus debochou e mostrou as suas presas. Damon pressionou a mão de Bella e depois empurrou-a para trás fazendo-a regredir alguns passos ao mesmo tempo que ele avançava para Klaus.

Bella não viu claramente, pois Damon correu com uma velocidade sobre-humana. Apenas viu quando Klaus pegou-o pelo pescoço e o ergueu. Damon tinha deslizado sobre a grama e atingido Klaus com o que parecia um galho de árvore seco em sua perna direita. Klaus o lançou longe e respirou fundo antes de olhar para a sua perna que sangrava. Ele retirou o galho da perna sem emitir som algum de dor.

– Isso foi bom. – Virou-se para Damon ainda segurando o galho. – Mas posso te mostrar algo melhor. – Klaus lançou o galho em direção a Damon, mas ele o interceptou. Bella viu Klaus sumir como magia e aparecer atrás de Damon.

– Damon atrás de você! – Ela gritou alertando-o. Quando ele virou recebeu um soco do rosto, mas quando Klaus tentara enfiar-lhe o galho em seu peito ele se defendera com a sua mão, mas não pode evitar quando ele acertara-lhe a lateral do seu corpo. Damon se curvou e gemeu. – Damon! – Bella iria correr para perto dele, mas ele se ergueu levantando a mão para que ela parasse onde estava.

– Fique aí. – Pediu. E retirou o galho de seu corpo.

– Hum... Isso dói não é mesmo? – Klaus lhe socou novamente fazendo-o cair.

– Você pode até beber sangue humano, mas não o faz direito não é? Com que frequência tem se alimentado? – Klaus riu. – Não interessa, agora você vai morrer como o fraco que é.

Damon levantou-se o mais rápido que pôde e o arranhou no pescoço. Klaus tocou no lugar ferido e viu o seu sangue em seus dedos, aquilo deveria ter lhe tirado a pele. Damon aproveitou esse momento de distração e agarrou-lhe por trás, imobilizando-o e com seus dentes mordeu-o no ombro arrancando-lhe um pedaço de sua carne. Klaus estava em choque, mas revidou o ataque, ele girou o corpo pegando Damon por baixo do braço e curvando seu corpo jogando-o para frente o que fez com que caísse. Klaus acertaria seu coração, mas Damon girou o corpo esquivando-se do golpe.

– Oh meu Deus! – Bella por um momento achou que Klaus conseguiria o seu intento.

Damon estava com o sangue de Klaus em sua boca, o que o tornava mais selvagem. Os cabelos desalinhados, havia sangue também na lateral do seu corpo, aquele sim era seu, mas apesar disso Klaus parecia pior. Estava com a garganta sangrando em carne viva, um pedaço de seu ombro fora arrancado e uma perna sua sangrava. Bella rezava para que Damon sobrevivesse aquilo, era tudo o que ela pedia, era tudo o que conseguia pensar. Damon pegou novamente o galho ensanguentado e tentou enfiar no coração de Klaus, mas o outro fora mais rápido e com uma mão segurou o pulso de Damon evitando que ele prosseguisse com o golpe e com a outra pegava o galho e o empurrava contra Damon que cedeu ao golpe investido.

– Damon! Não! – Ela ia correr ao encontro dele, mas mãos a seguraram. Então do nada uma rajada de vento lançou Klaus longe e o fez se chocar com uma árvore imensa. Klaus ficou desnorteado e tentava com dificuldades levantar, sua cabeça sangrava. Ela sentiu quando um vento passou por ela e depois Edward estava sobre Klaus, seu joelho direito forçando o corpo do adversário. Ele ainda segurava a nuca de Klaus e o braço esquerdo dele.

– Saia... de cima... de mim... – Klaus grunhiu.

Bella olhou para Damon que ainda estava segurando o galho contra seu corpo. Queria ir até ele e ver o que estava errado. Porque ele não se mexia? Porque não corria até ela? Porque ainda não estava envolvida em seus braços e porque ainda não sentia seus lábios beijando-a, já que Klaus estava detido?

– Amun... – Carlisle balbuciou e fez com que Bella olhasse novamente na direção onde Edward estava. Ao seu lado agora encontrava-se Amun.

– Saia... – Klaus ameaçou Edward com o olhar. Bella forçou caminho para ir até Damon e Carlisle a deixou, mas quando alcançou seu amor deitado ao chão, viu que o outro vampiro tinha acompanhando ela. Estavam os dois de joelhos em volta de Damon

– Damon, meu amor. – Bella não sabia se podia tocar nele. Era aterrorizante, ele estava sobre uma poça de sangue. – Ela tocou-lhe o rosto. Sentiu que ele estava ainda mais gelado que o normal.

– Klaus, como ousa aterrorizar esse clã amigo? – Amun parecia angustiado.

– Não deveria se meter... Isso... é assunto meu. – Klaus não se debatia mais, Bella imaginou que se devia aos seus ferimentos.

– Você não pode viver.

– E quem me matará? Você? – Klaus ainda possuía forças para se sentir superior.

– Sou muito mais velho do que você. – O som do riso de Klaus dava contraste a situação.

– Matarei você.

– Veremos. - Klaus aproveitou a pequena distração de Edward e com a força que ainda tinha girou o pulso pegando o braço que o segurava antes. Ele forçou um pouco mais e ergueu-se com a ajuda do próprio peso de Edward. Ele desferiu um soco no rosto de Edward e a pancada foi tão forte que ele caiu a alguns metros à frente. Amun pegou-o pelos cabelos e o atirou ao chão.

– Carlisle, Edward. – Amun os chamou. Os dois correram e seguraram Klaus.

– Acham que podem ficar com ela sem que ninguém saiba? Eu a levaria e a protegeria.

– Bella deve ficar com sua família. – Foi a resposta de Amun antes de segurar a cabeça de Klaus e a arrancar.

Bella não sentiu alívio ao ver a cena, porque Damon ainda jazia ali. Klaus estava morto era o que todos queriam. Damon deveria abraçá-la. Olhou para Carlisle que abria os olhos, pois os tinha fechado para não ver a morte de Klaus. Bella estava tremendo inteira, seus dentes batiam e faziam barulho. O galho estava enfiado no peito de Damon, Klaus o acertara em cheio. Damon ainda estava quieto demais, frio demais.

– Oh meu amor, você ficará bem. – Damon abriu os olhos lentamente. Bella sorriu feliz ao ver aquele azul. Damon a olhou, tinham lágrimas em seus olhos. Seus lábios estavam entreabertos e respirava com dificuldade. Damon a olhou como se soubesse que ela mentia. Ela pegou no galho, queria tirá-lo dele.

– Não... – Ele disse fracamente. Sua respiração estava ofegante.

– Damon! – Bella ouviu a voz de Stefan e estava apavorada. - Meu irmão, tudo acabou, Klaus se foi você ficará bem. – Stefan segurou a mão do irmão do lado contrário em que Bella estava. Damon apenas sorriu fracamente para o irmão. Carlisle se aproximou, talvez ele pudesse fazer algo. Jasper, Emmet e Amun também se aproximaram. Edward ficou ao lado de Bella também ajoelhado.

– Damon, acabou, ouviu o que meu tio disse? Ficaremos juntos, meu amor, ficaremos juntos. – Bella chorava vendo que Damon desvanecia. Ele estava totalmente sem cor, notava-se o quanto era difícil e doloroso respirar. Klaus estava morto então Damon deveria viver, tinha que ser assim. Eles ficariam juntos para sempre. Damon a olhou com amor e sorriu depois olhou para o irmão.

– Amo você... – Sua voz estava fraca, sua respiração ainda ofegante.

– Amo você também irmão.

– Então... chegamos ao ponto em que... – Ele gemeu e Bella apertou sua mão com mais força. – Chegamos no ponto... em que... declaramos o nosso eterno amor... – Damon sorriu, mostrando o seu humor inabalável.

Carlisle examinou-o com cuidado. A sua expressão não era animadora. Aquilo estava matando Bella aos poucos.

– Está ruim? – Damon perguntou.

– Vamos cuidar disso. – Carlisle respondeu vago. Ele olhou para Edward por um breve momento.

– Venha Bella, vamos para algum lugar cuidar de você. Lá poderemos esperar os outros.

– Não. Não sairei daqui. – Falou firme.

– Carlisle, ajude-o! – Bella berrou para ele em prantos.

– Tudo bem meu amor... Está tudo bem... – Bella negou levemente com a cabeça. Não, não estava tudo bem. Damon demorou-se olhando para seu rosto Bella fazia o mesmo com ele. – Vá com ele.

– Já disse que não.

– Teremos que retirar isso dele Bella, não será nada bonito. – Carlisle avisou.

– Ficarei aqui.

– Talvez ele não sobreviva, está muito perto do coração. – Agora ele falava com o seu tio que estava com um olhar desolado.

– Faça. – Damon respondeu por ele. Todos o olharam e viram que não haveria outra maneira.

– Espere. – Bella pediu num momento de reflexão. – Se ele beber do meu sangue, será que terá maior chance? – Ela perguntou para Carlisle.

– É provável que sim.

– Bella... – Damon queria negar, mas o olhar que ela lhe lançou fez com que se calasse.

– Por favor Damon, por nós. – Bella oferecia o pulso para Damon, mas ele não sugava. – O que há?

– Não consigo... estou fraco.

– Permita-me. – Amun aproximou-se de Bella e com a sua unha fez um corte fino, mas suficiente em seu pulso.

O sangue logo brotou. Ela ofereceu-o novamente a Damon que primeiro lambia o sangue. Todos se afastaram nesse momento intimo quando viram que estava funcionando. Logo Damon foi capaz de transformar-se e perfurou com seus dentes a pele do pulso, sugando ainda mais.

– Acho que é suficiente. – Carlisle falou ao lado deles. – Bella foi alçada por Stefan que a abraçou.

– Você está bem?

– Sim, tio.

– Segurem-no. – Pediu Carlisle. Edward, Emmet e Jasper o seguraram nas pernas e braços. Carlisle posicionou-se para retirar o ganho do corpo de Damon. Ele teria que ser preciso em seu movimento para não o machucar ainda mais. – Damon, está pronto?

– Sim. – Carlisle não esperou mais em um movimento rápido retirou-o. Bella agitou-se nos braços do tio ao ouvir o grito horripilante de Damon, seu corpo estava convucionando. Bella via que Carlisle e fazia algo e que dava ordens aos outros, mas estava quase desfalecendo. Até que o corpo de Damon parou de se debater, ele olhou em sua direção, parecia em outro mundo, seu olhar estava perdido, mas ele sorriu para ela fracamente.

Per tutta l’eternità...mio amore... – Damon sorriu novamente para ela e seus olhos fecharam ao mesmo tempo que a sua mão tombava.

– Não... Não...Damon...Não...

– Querida... – Stefan estava arrasado também.

– Bella, ele ainda vive. Acalme-se. – Pediu Carlisle. – Vamos movê-lo com cuidado.

De repente, Edward ergueu-se atento olhando para uma parte mais arborizada. Todos esperaram e pareceram notar o que ele notara.

– Quem está aqui Edward? – Carlisle perguntou.

– São do clã Volturi, dois deles.

– Diga que precisamos conversar. – Carlisle pediu.

– Não adianta, eles acham que viram o suficiente. Estão indo embora.

– Falarei com eles. – Amun se prontificou.

– Irei com você. – Edward seguiu com Amun.

– O que isso significa? – Emmet perguntou, assim como os outros estavam assustados com aquelas presenças.

– Se não fizermos com que escutem, quer dizer problemas. – Jasper respondeu.

Levaram Damon para uma casa afastada da cidade. Ninguém morava nela a anos e nunca a reclamaram. Emmet e Jasper ficaram para livrar-se do corpo de Klaus. Stefan ligara para Helena, avisando-a que Klaus havia morrido, sua sobrinha estava com eles, mas Damon tinha se machucado. Ele não entrou em detalhes, nem tinha cabeça para tal. Logo depois Edward e Amun apareceram informando que os dois vampiros desapareceram. Eles teriam que tomar uma providência logo que possível ou poderia se iniciar uma guerra.

Bella ficou todo o tempo com Damon, não queria sair de perto dele para nada e ajudava no que fosse preciso. Estava exaurida e foi então que Edward se interpôs. Tirou-a de perto de Damon e a fez se banhar e alimentar. Depois disso obrigou-a a deitar-se um pouco.

– Stefan está com ele. Feche os olhos um pouco Bella.

– Não quero perder nenhum de vocês, entende? – Bella segurou-lhe a mão. Edward sorriu e lhe beijou o rosto. Bella sentiu-se sonolenta e quando percebeu que poderia ser obra de Jasper já era tarde

– Obrigado, Jaz. – Edward agradeceu ao irmão.

– Ela precisava.

– O que você que poderá acontecer quando os vampiros que nos viram mais cedo contarem aos Volturi?

– Emm, eles podem nos matar. – Jasper falou para o irmão.

– E Bella?

– Eles não tocarão nela. – Edward prontificou-se.

Bella dormiu até o meio da tarde. Eles tinham comprado as passagens para voltarem para Forks e deveriam estar no aeroporto dali a 2 horas. Quando abriu os olhos sua mente demorou de processar as coisas. Aos poucos ela se lembrou de Klaus levando-a para longe, das mordidas, do celular, da faca, lembrou-se da fuga e de encontrar com sua família. Fechou os olhos novamente ao ver Damon gritando de dor. Ela ficou sentada na cama e deu de cara com Edward em uma cadeira observando-a. Estava assustada e sentia seu coração aos poucos apertar.

– Damon?

– Ele está bem. Acordou uma vez, mais voltou a dormir. Perguntou por você. – Para Edward era difícil este tipo de diálogo com ela, mas tinha decidido não mais interferir, mesmo amando-a muito.

– Edward? – Bella notou o rosto angustiado de Edward. – Eu... – Ela não sabia o que dizer. Bella o amava também, mas estava claro que optara por Damon.

– Não diga nada. – Edward levantou-se e aproximou-se da cama. – Vamos deixar assim.

– Tudo bem. – Bella ficou calada, mas tremia um pouco. Edward lhe sorriu e a deixou sozinha.

Logo em seguida Bella voltou para o lado Damon. Ela o acariciava o rosto e os cabelos com delicadeza. Queria vê-lo acordado, queria olhar para os seus olhos. Aquilo tudo foi uma experiência que nunca mais gostaria de vivenciar. Tudo era a sua culpa, colocara todos desde o início em perigo.

Se estivesse em suas mãos que a certeza de que eles nunca mais precisariam passar por dificuldades ou quase mortes, ela faria qualquer coisa... De repente algo começou a surgir em sua mente. Talvez ela pudesse fazer algo. Ela poderia tentar... Os olhos de Damon abriram, ele sorriu para ela ainda fraco. Seus lábios estavam sem cor e um pouco ressecados.

– Oi. – Ela sorriu.

– Amor. – Ele disse e isso encheu o seu coração de ternura.

– Por favor, nunca mais faça isso. – Pediu.

– Tentarei. – Ele disse. Bella beijou-o nos lábios suavemente.

– Bella, Damon, não podemos esperar muito. Temos que partir. – Stefan falou.

– Tão rápido? Nossas férias apenas começaram. – Ainda fraco, mas debochado Damon respondeu.

– Os Volturi sabem que matamos Klaus e sabem que estamos aqui. – Damon arregalou os olhos.

– Tiro um cochilo e vocês já acabam com tudo?

Eles voltaram para Forks e colocaram esme, Helena e Alice a par de tudo. O estado de alerta não tinha cessado, pelo contrário, parecia tudo pior. Isso porque não estavam tratando apenas de um vampiro que estava agindo por conta própria. Agora se tratava de um grande clã, o mais forte que existia.

Carlisle tentou contatá-los, eles disseram que esperavam um parlamento face a face. Todos ficaram contra isso e tentavam impedir Carlisle da decisão de ir. Mas não havia o que fazer. Se Carlisle não fosse, eles iriam para Forks e então descobriria sobre Bella.

– Não deixaremos que vá sozinho. – Edward falou.

– Talvez eles não saibam sobre a Bella, se a viram não podiam de tão longe e tão rapidamente saber do que se tratava. Apenas sabem que é uma humana. – Jasper expos seus pensamentos.

– Se Aro tocar em mim, ele saberá sobre ela. Não poderia recusar ou seria pior. – Carlisle parecia preocupado.

– Eles não podem saber sobre Bella. – Helena inquietou-se.

– Calma Helena. – Stefan pediu. - Pensaremos em algo.

– Talvez possamos influenciá-los. Se dissermos que Bella não representa nenhum risco talvez eles reconsiderem. – Damon falou finalmente.

– Bella ainda é uma humana que vive entre vampiros. Isso ainda vai contra a lei que impuseram. – Carlisle explicou.

Saíram dessa reunião sem terem uma alternativa. Estavam começando a preparar-se para uma batalha. Amun resolveu ficar por mais um tempo com Kebi entre os amigos. Resolveriam aquilo de algum modo.

Bella pensava em como poderia livrá-los disso. Era a sua responsabilidade.

– Se eu não existisse, não teria mais problemas.

Bella sabia onde poderia ir naquele momento e resolver tudo. Ela correu como bem sabia e alcançou a estrada antes que os vampiros se dessem conta da sua ausência. Viu um carro aproximando-se, era uma menina da escola, ela parou e lhe deu carona.

– Pra onde está indo? – Perguntou depois de cumprimentarem-se.

– Para a First Beach.

– Nesse frio? – Ela riu curiosa.

– Tenho que fazer algo. – Disse misteriosa. “Acabarei com isso de uma vez. Não os colocarei em risco nunca mais. “

Fim.


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