Next To Me escrita por Jessie Austen


Capítulo 1
Capítulo 1




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John deu logout em seu blog pessoal e desligou seu notebook. Não tinha jeito, não podia mais fugir. Tinha chegado a hora.

O que poderia ser pior que começar a estudar em uma faculdade no meio do semestre, onde não conhecia absolutamente ninguém?

Além de ter que correr atrás das matérias e reposição de aulas, ainda teria que correr atrás de um quarto para ficar, já que era inviável ir todos os dias de sua casa, localizada em uma pequena cidade para a gigantesca e movimentada Londres.

Ele estava no 4º semestre do curso de Medicina e só havia se mudado porque não tinha condições financeiras de pagar a sua atual.

Depois de tentar três vezes, em um golpe de sorte e inteligência, acabou passando como bolsista parcial em uma universidade tradicional, nada mal!

O problema é que John gostava de sua antiga faculdade. Lá tinha amigos. Tinha planos em ficar mesmo quando se formasse. Mas às vezes a vida nos obriga a tomar decisões difíceis. Ir para a fria Londres era uma delas.

Vestindo seu casaco xadrez cinza, complementou o visual com uma touca verde musgo. Antes de pegar sua mochila, soltou um longo suspiro e ensaiou um sorriso forçado na frente do espelho. John tinha 23 anos, cabelos claros e olhos castanhos e gentis.

Guardou o notebook em sua mala e pegou sua mochila, descendo as escadas. Seus pais o aguardavam para se despedirem de seu filho mais velho.

Despedidas...odiavam elas. Afinal, quem gosta? Mas ele os visitaria todos os finais de semana.

Quando saiu de casa não quis olhar para trás. Londres o esperava e isso já era bastante para lidar naquele momento.

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Quando viu aonde estudaria, John quase desmaiou. A propriedade tomava quase uma avenida toda localizada no centro e mesmo assim era repleta de árvores, dando um ar clássico.

Caminhando desajeitadamente por causa do peso, reparou naquelas pessoas entrando e saindo. Era sábado de manhã e, portanto não havia aulas.

A república que ficava ao lado estava praticamente vazia e ele resolver ver as vagas de quarto que poderiam ter ali. Era fato que algum tinha que ter, já que sempre haveriam os desistentes ou os expulsos.

Parando em frente da República, reparou o quanto esta parecia ser bem organizada além de muito limpa.

- Olá querido...posso ajudá-lo? – perguntou uma senhora surgindo na porta.

-Oh, sim...por favor. Meu nome é John. John Watson...cheguei hoje, sou do curso de Medicina.

- Seja bem vindo! Sou a Sra. Hudson...você é corajoso em começar no meio do semestre, terá que correr atrás do prejuízo mais do que todos os outros. Qual é o seu quarto?

- Sim, era exatamente isso que eu queria ver...eu ainda preciso de um lugar para ficar. A senhora poderia me dizer se aqui tem algum?

- Bom, sempre tem...o problema são as companhias, filho. Quer entrar? Vamos ver juntos...

- Certo, obrigado.

Os dois caminharam por um pequeno corredor e ele pode ver a escada que dava acesso aos quartos. Chegando até uma mesa de atendimento, a senhora sentou-se e procurou um caderno em sua gaveta.

- Tem amigos aqui? – ela perguntou sorrindo enquanto colocava seus óculos.

- Não...

- Sério? Pobrezinho. Tenho certeza que fará amigos em breve...o que o trouxe aqui?

- A necessidade mesmo. Quero dizer, é uma honra estar aqui também.

- Certo.  Bom, temos uma vaga com o jovem Stamford. Mike é um ótimo rapaz.

- Mike? Mike Stamford?

- Sim! Você o conhece?

- Sim, nós estudamos o primário juntos! Será que é ele mesmo? Não acredito! – John sorriu com tamanha coincidência.

- Vamos descobrir agora! Olha ele chegando aí!

Neste momento um rapaz corpulento, de óculos e ar bonachão entrou assobiando. Quando parou seus olhos em John, disse:

- Ei! Watson...o que faz aqui?

- Mike! Eu vim estudar aqui! Estou cursando Medicina...- o loiro se levantou indo em direção do outro, cumprimentando-o.

- Que legal! Sra. Hudson já te mostrou os quartos?

- Oh, ainda não querido...temos que ver se tem vaga. Mas pelo visto, no seu quarto tem, certo?

- O quê? Oh, sra. Hudson! Não se lembra? Finn está comigo agora, desde anteontem...sinto muito John.-  respondeu decepcionado.

- Sim, é mesmo! Sinto muito, John...havia me esquecido de Finn! E agora? Não sei se temos outro...- a mulher disse procurando nervosamente em seu caderno.

- Não, tudo bem gente. Seria legal ficar aqui...mas eu vou me virar. Eu dou um jeito!

- Ei! Espera! Eu já sei...sra. Hudson, tem a vaga com o Sherlock! – Mike se lembrou.

- Com Sherlock? Oh, não sei não. Ele é uma boa pessoa, mas ninguém o aguenta por mais de vinte e quatro horas...- ela respondeu desanimada.

- Quem é Sherlock? – John questionou completamente perdido.

- Ah, qual é! John é um cara calmo e centrado! Tenho certeza que tirará de letra! E outro dia mesmo eu encontrei com o Sherlock, ele estava procurando mesmo alguém para dividir o valor da mensalidade. É baixa, eu sei, mas em dois, é menor ainda!

- O Sherlock mora aqui? Podíamos ver se ele aceita então? – John perguntou.

- Mora sim! Mas ele saiu hoje cedo, foi para o laboratório...- a senhora respondeu.

- Hoje? Cedo? Mas é sábado...- o recém chegado respondeu surpreso.

- Oh, Mike...será que devemos fazer isso com ele? – Sra. Hudson disse de maneira exagerada.

- Claro! E não assuste o John! Vamos, deixe-me guardar suas malas e vamos atrás daquele doido varrido...- respondeu rindo e já levando a mala de John para o andar de cima.

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- Uau! Aqui é incrível! – Watson exclamou enquanto os dois passavam pelos corredores que davam acesso aos laboratórios.

- Eu sei, certo? O pessoal daqui é bacana depois que você se acostuma com eles...- Mike sorriu.

- Oh, já posso imaginar. Você faz Farmácia, certo?

- Sim! Sexto semestre!

- Que bacana...

- Aqui todos os cursos da área da Saúde são bem puxados, mas Medicina é quase sobrehumano. Boa sorte!

- Obrigado pelas palavras de incentivo! – John riu enquanto os dois agora entravam em uma porta.

- Finalmente o encontramos! Ei, Sherlock...a vaga do seu quarto ainda está disponível?

Neste momento um rapaz de costas para eles tirou seus olhos do microscópio e os encarou  não dizendo uma palavra.

- Este é um velho conhecido meu, John Watson...ele veio estudar aqui. Eu pensei que talvez vocês pudessem dividir o quarto...você ainda está com a vaga livre, certo?

O jovem ignorando Mike, nada respondeu. Aproximou-se lentamente ainda encarando John até perguntar:

- Sua bolsa é integral ou parcial?

- O quê? Como...- Watson respondeu supreso.

- É óbvio que você é bolsista. Não iria querer dividir um quarto com um pleno desconhecido no meio do semestre se tivesse escolha melhor. O estado dos seus sapatos também mostram que você é poupador. Veja? A sola já está gasta, mas você ainda o usa para eventos importantes, como seu primeiro dia na nova faculdade.  – jovem respondeu de maneira rápida, porém tediosa, como se o que tivesse falado era algo óbvio mesmo.

- Parcial, 75%...a prova é muito difícil e eu só consegui na terceira vez. Mas como você sabia? Mike, você ligou para ele enquanto estávamos vindo para cá?

- Como poderia? Ele é assim mesmo...- Mike respondeu segurando o riso.

- Uau. – foi a única coisa que pensou enquanto ambos se olhavam.

John então pode reparar direito no jovem à sua frente. Este tinha estatura alta, corpo esguio e elegante, além de pele muito clara e olhos azuis de gato. Seus cabelos eram castanhos escuros e tinha um corte engraçado, mas que caía perfeitamente bem nele.

- ...eu preciso usar o celular, mas minha bateria acabou. - disse fazendo John despertar e oferecer seu aparelho após Mike dizer que havia esquecido o dele.

- Oh. Obrigado. – o moreno disse mandando uma mensagem e devolvendo-o rapidamente – Sou bolsista aqui também. E sim, ainda tem uma vaga no meu quarto.

- Seria o máximo se pudéssemos dividir. Quero dizer, o quanto antes...se você quiser, é claro. – John respondeu enquanto guardava seu aparelho no bolso.

Sherlock o encarou mais uma vez com uma expressão séria, quase nula antes de dizer:

- Feito. Meu nome é Sherlock Holmes.

John sorriu e o cumprimentou com aperto de mãos, respondendo:

- Prazer, Holmes...eu nem sei como agradecer! Eu já estava achando que ia ter que me mudar para longe, ou voltar para casa...

- De nada. E pode me chamar de Sherlock. – ele respondeu piscando.


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